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A Requerente faz jus à concessã o da ASSISTÊ NCIA JUDICIÁ RIA GRATUITA , haja vista que a
mesma nã o possui rendimentos suficientes para custear as despesas processuais em
detrimento de seu sustento e de sua família.
Tal pleito se justifica pela disposiçã o constitucionalmente assegurada pela Constituiçã o
Federal, consoante o que disciplina o artigo 5º, LXXIV e nos termos da Lei nº 7.115/83,
artigos. 1º e 2º; Art. 4º da Lei nº 7.510/86, bem como os art. 98 e 99 da Lei nº 13.105/2015,
( NCPC).
A Requerente junta com a presente peça a declaraçã o de pobreza, afirmando que nã o
possui condiçõ es para arcar com as despesas processuais. De acordo com o que preconiza o
artigo 4º da Lei nº 7.510/86 , basta a afirmaçã o de que nã o possui condiçõ es de arcar com
custas e honorá rios, sem prejuízo pró prio e de sua família, na pró pria petiçã o inicial ou em
seu pedido, a qualquer momento do processo, para a concessã o do benefício, pelo que nos
bastamos do texto da lei, in verbis :
Art. 4º A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição
inicial, de que não está em sem prejuízo próprio ou de sua família.
§ 1º Presume-se pobre, até prova em contrá rio, quem afirmar essa condiçã o nos termos da
lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais.
Entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter acesso à Justiça, garantia
maior dos cidadã os no Estado de Direito, corolá rio do princípio constitucional da
inafastabilidade da jurisdiçã o, artigo 5º, inciso XXXV da Constituiçã o de 1988.
Veja-se que as normas legais mencionadas nã o exigem que a Requerente da assistência
judiciá ria seja miserá vel para recebê-la, sob a forma de isençã o de custas, bastando que
comprovem a insuficiência de recursos para custear o processo, ou, como reza a norma
constitucional, que nã o estã o em condiçõ es de pagar custas do processo sem prejuízo
pró prio ou de sua família, bem como as normas de concessã o do benefício nã o vedam tal
benesse a quem o requeira através de advogados particulares.
Porem, como já afirmado decorre da letra expressa do Art. 98 e 99 do NCPC , o qual versa
que a pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorá rios advocatícios têm direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei, senã o vejamos, o que preconiza o citado artigo:
Art. 98 /NCPC. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
Art. 99 /NCPC. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petiçã o inicial, na
contestaçã o, na petiçã o para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
No mesmo sentido a jurisprudência do STJ:
fez acompanhar por declaraçã o firmada pelo Autor. Inexigibilidade de outras providências.
Nã o-revogaçã o do art. 4º da Lei nº 1.060/50 pelo disposto no inciso LXXIV do art. 5º da
constituiçã o. Precedentes. Recurso conhecido e provido.
1. Em princípio, a simples declaraçã o firmada pela parte que requer o benefício da
assistência judiciá ria, dizendo-se 'pobre nos termos da lei', desprovida de recursos para
arcar com as despesas do processo e com o pagamento de honorá rio de advogado, é, na
medida em que dotada de presunçã o iuris tantum de veracidade, suficiente à concessã o do
benefício legal."[STJ, REsp. 38.124.-0-RS. Rel. Ministro Sá lvio de Figueiredo Teixeira.]
Finalmente, pugno que Vossa Excelência conceda os benefícios da gratuidade em virtude
dos elementos que dispõ e os autos para sua concessã o. Declaraçã o de pobreza em anexo
(doc. n.03).
II - DOS FATOS:
Ocorre que no dia 12 de Agosto de 2017, a Requerente mediante contrato verbal negociou
por meio da compra e venda com o Requerido um veículo no valor á vista e em dinheiro a
quantia de , com a seguinte característica : Automó vel de passeio, ano 1989, marca Ford,
modelo Escort GL, placa HQS 63 43, CHASSI nº , RENAVAM , na cor cinza.
Cumpre informar que, para a aquisiçã o do automó vel, solicitou um empréstimo no valor de
na data do dia 04 de Agosto de 2017 para interar com o valor que tinha, pois acabara de ter
um filho e necessitava com urgência em adquirir um veículo, conforme faz prova a certidã o
de nascimento e o recibo do empréstimo ora juntados ao (doc nº 04).
transitava pela cidade com seu carro, o mesmo desligou sem motivo aparente e contra a
vontade da Requerente. Diante do ocorrido acionou o mecâ nico para levá -lo para a oficina a
fim de verificar o problema e efetuar o reparo necessá rio, que naquele momento era
adequado para coloca-ló em condiçõ es de trafegar. Para tanto foi gasto o valor de ,
acreditando que fazendo este reparo o carro ficaria em condiçõ es de uso, pois no dia da
compra o Requerido garantiu que o carro estava em perfeita condiçõ es de uso.
Mas no dia 31 de Agosto do mesmo ano a requerente precisou sair de casa para comprar
medicamentos para seu filho recém-nascido e novamente o carro nã o quis dar a partida,
momento em que chamou o mecâ nico que o rebocou para sua oficina efetuando novos
consertos a fim de colocar o veículo em funcionamento, cobrando para tanto o valor de ,
conforme faz provas os documentos colecionados ao (doc nº 05).
Diante dos problemas ocorridos, a Requerente entrou em contato pelo aplicativo Whatsapp
com o Requerido dizendo que o carro estava apresentando muitos defeitos e o mesmo
deveria arcar com os custos destes reparos, vez quando da aquisiçã o garantiu que estava
em perfeita condiçõ es de uso, porem o Requerido argumentou que o veículo quando estava
na sua posse nã o apresentava defeito algum, Data venia, (doc nº 06).
"Quando eu te passei o carro ele estava bom não tinha nada de errado nele, não tinha nenhum problema no
carburador, até pq se tivesse algum problema eu não teria chegado em altinipoolis com ele andei mais de 50 km
para levar ele aí depois disso vc andou nele seu mecânico avaliou ele, se tivesse algum problema nele daria para
ter percebido no dia neh pq no dia ele rodou bastante.
Agora se ele está com problema nã o sei te dizer o pq. Comigo ele nunca deu problema desse
jeito."Ipsis litteris.
Porem apó s esta conversa o Requerido permaneceu irredutível quanto ao pagamento dos
gastos, tendo desta forma a Requerente suportado sozinha apresentou mais defeito
relacionado com a partida até o dia da transferência que ocorreu na data de 14 de
Setembro de 2017 conforme faz prova có pia dos documentos em nome do vendedor e
transferido para a Requerente, (doc nº 07).
Posteriormente, a Requerente de posse do veículo já registrado em seu nome,
transcorridos 11 dias da compra efetiva, precisamente no dia 25 de Setembro de 2017,
constatou que havia um odor de fumaça saindo pelo sistema de escape do veículo,
preocupada, pois usa o carro para levar seu filho recém- nascido para tomar vacinas e
outros cuidados que necessitava de deslocamento, resolveu de pronto levar o carro
novamente ao mecâ nico. Este apó s uma verificaçã o mais aprofundada dos problemas
relatados pela Requerente constatou que o motor do carro estava precisando de reparos
urgentes.
A Requerente assustada com o que o mecâ nico lhe informou, retirou o carro da oficina e
levou a outras duas oficinas distintas, as quais chegaram a mesma conclusã o fatídica, que o
seu carro estava com um problema no motor de dificílima constataçã o sem os instrumentos
de aferiçã o de níveis de temperatura, queima de ó leo e de pressã o seria impossível
descobrir, conforme orçamento do motor em todas as 03 (três) oficinas, (doc nº 08).
Novamente a Requerente entrou em contato com o Requerido no dia 10 de Outubro de
2017 e relatou o problema no motor, o mesmo quedou-se inerte dizendo que o carro
sempre esteve em ó timo estado e logo em seguida bloqueou a mesma no Whatsapp,
conforme faz prova conversa anexa, (doc nº 09).
Neste ensejo o carro adquirido pelo valor de , torna-se imprestá vel para o uso ao qual se
destina, pois se somados os valores pagos e as manutençõ es feitas e o conserto do motor,
perfaz um valor de , superando e em muito o valor venal de tal bem, tornando efetivamente
oneroso para a Requerente, sendo que o preço da tabela FIPE é de estado de conservaçã o,
(doc nº 10).
O Requerido em nenhum momento demonstrou interesse em resolver tal conflito, se
esquivando de qualquer responsabilidade sobre o bem que vendeu nã o dando outra saída
para a Requerente se nã o procurar seus direitos junto ao Judiciá rio, desta forma preconiza
o artigo 186 caput, C.C:
Artigo 186, caput, CC:
Aquele que, por açã o ou omissã o voluntá ria, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
IV - DO DIREITO:
Nesta esteira, fica claro que o Requerido sabia dos vícios ocultos do dito automó vel, pois
um carro que apó s alguns dias de uso começa a dar defeito no motor demonstra que já
havia algo de errado com o mesmo, ou seja, o ú nico intuito do Requerido era vender o carro
para outra pessoa para que o pró ximo comprador suportasse sozinho o gasto com o
automó vel. Mas a lei civil estabelece:
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não
conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Portanto a atitude do Requerido caracteriza clara violaçã o a honra e deve ser punido com
valores que satisfaçã o o dano moral e material experimentado pela Requerente que á gil
dentro dos seus limites, comprou pagou e nã o recebeu a contra partida devida.
Do mesmo modo o Art. 927 do Có digo Cível descreve:
Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187 cc), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará -lo.
Neste mister faz necessá rio dizer que em virtude do que diz o art. 441, cc, que a coisa
eivada de vícios e imprestá vel para o uso, pode ser rejeitada, se nã o vejamos:
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que
a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
exclusiva vontade de vender algo que estava imprestá vel para o fim que destinava, pô s há
venda tal bem que acarretou uma série de problemas para a Requerida.
Neste mesmo sentido ao alienante ainda persiste sua obrigaçã o de dar garantia mesmo se
apó s o tempo da tradiçã o, se nã o vejamos:
Art. 444, cc. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer
por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Os danos matérias estã o plenamente configurados, quais sejam aqueles suportados pela
Requerente a título de tudo que ela gastou com o automó vel, que no momento está
imprestá vel para o uso, pois a Requerente nã o tem dinheiro para o conserto do motor,
tendo em vista ainda estar pagando o empréstimo que fez para a compra do mesmo, no
montante de , e os valores pagos com os primeiros reparos feitos no automó vel que
correspondem ao montante de , somados ao valor da compra do aludido bem, perfazem um
valor total de , sem recursos para fazer. Todos esses gastos estã o colacionados ao (doc nº
05).
Cumpri informar que a nossa jurisprudência já sedimentou entendimento que os danos
materiais e morais podem ser acumulados, como colocado em seguida.