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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___a VARA CIVEL DO FORO

REGIONAL DE PENHA DE FRANÇA DA COMARCA DE SÃ O PAULO-SP


*Tramitaçã o Prioritá ria
**Justiça Gratuita
Nome, brasileiro, aposentado, portador da Cédula de Identidade RG nº 00000-00, inscrito
no CPF/MF sob o nº 300.602.308/00, residente e domiciliado na EndereçoCEP 00000-000e
Nome, brasileiro, taxista, portador da Cédula de Identidade RG nº 00000-00, inscrito no
CPF/MF sob o nº 230.443.208/52, residente e domiciliado na EndereçoCEP 00000-000, por
sua advogada que esta subscreve, vem respeitosamente perante a V. Exa., com fundamento
nos artigos 318 e seguintes do Có digo de Processo Civil, (lei 13.2015/2015), bem como
pelas seguintes razõ es de fato e de direito expostos a seguir, vem propor a presente
AÇÃ O DE COBRANÇA CUMULADA COM INDENIZAÇÃ O POR
DANOS MATERIAIS, MORAIS, TEMPORAL, LUCROS
CESSANTES
COM TUTELA DE URGÊ NCIA
Em face de ASSOCIAÇÃ O UNICOON - NomeE Nome, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ/MF sob o nº 00.000.000/0000-00, endereço eletrô nico desconhecido,
sediada na EndereçoCEP: 00000-000, pelas razõ es de fato e de direito a seguir expostas:

I - DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA
O Autor, Nomefaz jus ao deferimento da tramitaçã o prioritá ria, vez que é portador de
deficiência física, nos termos do artigo 9º, inciso VII da Lei 13.146/2015. 1

II- DA JUSTIÇA GRATUITA


Inicialmente, nos termos dos artigos 98 e seguintes do Có digo de Processo Civil e de acordo
com os preceitos da Lei nº 1.060/1950, bem como artigo 5º, inciso LXXIV da Constituiçã o
Federal, os
1 Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritá rio, sobretudo
com a finalidade de:
(...)
VII - tramitaçã o processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou
interessada, em todos os atos e diligências.
Autores declaram, sob as penas da lei, que nã o têm condiçõ es financeiras para arcar com os
custos e as demais despesas processuais sem o prejuízo do seu sustento (docs. anexos).
Isto posto, requerem que sejam deferidos os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA,
assegurados pela Lei 1.060/50, pelo Có digo de Processo Civil e pela Constituiçã o Federal de
1988.

III- DA COMPETÊNCIA
A competência territorial em relaçã o a responsabilidade civil do fornecedor de serviços e
produtos faculta que a açã o seja ajuizada no domicílio dos Autores, como previsto no inciso
VIII, artigo 6º, inciso I do artigo 101 do Có digo de Defesa do Consumidor, Sú mula 77 do
Tribunal de Justiça de Sã o Paulo. 2
Como se trata de relaçã o de consumo, um dos direitos bá sicos é facilitaçã o dos interesses
do consumidor em juízo.
2 Art. 6º Sã o direitos bá sicos do consumidor:
(...)
VIII - a facilitaçã o da defesa de seus direitos, inclusive com a inversã o do ô nus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegaçã o ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordiná rias de experiências;
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos
Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;

Sú mula 77: A açã o fundada em relaçã o de consumo pode ser ajuizada no foro do domicílio
do consumidor (art. 101, I, CDC) ou no do domicílio do réu (art. 94 do CPC), de sorte que
Assim, diante do inciso I do artigo 101 do Có digo de Defesa do Consumidor, a competência
é do foro do domicilio dos Autores, portanto, Foro Regional da Penha de França.

IV- DO INTERESSE NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO


Os Autores informam que possuem interesse na realizaçã o da audiência de conciliaçã o,
como previsto no inciso VII do artigo 319 do Có digo de Processo Civil.

V- DOS FATOS
O Autor, Nomeera proprietá rio do veículo/taxi VW/Spacefox Trend, ano 2014, modelo
2014, cor branca, placas ABC0000, Renavam nº 00000000000, veículo esse que estava
segurado pela Ré.
Cumpre-se informar que a Ré é uma associaçã o de seguro mú tuo, cuja filiaçã o é associativa
e atua pelo princípio da livre filiaçã o, como faz prova o incluso Regulamento do Programa
de Benefícios.
O Autor, Nomesempre cumpriu rigorosamente com todas as obrigaçõ es em que o
regulamento lhe impunha e sempre pagou pontualmente as parcelas no valor de R$
00.000,00.
Ocorreu que no dia 14/10/2019, o Autor infelizmente teve seu veículo furtado, sendo que o
veículo estava estacionado na Endereço, Artur Alvin, como faz prova o incluso Boletim de
Ocorrência nº (00)00000-0000/2019 emitido pela 65a Delegacia de Polícia de Artur Alvin.
Segue abaixo:
No citado dia o Autor, Nomeestacionou o veículo no local acima citado, munindo-se de
todos os cuidados indispensá veis, por volta das 19h. (dezenove horas) e foi em uma
reuniã o e quando retornou por voltada das 22h50min. (vinte e duas horas e cinquenta
minutos), o veículo nã o estava mais no local.
Por oportuno, informa-se, ainda, que também foram subtraídos os seguintes documentos:
Carteira Condutax do Departamento de Trâ nsito de Sã o Paulo, Certificado de Registro e
Licenciamento de Veículos e CRV (Documento de Transferência). Os documentos originais
estavam no veículo e foram subtraídos, pois nesse dia o Autor, Nomeestava providenciando
a mudança de titularidade do alvará para o seu nome , perante ao DTP (Departamento de
Transportes Pú blicos) que é ó rgã o que regulamenta e fiscaliza os taxistas.
Diante do furto, o Autor, Nomeentrou em contato com a Ré para que fosse realizado o
pagamento da indenizaçã o. A Ré solicitou os preenchimentos dos documentos
denominados: Termo de Sub-rogaçã o e o Termo de Acionamento Unicoon-Associado , bem
como que fosse outorgada uma procuraçã o pú blica em nome da Ré, com poderes para: "(...)
receber, firmar recibo, dar quitaçã o, representa-lo perante o DETRAN, CONTRAN,
instituiçã o financeira ou em qualquer outro ó rgã o do trâ nsito, que se fizer necessá rio;
assinar termos de transferência, recibo de venda e quaisquer outros documentos que
forem exigidos; podendo, ainda, pagar taxas, exigir quitaçã o; juntar e retirar documentos,
requerer segunda via de documentos, vistorias, baixas do gravame, baixas como sucata
(...)." , conforme abaixo descrito:
Também, os Autores apresentaram toda a documentaçã o e o Termo de Acionamento
Unicoon escrito de pró prio punho, com relatos do ocorrido, o qual foi prontamente enviado
pelos correios e por e-mail (docs. anexos).
Os Autores apresentaram toda a documentaçã o necessá ria para o pagamento da
indenizaçã o, todavia, a Ré até o momento nã o efetuou tal pagamento, apesar das inú meras
solicitaçõ es, como fazem prova os inclusos e-mails enviados a Ré e sempre com respostas
solicitando outras providencias e/ou negativas.
No ú ltimo e-mail a Ré solicitou o envio do CRV, apesar dos Autores terem informado que tal
documento também foi furtado e eles nã o possuem meios de conseguir a 2a via, já que
houve o furto do veículo.
Segue transcriçã o do e-mail enviado pela Ré:
Como consta dos autos, a placa do veículo é de Sã o Paulo, razã o pela qual nã o é possível
realizar nenhum tipo de serviço, como por exemplo, solicitaçã o de segunda via do
Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo, pois consta perante o Detran/SP o
seguinte: "Veículo com Restriçã o de Furto ou Roubo", pois o Detran/SP exige o Decalc.
Segue abaixo:
Além disso, o Documento de Transferência do Veículo estava preenchido em nome do
Autor, Nome, pois estava providenciando a mudança do alvará para seu nome.
O valor de avaliaçã o do veículo é no importe de R$ 00.000,00, conforme Tabela Fipe datada
de outubro de 2019, data do furto do veículo em 14/10/2019 (doc. anexo), valor esse que
deverá ser acrescido de juros e correçã o monetá ria desde a data do fato até a data do
efetivo pagamento.
Com isso os Autores vêm buscar a lidima justiça, uma vez que nã o podem com tamanho
prejuízo, vez que cumpriram à risca tudo o que fora acordado no contrato.

VI- DO DIREITO
6.1 - Da Aplicabilidade do Có digo de Defesa do Consumidor
A relaçã o contratual guerreada é de consumo, já que o serviço foi adquirido junto à Ré,
conforme previsto nos artigos 2º e 3º do Có digo de Defesa do Consumidor. 3
3 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatá rio final.
Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pú blica ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de
produçã o, montagem, criaçã o, construçã o, transformaçã o, importaçã o, exportaçã o,
distribuiçã o ou comercializaçã o de produtos ou prestaçã o de serviços ".
O Có digo de Defesa do Consumidor prevê os direitos bá sicos e também trata das prá ticas
abusivas contratuais consideradas nulas, especialmente os artigos 39 e 51: 4
No caso em tela, aplica-se o Có digo de Defesa do Consumidor, vez que a Ré é fornecedora
de serviços e os Autores sã o consumidores.
6.2 - Da Inversã o do Ô nus da Prova
Por força de nossa legislaçã o a Ré incumbe apresentar a existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito da Requerente, nos termos do inciso II, do artigo 373
do Có digo de Processo Civil.
4 Artigo 39: É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras prá ticas
abusivas:
(...)
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou
condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços (...)
Artigo 51: São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos
e serviços que:
(...)
IV- estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade; (...) § 1º: Presume-se exagerada, entre outros
casos, a vantagem que: (...)
II- restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu
objeto ou o equilíbrio contratual;
III- se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o
interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.

Da mesma forma, o Có digo de Defesa do Consumidor, especialmente no inciso VIII do artigo


6º, descreve como direitos bá sicos do consumidor:
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
(...)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo
civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiência.

O pará grafo 3º, inciso II do artigo 373 do có digo de processo civil, deixa claro que ao
tornar-se excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito, ocorrerá a inversã o do
ô nus da prova.
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
(...)
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.

Isto posto, faz jus os Autores a inversã o do ô nus da prova, nos termos do pará grafo 3º,
inciso II do artigo 373 do Có digo de Processo Civil e inciso VIII do artigo 6º do Có digo de
Defesa do Consumidor.

VII - DOS DANOS


No caso em exame, nã o há dú vida quando a responsabilidade da Ré em indenizar os
Autores os danos por ele sofridos.
7.1 - Do Dano Material
Cabe a empresa Ré efetuar o pagamento da importâ ncia de R$ 00.000,00, conforme 100%
tabela FIPE em anexo, com a incidência dos juros e correçã o monetá ria desde a data do
evento.
As clá usulas 6.2 e 6.3 do Regulamento da Ré que tratam dos procedimentos para o caso de
Furto/Roubo e o prazo para pagamento sã o as seguintes:
6.2. PROCEDIMENTOS EM CASO DE FURTO/ROUBO:
a) Comunicar imediatamente a polícia;
b) Avisar imediatamente a UNICOON;
c) Apresentar a documentação necessária, conforme descrito no artigo 6.4 deste regulamento;
d) Havendo rastreador deverá acionar imediatamente a empresa de monitoramento e pedir a localização;
e) Liberação do veículo junto a órgãos competentes em caso de recuperação do bem, salientando que qualquer
custo com diária/estadia é de responsabilidade exclusiva do associado;
f) Assinar procuração por instrumento público, dando plenos poderes a associação para futuras ações.
g) Pagamento da cota-participação.
6.3. PRAZO
O Associado deverá comunicar imediatamente a associação e terá o prazo improrrogável de até 03 (três) dias
corridos, contados da data do fato/evento para requerer o termo de acionamento e enviar a documentação
necessária. Devendo pagar ainda o valor da cota-participação, tendo em vista a programação do rateio. Não sendo
obedecido o prazo aqui estabelecido, o associado perde o direito de requerer os benefícios.
6.6. Forma e prazo de pagamento
6.6.1. Em caso de eventuais prejuízos materiais com resultado em perda total, roubo ou furto do veículo
previamente cadastrado na associação, a UNICOON possui o prazo de até 60 (sessenta) dias úteis para ratear entre
o corpo social e ressarcir o associado prejudicado com o prejuízo correspondente, a contar da data de entrega de
toda a documentação solicitada pela UNICOON. E caso haja realização de sindicância o prazo iniciará a partir da
finalização desta, que em média será realizado em até 30 (trinta) dias úteis, salvo caso fortuito ou força maior.
a) O ressarcimento será realizado de uma só vez ou parcelado, de acordo com as condições econômicas da
UNICOON em cheque nominal ou cruzado, ou ainda por transferência bancária ou depósito bancário. Ou ainda,
por meio da reposição do bem por outro da mesma espécie ou tipo, conforme decisão da UNICOON, sempre
deduzindo a participação do associado diretamente prejudicado no evento danoso

Os Autores cumpriram as obrigaçõ es do associado constantes no regulamento, quais sejam,


dar imediato conhecimento a Ré e comunicar imediatamente as autoridades policiais
competentes logo apó s o furto, bem como requerer a lavratura do Boletim de Ocorrência.
Assim, os Autores seguiram os procedimentos previstos no Regulamento da Ré, todavia,
nã o conseguirem obter o pagamento do prêmio do veículo, fazendo jus ao recebimento da
indenizaçã o no importe de R$ 00.000,00, conforme 100% tabela FIPE, acrescido de
correçã o monetá ria e juros de mora.
7.2 - Do Dano Moral
Demonstrado os fatos, o direito, destacamos que restou ainda a dor, a lembrança, o
constrangimento suportado pelos Autores, já mesmo efetuando os pagamentos
pontualmente nã o conseguiram até o momento o valor do prêmio do seguro.
É de suma importâ ncia frisar que a ocorrência de algumas circunstâ ncias ao ato lesivo afeta
a personalidade do indivíduo, sua honra, sua integridade psíquica, seu bem-estar suas
virtudes enfim, causando- lhe mal-estar ou indisposiçã o de natureza espiritual.
Contudo, os acontecimentos como bem demonstrado contribuíram para o abalo emocional,
psíquico sofrido pelos Autores. Todo o ocorrido, afetou diretamente sua integridade moral,
psicoló gica, sofrimento, angú stia acometido no momento da negativa do pagamento, tendo
reflexos até o momento.
Dessa forma, reiteramos que todo ocorrido trouxe abalo emocional imensurá vel!!!
O caso traz profundo desgaste emocional aos Autores, pois houve uma expectativa para
adquirir outro veículo, expectativa essa que foi frustrada por nã o possuírem condiçõ es
financeiras. A recusa da Ré em realizar o pagamento da indenizaçã o pelo furto do veículo
causou frustaçõ es aos Autores que contrataram a prestaçã o de serviços que nã o foi
cumprida.
A obrigaçã o de indenizar é a consequência jurídica do ato ilícito (artigos 927 a 954, do
Có digo Civil). Sabe-se que para configurar o ato ilícito é necessá ria a presença de três
elementos, quais sejam: o fato lesivo voluntá rio, causado pelo agente, por açã o ou omissã o
voluntá ria, negligência ou imprudência; a ocorrência do dano patrimonial ou moral; e o
nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente.
Os requisitos autorizadores para o reparo moral estã o presentes e a obrigatoriedade de
corrigi-lo está consagrada na Constituiçã o Federal, precisamente em seu artigo 5º, onde a
todo cidadã o é assegurado"o direito de resposta, proporcionalmente ao agravo, além de
indenizaçã o por danos moral ou á imagem"(inciso V) e também pelo seu inciso X, onde:
"sã o inviolá veis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando
o direito a indenizaçã o pelo dano material ou moral decorrente de sua violaçã o."
Inegá vel a existência de dano moral. Nessa esteira a jurisprudência:
"APELAÇÃO - FRUSTRAÇÃO DO CONTRATO - DEMORA NA REGULARIZAÇÃO DE BEM - INADIMPLEMENTO
QUALIFICADO - DESCASO COM O CONSUMIDOR - DANO MORAL - DESVIO PRODUTIVO - MANUTENÇÃO DO
JULGADO. - Dever de indenizar (artigos 186 e 927, do Código Civil)- confessa violação do dever de higidez do
produto com evidente descaso na satisfação do contrato - atraso de quase dez meses para a transferência regular
da documentação do veículo alienado; - Responsabilidade civil que tem o condão de punir condutas ilícitas,
especialmente quando reiteradamente adotadas por justificativas econômicas ("lucro ilícito"). 'Tese do 'desvio
produtivo do consumidor' - valor de acordo com a extensão do dano (art. 944, do Código Civil) e de acordo com os
paradigmas jurisprudenciais; - Manutenção da decisão por seus próprios e bem lançados fundamentos - artigo 252
do Regimento Interno do Tribunal de Justiça de São Paulo. RECURSO NÃO PROVIDO."(TJ- SP - APL:
00068815620148260081 SP 0006881- 56.2014.8.26.0081, Relator: Maria Lúcia Pizzotti, Data de Julgamento:
13/01/2017, 27a Câmara Extraordinária de Direito Privado, Data de Publicação: 13/01/2017) (sem destaques no
original)
"DANOS MORAIS - DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR - DANO MORAL IN RE IPSA - QUANTUM FIXADO
RAZOÁVEL E PROPORCIONAL. Aplicação da tese do "desvio produtivo do consumidor", segundo a qual a
condenação deve considerar o desvio de competências do indivíduo ao realizar tentativas de solução de um
problema causado pelo fornecedor de serviços, com reiteradas frustrações, ante a ineficiência e descaso deste.
Dano moral in re ipsa. Quantum fixado razoável e proporcional. Recurso conhecido e não provido."(TJ- MS - APL:
08039525620158120021 MS 0803952-56.2015.8.12.0021, Relator: Des. Vilson Bertelli, Data de Julgamento:
07/12/2016, 2a Câmara Cível, Data de Publicação: 08/12/2016) (sem destaques no original)

Nome, ao tratar do dano moral, ressalva que a REPARAÇÃ O tem sua dupla funçã o, a penal "
constituindo uma sançã o imposta ao ofensor, visando à diminuiçã o de seu patrimô nio, pela
indenizaçã o paga ao ofendido, visto que o bem jurídico da pessoa (integridade física, moral
e intelectual) nã o poderá ser violado impunemente ", e a funçã o satisfató ria ou
compensató ria, pois" como o dano moral constitui um menoscabo a interesses jurídicos
extra patrimoniais, provocando sentimentos que nã o têm preço, a reparaçã o pecuniá ria
visa proporcionar ao prejudicado uma satisfaçã o que atenue a ofensa causada. " (Curso de
Direito Civil Brasileiro, 7º vol., 9a ed., Saraiva).
Tendo em vista os motivos expostos e, conforme entendimento jurisprudencial de que" a
indenizaçã o do dano moral tem a dupla finalidade pró pria do instituto, qual seja,
reparató ria, face ao ofendido, e educativa e sancionató ria, em face do ofensor ", entende-se
razoá vel a indenizaçã o arbitrada no importe de R$ 00.000,00.
7.3 - Do Dano Temporal
Cabe fazer mençã o deste novo dispositivo que vem sendo aceito pelas instâ ncias
superiores, pelo descaso para com o consumidor no tocante ao tempo de espera, ou ao
tempo em solucionar e dar a devida atençã o a parte mais frá gil da relaçã o consumerista,
tendo o tempo como um bem jurídico tutelá vel nas relaçõ es de consumo, pela subtraçã o do
tempo produtivo do consumidor.
Com o destarte, os Autores tentaram de inú meras formas obter o valor do prêmio do
veículo.
A perca do tempo que é estimá vel e passivo de indenizaçã o conforme o caso em tela, nesse
sentido temos o entendimento do doutrinador
Nomecitado por Guglinski:
"Outra forma interessante de indenização por dano moral que tem sido admitida pela jurisprudência é a
indenização pela perda do tempo livre do consumidor. Muitas situações do cotidiano nos trazem a sensação de
perda de tempo: o tempo em que ficamos "presos" no trânsito; o tempo para cancelar a contratação que não mais
nos interessa; o tempo para cancelar a cobrança indevida do cartão de crédito; a espera de atendimento em
consultórios médicos etc. A maioria dessas situações, desde que não cause outros danos, deve ser tolerada, uma
vez que faz parte da vida em sociedade. Ao contrário, a indenização pela perda do tempo livre trata de situações
intoleráveis, em que há desídia e desrespeito aos consumidores, que muitas vezes se veem compelidos a sair de
sua rotina e perder o tempo livre para soluciona problemas causados por atos ilícitos ou condutas abusivas dos
fornecedores. Tais situações fogem do que usualmente se aceita como "normal", em se tratando de espera por
parte do consumidor. São aqueles famosos casos de call center e em que se espera durante 30 minutos ou mais,
sendo transferido de um atendente para o outro. Nesses casos, percebe-se claramente o desrespeito ao
consumidor, que é prontamente atendido quando da contratação, mas, quando busca o atendimento para
resolver qualquer impasse, é obrigado, injustificadamente, a perder seu tempo livre."

Assim, requer a indenizaçã o equivalente a 02 (dois) salá rios mínimos pela demora no
pagamento do prêmio do veículo furtado, totalizando o valor de R$ 00.000,00.
7.4 - Dos Lucros Cessantes e Danos Emergentes
Deverá , também, a Ré além de indenizar pelos danos materiais e morais, assumir todas as
responsabilidades financeiras em relaçã o a outros prejuízos que atingiram o patrimô nio
corpó reo do Autor, Nomequais sejam, os lucros cessantes pela impossibilidade de exercer
sua profissã o de taxista.
Como consta do BO (Boletim de Ocorrência) o documento Condutax também foi furtado,
razã o pela qual o Autor nã o anexou aos autos, mas podemos observar no documento abaixo
que se trata de tá xi:
Ora excelência, compreende-se por lucros cessantes os danos materiais efetivos sofridos
por alguém, em funçã o de culpa, omissã o, negligência, dolo, imperícia de outrem.
Por fim, a Ré deverá arcar com os lucros cessantes do Autor, compreende-se por lucros
cessantes e os danos materiais efetivos sofridos.
O Có digo Civil Brasileiro em seu artigo 402, assim dispõ e sobre a reparaçã o desses
danos:"Salvo as exceçõ es expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar"
Conforme já dito, o referido veículo era ferramenta de trabalho do Autor, Nome fazendo
com que ficasse prejudicada a sua renda mensal, em razã o de nã o poder utilizar o veículo ,
já que a reparaçã o dos danos é de responsabilidade da Ré e a mesma se nega a reparar tais
danos.
O Autor recebe uma média mensal de R$ 00.000,00.
Com isso, requer seja condenada a Ré ao pagamento dos lucros cessantes no valor de R$
00.000,00, tendo em vista que em decorrência da negativa de pagar o prêmio do veículo,
deixou o Autor de auferir renda no tempo em que ficou sem exercer sua atividade
profissional, conforme já dito, seu veículo era essencial para realizaçã o de suas atividades.
Insta salientar, que o Autor buscou, de boa-fé, composiçã o amigá vel, mas em nenhuma
delas a Ré se mostrou disposta a cooperar, nã o lhe restando escolhas, senã o o socorro do
Poder Judiciá rio.
VIII - DA TUTELA DE URGÊ NCIA
Indiscutivelmente, no caso em tela, existem todos os requisitos necessá rios para a
concessã o da liminar, quais sejam o" periculum in mora "e o" fumus boni iuris ", vez que o
Autor utilizava o veículo para seu sustento, pois era taxista, sendo que o" periculum in
mora "consiste nos prejuízos que o Autor vem sofrendo caso nã o seja atendido o
requerimento liminar, eis que o veículo é essencial para o sustento do Autor e de sua
família.
Da mesma forma, a"fumaça do bom direito"é deveras consistente, uma vez que se trata de
direito bá sico e constitucional das pessoas amparadas pelo pagamento pontual das
parcelas do seguro, além da legislaçã o protetiva, ampla difusã o doutriná ria e
jurisprudencial favorá veis, devendo o provimento jurisdicional ora requerido, sob pena de
multa diá ria de R$ 00.000,00.

IX- DOS PEDIDOS


Diante do exposto requer a procedência total da presente açã o para requerer:
a) Que seja deferida a tramitaçã o prioritá ria, vez que é portador de deficiência física, nos
termos do artigo 9º, inciso VII da Lei 13.146/2015;
b) CONCESSÃ O DE TUTELA DE URGÊ NCIA, inaudita altera pars,
para determinar o pelas razões expostas na exordial, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos
reais);
c) Que seja deferida a inversã o do ô nus da prova, nos termos do pará grafo 3º, inciso II do
artigo 373 do Có digo de Processo Civil e inciso VIII do artigo 6º do Có digo de Defesa do
Consumidor;
d) Que seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a açã o, a fim de condenar a Ré ao
pagamento no valor de R$ 00.000,00, conforme 100% tabela FIPE, a título de danos
materiais e de lucros cessantes no valor de R$ 00.000,00, acrescidos de juros e correçã o
monetá ria;
e) A condenaçã o da Ré a indenizar a título de danos morais o importe mínimo de R$
00.000,00e R$ 00.000,00de danos temporais, e caso nã o seja esse o entendimento de Vossa
Excelência, vem requerer seja arbitrado outro valor sendo compatível aos danos sofridos
expostos na exordial; com a incidência de juros e correçã o monetá ria;
f) Que sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita , nos termos do artigo 12 da Lei
1.060/50, e artigos 98 e 99 do Novo Có digo de Processo Civil, por ser o autor pobre na
acepçã o legal, nã o podendo arcar com as custas do processo sem prejuízo do sustento
pró prio e de sua família;
g) A citaçã o da Ré por intermédio do sistema de cadastro de processos em autos
eletrô nicos nos termos do artigo 246 § 1º do CPC, ou caso nã o haja o cadastro que seja
citado pelo Correio por carta com Aviso de
Recebimento nos termos do artigo 246, inciso I e 248 do CPC, sob pena de revelia artigo
344 CPC;
h) Que seja a Ré condenada ao pagamento das custas e honorá rios advocatícios, no importe
de 10% a 20% do valor da causa; nos termos do artigo 85, pará grafo 2º do CPC;
i) Requer-se que sejam provados os fatos narrados na inicial por meio de prova
documental, prova testemunhal, e de todos os meios admitidos em direitos que forem
necessá rios para a concessã o de seu direito;
j) Desde já , declara expressamente o integral interesse na promoçã o de Audiência de
Conciliaçã o , e soluçã o amigá vel do conflito, nos moldes do inciso VII do artigo 319 do
Có digo de Processo Civil;
k) Todas as intimaçõ es relativas a presente açã o, seja realizada em nome da patrona da
causa Dra. Nome, inscrita na 00.000 OAB/UF, telefone 11- (00)00000-0000, com endereço
na Endereço, Santana, Sã o Paulo, SP.
Dá -se a presente causa o valor de R$ 00.000,00.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Sã o Paulo, 02 de junho de 2020.
Nome- 00.000 OAB/UF

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