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MANUAL
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As sessões 1 e 2 correspondem à fase da motivação/envolvimento dos pais no programa
através da redução da culpa parental (“gift giving”) e de os pais tomarem consciência que
têm de ter a autoridade na família e serem consistentes:
- Natureza transacional do comportamento da criança/adolescentes
(caraterísticas de temperamento): reduzir a culpa que os pais sentem pelos problemas de
comportamento;
- Natureza sistémica do comportamento da criança/adolescente (escola,
colegas…): fazer os pais sentirem que se não assumem a autoridade podem “perder” o
adolescente;
- Normalizar os problemas e sentimentos da família: todos os pais de adolescentes
difíceis se sentem assim e no grupo os pais partilham sentimentos semelhantes;
- Aumentar a esperança dos pais: se os pais restabelecerem o afeto e assumirem a
autoridade perdida a mudança pode acontecer;
- Experienciar uma relação de confiança e compreensão com o dinamizador:
muitas vezes oposta ao que sentem com as redes formais (escola; CPCJ; centro de saúde…)
e informais (famílias de outros adolescentes; família alargada e até a própria família
nuclear).
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positiva” que lhe tem permitido lidar com esse e outros desafios da parentalidade. 1
minuto antes do fim o dinamizador dá um lembrete de que daí a um minuto vão
terminar.
- Durante a apresentação de cada elemento pelo com que esteve a conversar o
codinamizador escreve o nome do membro que está a ser apresentado pelo outro
numa etiqueta e dá ao membro para colar ou colocar (se forem crachás que serão
usados em todas as sessões). Nesta apresentação não interessam outras
características (como profissão, nível de escolaridade,…) mas serão aceites se
partilhadas espontaneamente. O codinamizador regista a partilha no flipchart em 4
colunas.
- No fim da partilha o codinamizador sintetiza enfatizando as semelhanças nos
desafios e nas características positivas. O objetivo desta dinâmica em “dueto” é
quebrar o gelo no grupo, começar a construir relações dentro do grupo, empatizar com
as dificuldades que os pais têm sentido e dar-lhes espaço para as expressar e colocar
o foco no “positivo”, nas potencialidades que têm, dando-lhes “poder”. Serve também
para o início do desenvolvimento da “escuta ativa” nos elementos do grupo.
- O dinamizador pede a cada membro que especifique quais são os seus objetivos de
participação no programa colocando a pergunta “o que gostariam que mudasse e
qual/quais os comportamentos do vosso filho que vos mostrarão que essa mudança
aconteceu”: ajudar os pais a focarem-se em mudanças específicas que queiram ver
acontecer e ajudá-los também a ver as possíveis e as impossíveis e a colocarem
prioridades (focarem-se nas que serão mais facilmente atingidas em 12 semanas).
Nesta identificação podem ser sempre distinguidos os objetivos relativos ao
comportamento do pai e ao do filho que selecionam como alvo para a participação
no programa (devem selecionar apenas um filho como alvo, apesar de poderem
aplicar as estratégias com todos lá em casa): desta forma é possível os pais
começarem a ver que estão relacionados e que a mudança num é que implica a
mudança no outro. Se os pais tiverem dificuldade, usar objetivos que a maioria dos
pais concorda e perguntar se se identificam a algum desses: “estudar todos os dias
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sem ser preciso uma discussão” “levantar-se de manhã a horas de se preparar para a
escola” “respeitar os professores” “aumentar o respeito entre os membros da
família” “reduzir a preocupação que tenho”.
- Os objetivos devem ser sempre “específicos” (comportamento/s indicadores de
mudança) e formulados na positiva (o que querem ver acontecer mais versus o que
querem ver acontecer menos”: o dinamizador apoia os pais na reformulação para
mudanças positivas quando os pais apresentam o objetivo na negativa.
- O codinamizador escreve no quadro os “objetivos para os filhos” (não colocar os
dos pais, embora os valide) com o nome dos pais e no fim da sessão, quando
estiverem a registar os objetivos para a semana na “capa de objetivos”, pedir a cada
membro que registe no topo da folha os objetivos que identificou como sendo o alvo
a atingir com a participação no programa. Desta forma, ao longo do programa, o
dinamizador pode sempre usar estes objetivos para reduzir a resistência dos pais à
mudança, implicando-os. Este folheto “objetivos da minha participação no
programa” deve ser depois colocada na parede nas sessões seguintes e pode ser
objeto de modificação sempre que um elemento o deseje.
3. Regras do grupo
- Pede-se a participação dos membros do grupo na definição das regras (colocar
na positiva). O codinamizador regista-as no quadro e nas sessões posteriores
estarão sempre afixadas na parede, em local visível, numa cartolina. Podem ser
acrescentadas outras ao longo do programa. É muito importante que todos
concordem pois aumenta a responsabilização de cada elemento por as cumprir.
Por este motivo o dinamizador só escreve a regra depois de todos concordarem.
Os dinamizadores também assumem compromissos: preparar sessões; fazer
cumprir as regras do grupo; respeitar o plano da sessão; estar meia hora antes da
hora de início do grupo; dar feedback todas as semanas e telefonar.
- A pergunta inicial pode ser algo como: “Vamos estar juntos 12 semanas. Vamos
partilhar opiniões. Vamos também partilhar situações mais difíceis e pessoais. Que
regras entendem que devemos ter para o podermos fazer com segurança e para
nos sentirmos bem neste grupo? E mais? E mais?” (Exemplos de regras: começar e
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terminar a horas; todos têm direito a falar; todas as opiniões devem ser
respeitadas; o que acontece e se fala no grupo fica no grupo; ...).
- Sugere-se o “Problema 5 - Lidar com um amigo que é uma má influência”; para procurar
gerar razões para o facto de o Tó ter baixado as notas e ter escolhido um amigo que os
pais consideram uma má influência. Pode ser selecionado outro Problema que os
dinamizadores considerem que se adequa mais às características do grupo.
- Introduzir o Problema: “Vamos ver uma família: um pai, uma mãe e um filho adolescente.
Este está a baixar as notas na escola” e a pergunta orientadora: “Pensem quais poderão
ser algumas das razões que podem estar a contribuir para o Tó estar a baixar as notas na
escola?”
- Mostrar apenas o Problema (não mostrar nenhuma das soluções) e parar antes do
narrador perguntar sobre as soluções para esse problema.
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4.2 Em “duetos” identificam três razões que possam justificar esse
comportamento do adolescente.
RAZÃO 3. TOCAR NOS PONTOS FRACOS DOS PAIS ou OS PAIS TOCAREM NOS PONTOS
FRACOS DO ADOLESCENTE
- para evitar cumprir uma ordem ou uma punição (consequência) o adolescente tenta
obter o controlo da situação fazendo com que os adultos percam esse controlo e assim
deixem de pensar com clareza: o adulto perde a calma e a firmeza e “reage” em vez de
“agir” com calma
- os pais ao perderem o controlo “descem” ao nível dos filhos e deixam de poder exercer
o papel de pais
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- o oposto também acontece: pelos “sermões” levar o adolescente a perder o controlo e a
“reagir” em vez de “agir”
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RAZÃO 6. PODER DOS PARES (DOS IGUAIS)
- a mudança hormonal entre os 12 e os 13 anos coloca os adolescentes num limbo: entre
a Infância e a Adultez. Parte é uma criança e procura o afeto dos pais; parte é um adulto e
precisa de explorar e experimentar como é ser crescido e ter amigos crescidos
- esta fase no país de ninguém pode ser uma fase de grande SOLIDÃO e CONFUSÃO: o que
aumenta a SENSIBILIDADE À ACEITAÇÃO dos seus iguais = os que se parecem, sentem e
pensam como ele (e não os seus pais que não se parecem, que não pensam e que não
sentem como ele)
- “para evitar ser expulso do CLUBE” o adolescente pode ter de pagar um preço muito alto:
tem de aceitar as REGRAS do clube e as quais podem ser: fumar, beber, não estudar, gozar
com os mais novos e fracos, …
- o truque é usar os “iguais” como aliados; se não for possível é preciso procurar ajuda na
comunidade (professores; conselheiros; outros pais)
- quanto maior a “qualidade da relação afetiva” com os pais mais protegidos estão desta
necessidade de aceitação do grupo
1. INDIVIDUAIS: uso de drogas e/ou álcool; ser rapaz; problemas de saúde mental (por
ex. PH/DA); problemas de comportamentos, na escola, de início precoce; baixo QI;
dificuldades físicas e/ou problemas de saúde; atitude favorável face à delinquência;
mentira; ...
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2. FAMÍLIA: pobreza (pelo stresse associado e outros problemas); pais envolvidos em
atividades criminais/ilegais; divórcio conflituoso com triangulação do adolescente;
ausência de figura paterna; negligência; abuso
5. VIZINHANÇA: pobreza, crime, drogas são comuns; a vizinhança não apoia a família
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5. Apresentação da estrutura do programa e das modalidades de
funcionamento que irão caracterizar cada sessão
Partindo das razões encontradas e das competências parentais identificadas como
necessárias para restabelecer o afeto e a autoridade na família e com o adolescente
apresentar a estrutura do programa e as competências que o Programa permite aos pais
adquirir:
Objetivo do programa
- o objetivo do programa é aumentar a qualidade das relações entre pais e filhos,
desenvolvendo estratégias que reduzam o mau comportamento da criança/adolescente
em casa, na escola e com os colegas. O símbolo do programa é um barco com duas velas, a
maior simboliza os pais e a mais pequena o filho; a base é o suporte que toda a sociedade,
incluindo as políticas de trabalho, as escolas, os profissionais de saúde, os vizinhos, a
família alargada e este programa dão aos pais e à criança/adolescente. Ambas as velas são
necessárias, o capitão do navio são os pais e cada barco escolhe o seu caminho para chegar
ao mesmo destino.
- para que isso seja possível o programa está estruturado em 12 sessões (passar a
apresentar a a estrutura).
Estrutura do programa
- Apresentar as temáticas: os temas das sessões têm como objetivo apoiar os pais a
Restabelecer a Comunicação, a Confiança e o Afeto, ao mesmo tempo que Controlam os
problemas e se restabelecem a Autoridade. A primeira metade do programa visa o
restabelecimento do afeto, da comunicação para aumentar a probabilidade de o
adolescente desejar obedecer e colaborar e, deste modo, reduzir os problemas que
preocupam os pais. Na segunda parte vamos ver algumas estratégias que os pais podem
utilizar para reduzir o comportamento negativo que continua a acontecer.
- Distribuir uma folha com as temáticas de cada sessão (lista das sessões) e com o
cronograma (à frente de cada o dia em que vai acontecer a sessão) (cf. Materiais nº2)
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- Explicar a utilização do frigorífico/parque de estacionamento: necessidade de os temas
das sessões trem uma sequência e não existir dispersão em cada sessão; são registados e
na sessão sobre a temática serão discutidos (cf. Materiais nº 4)
- Explicar a estrutura de casa sessão: abertura; rever os objetivos e as atividades da
semana; introduzir o novo tópico; visualizar um “problema” do Programa (CD –
Parentalidade Sábia – Adolescentes); trocar ideias em “duos” ou “grande grupo”; praticar
com dramatizações; estabelecer os objetivos para a semana e as atividades para os
implementar; avaliar; encerrar.
- Explicar que serão atribuídos pontos para sinalizar a importância que o programa dá à
implicação dos pais na mudança: chegar a horas; fazer telefonemas ou outro tipo de
contacto com outros membros do grupo a partir da sessão 3; realizar os desafios da
semana e partilhá-los, mesmo que tenham ficado aquém das suas próprias expetativas (se
não forem atribuir pontos especificar o tipo de recompensas que vão utilizar). Enfatizar
que é também uma forma de modelar o que o programa propões que deve acontecer em
casa com os filhos. (cf. Materiais nº 6)
- Mostrar a lista de “competências” (cf. Manual do Programa) que é esperado que os pais
adquiram com a participação no programa. Pode dizer-se que a investigação mostra que
no fim do programa é esperada uma redução nos problemas de comportamento em pelo
menos 40 a 50% dos adolescentes que são difíceis (dos 12 aos 16 anos) o que é uma taxa
de sucesso muito superior à maioria das intervenções com este tipo de adolescentes
(Pushak, p. 33 do Parenting Wisely Teen: Group Curriculum).
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definem objetivos realistas, a aumentar as probabilidades de sucesso e assim a
restabelecerem a confiança na sua competência e autoeficácia).
- Utilizar com o grupo a “capa de objetivos” se entenderem que é uma estratégia
promotora do envolvimento dos pais (cf. folha de registo de objetivos no fim desta
sessão). Caso não seja os pais devem dizer o objetivo oralmente e os dinamizadores
registam para poderem utilizar no telefonema que vão fazer durante a semana para
aumentar a motivação e implicação dos pais na mudança
- Distribuir a folha “desafios da semana”
- Se os pais tiverem um nível de literacia que lhes permita ler textos e tenham interesse
escolher um dos textos recomendados, que esteja em língua portuguesa, e distribuir uma
cópia pelos pais sugerindo que vão lendo ao longo das próximas semanas (não tem de ser
para a próxima semana). Podem também selecionar um outro texto que entendam ser útil
em vez dos recomendados.
7. Avaliação da sessão
- Os pais preenchem a folha de avaliação da sessão (cf. Materiais nº 8) que colocam dentro
da “capa de objetivos”
8. Encerramento
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7 RAZÕES PARA OS PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO DOS ADOLESCENTES
(Parenting Your Out-of_control Teenager; Scott Sells, 2001)
RAZÃO 3. TOCAR NOS PONTOS FRACOS DOS PAIS ou OS PAIS TOCAREM NOS PONTOS
FRACOS DO ADOLESCENTE
- para evitar cumprir uma ordem ou uma punição (consequência) o adolescente tenta
obter o controlo da situação fazendo com que os adultos percam esse controlo e assim
deixem de pensar com clareza: o adulto perde a calma e a firmeza e “reage” em vez de
“agir” com calma
- os pais ao perderem o controlo “descem” ao nível dos filhos e deixam de poder exercer
o papel de pais
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- o oposto também acontece: pelos “sermões” levar o adolescente a perder o controlo e a
“reagir” em vez de “agir”
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RAZÃO 6. PODER DOS PARES (DOS IGUAIS)
- a mudança hormonal entre os 12 e os 13 anos coloca os adolescentes num limbo: entre
a Infância e a Adultez. Parte é uma criança e procura o afeto dos pais; parte é um adulto e
precisa de explorar e experimentar como é ser crescido e ter amigos crescidos
- esta fase no país de ninguém pode ser uma fase de grande SOLIDÃO e CONFUSÃO: o que
aumenta a SENSIBILIDADE À ACEITAÇÃO dos seus iguais = os que se parecem, sentem e
pensam como ele (e não os seus pais que não se parecem, que não pensam e que não
sentem como ele)
- “para evitar ser expulso do CLUBE” o adolescente pode ter de pagar um preço muito alto:
tem de aceitar as REGRAS do clube e as quais podem ser: fumar, beber, não estudar, gozar
com os mais novos e fracos, …
- o truque é usar os “iguais” como aliados; se não for possível é preciso procurar ajuda na
comunidade (professores; conselheiros; outros pais)
- quanto maior a “qualidade da relação afetiva” com os pais mais protegidos estão desta
necessidade de aceitação do grupo
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II. OUTRAS RAZÕES (FATORES DE RISCO) PARA OS PROBLEMAS DE
COMPORTAMENTO DOS ADOLESCENTES
1. INDIVIDUAIS: uso de drogas e/ou álcool; ser rapaz; problemas de saúde mental (por
ex. PH/DA); problemas de comportamentos, na escola, de início precoce; baixo QI;
dificuldades físicas e/ou problemas de saúde; atitude favorável face à delinquência;
mentira; ...
5. VIZINHANÇA: pobreza, crime, drogas são comuns; a vizinhança não apoia a família
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6. SOCIAS: mudanças geradas pelo avanço tecnológico com impacto negativo da
comunicação na família; mudanças nos papéis dos homens e mulheres com impacto na
definição dos papéis familiares e parentais; aumento das taxas de divórcio; dificuldades
em conciliar vida familiar e trabalho
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OBJETIVOS PARA O PROGRAMA e PARA AS SEMANAS
Os meus objetivos (o que quero conseguir atingir no FIM) coma minha participação neste
programa/grupo são:
Para o meu filho/minha filha
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Para mim e/ou para a minha família (opcional)
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1ª sessão
O meu objetivo com o meu filho/minha filha para esta semana é
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5ª sessão
O meu objetivo para esta semana é O meu objetivo com o meu filho/minha filha para esta semana
é
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7ª sessão
O meu objetivo para esta semana é O meu objetivo com o meu filho/minha filha para esta semana
é
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10ª sessão
O meu objetivo para esta semana é O meu objetivo com o meu filho/minha filha para esta semana
é
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PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
DESAFIOS DA SEMANA – SESSÃO 1
Faça uma lista dos comportamentos que gosta no seu filho/na sua filha. Depois, caso se
aplique, peça ao pai/à mãe para fazer uma lista (ou a um outro adulto que eduque
consigo o seu filho/filha) e também ao seu filho/à sua filha.
Comportamentos que o pai/a mãe do meu filho/da minha filha gosta nele/a (ou
outro adulto que educa comigo):
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Comportamentos que o meu filho/a minha filha gosta nele/a próprio/a:
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SESSÃO 02
01 Boas-vindas
02 Revisão dos princípios discutidos na última sessão e da sua aplicação em casa
durante a semana: os objetivos e desafios da última semana
03 Tópico do dia “princípios de uma parentalidade positiva” e “pais como modelo”
04 Objetivos para a semana e atividades em casa: desafios da semana
05 Avaliação da sessão pelos pais
06 Encerramento
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1. Boas-vindas
- O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à hora
marcada para a sessão.
- Recompensar a vinda à sessão: a) Atribuir 1 ponto na “folha de pontos” (que acumulado
pode ser trocado por recompensas) 2) No caso de não ser possível dar recompensas –
pontos concretas – usar rebuçados/bombons/passas/nozes/outros frutos secos para
mostrar o reconhecimento pelo esforço de mudança que significa estarem a participar na
sessão.
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3. Tópico do dia
3.1. Princípios de uma parentalidade positiva (características de pais eficazes) =
FOICES – ceifar para crescer de novo – renovar
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filhos e não lhes podemos pedir aquilo que nós próprios não fazemos. E que ser “positivo”
se resume a um conjunto muito pequeno de características que nos vamos esforçar por
desenvolver ao longo do programa e que podem ser colocadas na sigla FOICES (metáfora
de ceifar para crescer de novo; renovar a relação; esperança no que pode crescer de novo
a partir das mesmas raízes, que são o que suportam)
Estas características devem ser também dadas aos pais e ser afixadas na parede para
recorrer sempre que necessário e sempre que o tópico da sessão cubra especificamente
uma ou várias dessas características.
No fim deverá ser possível chegar às seis características seguintes. Podem ser
acrescentadas outras, mas estas serão as centrais e as que guiarão a discussão do grupo
até ao fim do programa.
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I – Resposta positiva imediata
Se a resposta positiva a um bom comportamento não for imediata a criança/adolescente
não vê a relação entre essa resposta positiva e o comportamento e será ineficaz na sua
manutenção. As punições/perda de privilégios mesmo que não sejam imediatas podem
ser eficazes, o que reduz o risco de os pais serem demasiado impulsivos na sua aplicação,
por estarem demasiado zangados. Os elogios têm de ser imediatos e as recompensas
formuladas também no imediato, mesmo que o adolescente só venha a usufruir mais
tarde. As crianças/adolescentes têm mais dificuldade em adiar recompensas que um
adulto. Quanto mais nova a criança mais imediata tem de ser a recompensa. Por ex. se um
empregado se esforçou e o patrão ao ver o serviço não elogia, mesmo que pense que está
muito bem feito, o empregado sentir-se-á menos motivado para se continuar a empenhar.
Se o nosso filho tem um comportamento que apreciamos isso deve ser-lhe dito
imediatamente a seguir.
C – Consistente
A criança/adolescente tem de saber exatamente aquilo que esperam dela, caso contrário
aprenderá a manipular. Tem de se ser consistente quer com as coisas positivas
(recompensas, elogios e atenção positiva) quer com as negativas (perda de privilégios).
Os pais têm mais dificuldade com as primeiras, mas ser consistente com as respostas
positivas leva a uma modificação mais rápida do comportamento. Ninguém é 100%
consistente, mas tentar torna a vida familiar mais simples e fácil. Somos menos
consistentes quando estamos cansados, doentes, com pressa ou nos sentimos culpados
por algo (por ex. por ter passado pouco tempo com os filhos nessa semana).
Um patrão que um dia dá um enorme elogio a um empregado por ele ter acabado um
relatório antes do tempo e na vez seguinte não o faz, tem menos probabilidade que o
empregado da próxima vez se empenhe. Ser consistente é não mudar o que esperamos
dos nossos filhos porque nos apetece. É mantermos os nossos acordos com eles, incluindo
aplicar de forma consistente as consequências que eles escolheram ter (ao não cumprir
com o acordo).
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que gosta. A criança/adolescente perderá todo o prazer em agradar aos pais. Estar atento
ao positivo e recompensar imediatamente. Mesmo que pensemos que ao “criticar”
estamos a motivar e que castigar é para o bem da criança/adolescentes, se pensarmos em
nós como adultos percebemos que se só somos criticados deixamos de investir e
desistimos de tentar.
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- Pode usar algumas das perguntas de reflexão que estão indicadas no Manual do
Programa a seguir à Solução 3:
3) SOLUÇÃO 2: Mostrar a Solução mais eficaz e pedir aos pais que encontrem nela as
características FOICES por eles identificadas como centrais na parentalidade positiva e
eficaz.
SOLUÇÃO 2 - Conversar com a Ana na manhã seguinte e pedir-lhe para fazerem um plano
para a próxima saída
Características observadas
Frequente atenção positiva – recompensa o que quer ver acontecer
Objetiva no comportamento que quer ver mudado – especifica no que quer ver acontecer
Imediata nas recompensas e punições que vai ter - claras
Consistente na sua aplicação pois até elaboram e assinam um contrato
Equilibrada entre recompensar e punir – dar atenção ao positivo oposto do negativo
Significado: envolve a filha na resolução para que ela se implique e as recompensas e
punições tenham significado para ela
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5. Avaliação da sessão
- Os pais preenchem a folha de avaliação da sessão que colocam dentro da pasta onde se
encontra a folha dos objetivos
- Distribuir o folheto “FOICES”
6. Encerramento
- Avaliação da sessão pelo dinamizador e codinamizador: os dinamizadores devem no fim
da sessão preencher a checklist de automonitorização do facilitador
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PAIS POSITIVOS E EFICAZES - FOICES
Os pais são os MODELOS dos filhos: comporte-se com o seu filho/a sua filha como
gostaria que ele/ela se comportasse consigo.
SEJA:
F - Resposta significativa frequente
Escolher apenas um ou dois comportamentos que quer ver acontecer mais, dos mais
fáceis, e usar com esse comportamento respostas positivas frequentes (atenção positiva,
elogios, recompensas concretas, como por exemplo uma saída extra ou mais tempo no
computador…). Quanto mais atenção positiva (e negativa também) se der a um
comportamento mais probabilidades teremos de ele se desenvolver e manter. Dar
atenção positiva FREQUENTE ao comportamento que queremos ver acontecer e que é
muitas vezes o oposto positivo do negativo que queremos ver reduzido.
O – Objetivos, específicos, claros
Dizer exatamente à criança/adolescente o que se espera dela: Em vez de “arruma o
quarto” dizer “põe a roupa suja no cesto da roupa”; em vez de “vem cedo para casa” dizer
“quero-te em casa às 18 horas”,… Recordar que as criança/adolescentes têm cérebros
menos desenvolvidos, linguagem menos complexa, e que precisam que se lhes diga
exatamente o comportamento que deve ter. Tal como uma patroa que diz a uma
empregada “faça o almoço cedo” e não diz que é para as “12 horas” e a empregada faz para
as “13 horas” porque para ela isso é cedo. Sendo objetivos, claros, se ele não cumprir os
pais poderão punir “o ato e não a pessoa; o comportamento do adolescente e não o
adolescente”.
I – Resposta positiva imediata
Se a resposta positiva a um bom comportamento não for imediata a criança/adolescente
não vê a relação entre essa resposta positiva e o comportamento e será ineficaz na sua
manutenção. As punições/perda de privilégios mesmo que não sejam imediatas podem
ser eficazes, o que reduz o risco de os pais serem demasiado impulsivos na sua aplicação,
por estarem demasiado zangados. Os elogios têm de ser imediatos e as recompensas
formuladas também no imediato, mesmo que o adolescente só venha a usufruir mais
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tarde. As crianças/adolescentes têm mais dificuldade em adiar recompensas que um
adulto. Quanto mais nova a criança mais imediata tem de ser a recompensa. Por ex. se um
empregado se esforçou e o patrão ao ver o serviço não elogia, mesmo que pense que está
muito bem feito, o empregado sentir-se-á menos motivado para se continuar a empenhar.
Se o nosso filho tem um comportamento que apreciamos isso deve ser-lhe dito
imediatamente a seguir.
C – Consistente
A criança/adolescente tem de saber exatamente aquilo que esperam dela, caso contrário
aprenderá a manipular. Tem de se ser consistente quer com as coisas positivas
(recompensas, elogios e atenção positiva) quer com as negativas (perda de privilégios).
Os pais têm mais dificuldade com as primeiras, mas ser consistente com as respostas
positivas leva a uma modificação mais rápida do comportamento. Ninguém é 100%
consistente, mas tentar torna a vida familiar mais simples e fácil. Somos menos
consistentes quando estamos cansados, doentes, com pressa ou nos sentimos culpados
por algo (por ex. por ter passado pouco tempo com os filhos nessa semana).
Um patrão que um dia dá um enorme elogio a um empregado por ele ter acabado um
relatório antes do tempo e na vez seguinte não o faz, tem menos probabilidade que o
empregado da próxima vez se empenhe. Ser consistente é não mudar o que esperamos
dos nossos filhos porque nos apetece. É mantermos os nossos acordos com eles, incluindo
aplicar de forma consistente as consequências que eles escolheram ter (ao não cumprir
com o acordo).
E - Equilíbrio entre o positivo e o negativo
Usar com equilíbrio respostas positivas e negativas: não ficar preso na espiral das
punições, em que a criança/adolescente está sempre de castigo e sem poder fazer aquilo
que gosta. A criança/adolescente perderá todo o prazer em agradar aos pais. Estar atento
ao positivo e recompensar imediatamente. Mesmo que pensemos que ao “criticar”
estamos a motivar e que castigar é para o bem da criança/adolescentes, se pensarmos em
nós como adultos percebemos que se só somos criticados deixamos de investir e
desistimos de tentar.
S – Significativo: respostas com significado para o adolescente
As recompensas e punições têm de ser adequadas à criança/adolescente: o que resulta
com uma pode não resultar com outra.
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Também nós adultos somos assim. Se um empregado que não usa gravata receber uma
gravata por um serviço em que se empenhou terá menos probabilidade de manter a
motivação do que se essa recompensa for um bilhete para um jogo de futebol (ele gosta
de assistir a jogos ao vivo). Os pais devem pensar naquilo que agrada/desagrada aos seus
filhos.
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PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
Veja a sua folha de registo dos DESAFIOS DA SEMANA da última sessão (Sessão 1)
Se possível, fazer esta atividade com o marido (companheiro) ou com a sua mulher
(companheira) ou com um outro adulto que eduque consigo o seu filho/sua filha.
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SESSÃO 03
01 Boas-vindas
02 Revisão utilização das características FOICES discutidas na última sessão e dos
pais como MODELO e da sua aplicação em casa durante a semana: os objetivos e
desafios da última semana
03 Tópico do dia “Elogios” e “Relatórios de Acontecimentos Positivos”
04 Objetivos para a semana e atividades em casa – a introdução dos telefonemas entre
membros do grupo
05 Avaliação da sessão pelos pais
06 Encerramento
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1. Boas-vindas
- O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à hora
marcada para a sessão. Atribui recompensas concretas ou pontos.
2.2. Ligando com a atividade anterior o dinamizador recorda que uma das
características que o grupo atribui a um “bom patrão” e da FOICES é dar atenção positiva
frequente às coisas bem feitas. Pedir aos pais que em “duos” partilhem o que aconteceu
de positivo quando em casa, durante a semana, deram atenção positiva aos
comportamentos positivos identificados na primeira semana? E que dificuldades
sentirem em o fazer?
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O dinamizador, em função da lista realizada, pode comentar que muitas vezes, os pais
sentem-se inseguros sobre a forma e o momento em que devem elogiar os seus filhos.
Reconhecem que as crianças/adolescentes devem ser elogiadas por coisas especiais, mas
sentem que é desnecessário elogiar as coisas simples que elas fazem todos os dias. Estes
comportamentos são, muitas vezes, dados como certos. De facto, muitos pais acham que
as crianças “devem saber” comportar-se sem serem elogiadas ou recompensadas. Se o
comportamento positivo foi reforçado ou valorizado pelos pais é mais provável que ele
volte a acontecer. Mas se ele foi ignorado será menos provável que ele volte a ocorrer no
futuro. Consequentemente, nenhum comportamento deve ser tomado como certo, ou não
tardará a desaparecer. Por vezes, os pais têm receio de que o elogio em excesso seja mau.
Talvez pensem que, quando a criança/adolescente recebe muitos elogios, fique mimada
ou presunçosa, ou que passe a depender tanto de reforços exteriores que os peça a toda a
hora e precise cada vez de mais. De facto, o que é verdade é exatamente o contrário. As
investigações mostram que os pais bem sucedidos não poupam nos elogios e incentivos.
O que se passa é que as crianças/adolescentes que são elogiadas interiorizam o reforço
positivo e desenvolvem uma autoestima positiva, sentem-se competentes, confiantes e
parecem precisar menos de elogios. Elogiar é a forma de mostrarmos aos nossos filhos
que apreciamos os seus esforços e isso motiva-as para continuarem e contribui para
aumentar a qualidade da relação com eles e uma vinculação mais segura.
3. Tópico do dia
Dar “atenção positiva” aos comportamentos adequados do adolescente através do
“elogio”: salientar o que há de melhor nos nossos filhos
3.1.
1) Mostrar PROBLEMA 6 – OBEDECER ÀS ORDENS E FALAR DE FORMA EDUCADA COM
OS PAIS: O PROBLEMA DA MÚSICA ALTA
Introduzir a cena: antes de passar a cena referir que vão ver um pai e uma adolescente
em que este lhe dá uma ordem. Pedir aos pais que pensem em qual o comportamento que
o pai devia elogiar quando acontecer?
37
Processar cena:
1) Qual o comportamento que o pai devia elogiar quando acontecer?
O pai entra na cozinha ao voltar do trabalho. A música está de novo com o volume no
máximo.
Processar a cena:
1) Quais os riscos de o pai punir o comportamento negativo (desobedecer) antes de
começar a elogiar o comportamento positivo (obedecer)?
2) Mais algum risco?
Reflexão: O pai origina mais do que um problema ao agir de forma zangada com a filha
desde o princípio. Ele exige e ameaça em vez de ter uma conversa com ela. Ele criou as
condições para a resposta mal educada que teve da parte dela.
O castigo que ele lhe deu é demasiado severo e ao mesmo tempo demasiado vago. O pai
não lhe diz durante quanto tempo vai ficar sem a aparelhagem, nem a tinha avisado
antes que isso ia acontecer.
38
elogio que vão fazer ao filho quando virem esse comportamento acontecer. Usar o folheto
“Registo de Comportamentos”. Cada dueto encontra 2 comportamentos, um indicado por
cada um dos elementos e em conjunto pensam nos opostos positivos e nos elogios.
Partilha escrevendo em 3 colunas no quadro: o negativo; o positivo; o elogio. No fim da
partilha analisem cada um dos elogios explicitando se contém as COMPONENTES do
elogio eficaz e, no caso de não conter, pedir alteração a quem formulou (para não se sentir
desqualificado) para reformular.
Exemplos de elogios
39
COMO TORNAR O ELOGIO MAIS EFICAZ1
O elogio é uma maneira importante de deixar que nossos filhos saibam o quanto
apreciamos os seus esforços. Quando as crianças/adolescentes recebem elogios e se
sentem valorizadas/os, elas/es ficam mais motivadas/os para se empenharem e
obedecerem.
Em média os pais elogiam os seus filhos uma vez a cada 90 minutos. A maioria dos pais
nesse mesmo período faz mais comentários negativos ou críticas. Para cada comentário
negativo, critica ou castigo que faça ou utilize esforce-se por fazer 4 elogios ou ter 4
interações positivas. Os pais mais eficazes usam elogios com muita frequência.
Como usar:
1. Use elogios imediatamente. O elogio é mais eficaz se for dado o mais imediatamente
possível depois de o seu filho fazer que quer que ele faça mais vezes
2. Use um tom de voz sincero e entusiasta. Certifique-se de que seu filho sabe que gosta
do que está a fazer.
3. Seja específico. Isso permite que seu filho saiba exatamente o que gosta no que ele
está a fazer. Ser específico torna o elogio mais eficaz
4. Use sinais não verbais de aprovação. Pode duplicar a eficácia do seu elogio ao
acompanhá-lo com sorrisos, uma piscadela de olho, uma palmadinha nas costas, uma
festa no cabelo, dar um abraço ou um “high five” (dá cá mais cinco)
1
Pushak, Robert (s/d). Parenting wisely child. Parent Group Curriculum: Instructor’s Guide,
p. 107. OH: Parenting Wisely.
40
Existem três tipos de elogios que demonstraram ser particularmente eficazes para
ajudar as crianças/adolescentes a serem mais cooperativas e obedecerem:
• Isso (dizer o comportamento) foi mesmo muito inteligente ou uma boa ideia
• Eu sei que consegues ...
• És muito importante para mim (ou para a nossa família) porque…
Não precisa usar exatamente estas mesmas palavras. As pessoas tendem a ter os seus
próprios hábitos na forma como fazem e dizem as coisas. É uma boa ideia experimentar
diferentes maneiras de dar elogios, pois terá mais impacto se dissermos de forma
diferente.
3.4. Fazer uma dramatização: um faz de pai; outro faz de Joana; outro faz de
dinamizador para ajudar a seguir os passos identificados: “A Joana está com a música alta.
O pai vai ter com ela e numa voz calma diz o que quer ver acontecer “baixar o som”. A
Joana obedece e o pai faz-lhe um elogio específico.
Processar:
- o que foi eficaz neste elogio?
- quais as vantagens de o pai elogiar este comportamento da filha?
41
4º - De seguida esse mesmo elemento elogia o elemento com esteve a trabalhar em
“dueto”, e de quem já recebeu um elogio, por uma característica positiva que tenha
observado nas três sessões em que já estiveram juntos.
5º - Prosseguir para os outros duetos e proceder do mesmo modo, até que todos os
elementos do grupo se tenham autoelogiado e elogiado o colega do dueto.
Se antecipar que os pais vão ter dificuldade em realizar esta dinâmica modelar, antes
da dinâmica, com o codinamizador: autoelogio e elogios na sua dinamização do grupo
desde a 1ª sessão.
Cada membro recebe um RAP dos dinamizadores (papel dobrado) que abre e lê em voz
alta e assim introduzimos esta nova ferramenta para os pais usarem para aumentar o
comportamento positivo (os dinamizadores trazem preparados para a sessão 3 um RAP
para cada elemento do grupo onde os elogiam por uma mudança positiva que viram
acontecer desde o início do programa). Apresentar os RAP de seguida aos membros do
grupo.
42
Comportamentos que podem ser objeto de RAP:
ESCOLA ARTES
4 ou 5 num teste Escreve uma letra de música
Faz os TPC sem o mandarem Desenha algo expressivo
Estuda concentrado Participa numa peça
TAREFAS RELAÇÃO
Faz as suas tarefas sem lhe pedirem Ouve quando alguém partilha os
problemas
Arranja um pequeno “trabalho”
Ajuda o irmão ou irmã
Participa numa visita a um
lar/instituição
Faz voluntariado
EU VI
!!!
PARA:
ASSUNTO: Ganhaste este RAP porque eu vi que tu
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
ÉS FANTÁSTICO Dia
Assinatura (pai/mãe)
43
4. Objetivos para a semana e atividades em casa: desafios da semana
4.1. Pedir a cada pai que escolha um comportamento positivo que seja o oposto
negativo do que quer ver reduzir e elogie-o sistematicamente cada vez que esse
comportamento ocorrer durante a semana. Por exemplo fazer TPC sem ser preciso
mandar, pôr roupa suja no cesto, partilhar coisas com os outros, só ligar a TV à hora
combinada, fazer a cama ... Pedir a cada pai que escreva o comportamento que vai
elogiar essa semana na capa dos objetivos “Elogiar …..”.
Pedir que usem RAP associados a esses elogios.
4.2. Pedir que escrevam um comportamento positivo do companheiro/marido ou da
companheira/mulher (ou de uma outra pessoa com quem eduquem a
criança/adolescente) e de um/a professor/a e que elogiem nessa semana.
4.3. Designar os pares que vão telefonar um ao outro. Cada par mantém-se durante
duas semanas e depois trocam – quem faz o telefonema é que tem 1 ponto de
recompensa. Pares constituídos com base em afinidades: filhos na mesma escola;
problemas comuns; complementaridade no temperamento (alguém tímido com
alguém extrovertido, …).
Distribuir os folhetos (Como Tornar o Elogio Mais Eficaz; Elogiar-me e aos Outros) e
folhas com RAP para serem preenchidos.
5. Avaliação da sessão
- Os pais preenchem o objetivo para a semana e a folha de avaliação da sessão que colocam
dentro da pasta onde se encontra a folha dos objetivos
6. Encerramento
44
REGISTO DE COMPORTAMENTO
45
COMO TORNAR O ELOGIO MAIS EFICAZ2
O elogio é uma maneira importante de deixar que nossos filhos saibam o quanto
apreciamos os seus esforços. Quando as crianças/adolescentes recebem elogios e se
sentem valorizadas/os, elas/es ficam mais motivadas/os para se empenharem e
obedecerem.
Em média os pais elogiam os seus filhos uma vez a cada 90 minutos. A maioria dos pais
nesse mesmo período faz mais comentários negativos ou críticas. Para cada comentário
negativo, critica ou castigo que faça ou utilize esforce-se por fazer 4 elogios ou ter 4
interações positivas. Os pais mais eficazes usam elogios com muita frequência.
Como usar:
1. Use elogios imediatamente. O elogio é mais eficaz se for dado o mais imediatamente
possível depois de o seu filho fazer que quer que ele faça mais vezes
2. Use um tom de voz sincero e entusiasta. Certifique-se de que seu filho sabe que gosta
do que está a fazer.
2
Pushak, Robert (s/d). Parenting wisely child. Parent Group Curriculum: Instructor’s Guide,
p. 107. OH: Parenting Wisely.
46
3. Seja específico. Isso permite que seu filho saiba exatamente o que gosta no que ele
está a fazer. Ser específico torna o elogio mais eficaz
4. Use sinais não verbais de aprovação. Pode duplicar a eficácia do seu elogio ao
acompanhá-lo com sorrisos, uma piscadela de olho, uma palmadinha nas costas, uma
festa no cabelo, dar um abraço ou um “high five” (dá cá mais cinco)
Existem três tipos de elogios que demonstraram ser particularmente eficazes para
ajudar as crianças/adolescentes a serem mais cooperativas e obedecerem:
• Isso (dizer o comportamento) foi mesmo muito inteligente ou uma boa ideia
• Eu sei que consegues ...
• És muito importante para mim (ou para a nossa família) porque…
Não precisa usar exatamente estas mesmas palavras. As pessoas tendem a ter os seus
próprios hábitos na forma como fazem e dizem as coisas. É uma boa ideia experimentar
diferentes maneiras de dar elogios, pois terá mais impacto se dissermos de forma
diferente.
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ELOGIAR-ME E AOS OUTROS
EU
Elabore uma lista de coisas pelas quais se deve auto-elogiar. Exemplos
Ter a casa arrumada
Bater à porta do quarto do meu filho antes de entrar
Não dizer mal dos professores e da escola à frente dos meus filhos
Fazer refeições saudáveis para a minha família
Não dizer palavrões à frente dos meus filhos
Não discutir à frente dos meus filhos
Ter a roupa que o meu filho me pediu lavada e passada para ele levar
OUTROS ADULTOS
CÔNJUGE
Cada cônjuge faz uma lista de coisas que gostaria que o outro lhe fizesse.
Penduram essas listas e todos os dias cada um procura fazer ao outro uma
das coisas que está na lista dele/a.
Exemplos:
Perguntar como me correu o dia e ouvir-me
Ouvir música romântica antes de adormecermos
Dar-me a mão quando vamos passear
Arranjar alguém que fique com os nossos filhos e irmos sair
Deixar-me uma noite trabalhar até tarde
Corrigir os TPC enquanto faço o jantar
Sair com os nossos filhos para eu dormir até tarde num dia do fim de semana
PROFESSORES/OUTROS PROFISSIONAIS
Elogiar os professores por comportamentos específicos
Exemplos
Ser justo para o meu filho
Ser simpático para mim e não me culpar
Dizer-me o que o meu filho tem de positivo
48
Ajudar o meu filho a aprender coisas novas
Ajudar o meu filho a dar-se com os outros colegas
Dar-me sugestões sobre como posso ajudar o meu filho
Tornar a sala um lugar agradável
Ajudar o meu filho a sentir-se bem consigo mesmo
Ensinar competências sociais ao meu filho
Tentar modificar o comportamento do meu filho adequadamente
Manter-me informado sobre o currículo
EU VI
!!!
PARA:
49
EU VI
!!!
PARA:
50
PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
Escolha um comportamento que gostaria que o seu filho/a sua filha tivesse mais
vezes, e que seja o “oposto positivo” de um que quer ver reduzir, e elogie-o/a
sistematicamente cada vez que esse comportamento ocorrer durante a semana.
(Por exemplo: fazer os TPC sem ser preciso mandar, pôr roupa suja no cesto,
partilhar coisas com os outros, só ligar a TV à hora combinada, fazer a cama...).
Escreva o comportamento que vai elogiar esta semana:
____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Escreva um comportamento do pai/da mãe do seu filho/da sua filha que vai elogiar
esta semana (ou da sua companheira/do seu companheiro ou de uma outra pessoa
com quem educa o seu filho/a). Pode também usar um RAP
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
51
Eu vi
ÉS FANTÁSTICO!
Assinatura: Dia:
…………………………………………………………………………………………………………………………
Eu vi
ÉS FANTÁSTICO!
Assinatura: Dia
52
SESSÃO 04
01. Boas-vindas.
02. Revisão dos princípios discutidos na última sessão e da sua aplicação em casa
durante a semana: os objetivos e desafios da última semana
03. Tópico do dia Comunicação Positiva: “Escuta Ativa” & “Mensagens Eu"
04. Objetivos para a semana e atividades em casa: os desafios da semana
06. Encerramento
53
1. Boas-vindas
- O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à hora
marcada para a sessão. Faz passar um saco com os nomes para a atribuição de
recompensas concretas ou pontos.
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3. Tópico do dia: Comunicação positiva com os adolescentes: “escuta ativa” e
“mensagens EU”
3.1.Chuva de ideias:
3.1.1. Vantagens
Quais as vantagens de os pais, quando conversam com os adolescentes sobre algo que os
preocupa ou sobre um problema, o fazerem de forma calma, mostrando que
compreendem o que o adolescente lhes está a dizer mas também, e ao mesmo tempo,
fazendo-o saber o que estão a sentir, sem o julgar ou culpar? Algumas das vantagens a que
podem chegar são:
- não assumir o pior sobre os motivos dos adolescentes mostra-lhes que valorizam a
opinião deles;
- ao mostrar que ouvem os adolescentes isso fá-los sentir compreendidos e por isso
aumenta a probabilidade de colaborarem num plano a que cheguem em conjunto;
- não julgar modela não julgamento contribuindo para o desenvolvimento de
adolescentes mais pró-sociais nas relações com outros adultos e pares;
- aumenta a probabilidade de os adolescentes falarem mais com os pais sobre as suas
dificuldades e problemas;
- aumenta a qualidade da relação e contribuir para uma vinculação segura.
3.1.2. Barreiras
De seguida perguntar: se ouvir e falar de forma positiva com os adolescentes tem tantas
vantagens, o que impede os pais de o fazerem mais vezes? Algumas das barreiras a que
podem chegar são:
- face a um problema ficam tão zangados ou desesperados que reagem em vez de agir de
forma calma;
- assumem as razões negativas dos adolescentes: mentir; manipular; preguiça;
desinteresse;
- não sabem como o fazer;
- cansaço;
- características temperamentais do adolescente: desafiador; impulsivo; ...
55
3.2. Mostrar (no vídeo clip do Problema 4 do programa Parenting Wisely:
Young Child Edition disponibilizado durante a formação)
2) Mostrar a SOLUÇÃO 1 –
Repreender o Michael e pô-lo de castigo até melhorar as notas.
Introduzir a cena: O pai pensa que o filho lhe está a mentir. Repreende-o e põe-o de
castigo até que ele melhore as notas. Pedir aos pais que estejam atentos ao que as
“acusações” de mentira fazem o filho sentir e quais as implicações dessas acusações?
Processar a cena:
- Qual o comportamento que o pai quer ver aumentar no filho?
- Quais as implicações que tem para a relação futura entre o pai e o filho o pai ter acusado
o filho de ele lhe ter mentido e não escutar a opinião dele sobre a situação?
- Como é que o pai poderia ter dito ao filho o que estava a sentir, motivando-o a partilhar
e a mudar? (Mensagens Eu)
- E como é que o pai poderia, nessa conversa, mostrar ao filho que o estava a ouvir e a
compreender o que eles dizia? (Escuta ativa)
Narrador: O pai assume o pior a respeito dos motivos do Michael e exagera na reação. Ele
pensa que o Michael o enganou deliberadamente. O pai zanga-se, o que o faz gritar e
56
ameaçar o Michael. É preciso muita prática e esforço para não ter reações exageradas face
ao comportamento das crianças. É errado chamar nomes às crianças. Chamar nomes
magoa a autoestima de uma criança e é com frequência uma memória dolorosa, mesmo
muito depois de as palavras terem sido ditas. O pai chama mentiroso ao Michael. Seria
melhor se o pai usasse uma "MENSAGEM-EU" para dizer ao Michael como se sente quando
pensa que está a ser enganado. O pai pensar o pior magoa o Michael e prejudica a sua
relação pai-filho. A autoestima de um rapaz depende muito do que o pai pensa dele. O pai
desperdiça a oportunidade de perceber porque é que as notas do Michael são baixas, ao
não lhe perguntar a sua versão da história. Pôr o Michael de castigo não lhe dá o apoio ou
a estrutura necessários para o ajudar a melhorar as notas.
57
Narrador: O pai pensa em várias razões para o Michael estar a ter problemas e prepara a
conversa a ter com ele. Ele não assume automaticamente o pior sobre os motivos do
Michael e aborda o filho com calma. Não se precipita a julgar o Michael, dado que se
lembra de como também era naquela idade. O pai pensa bem no plano antes de reagir. Ao
usar uma MENSAGEM-EU e ESCUTA ATIVA, o pai estabelece uma boa comunicação e
envolve o Michael na definição de um plano que ajude a resolver o problema. O pai diz ao
Michael que se sente desapontado e em seguida repete o que o Michael disse de como
ficou surpreendido com as notas. Esta abordagem calma encoraja o Michael a ouvir o que
o pai tem a dizer e a cooperar.
Nota: Informar os pais que a segunda parte da solução, quando o pai vai à escola com o
Michael encontrar-se com a professora , vai ser visionada na próxima sessão em que o
tópico são a utilização de recompensas para motivar os adolescentes a mudar, pois o pai
vai utilizar recompensas, sob a forma de sistema de pontos, com o Michael e vai envolver
a professora nesse plano.
Vantagens
Faz com que a outra pessoa saiba que a está a escutar atentamente
Aumenta o respeito dos outros por si
Reduz os mal-entendidos
Aumenta o apoio que dá aos seus filhos
Ajuda todos a pensar mais positivamente sobre as coisas
Como usar:
1.Escute com atenção o que a outra pessoa está a dizer enquanto a olha
nos olhos.
58
2. a) Repita com as suas próprias palavras o que a pessoa disse
ou
b) Deduza o significado do que lhe foi dito e transmita-o
ou
c) Diga à pessoa o que acha que ela está a sentir
3. Continue com os passos 1 e 2 depois de ela dizer algo mais
3.3.1. Praticar:
1. Criança (entusiasmada): “Vai chegar um grande filme este fim de semana aos
cinemas e todos meus amigos vão vê-lo.”
- Divida os pais em 3 grupos e peça-lhes que usem ESCUTA ATIVA, escrevendo o que
diriam, dando as seguintes instruções:
Grupo 1) faz escuta ativa repetindo com as próprias palavras
Grupo 2) faz escuta tentando adivinhar o significado
Grupo 3) faz escuta ativa tentando adivinhar os sentimentos que estão por detrás da
afirmação
Algumas das frases a que os pais poderão chegar são:
Grupo 1) “Então vai chegar brevemente aos cinemas um filme que achas que é bom e os
teus amigos estão a planear ir vê-lo”.
Grupo 2) “Queres ir com os teus amigos este fim de semana ver um filme novo”.
Grupo 3) “Pareces muito entusiasmado com esse filme novo. Parece que gostavas mesmo
de ir vê-lo com os teus amigos”.
59
Grupo 1) (tentando adivinhar o significado): “A Sara portou-se mal contigo e deixou-te
sem planos para à última da hora ”.
Grupo 2) (tentando adivinhar os sentimentos que estão por detrás da afirmação):
“Imagino que estás muito magoada com a Sara. Ela não só mudou de planos, como nem
sequer tentou envolver-te nos novos planos convidando-te. Eu também ficaria muito
desiludida.”
3.4. MENSAGENS EU
- Objetivos do uso das mensagens EU e as 3 componentes destas mensagens
O grande objetivo das mensagens Eu é transmitirmos aos outros o que estamos a
sentir sem colocar a culpa neles e assim aumentando a probabilidade de nos
ouvirem. Uma mensagem Eu, tal como o nome indica, começa sempre por EU e
clarifica o que o comportamento da outra pessoa me faz sentir e pensar.
São muito úteis para evitar que se envolva numa discussão com outra pessoa
(incluindo com os nossos filhos), cujo comportamento o está a irritar ou a
descontrolar.
Enunciam: o que estamos a pensar + o que estamos a sentir + as razões que me
fazem sentir assim
VANTAGENS
- Permite a outra pessoa saber o que queremos;
- Evita discussões e reduz interpretações erradas;
- Permite-nos dizer de forma calma o que estamos a sentir com o comportamento
de alguém;
- Resulta em maior cooperação da parte dos outros, incluindo os nossos filhos;
- Os pais estão a modelar esse comportamento nos filhos e assim a aumentar as
suas competências de interação social e a reduzir a probabilidade de
comportamentos negativos.
O QUE CONTÊM
- O que estamos a sentir sobre o comportamento;
- O comportamento específico que nos está a aborrecer;
- Sugere o que queremos ver acontecer da próxima vez;
- Pode (opcional) incluir uma consequência negativa (punição) quando o
comportamento voltar a acontecer
60
“Eu sinto-me ……………quando tu ……….. . Da próxima vez gostava que……….. . Se voltar a
acontecer, então…………….”
61
Primeira Pessoa para cada uma delas (os dinamizadores vão apoiando os grupos
durante a atividade. Estas situações estão impressas e distribui o folheto com a
mensagem a reformular e os quatro passos:
1. Concordou deixar o Pedro ir a uma festa desde que ele se comprometesse a
chegar a casa à 1:00. À 1:45 o Pedro regressa e gritou-lhe que teve de voltar cedo
demais e que foi o primeiro a sair da festa.
Usando os quatro passos das Afirmações na Primeira Pessoa, o que diria ao
Pedro?
Eu sinto-me __________________quando tu__________________________.
Da próxima vez, eu gostaria que_____________________________________ . Se isto voltar a
acontecer, eu terei de_____________________________.
2. A Jéssica de 15 anos chega a casa depois das aulas e anuncia que vai a uma festa
com o Sérgio, um aluno mais velho que não terminou o ensino secundário e que é
conhecido por consumir drogas. Quando lhe começa a levantar objeções ela grita
“Nunca me deixas fazer nada!”
AGORA, usando os quatro passos, o que diria exatamente à Jéssica?
Eu sinto-me __________________quando tu__________________________.
Da próxima vez, eu gostaria que_____________________________________ . Se isto voltar a
acontecer, eu terei de_____________________________.
3. As tarefas do Raúl em casa são manter o quarto arrumado, arrumar a louça que
está na máquina e passear o cão. Ultimamente ele tem-se esquecido de arrumar a
louça, mesmo depois de ser chamado à atenção várias vezes
AGORA, usando os quatro passos, o que diria exatamente ao Raúl?
Eu sinto-me __________________quando tu__________________________.
Da próxima vez, eu gostaria que_____________________________________ . Se isto voltar a
acontecer, eu terei de_____________________________.
62
4. Descobre que a sua filha Catarina tirou dinheiro do seu porta-moedas. Tinham
conversado sobre a hipótese de lhe emprestar algum dinheiro quando ela há dias
referiu que precisava para comprar algumas coisas.
Usando estes quatro passos, o que diria à Catarina?
Eu sinto-me __________________quando tu__________________________.
Da próxima vez, eu gostaria que_____________________________________ . Se isto voltar a
acontecer, eu terei de_____________________________.
5. Avaliação da sessão
- Preenchem a capa com os objetivos para a semana
- Os pais preenchem a folha de avaliação da sessão que colocam dentro da pasta onde se
encontra a folha dos objetivos.
6. Encerramento
- Avaliação da sessão pelo dinamizador e codinamizador: os dinamizadores devem no fim
da sessão preencher a checklist de automonitorização do facilitador
63
ESCUTA ATIVA
A Escuta Ativa é empregue quando queremos demonstrar a outra pessoa que lhe
estamos realmente a prestar atenção. a. Desta forma, a pessoa sentir-se-á
importante, e saberá que nos interessamos por ela e pelo que diz. Use a Escuta Ativa
com os seus filhos sempre que possível. É particularmente útil quando estão
zangados e a precisar da sua atenção e compreensão. Ficarão mais predispostos a
falar consigo no futuro se usar a Escuta Ativa com frequência.
Vantagens
Faz com que a outra pessoa saiba que a está a escutar atentamente
Aumenta o respeito dos outros por si
Reduz os mal-entendidos
Aumenta o apoio que dá aos seus filhos
Ajuda todos a pensar mais positivamente sobre as coisas
Como usar:
1.Escute com atenção o que a outra pessoa está a dizer enquanto a olha
nos olhos.
2. a) Repita com as suas próprias palavras o que a pessoa disse
ou
b) Deduza o significado do que lhe foi dito e transmita-o
ou
c) Diga à pessoa o que acha que ela está a sentir
3. Continue com os passos 1 e 2 depois de ela dizer algo mais
USE ESCUTA ATIVA DA PRÓXIMA VEZ QUE O SEU FILHO VIER CONTAR-LHE ALGUMA
COISA. VEJA DURANTE QUANTO TEMPO CONSEGUE ESPELHAR O QUE ELE DIZ E
REPARE COMO ELE GOSTA DE ESTAR A FALAR CONSIGO
64
AFIRMAÇÕES NA PRIMEIRA PESSOA
MENSAGENS EU
Vantagens
Como usar:
1. Diga como VOCÊ se sente relativamente ao comportamento.
2. Refira o comportamento específico que o incomoda.
3. Sugira o que deseja que aconteça da próxima vez.
4. (opcional) Avise qual a consequência específica (punição) se o
65
comportamento continuar.
Exemplos
1. “Eu fico preocupada e zangada quando vens tarde e não me
telefonas. Eu quero que me telefones para que eu saiba onde estás.
Se da próxima vez não fizeres isso, ficas de castigo e não sais
durante o fim de semana”.
2. “Eu fico magoada quando me chamas nomes. Quero que isso pare.
Se continuares a chamar-me nomes deixo de te ajudar nas tuas
tarefas em casa.”
3. “Eu sinto-me frustrada quando tenho de te pedir quatro ou cinco
vezes para ires levar o lixo e eu não gosto de estar a implicar
contigo. Eu quero que vás levar o lixo quando te pedir a primeira
vez”.
66
PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
Use “escuta ativa” e “mensagens Eu” com o/a seu/sua filho/a e com outros
adultos (professores; colegas de trabalho)
67
SESSÃO 05
01. Boas-vindas.
02. Revisão dos princípios discutidos na última sessão e da sua aplicação em casa
durante a semana: os objetivos e desafios da última seman
03. Tópico do dia “Recompensas” e “Relação com a Escola”
04. Objetivos para a semana e atividades em casa: os desafios da semana
05. Avaliação da sessão pelos pais
06. Encerramento
68
1. Boas-vindas
- O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à hora
marcada para a sessão. Faz passar um saco com os nomes para a atribuição de
recompensas concretas ou pontos.
3. Tópico do dia
a. RECOMPENSAS
Dar “atenção positiva” aos comportamentos dos nossos filhos que queremos
aumentar
69
O dinamizador recorda que nas sessões temos usado recompensas concretas (imediatas
ou com pontos para trocar) para comportamentos que queremos ver acontecer cada vez
mais vezes: chegar a horas, fazer as atividades de casa e os telefonemas/contactos durante
a semana. Essas recompensas têm a capacidade de aumentar em nós a motivação para
nos empenharmos porque são uma forma de atenção positiva, de o dinamizador mostrar
que ficou satisfeito por os pais terem cumprido e que quer continuar a ver esse
comportamento a acontecer. Dizer que hoje vamos falar exatamente desse
comportamento dos pais “positivos”: o uso de RECOMPENSAS CONCRETAS.
Recompensas concretas (prémios).
3.1.1.Chuva de ideias:
O dinamizador coloca a questão – Que comportamentos dos nossos filhos queremos ver
aumentar?
Recordam os “opostos positivos” que identificaram na última sessão (formular na
positiva)
Levantar-se de manhã quando o chamam
Estar pronto à hora combinada para ir para escola
Fazer os TPC com a TV desligada
Fazer os TPC sem ser preciso mandarem-no
Fazer os TPC à hora combinada
Tomar duche todos os dias
Jogar pelo menos um jogo por dia com o irmão na Play-Station
Emprestar o PSP (Play Station Portátil) durante meia hora por dia
Vir para casa à hora combinada
Se estiver atrasado avisar
Pedir sempre autorização para alterar algo que estava combinado fazer
70
ou seja, se estão a ser demasiado ambiciosos e a não considerar os pequenos passos que
têm de ser recompensados antes do comportamento final; ou se estão a ser demasiado
ambiciosos tendo em conta a idade e características do filho (ex. Não se pode pedir que
estude mal chegue a casa. Precisa de descansar pelo menos meia hora antes. Não se pode
pedir que tenha o quarto impecavelmente arrumado. Especificar que a cama tem de estar
feita e a roupa suja no cesto).
3.1.2. Duetos:
Em duetos os participantes do grupo identificam recompensas de baixo custo ou sem
nenhum custo que podem ser utilizadas com os filhos. Partilham no fim. Alguns exemplos:
30 minutos a mais para ver televisão
Tempo extra (1/2 hora) para jogar no computador
Irem juntos ao cinema
Comer um gelado
Alugar um filme
Ter um amigo a dormir em casa
Decidir o que comer à sobremesa
Escolher o canal de TV nessa noite
3.1.3. Mostrar
4) PROBLEMA 2 – AJUDAR OS FILHOS A TEREM MELHORES RESULTADOS NA
ESCOLA
CENA: A mãe atende o telefone.
Introduzir a cena: Mãe que recebe um telefonema da escola porque o filho anda
desmotivado e não tem feito os trabalhos de casa.
- Perguntar aos pais como é que a mãe poderia utilizar recompensas para resolver este
problema?
Processar a cena:
- Perguntar aos pais como é que a mãe poderia utilizar recompensas para resolver este
problema?
71
Os pais devem chegar aos seguintes princípios FOICES:
1) ser Objetivo, ou seja, definir exatamente o comportamento que quero ver acontecer e
que será objeto de recompensa. Por exemplo, “Se fizer os trabalhos, depois de os mostrar
à mãe pode ter mais 30 minutos de TV ou computador nesse dia”
2) ser Consistente: A REGRA DO “PRIMEIRO / DEPOIS” ou “Se….então……": a
diferença entre subornar e recompensar
Por vezes os pais estão confusos sobre se estarão a subornar ou a recompensar os seus
filhos. A principal diferença é que o suborno é dado antes do comportamento acontecer.
Uma recompensa, por outro lado, é dada por um comportamento positivo depois do
comportamento adequado ter ocorrido. É importante aplicar sempre a regra do “primeiro
/ depois”; ou seja, primeiro temos o comportamento adequado e depois a recompensa:
“Se………….. então ……..”. Está relacionado com a “Consistência” (C-FOICES). Só depois do
comportamento acontecer é que recebe a recompensa. Se não acontecer não recebe.
3) elogiar Imediatamente a seguir ao comportamento (I)
4) a recompensa tem de ser significativa (S) caso contrário o adolescente não se irá
empenhar na mudança
- As recompensas andam sempre de mão dada com o elogio: pois são uma medida
temporária, até o comportamento começar a ser frequente – nessa altura continuar a
elogiar e utilizar recompensas com outro comportamento que se quer ver aumentar.
- Nunca utilizar como punição retirar uma recompensa que já foi ganha (“Quem dá e tirar
ao inferno vai parar”)
72
- O que fez a mãe que fez com que o filho se sentisse compreendido e que a mãe estava
verdadeiramente interessada em o ajudar a resolver o problema?
- Acham que é importante o Quim saber que a mãe vai supervisionar a realização dos
trabalhos de casa e que para isso vai também falar com a professora?
- Porque é que é importante os nossos filhos saberem que nós e os professores estamos
juntos para os ajudar a aprenderem e a ultrapassar os seus problemas?
NARRADOR:
A mãe encoraja o Quim a falar sobre o seu problema utilizando Escuta Ativa, refletindo
aquilo que ele está a dizer. Os filhos adoram quando os pais os escutam com atenção e os
fazem sentir que os ouvem e compreendem os seus sentimentos. Esta mãe usa uma
abordagem afetuosa e calma.
A mãe e o Quim Estabelecem um Contrato. As recompensas e punições para
comportamentos específicos são estabelecidas de forma clara. Há ganhos e perdas em
relação aos quais estão de acordo. Isto aumenta a probabilidade de um contrato ser eficaz
e o Quim resolver o problema com os trabalhos de casa.
A mãe utiliza a Supervisão para se assegurar que o Quim faz os trabalhos de casa. Quando
os nossos filhos sabem que estamos interessados o suficiente para supervisionarmos os
seus progressos ficam mais motivados para melhorar. A Supervisão é também uma forma
de acompanharmos os seus progressos e de lhes darmos apoio quando eles precisam de
melhorar.
3.1.4 Dramatização 1
- Um pai explica a um adolescente a utilização de uma recompensa para aumentar a
realização dos trabalhos de casa: começar por referir comportamentos positivos que tem
tido; especificar o comportamento alvo de recompensa que é preciso aumentar; propor a
recompensa e ouvir a opinião do adolescente sobre isso e ajustar se necessário (a
adolescente propõe outra recompensa e o pai negoceia com ele para chegarem a um
acordo).
73
3.1.5. Envolver os professores no plano de mudança do comportamento: a relação
com a escola
74
CONSISTÊNCIA. Usar um SISTEMA DE PONTOS é uma excelente estratégia de O Michael
esforçar-se-á para receber a aprovação do pai e as recompensas pelas melhorias, ao mesmo
tempo que poderá ver diariamente o seu progresso. Tornar as expetativas claras, ser consistente
e motivar as crianças a melhorarem. O pai pede ao Michael que repita as partes principais do
plano para se assegurar de que ele o entendeu. Registar o plano por escrito reduz os eventuais
mal-entendidos.
3.1.5.2. Dramatização 2
- Um pai vai à escola e com o adolescente explica à diretora de turma o plano que estão a
utilizar em casa para que ele faça os trabalhos de casa e pede a colaboração da professora
para: verificar se ele na aula passa os trabalhos de casa para o caderno; para lhe mandar
um email de 15 em 15 dias a relatar os progressos, quer na realização dos trabalhos de
casa quer em outros comportamentos que entenda (ou uma mensagem de telemóvel se
for mais fácil). O pai também se compromete a avisar por email/mensagem de telemóvel
se algum dia houver alguma razão que impeça o adolescente de fazer os trabalhos.
Compromete-se a vir 1 vez por mês falar com ela: combinam o melhor dia e horário para
ambos. A professora é colaborativa e elogia o pai por ele estar empenhado em trabalhar
em equipa com os professores, pois o que os une é a aprendizagem e o sucesso do
educando.
(Nota: se algum pai/mãe diz que isso não seria possível pois o diretor de turma nunca
colaboraria fazerem uma dramatização espontânea com esse pai a fazer de professor e o
resto do grupo a dar sugestões de como é que um outro pai poderia lidar com esses
desafios e envolver o professor no plano, mesmo com alguma resistência).
75
elemento do duo uma, e refletem a importância de os pais estarem “bem” para poderem
ser pais “eficazes”
Exemplos:
Jantar com um amigo/a.
Ir ao cinema.
Ir fazer uma massagem.
Ter uma lição de piano.
Passear pelo parque.
Tomar um banho de espuma.
Comprar e ler uma revista.
5. Avaliação da sessão
- Preenchem a capa com os objetivos para a semana
- Os pais preenchem a folha de avaliação da sessão que colocam dentro da pasta onde se
encontra a folha dos objetivos.
- Distribuir os folhetos “Recompensas” e “Escuta Ativa”
6. Encerramento
- Avaliação da sessão pelo dinamizador e codinamizador: os dinamizadores devem no fim
da sessão preencher a checklist de automonitorização do facilitador
76
RECOMPENSAS
RECOMPENSAS TOP 10
Uma chamada de atenção: As recompensas são apenas uma medida temporária. Uma
vez que tenha ensinado ao seu filho um novo comportamento, poderá mantê-lo com
reforços sociais como o elogio.
Claro que é obrigação dos nossos filhos fazerem os TPC sem terem qualquer espécie de
recompensa concreta. Mas se isso é um problema temos de usar recompensas concretas
para o mudar e então, depois de estabelecido, podemos mantê-lo só com o elogio.
Lembre-se: se gosta de algo, reforce-o.
77
PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
Escolha um comportamento que gostaria que o seu filho tivesse mais vezes e
que possa mudar com uma recompensa concreta imediata: Se ... Então ... (Ex. Se fores fazer
a cama então podes ver mais meia hora de TV depois de jantar).
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
78
SESSÃO 06
OS SISTEMAS DE PONTOS: RESTABELECER O AFETO E
SALIENTAR O QUE DE MELHOR TÊM OS NOSSOS FILHOS
01. BOAS-VINDAS
02. REVISÃO DOS PRINCÍPIOS DISCUTIDOS NA ÚLTIMA SESSÃO E DA SUA APLICAÇÃO EM CASA DURANTE
A SEMANA: OS OBJETIVOS DA ÚLTIMA SEMANA
79
1. Boas-vindas
- O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à hora
marcada para a sessão. Atribui recompensas concretas ou pontos.
80
- Partilhar a utilização de Escuta Ativa
- Perguntar sobre os telefonemas
- Recompensar
3.1 Mostrar
Por vezes podemos também utilizar um sistema de pontos para motivar os nossos
filhos a modificar o seu comportamento. Recordar o Problema 5 que viram na Sessão 1
81
Antes de mostrar a Solução mais eficaz perguntar aos pais o que
aconteceria se os pais proibissem o Tó de se encontrar com o João e mostrar essa
Solução ineficaz primeiro
82
2) Quais são as duas razões plausíveis pelas quais os pais de Tó insistem em o manter
afastado do João?
a. Eles não acreditam que o Tó se mantenha afastado de confusões.
b. Eles acham que ambos os rapazes são sorrateiros e desonestos.
c. Eles temem que o Tó corra riscos só para agradar ao João.
d. Eles temem que a atitude do João adversa às tarefas escolares esteja a
influenciar o Tó.
3) Porque é que os adolescentes defendem os amigos? Porque se sentem criticados
quando nós criticamos os seus amigos.
4) Qual é o problema em que os pais se devem centrar? O que devem recompensar
para que esse comportamento se altere (opostos positivos específicos)?
NARRADOR:
O pai está a criar condições para ter conflitos com o Tó ao ser demasiado agressivo. Os
adolescentes precisam de mais independência dos pais que as criança pequenas. E
impor-lhes o que têm de fazer geralmente não resulta.
Eles defendem os amigos porque se sentem criticados quando nós criticamos os seus
amigos.
Os pais não se centram no problema que podem supervisionar – os trabalhos de casa. É
muito difícil mantermos os nossos filhos longe de alguns amigos porque não podemos
controlar o que acontece fora de casa. Podemos estar a afastá-los de todos os seus
amigos se formos demasiado exigentes.
Esta não foi a solução mais eficaz. Dizer ao grupo para verem as diferenças com a
Solução em que os pais recorrem a um Sistema de Pontos
83
Mãe: Convida-o para vir cá a casa.
Tó: Boa tentativa. Mas os professores odeiam-me, acham que eu valho nada.
Mãe: E é isso que eles sentem em relação ao João?
Tó: Sim, mas os pais dele estão-se nas tintas.
Mãe: Então na escola pensam que vocês são uns inúteis?
Tó encolhe os ombros.
Tó: Sim.
Pai: E tu vais mostrar-lhes como é? Olha que a única maneira de lidar com os professores
é mostrar-lhes que eles estão errados. Dá a volta à questão.
Mãe: E se vocês os dois viessem cá para casa? Depois das aulas? Eu deixava-vos um
lanchinho e se fizesses os trabalhos de casa e as notas melhorassem podias sair à noite
com o João.
Tó: Recebias o João cá?
Mãe: Se for para fazer os trabalhos, sim.
Pai: Nós só vos queremos aos dois cá em casa para não se meterem em sarilhos. Se fores
rotulado, eu sei lá, ou por uma pessoa local, ou pela polícia, ficas marcado. Mas nem
penses em tentar. Se te portares mal, em breve saberemos e depois ficas de castigo.
Tó: Sim, mas tu não me podes impedir de estar com os meus amigos.
Mãe: Podemos combinar recompensas – tal como cinco pontos por todas as tarefas
feitas. Junta-os para um divertimento.
Tó: Mãe.
Mãe: Guarda para o que quiseres.
Tó: O João acharia isso infantil.
Pai: Ah, mas os pais dele tiverem uma ideia melhor, não tiveram?
Tó: Na verdade acho que ele se sente sozinho. Expulso da escola, anda nas ruas.
Mãe: Mais uma razão para eu o querer aqui.
Tó: Eu não quero que vocês fiquem aqui a envergonhar-me.
Pai: Se juntares pontos suficientes podes ficar com a garagem.
Tó: Fixe. A garagem.
Pai: Se tu o mereceres, eu de qualquer modo nunca lá ponho o carro. Não penses que não
vamos andar em cima da jogada no que diz respeito à escola. E não penses que nos
enganas!
Mãe: Amor. Temos de confiar nele…
84
Três semanas depois…
O Tó e o João estão a fazer os trabalhos de casa. A televisão está ligada, ouve-se uma
aparelhagem em alto volume, há muitas coisas desarrumadas, mas eles estão a
trabalhar. O pai vai levar-lhes o lanche.
Pai: Bolas, eu não seria capaz de me ouvir a mim próprio a pensar…mas se resulta com
vocês…..
Tó: Esta noite eu e o João vamos ao cinema. Ganhámos os pontos, não ganhámos?.
Pai: Sim. Muito bem.
Tó: O velho (referindo-se a um professor) nem queria acreditar quando viu as minhas
boas notas.
João: Eu volto à escola para a semana.
Pai: Então parabéns para todos – nada melhor que um rápido levantamento de notas
para mostrar a esses professores o que valem. Continuem e teremos de limpar a
garagem…
O pai dirige-se à porta para sair.
João: Obrigado Sr. Durães…
Tó: Adeus pai…
O Pai volta-se ligeiramente e acena com a cabeça.
NARRADOR:
Em vez de culpá-lo, o pai cria as condições para o diálogo com o Tó usando uma
Afirmação na Primeira Pessoa. Quando lhe diz “Eu receio que te rotulem tal como fazem
com ele”, dá a conhecer ao Tó que está preocupado com o seu bem-estar, e que não é
uma questão de não confiar no filho.
Os pais do Tó supervisionam os seus progressos com os trabalhos de casa ao manterem-
se em contacto regular com os professores.
O Tó vai sentir-se mais motivado para melhorar os seus resultados ao perceber que os
pais estão interessados em envolver-se nos seus progressos escolares a. Também
passaram a ter informações corretas pois serão dadas pelos professores.
Os pais recorrem a um Sistema de Recompensas e de Elogios para motivar o Tó e
aumentar a qualidade da relação com ele. Os nossos filhos empenham-se mais para
ganharem a aprovação dos pais e recompensas do que para evitarem críticas.
Quando o pai está a perder o controlo com o Tó a mãe pede-lhe para se acalmar.
85
A mãe e o pai podem Supervisionar quando o João está em casa deles. Podem assim
conhecer o João e desenvolver uma relação com ele. O Tó pode ganhar mais confiança
dos pais ao mostrar que é responsável quando está ao pé do João.
Considerações
III. Quais alguns dos aspetos positivos de o Tó poder ter o amigo lá em casa?
Permitir que o filho esteja em casa com o amigo dá aos pais a oportunidade de
controlarem (supervisão) ao mesmo tempo que permite ao filho estar com o amigo. Deste
modo reduzem a probabilidade de o filho lhes desobedecer.
IV. Como é que o pai inicia a conversa com o filho sem meter o amigo ao barulho?
Usou uma mensagem eu: “Olha, não é o João, sou eu. Eu receio que te rotulem. Nós mal o
conhecemos. Não culpa o amigo sobre os problemas do filho mas diz-lhe o que a situação
o faz sentir. Deste modo está também a ser um bom “Modelo” para o filho.
V. É uma boa estratégia o pai encorajar o filho a provar aos professores que eles
estão enganados? (“E tu vais mostrar-lhes como é? Olha que a única maneira de
lidar com os professores é mostrar-lhes que eles estão errados.”) O pai está a correr o
risco de modelar alguma falta de respeito para com os professores e criar no filho essa
ideia sobre todos os professores. Ele corre esse risco porque sabe que uma boa maneira
de motivar o filho é ele surpreender os professores.
86
VI. Porque é que é uma boa ideia os pais informarem o Tó de que vão estar atentos
ao que se vai passar na escola e que vão falar com os professores? (“Não penses
que não vamos andar em cima da jogada no que diz respeito à escola e não penses que
nos enganas”)Porque assim ele sabe que os pais vão estar rapidamente informados
sobre os seus progressos na escola. Ele sabe que não basta fingir que estuda em casa e
dar-lhes a volta. Também sabe que as opiniões dos seus professores vão ser decisivas
para ele ser recompensado ou punido. Na adolescência os pais têm de continuar a
exercer supervisão: os filhos precisam de saber que os pais estão atentos ao que fazem
e aos seus comportamentos e notas na escola. A supervisão permite aos pais
aconselharem e apoiarem os seus filhos e ao mesmo tempo os filhos sabem quais são as
regras e que os pais estão atentos a se eles as cumprem ou não (Disciplina Assertiva).
Mostram aos filhos que estão interessados neles e se preocupam com eles. A supervisão
tem de aumentar quando os filhos estão a ter problemas.
VII. Os pais não atacaram o amigo do Tó. Porque é que isto é eficaz?
Ajuda o Tó a não se colocar numa atitude defensiva e estar aberto ao que os pais têm
para dizer. Ao permitirem-lhe estar com o amigo estão a respeitar os seus
sentimentos e ele sente que se preocupam com o que ele sente.
Chuva de Ideias
Razões pelas quais os adolescentes escolhem os seus amigos
a) Para aumentarem a sua auto-confiança de que conseguem fazer boas escolhas,
b) Para praticar a tomada de decisões.
c) Para gradualmente aumentarem a sua autonomia.
d) Não o fazem para manterem os pais fora dos seus assuntos e não os deixar saber
demais.
87
Razões pelas quais devemos supervisionar os nossos filhos quando eles passam
tempo com os amigos:
a) Ter mais informações sobre o nosso filho e conhecer os pontos fracos e fortes dos
seus amigos;
b) Se estivermos presentes podemos orientar e se necessário dar autorização para
algo;
c) Eles serão mais responsáveis porque sabem que estamos presentes; Quando o
nosso filho nos fala dos amigos temos mais informação para poder falar com ele;
d) A supervisão mostra aos nossos filhos que nos preocupamos e estamos
interessados neles. Quando há problemas a supervisão tem de aumentar.
88
O dinamizador distribui uma folha onde está descrita a situação e pede aos
membros do grupo que
a) Indiquem os comportamentos positivos que os pais querem ver acontecer com a
Helena: o codinamizador regista
b) Atribuam pontos a cada um desses comportamentos em função do grau de
dificuldade: quanto mais difícil mais pontos
c) Identifiquem recompensas que a Helena pode gostar
d) Distribuam pontos por essas recompensas: o adolescente pode escolher ir
acumulando pontos ou pode querer logo recompensas no próprio dia
e) Preencher a grelha de pontos: distribuir uma por cada membro do grupo
Comportamentos:
Helena
vir para casa depois das aulas (2 pontos)
conversar com os pais sobre os planos com os amigos (1 ponto)
trazer os amigos lá a casa (1 ponto)
fazer os trabalhos de casa e mostrá-los aos pais (4 pontos)
cumprir tarefas de casa sem ter de ser lembrada (3 pontos)
cumprir as tarefas de casa depois de lembrada uma vez (1 ponto)
falar educadamente mesmo quando discorda (1 ponto)
Recompensas:
jogar às cartas com a mãe (6 pontos)
dormir em casa de uma amiga (25 pontos)
ficar uma amiga a dormir lá em casa (15 pontos)
ir para a cama uma hora mais tarde aos fins de semana (sexta e sábado) (15
pontos)
ir a um restaurante de fast food com os pais (22 pontos)
alugar/pagar para ver um filme (30 pontos)
a mãe ou o pai levar a Helena e um/a amigo/a a fazerem uma atividade à sua
escolha (por ex. visitar um local; ir ao cinema; …) (40 pontos)
ir com a mãe a um local especial que deseja há muito numa outra cidade (120
pontos
89
Nome: Helena_____________________________________________________________
Total de pontos
por dia
✓ Recompensas________________________ Pontos________
✓ jogar às cartas com a mãe 6 pontos
✓ ficar em casa de uma amiga 25 pontos
✓ ficar uma amiga na sua casa 15 pontos
✓ ficar mais uma hora acordada ao fins de semana 20 pontos
✓ ir a um restaurante de fast food com os pais 22 pontos
✓ alugar/pagar para ver um filme 30 pontos
✓ a mãe ou o pai levar com um/a amigo/a a fazer uma atividade 40 pontos
✓ saída especial com a mãe a outra cidade 120 ponto
90
3.4 Role-Play
_ Pedir a um pai que explique um sistema de pontos ao Renato (que será um outro pai)
que era o filho na família para a qual estabeleceram o sistema de pontos para a irmã.
- Antes da dramatização iniciar pedir a todos os membros do grupo para definirem os
comportamentos que o pai quer ver acontecer mais vezes – recordar a importância de
ser específico e de definir o comportamento na positiva. Definir as recompensas também
em grande grupo
- Relembrar o folheto com os passos
- Iniciar
- Pedir ao outro pai que sempre que não compreenda algo actue como se fosse o filho e
coloque questões.
Renato: comportamentos
vir para casa depois das aulas (3 pontos)
conversar com os pais sobre os planos com os amigos (2 pontos)
trazer os amigos lá a casa (1 ponto)
fazer os trabalhos de casa (4 pontos)
cumprir tarefas sem ter de ser lembrado (3 pontos)
cumprir tarefas depois de lembrada uma vez (1 ponto)
não falar de forma desrespeitadora com a mãe durante 3 dias (5 pontos)
Renato: recompensas
✓ ficar um amigo a dormir lá em casa (20 pontos)
✓ sair mais uma hora aos fins de semana (sexta ou sábado) (20 pontos)
91
Noe: Renato_____________________________________________________________
Comportamento Seg. Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo TOTAL
trazer amigos
casa (1P)
mostrar TPC
concluídos aos
pais (4P)
fazer tarefas
sem ser
lembrada (3P)
fazer tarefas
com um
lembrete (1P)
falar
educadamente
mesmo
quando
discorda (1P)
Total de pontos
por dia
✓ Recompensas________________________ Pontos________
✓ ficar um amigo na sua casa 20 pontos
✓ alugar um jogo de vídeo 25 pontos
✓ escolher a ementa para o jantar 15 pontos
✓ sair mais uma hora ao fim de semana 20 pontos
✓ convidar e ir com um amigo ao cinema 40 pontos
✓ jogar jogos com a mãe e o pai 8 pontos
✓ ir ver um jogo profissional com o pai 180 ponto
92
3.5 Chuva de ideias:
Vantagem de usar um sistema de pontos para aumentar os comportamentos positivos e
barreiras a usarmos um sistema desses (escrever no quadro à medida que os pais vão
identificando).
Vantagens:
Os nossos filhos ficam mais motivados para realizarem o comportamento.
Os nossos filhos aumentam a autoestima: sabem que acreditamos que são capazes
Uma forma sistemática de controlar os comportamentos.
Desenvolve o sentido de responsabilidade (autorregulação): eles escolhem se querem ou
não fazer.
Os pais desenvolvem uma relação mais positiva com os filhos: reduz as discussões.
Exige uma supervisão permanente dos pais: mostra que se interessam pelos filhos.
Barreiras:
Um adolescente mais velho pode achar muito infantil – aí usaremos os Contratos
Exige uma supervisão permanente dos pais: os pais por vezes sentem-se cansados e
frustrados e sem energia para o fazerem.
Se não usarmos recompensas que os nossos filhos realmente querem, eles podem não se
envolver.
93
V. Escolha o sistema de recompensas: pergunte que recompensas gostaria de ter e
defina (aqui o pai é que decide o que é ou não realista) as que pode dar. Depois,
pergunte dessas, a que ele mais deseja – esta deverá ser aquela a que o pai vai
atribuir mais pontos, pois o filho tem de se empenhar em mudar mais
comportamentos para a atingir.
VI. As crianças em idade escolar devem ganhar qualquer coisa passados poucos dias.
Por exemplo no fim da semana. Os adolescentes conseguem adiar mais um pouco,
mas não muito. Por isso tente definir recompensas para as quais não é preciso
obter um grande número de pontos. Tente um equilíbrio entre o valor das
recompensas e o esforço que precisam de fazer para as conseguir.
VII. Certifique-se que consegue manter as suas regras; reveja o quadro todas as
semanas ou de duas em duas semanas. Se um comportamento está a ser muito fácil
reduza o número de pontos, e se outro estiver a ser muito difícil aumente o número
de pontos.
VIII. Marque diariamente, com uma cruz, os comportamentos que o seu filho atingiu. Se
o seu filho preferir podem colocar um autocolante nesse espaço (estrelas, smiles,
os cromos preferidos…). Se não fizer isto diariamente o seu filho vai desmotivar-
se. O fim do jantar pode ser um bom momento para o fazerem.
IX. Ao marcar o comportamento atingido não se esqueça de elogiar – o reforço social
é tão importante como as recompensas concretas. Faça-o saber como está
orgulhoso dele e do esforço e responsabilidade que têm mostrado. Serão estes
elogios de que os nossos filhos se lembrarão um dia mais tarde e são extremamente
importantes para sentirem que têm valor para os seus pais. Esta é a principal
receita para os tirar de sarilhos – se eles acreditarem que valem muito para os seus
pais terão uma auto-estima mais positiva, que os vai proteger ao longo da vida.
X. Não coloque nada naqueles comportamentos que o seu filho não atingiu (deixe o
espaço vazio). Também não lhe dê um sermão nem chame a atenção (recordar que
a atenção negativa mantém aqueles comportamentos que não queremos verem
acontecer).
XI. Nunca retire pontos por mau comportamento (mais à frente no programa serão
discutidas estratégias para lidar com a desobediência e o mau comportamento) –
seria como o seu chefe prometer-lhe um pagamento extra por um trabalho e depois
decidir que não lhe paga porque um dia chegou a atrasado de manhã
94
XII. O quadro de pontos tem de estar num local visível (por ex. frigorífico).
XIII. Se tem mais de um filho faça um quadro para cada um: as recompensas e
comportamentos são estabelecidos para cada um deles – vão motivar-se um ao
outro.
XIV. Depois de um comportamento se ter tornado um hábito deve retirá-lo da tabela.
Porém não se esqueça de continuar a elogiar cada vez que acontecer – se não o
fizer ele poderá voltar a desaparecer.
Uma chamada de atenção: Os sistemas de pontos são apenas uma medida temporária.
Uma vez que tenha ensinado ao seu filho um novo comportamento, poderá mantê-lo
com reforços sociais como o elogio.
Claro que é obrigação dos nossos filhos fazerem os TPC sem terem qualquer espécie de
recompensa concreta. Mas se isso é um problema temos de usar recompensas concretas
para o mudar e então, depois de estabelecido, podemos mantê-lo só com o elogio.
Lembre-se: se gosta de algo, reforce-o.
5. Avaliação da sessão
- Definição do objetivo para a semana.
95
- Os pais preenchem a folha de avaliação da sessão que colocam dentro da pasta onde se
encontra a folha dos objetivos.
6. Encerramento
Avaliação da sessão pelo dinamizador e codinamizador: os dinamizadores devem no fim
da sessão preencher uma ficha de autoavaliação.
96
SISTEMAS DE PONTOS
Sente-se e explique o sistema ao seu filho. Escolha um momento em que estejam
bem dispostos e que não tenham estado a discutir.
Envolva o seu filho na identificação dos comportamentos positivos que ele
precisa de aumentar. Seja realista (não exija mudanças irrealistas). Mostre-lhe
que confia que ele será capaz.
Identifique comportamentos específicos – cada pequeno passo deve ser um
comportamento.
Só escolha comportamentos que sabe que vai conseguir controlar se o seu filho
cumpriu ou não.
Escolha o sistema de recompensas: pergunte-lhe que recompensas gostaria de ter
e defina (aqui o pai é que decide o que é ou não realista) as que pode dar. Depois
pergunte dessas a que ele mais deseja – esta deverá ser aquela a que o pai vai
atribuir mais pontos pois o filho tem de se empenhar em mudar mais
comportamentos para a atingir.
As crianças em idade escolar devem ganhar qualquer coisa passados poucos dias.
Por exemplo no fim da semana. Os adolescentes conseguem adiar mais um pouco
mas não muito. Por isso tente definir recompensas para as quais não é preciso
obter um grande número de pontos. Tente um equilíbrio entre o valor das
recompensas e o esforço que precisam de fazer para as conseguir.
Certifique-se que consegue manter as suas regras; reveja o quadro todas as
semanas ou de duas em duas semanas. Se um comportamento está a ser muito
fácil reduza o número de pontos que lhe dá e outro que esteja a ser muito difícil
aumente o número de pontos.
97
Marque diariamente, com uma cruz, os comportamentos que o seu filho atingiu.
Se o seu filho preferir podem colocar um autocolante nesse espaço (estrelas,
smiles, os cromos preferidos…). Se não fizer isto diariamente o seu filho vai
desmotivar-se. O fim do jantar pode ser um bom momento para o fazerem.
Ao marcar o comportamento atingido não se esqueça de elogiar – o reforço social
é tão importante como as recompensas concretas. Faça-o saber como está
orgulhoso dele e do esforço e responsabilidade que têm mostrado. Serão estes
elogios de que os nossos filhos se lembrarão um dia mais tarde e são
extremamente importantes para sentirem que têm valor para os seus pais. Esta é
a principal receita para os tirar de sarilhos – se eles acreditam que valem muito
para os seus pais terão uma autoestima mais positiva que os vai proteger ao
longo da vida.
Não coloque nada naqueles comportamentos que o seu filho não atingiu (deixe o
espaço vazio). Também não lhe dê um sermão nem chame a atenção (a atenção
negativa mantém aqueles comportamentos que não queremos verem acontecer).
Nunca retire pontos por mau comportamento (mais à frente no programa serão
discutidas estratégias para lidar com a desobediência e o mau comportamento) –
seria como o seu chefe prometer-lhe um pagamento extra por um trabalho e
depois decidir que não lhe paga porque um dia chegou a atrasado de manhã.
O quadro de pontos tem de estar num local visível (por ex. frigorífico).
Se tem mais de um filho faça um quadro para cada um: as recompensas e os
comportamentos são estabelecidos para cada um deles – vão motivar-se um ao
outro.
Depois de um comportamento se ter tornado um hábito deve retirá-lo da tabela.
Porém não se esqueça de continuar a elogiar cada vez que acontecer – se não o
fizer ele poderá voltar a desaparecer.
98
PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
Pense como vai explicar o sistema de pontos ao seu filho (atenção: nunca o faça
depois de uma discussão) e explique-lhe (use o folheto sobre Sistemas de Pontos).
99
Nome:____________________________________________________________
Comportamento Seg. Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo TOTAL
Total de pontos
por dia
✓ Recompensas________________________ Pontos________
✓ _____________________ ___ pontos
✓ _____________________ ___ pontos
✓ _____________________ ___ pontos
✓ _____________________ ___ pontos
✓ _____________________ ___ pontos
✓ _____________________ ___ pontos
✓ _____________________ ___ pontos
100
SESSÃO 07
01. Boas-vindas
02. Revisão dos princípios discutidos na última sessão e da sua aplicação em
casa durante a semana: os objetivos e desafios da última semana
03. Tópico do dia "Dar ordens e estabelecer limites"
04. Objetivos para a semana e atividades em casa: desafios da semana
05. Avaliação da sessão pelos pais
06. Encerramento
101
1. Boas-vindas
- O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à hora
marcada para a sessão. Atribui recompensas concretas ou pontos.
- O líder do grupo deve começar por pedir que em duetos partilhem como
estabeleceram o sistema de pontos com o filho identificando dificuldades na
definição e na aplicação e procurando gerar soluções para as ultrapassar.
Colocar em dueto pessoas que tenham escolhido para usar o sistema de pontos um
problema semelhante.
É importante ter algum tempo durante esta sessão para rever cuidadosamente o
sistema de pontos que cada um definiu. Isto pode significar que haverá menos tempo
para o novo assunto, mas é tempo bem gasto.
Perguntar sobre os telefonemas/contactos.
Recompensar.
3. Tópico do dia
É necessário que os adultos ou pais controlem e estabeleçam limites para os
comportamentos desapropriados dos seus filhos, quando não é possível ignorar. De
facto, as famílias onde as regras não são claramente comunicadas têm uma maior
probabilidade de terem crianças/adolescentes com mau comportamento. A sessão
de hoje será sobre estratégias eficazes para dar ordens e estabelecer limites claros.
Quando neste programa falámos de patrões e pais eficazes uma das características
FOICES era ser E: “específico; claro”.
102
3.1 Chuva de ideias:
Quais são os possíveis benefícios que o seu filho pode ter se existirem limites
“claramente” estabelecidos em casa? Registar as ideias no quadro.
O que é que impede os pais de estabelecerem limites? Não registar.
Dramatização
Situação: Uma mãe chega a casa. O filho deitado no sofá, com as sapatilhas calçadas,
a ver TV alto, com o computador ligado. A mochila está no chão, um copo sujo de
leite e um pacote de bolachas meio aberto.
Mãe: (mal entra na sala, a berrar). Não acredito. Como podes ver TV e estares com o
computador ligado? E estás outra vez com a porcaria das sapatilhas em cima do sofá.
E mais uma vez estiveste a lanchar e deixaste o copo e o pacote das bolachas no chão
para te fazerem companhia. E aposto que ainda nem fizeste os TPC. És uma
vergonha.
103
No fim processar a dramatização colocando a seguinte questão ao filho:
Que efeito têm estas ordens/instruções e a forma como as dá no comportamento
atual e futuro do filho?
De seguida colocar a mesma questão ao grupo e depois as seguintes:
Questões facilitadoras da discussão para colocar ao grupo:
Serão todas as ordens/instruções dadas pela mãe necessárias?
Como é que a mãe poderia ter abordado esta situação de uma forma diferente?
Qual o efeito de colocar uma questão sobre a TV e o computador? Como é que
poderia ter dado uma ordem clara na afirmativa?
Considerações
A mãe comete uma série de erros na sua tentativa de fazer com que o filho cumpra
uma série de ordens. Ela emite uma série de ordens/instruções, não dando tempo
suficiente ao filho. As ordens não são claras, mas dadas de uma forma sarcástica ou
sobre a forma interrogativa.
Depois, termina com uma apreciação negativa sobre o filho como pessoa (o que nada
tem a ver com os comportamentos que ele teve), o que terá como efeito desmotivar
ainda mais o filho.
Por vezes os pais zangam-se quando dão uma ordem e, como resultado, tornam a
sua ordem ineficaz ao incluir críticas ou comentários negativos. Tente evitar criticar
quando está a dar uma ordem, porque o resultado é que o seu filho se sente
incompetente e defensivo e por isso é menos provável que obedeça à ordem. Os
sentimentos de um filho acerca dele próprio como uma pessoa importante devem
ser preservados e considerados pelo menos tão importantes como a obediência. Um
adolescente que se sinta mal ou sem valor tenderá a atuar de acordo como se sente.
Uma ordem negativa que diga ao adolescente o que não pode fazer é também uma
declaração crítica. Por exemplo, ordens como “Para de gritar,” “Não faças isso,” “Para
com isso,” “Para,” são ordens negativas. Em vez de obter os melhores resultados, é
melhor focar em ordens do tipo “faz” por vez de ordens do tipo “para”, e dizê-las com
uma voz firme, positiva e educada.
Antes de dar uma ordem para cumprir deve ser dado um aviso prévio. Se o
adolescente está a meio do seu programa de TV favorito deve dizer-se “No fim do
programa vais…” ou se está a jogar dizer “Daqui a 15 minutos, às 20h30, quero-te
sentado na mesa para jantarmos”
104
- 3.2. Mostrar PROBLEMA 1 – CONSEGUIR QUE OS FILHOS AJUDEM
NAS TAREFAS DOMÉSTICAS EM CASA
1) Mostrar o problema
Introduzir a cena:
A mãe acabou de chegar do seu trabalho de auxiliar de enfermagem e está a arrumar
a cozinha para poder preparar o jantar. O pai trabalha num a pequena empresa de
engenharia. Ele chega a casa, abre a porta e queixa-se do barulho.
Pedir-lhes que pensem como é que o pai e a mãe poderiam resolver esta situação?
Depois da cena terminar pedir-lhes algumas ideias para os pais resolverem a
situação e mostrar a solução 1
105
domésticas em casa .Ela gostaria de sentir que ambos fazem parte da mesma equipa
e não tem sentido isso.
NARRADOR:
Gritar com os filhos não é a melhor forma de conseguir a sua colaboração. Eles vão
tornar-se defensivos e podem até ficar revoltados. Os adolescentes não gostam que
os pais lhes deem ordens. A mãe e o pai deviam resolver este problema como uma
equipa. Os filhos levam-nos mais a sério quando percebem que eles estão unidos.
O castigo que o pai lhes deu foi demasiado duro. Mais tarde vai possivelmente voltar
atrás quando perceber que por estar irritado foi demasiado severo.
Dê só as ordens necessárias.
Não misture ordens com pedidos
Dê uma ordem de cada vez.
Dê ordens curtas e específicas/claras.
Antes de dar uma ordem, tenha a certeza de que o seu filho(a) está a ouvir.
Estabeleça contacto visual, diga o nome dele, etc.
106
Seja realista nas suas expetativas: use ordens apropriadas à idade e
competências do seu filho.
Use ordens “faz” (não use ordens na negativa: “não faças” “não…”).
Torne as ordens positivas e educadas. Elimine as ordens sob a forma de
perguntas ou sugestões.
Utilize avisos e lembretes quando o seu filho está a fazer algo que gosta,
avise-o antes de dar uma ordem.
Faça um uso limitado das explicações depois de ter dado a ordem. Muitas
vezes, os filhos pedem explicações ou razões no momento que lhe dá a
ordem só para evitar cumprir uma ordem. As razões devem ser dadas antes
da ordem (“Vamos visitar a avó, por isso tens meia hora para te vestir”).
Sempre que possível dê opções ao seu filho (sempre que ele possa
escolher; por exemplo “podes escolher sair na sexta ou no sábado à noite,
mas não podes sair nos dois dias, escolhe”).
Apoie/reforce as ordens que o seu companheiro der.
Dê ao seu filho a oportunidade para cumprir.
Recompense a obediência.
Certifique-se que as regras que o seu filho tem de cumprir são claras para
ele e envolva-o na sua definição tendo em conta a opinião dele, sempre que
possível: regras claras evitam que tenha de dar ordens.
Toda a família deve ser ouvida na definição das “grandes regras da família”
e o seu filho deve compreender o porquê de cada uma das regras.
107
5. Avaliação da sessão
Os pais preenchem a folha de avaliação da sessão que colocam dentro da pasta onde
se encontra a folha dos objetivos.
6. Encerramento
- Avaliação da sessão pelo dinamizador e codinamizador: os dinamizadores devem
no fim da sessão preencher a checklist de automonitorização do facilitador
108
__ DUETO: reescreva as ordens ineficazes em ordens eficazes
Ordens Ineficazes Reescreva em ordens eficazes
Encontraste o copo aí no chão?
Não grites.
109
DAR ORDENS E ESTABELECER LIMITES
Dê só as ordens necessárias.
Não misture ordens com pedidos
Dê uma ordem de cada vez.
Dê ordens curtas e específicas/claras.
Antes de dar uma ordem, tenha a certeza de que o seu filho(a) está a ouvir.
Estabeleça contacto visual, diga o nome dele, etc.
Seja realista nas suas expetativas: use ordens apropriadas à idade e
competências do seu filho.
Use ordens “faz” (não use ordens na negativa: “não faças” “não…”).
Torne as ordens positivas e educadas. Elimine as ordens sob a forma de
perguntas ou sugestões.
Utilize avisos e lembretes quando o seu filho está a fazer algo que gosta,
avise-o antes de dar uma ordem.
Faça um uso limitado das explicações depois de ter dado a ordem. Muitas
vezes, os filhos pedem explicações ou razões no momento que lhe dá a
ordem só para evitar cumprir uma ordem. As razões devem ser dadas antes
da ordem (“Vamos visitar a avó, por isso tens meia hora para te vestir”).
Sempre que possível dê opções ao seu filho (sempre que ele possa
escolher; por exemplo “podes escolher sair na sexta ou no sábado à noite,
mas não podes sair nos dois dias, escolhe”).
Apoie/reforce as ordens que o seu companheiro der.
Dê ao seu filho a oportunidade para cumprir.
Recompense a obediência.
110
Certifique-se que as regras que o seu filho tem de cumprir são claras para
ele e envolva-o na sua definição tendo em conta a opinião dele, sempre que
possível: regras claras evitam que tenha de dar ordens.
Toda a família deve ser ouvida na definição das “grandes regras da família”
e o seu filho deve compreender o porquê de cada uma das regras
111
PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
• Escolha uma ordem que costuma dar e redefina-a em função dos princípios
discutidos nesta sessão.
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SESSÃO 08
01. Boas-vindas
02. Revisão dos princípios discutidos na última sessão e da sua aplicação em
casa durante a semana: os desafios e os objetivos da última semana
03. Tópico do dia “Ignorar” e “Aprender a manter a calma
04. Objetivos para a semana e atividades em casa – escolha dos novos pares
para os telefonemas
05. Avaliação da sessão pelos pais
06. Encerramento
113
1. Boas-vindas
- O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à hora
marcada para a sessão. Faz a atribuição de recompensas concretas ou pontos.
114
ser neutra e não se entra em discussão com o adolescente. Mal o adolescente comece
a exibir o comportamento desejado, os pais devem começar a prestar-lhe atenção e
elogiá-lo sem sarcasmo.
É importante estar a contar que, quando se utiliza a estratégia de ignorar, o
comportamento tende a piorar no início, antes de começar a melhorar. É preciso ser
firme e consistente – caso se ceda face à insistência do adolescente, eliminamos o
comportamento indesejável (berrar, discutir) no imediato, mas ensinamos-lhe que
quando quer levar a dele avante tudo quanto tem de fazer é argumentar (reforço do
comportamento indesejável).
É difícil ignorar um adolescente se ele começa a argumentar. Nestas circunstâncias
pode ser necessário afastar-se fisicamente para uma outra divisão da casa.
Que comportamentos não podem ser ignorados? Os pais podem por exemplo
referir
a) Violência contra os pais ou irmãos
b) Que causem estragos materiais
c) Que perturbem de um modo intolerável os outros
d) Que coloquem em perigo a saúde física e emocional do próprio
e) Linguagem que é inaceitável utilizar em casa
115
Como podemos ignorar? Devem chegar às seguintes estratégias
o Não estabelecimento de contacto visual
o Postura corporal relaxada
o Ausência de resposta verbal
o Expressão facial neutra
o Mudar de divisão
Como nos podemos manter calmos enquanto ignoramos um comportamento
indesejável.
a) Respirar fundo
b) Contar até 5
c) Pensamentos positivos
d) Técnicas de relaxamento
e) Sair da situação
f) Ligar a música
3.2. Dramatização
Não pedir voluntários: escolher com base nas partilhas na sessão, se possível, dois
elementos que vivam essa situação em casa.
Explicar em que consiste a “situação” que vão praticar e explicar o que faz a mãe e o
adolescente.
Recordar a importância de “praticar” na sessão para depois de aplicar em casa com
mais eficácia.
Situação: Um adolescente discute com a mãe depois de a mãe lhe ter dito que não
pode sair à noite à semana durante as aulas. Só ao fim de semana e apenas um dos
dias (sexta ou sábado).
Peça a uma mãe que faça de adolescente e a outra de mãe. O adolescente deve ser
insistente, puxar a cara da mãe para ela o ouvir, usar vários argumentos (sem nunca
usar linguagem inaceitável em casa), comparar-se com os amigos que saem todas as
noites e têm piores notas que ele, ameaçar que vai fugir de casa um dia destes,
ameaçar que vai descer as notas, dizer que não tem culpa de a mãe ter crescido no
século passado e não sair nunca com os amigos, de nem sequer ter amigos, etc. A
116
mãe deve ignorá-la virando a cara, não respondendo, virando as costas e no limite
pode mesmo abandonar a sala onde estavam os dois.
Discussão:
Pedir à mãe que fez de adolescente para dizer o que sentiu (frustração e fizesse o
que fizesse ou dissesse o que dissesse a mãe não mudaria de opinião; cansaço). Pedir
à mãe que fez de mãe que diga o que sentiu (vontade de responder; de lhe explicar
porque é que não pode sair à noite, mesmo já o tendo feito quando definiram as
regras das saídas; vontade de o ameaçar com consequências). Perguntar que
pensamentos foi tendo e se esses pensamentos a ajudaram ou, pelo contrário,
dificultaram ignorar.
O grupo deve discutir porque é que o comportamento da mãe foi eficaz e o que é que
o filho aprendeu com a consistência da mãe. Discutir também o que teria acontecido
se a mãe discutisse com o filho (estaria a treiná-lo para no futuro ele contestar todas
as ordens). Discutir que quando os dois estiverem calmos é importante definirem as
regras de saída à noite durante o tempo de aulas e se necessário fazerem um
contrato (sessão 10).
117
2) Processar:
- Como é que o pensamento da mãe determinou o comportamento dela? Quando
encaramos o comportamento dos nossos filhos como algo de pessoal, tal como a mãe
fez quando disse para si mesma “Ele pensa que eu sou estúpida” preparamo-nos
para um confronto de onde ninguém sai a ganhar. Esse pensamento faz disparar na
mãe um “botão de alarme” que a leva a sentir EMOÇÕES NEGATIVAS (zangada) que
a fazem REAGIR de forma agressiva em vez de agir de forma calma. São respostas
provocadas por uma área cerebral que se chama “amígdala” que é ativada quando
temos pensamentos e emoções negativos aos quais reagimos, em lugar de tomar
consciência deles e acalmarmo-nos.
- Ver com o os pais folheto Top 10: 10 Botões de Alarme
- Quais as consequências do comportamento da mãe: modelo negativo; não definiu
de forma específica o problema; não se focou no aumento do comportamento que
queria ver acontecer do que queria ver acontecer…
- Depois da discussão mostrar a reflexão feita pelo “narrador” no fim da
solução 3.
NARRADOR:
Quando a mãe pensa para si própria, “Ele pensa que eu sou ingénua?” isso fá-la
ficar zangada. E porque ficou zangada isso torna-a agressiva, o que a leva a dar um
castigo ao Quim sem lhe dar oportunidade de conversar.
A mãe não foi clara quando disse ao Quim que ficaria sem a bicicleta se não
melhorasse as notas. Uma vez que ele até teve algumas melhorias fica magoado e
zangado quando a mãe não ficou satisfeita.
118
Colocar de novo o Problema 8 Levantar-se da cama de manhã e ficar pronto para ir
para a escola seguido da SOLUÇÃO 2 - Insistir com o João para se levantar e ameaçá-
lo de que será punido caso ele não o faça
1) Introdução: Introduzir a cena dizendo que vão voltar a ver a situação do
pai do João e a dificuldade que tem em conseguir que o João se levante cedo a horas
de o levar para a escola e que a seguir vão ver uma das respostas que o pai encontrou
para lidar com a situação: a solução 2. Pedir-lhes que pensem no efeito que o pai ao
não se ter conseguido manter calmo a ameaçar bater pode ter no João e na relação
dele com o pai.
2) Processar: Perguntar ao grupo o que pode acontecer se o pai de facto
“bater” no João como ameaça fazer.
- Ter em conta as seguintes informações para orientar a discussão e registar no
quadro em quatro quadrículas: as vantagens do bater e das estratégias disciplinares
positivas; as desvantagens do bater e das estratégias disciplinares positivas (no fim
as vantagens das estratégias disciplinares positivas têm de ser tantas como as
desvantagens do bater e as vantagens do bater tantas como as desvantagens das
estratégias positivas):
119
frequência, estes adolescentes não aprendem a responsabilizar-se pelo mau
comportamento e têm tendência a portar-se de uma forma pouco apropriada
quando estão noutro contexto. Ainda outro resultado do bater é que o
adolescente aprende a esconder ou a mentir acerca dos problemas, para
evitar apanhar. De facto, quanto mais rígida for a disciplina – seja sob a forma
de críticas humilhantes ou punições físicas – mais desviante e resistente o
adolescente se torna.
120
Bater tem vantagens no curto prazo para os pais (não para os filhos) e
desvantagens a longo prazo para ambos. Pelo contrário, as estratégias
positivas discutidas têm desvantagens a curto prazo para os pais (demoram
tempo e pode ser difícil levar a situação até ao fim) e vantagens a longo-prazo
para ambos
São os pontos fracos dos pais: o adolescente toca neles e o alarme dos pais dispara
e isso fá-los sentir zangados ou tristes e fá-los perder o controlo (ajudar os pais a
estabelecer uma relação entre o PENSAMENTO que é ativado, a EMOÇÃO que é
gerada e o COMPORTAMENTO que é tido em função desses pensamentos e
emoções).
121
5. Tu não és meu pai (minha mãe); não Colocar em causa os padrastos e
tenho de te ouvir madrastas, pois ao frustrá-los retira-lhes
poder
6. Gestos específicos, uma voz irritante; Os pais ao tomarem isto como pessoal
revirar os olhos; linguagem corporal perdem a noção de qual é o verdadeiro
problema e como o enfrentar
7. Vou-me matar; vou… Visam assustar os pais e fazê-los recuar
8. Mentir Os pais odeiam mentiras e os adolescentes
sabem e usam-nas para os irritar
9. Odeio a escola A maioria dos pais valorizam a escola e
sentem que os adolescentes estão a
colocar em risco o futuro deles e ficam
descontrolados
10. Eu vou fugir, vou desparecer Visa fazer com que os pais sintam medo e
recuem
3.4.Em duetos:
- Identificar um comportamento do/a filho/a que podem IGNORAR, mas que não
conseguem ignorar, que os faz ter pensamentos perturbadores/sentimentos
negativos (por ex. o/a filho/a dizer que ela é uma frustrada, que não tem vida).
- Identificar a emoção NEGATIVA que esse comportamento ou faz sentir ou um
PENSAMENTO perturbador que costumam ter quando estão a tentar ignorar esse
comportamento. Cada dueto identifica assim 2 sentimentos ou 2 pensamentos.
- Identificar como é que isso que SENTEM e/ou PENSAM determina o
comportamento que têm a seguir (por ex. ele não me respeita – sinto-me frustrado,
irritado – berro com ele porque me sinto frustrada e digo coisas que mais tarde me
arrependam).
- Identificar pensamentos “calmantes” que podem ter para substituir esses
pensamentos “perturbadores” ou outras coisas que possam fazer para se
acalmarem e conseguirem ignorar
122
Partilhar em grande grupo
Colocar no quadro 3 colunas: o comportamento; os pensamentos perturbadores
e/ou emoções negativas; pensamentos calmantes; coisas que podem fazer para se
acalmar
“PENSAMENTO POSITIVO”!
Quando a mudança ocorre, é normal as coisas ficarem pior antes de
melhorarem
Isto não dura para sempre; as coisas vão melhorar.
Eu consigo lidar com isto; consigo controlar-me .
Eu consigo ensiná-lo a ...
Os problemas acontecem por isso todos temos de aprender a resolver
conflitos.
Posso falar com ele... e encontrar algumas soluções.
Vamos arranjar uma maneira; todos temos de tentar para aprender.
123
Toda a gente comete erros.
Eu posso ajudar se ...
As suas qualidades são...
Eu sou um bom pai/mãe porque estou a tentar...
Eu consigo manter-me calmo a maior parte do tempo.
Gosto muito de estar com ele/a, especialmente quando nós...
5.Avaliação da sessão
Os pais preenchem a folha de avaliação da sessão que colocam dentro da pasta onde
se encontra a folha dos objetivos.
6. Encerramento
- Avaliação da sessão pelo dinamizador e codinamizador: os dinamizadores devem
no fim da sessão preencher a checklist de automonitorização do facilitador
124
O QUE FAZER QUANDO ME SINTO MESMO ZANGADO/A
Preste atenção à sua tensão corporal, respire fundo e relaxe.
Esteja atento/a a qualquer autocrítica e substitua-a por autoencorajamento.
Pergunte a si mesmo/a se aquilo que o/a está a fazer sentir tenso/a é
realmente importante. Será que isso vai fazer alguma diferença daqui a uma
semana? Um ano? Quando tiver 70 anos?
Visualize um acontecimento passado maravilhoso que teve com o seu filho
(por exemplo ele a rir consigo quando era pequenino; ... ) ou sonhe com o
futuro.
No meio de um conflito, respire fundo, acalme-se, leve para a brincadeira e
afaste-se durante alguns minutos.
Faça uma pausa (vá dar uma volta, tome um banho, leia um jornal...).
“PENSAMENTO POSITIVO”!
Quando a mudança ocorre, é normal as coisas ficarem pior antes de
melhorarem
Isto não dura para sempre; as coisas vão melhorar.
Eu consigo lidar com isto; consigo controlar-me .
Eu consigo ensiná-lo a ...
Os problemas acontecem por isso todos temos de aprender a resolver
conflitos.
Posso falar com ele... e encontrar algumas soluções.
Vamos arranjar uma maneira; todos temos de tentar para aprender.
Toda a gente comete erros.
Eu posso ajudar se ...
125
As suas qualidades são...
Eu sou um bom pai/mãe porque estou a tentar...
Eu consigo manter-me calmo a maior parte do tempo.
Gosto muito de estar com ele/a, especialmente quando nós...
126
PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
Escolha um comportamento desadequado a que costuma dar atenção e que vai ignorar
nessa semana.
_____________________________________________________________________________
Esteja atento, enquanto ignora esse comportamento, ao que pensa, ao que sente e ao
que faz para conseguir substituir pensamentos perturbadores por pensamentos que o
ajudem a acalmar e outras estratégias que utiliza para se acalmar.
Registe:
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Se for a sua vez, não se esqueça de contactar com o seu par do grupo.
127
SESSÃO 09
01. Boas-vindas
02. Revisão dos princípios discutidos na última sessão e da sua aplicação em
casa durante a semana: os objetivos e desafios da última semana
03. Tópico do dia “Consequências lógicas e naturais”
04. Objetivos para a semana e atividades em casa: Escolha de novos parceiros
para os telefonemas
05. Avaliação da sessão pelos pais
06. Encerramento
128
1. Boas-vindas
- O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à
hora marcada para a sessão. Atribui recompensas concretas ou pontos.
3. Tópico do dia
3.1 Consequências que utilizam
129
3.2. Mostrar PROBLEMA 8: LEVANTAR-SE DA CAMA DE MANHÃ E
FICAR PRONTO PARA IR PARA A ESCOLA
1) CENA:
Introduzir a cena: Dizer que vão ver o pai do João a chamá-lo de manhã para ir
para a escola e que o João não se está a levantar. Pedir que pensem em algumas
consequências que o pai poderia utilizar se o João desobedece-se
Processar: Perguntar que consequências é que o pai do João podia utilizar.
Dizer que agora vão ver a resposta que o pai deu à situação
2) SOLUÇÃO 2 - INSISTIR COM O JOÃO PARA SE LEVANTAR E AMEAÇÁ-LO DE
QUE SERÁ PUNIDO CASO ELE NÃO O FAÇA
Introduzir: Peça aos pais para pensarem quais os riscos para a relação do pai com
o João da forma como o pai reagiu à situação.
Processar:
Qual a consequência que o pai definiu ?(tirar a mesada para sempre e ficar de
castigo duas semanas e ameaçou bater)
Serão estas consequências eficazes? (não, o pai não lhe vai tirar a mesada para
sempre e não é específico sobre o que significa ficar de castigo).
Como é que o pai devia ter especificado qual a regra? (o pai pode dar um aviso
prévio, 10 minutos antes de o chamar para se levantar, depois chama-o e se ele se
levantar elogia-o; caso não se levante dá-lhe a escolher: ou te levantas agora ou….)?
Que consequências podia o pai do João aplicar?
Referir que no próxima sessão vão falar da “ameaça de bater que o pai fez”.
Passar o narrador
“O pai está zangado porque considerou o atraso do João como algo pessoal.
Ele não compreende como é difícil para muitos adolescentes levantarem-se cedo.
Com efeito, este atraso não decorre do facto de ter sido o pai a chamá-lo.
Ameaçar o João de que lhe vai bater e de que o vai castigar durante duas semanas é
uma reação exagerada. A punição física pode destruir seriamente a relação com os
nossos filhos. E punições severas convidam à rebeldia, como o João mostrou aqui.
O pai vai perder o respeito do filho ao ameaçar com um castigo que não vai poder
manter porque é exagerado.
130
3.3. Consequências lógica e consequências naturais
- As consequências ensinam os nossos filhos a serem mais responsáveis. Estas
estratégias são mais eficazes para aqueles problemas recorrentes, em que os pais
são capazes de decidir antecipadamente o que poderão fazer quando o mau
comportamento voltar a ocorrer.
- Os pais devem desenvolver nos seus filhos a tomada de decisão, o sentido de
responsabilidade e a capacidade de aprender com os erros através do uso das
consequências lógicas e naturais.
A consequência é natural quer resulte da ação do adolescente, quer pela
inação, na ausência de intervenção adulta. Ou seja, se o Rui adormece ou se
se recusa a ir no autocarro da escola, a consequência natural poderá ser que
ele terá de ir a pé para a escola. Se a Catarina não quer vestir o casaco, então
ela irá sentir frio. Nestes exemplos, o adolescente aprende experienciando as
consequências diretas da sua própria decisão – aqui eles não foram
protegidos da possibilidade de uma consequência desagradável como
resultado do seu comportamento, por nenhuma ordem dos pais.
Uma consequência lógica, por seu lado, é configurada pelos pais. É
concebida como uma “forma de remediar o crime”. Uma consequência lógica
para um adolescente que estragou o computador poderá ser ele trabalhar até
conseguir pagar os custos do arranjo.
Por causa das competências cognitivas que envolvem, as consequências
naturais funcionam melhor com adolescentes que com crianças. Por
exemplo, as crianças muito novas não conseguem ver a conexão entre não
comer e ficar com fome duas horas mais tarde.
131
estar seguro de que consegue viver com as consequências que estabeleceu –
ser consistente = disciplina assertiva;
o tamanho da consequência tem de estar relacionado com a gravidade da
regra quebrada e com a persistência do comportamento “NÃO USAR
MARTELOS PARA MATAR MOSQUITOS”;
devem ser indicadas para o adolescente: o que funciona com um adolescente
não funciona com o outro;
dar ao adolescente a possibilidade de escolher antecipadamente,
envolvendo-o na escolha das consequências e, deste modo,
responsabilizando-o;
estabelecer consequências não punitivas;
ser amigável e positivo quando aplica as consequências: escolheste não
obedecer então ............;
oferecer rapidamente novas oportunidades de aprender a ter sucesso.
- Distribuir o folheto “Consequências”
132
CONSEQUÊNCIAS TOP 10
DINHEIRO Retirar como consequência
NET/TELEMÓVEL Impedir a comunicação com os amigos
ou namorados
LIBERDADE Perda de liberdade de qualquer tipo
(saídas diárias ou saída no fim de
semana ou ida a uma festa
ROUPAS Representam uma identidade: retirar
ou não lavar e passar a ferro algumas
peças de roupa preferidas (evitar
humilhar obrigando a usar roupas que
detesta). Retirar outros itens ligados à
aparência: óculos escuros, relógios, …
APARÊNCIA Só em situações extremas: apareça na
escola vestida de uma forma que
embarace o seu filho (ele sabia
antecipadamente que se quebrasse a
regra iria fazê-lo): com rolos; ou com
uma roupa da sua mãe. Isto motiva-o a
cumprir
TRANSPORTE Se costuma ir levá-lo e buscá-lo deixe de
o fazer, ele passa a andar a pé ou de
autocarro
BENS MATERIAIS Retirar do quarto a TV, o computador, a
coleção de CDs favoritos
133
4. Objetivos para a semana e atividades em casa: desafios da semana
- Pedir a cada pai que escolha um comportamento desadequado ao qual vão atribuir
consequências lógicas “Se……então…….”. Devem conversar antecipadamente com o
adolescente sobre essa consequência .
- Fazer uma lista de consequências possíveis de aplicar.
- Continuar com os telefonemas com o par da última sessão.
5. Avaliação da sessão
Os pais preenchem a folha de avaliação da sessão que colocam dentro da pasta onde
se encontra a folha dos objetivos.
6. Encerramento
- Avaliação da sessão pelo dinamizador e codinamizador: os dinamizadores devem
no fim da sessão preencher a checklist de automonitorização do facilitador
134
CONSEQUÊNCIAS TOP 10
DINHEIRO Retirar como consequência
NET/TELEMÓVEL Impedir a comunicação com os amigos
ou namorados
LIBERDADE Perda de liberdade de qualquer tipo
(saídas diárias ou saída no fim de
semana ou ida a uma festa
ROUPAS Representam uma identidade: retirar
ou não lavar e passar a ferro algumas
peças de roupa preferidas (evitar
humilhar obrigando a usar roupas que
detesta). Retirar outros itens ligados à
aparência: óculos escuros, relógios, …
APARÊNCIA Só em situações extremas: apareça na
escola vestida de uma forma que
embarace o seu filho (ele sabia
antecipadamente que se quebrasse a
regra iria fazê-lo): com rolos; ou com
uma roupa da sua mãe. Isto motiva-o a
cumprir
TRANSPORTE Se costuma ir levá-lo e buscá-lo deixe de
o fazer, ele passa a andar a pé ou de
autocarro
BENS MATERIAIS Retirar do quarto a TV, o computador, a
coleção de CDs favoritos
135
CONSEQUÊNCIAS
136
PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
• Faça uma lista de consequências que possam ser usadas sempre que o/a seu/sua
flho/a não cumprir uma regra ou ordem e sente-se com ele deixando claro em que situações é
que serão utilizadas. Ouça-o e seja flexível, sem deixar de ser consistente.
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Se for a sua vez, não se esqueça de contactar com o seu par do grupo.
137
SESSÃO 10
01. Boas-vindas
02. Revisão dos princípios discutidos na última sessão e da sua aplicação em
casa durante a semana: os objetivos e desafios da última semana
03. Tópico do dia: os “Contratos”
04. Objetivos para a semana e atividades em casa: desafios da semana
05. Avaliação da sessão pelos pais
06. Encerramento
138
1. Boas-vindas
- O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à hora
marcada para a sessão. Faz a atribuição de recompensas concretas ou pontos.
139
os filhos as realizam reduz as discussões. Os filhos ficarão mais responsáveis e
podem visualizar o seu desempenho.)
- Porque é importante estabelecer não apenas consequências para o não
cumprimento, mas também recompensas quando cumprem? (motiva a
continuarem; responsabiliza quando não realizam; aprendem a escolher e deste
modo a serem mais responsáveis em casa e também em outros contextos)
- Porque é importante os pais manterem a calma e como é que o fazem? Os pais ao
manterem a calma são Modelos Positivos para os filhos de como controlar as
emoções. A mãe usa autodiálogo dizendo para si mesma: “Ok. Não adianta gritar –
ninguém gosta disso.” O pai e a mãe reconhecem as suas emoções negativas e
comportam-se como uma equipa, passando, deste modo, a mensagem aos filhos que
estão de acordo e se respeitam e apoiam, o que dá uma imensa segurança aos filhos:
“Mãe: (para o pai): Desculpa…sabes, eu fico frustrada, ninguém me ouve (no
trabalho) o dia inteiro. Depois chego a casa e é mais do mesmo por parte dos miúdos.
Pai: Pois, bem, tu tens razão em relação aos labregos do meu trabalho…eu sou tão
bem sucedido com eles como sou cá em casa.”
- Porque é que é importante a situação ser resolvida com toda a família presente e
porque é que é importante os pais ouvirem a opinião dos filhos? Cria um sentido de
coesão familiar que aumenta a segurança dos filhos e sentido de pertença e
aceitação. Quando a mãe pergunta: “OK. Então o que é que tem de ser feito, quais são
as recompensas e quais as tarefas extra?” faz os filhos sentirem-se validados e abre
portas à negociação, o que ao mesmo tempo os responsabiliza pelo acordo a que
chegarem.
- Porque é que é importante a mãe ter papel e esferográfica para registar a lista de
tarefas e o acordo a que chegarem sobre recompensas e consequências?
Responsabiliza, dá segurança e garante que todos compreenderam as suas
responsabilidades, evitando mal entendidos.
- Nesta discussão tenha em conta as grandes vantagens dos Contratos
_ Vantagens de estabelecer um Contrato:
Conduz a uma melhor compreensão do problema.
Todos estão envolvidos e ouvem o mesmo. Uma vez que todos estão
envolvidos, será mais fácil que cumpram o estabelecido,
comparativamente às famílias em que são os pais que “ditam as leis”.
140
Existe uma estratégia clara para obtenção de acordo. A cooperação é
melhor do que quando as ordens são impostas pelos pais,
especialmente quando os filhos já são mais velhos.
É especialmente importante com adolescentes porque lhes ensina o
sentido de responsabilidade e como fazer e manter acordos.
Contribuem para aumentar a qualidade da relação entre pais e filhos
e para um clima familiar mais positivo.
3) Passar o narrador no final do processamento em grande grupo
NARRADOR:
“A mãe e o pai comportam-se como uma equipa e usam uma comunicação clara e
calma. Este é um exemplo de um bom Modelo de Comportamento.
Uma vez que os filhos imitam o comportamento dos pais devemos ter cuidado com
o que lhes demonstramos. Mantermos o controlo das nossas emoções é um bom
exemplo.
A mãe usa uma “Afirmação na 1ª pessoa” quando diz, “Eu fico chateada por ter de
pedir constantemente. Eu não quero ter de estar sempre a ralhar.” É muito mais
eficaz quando ela diz o que sente face ao que os filhos fizeram, do que culpá-los.
Fazer uma lista de tarefas e assinalar quando os filhos as realizam reduz as
discussões. Os filhos ficarão mais responsáveis e podem visualizar o seu
desempenho. Os pais precisam de recompensar os esforços dos seus filhos.
Estabelecer recompensas e penalizações para o cumprimento ou não das tarefas é
uma forma de Contrato ou Sistema de Pontos. Se os castigos e as recompensas forem
apropriados, os filhos ficarão mais motivados para cumprirem o que se espera
deles.”
141
problema, dizer até que ponto o problema o afeta e o seu papel no
mesmo.
2. EXPLORAR O PROBLEMA. Conversem sobre as causas que
conduziram ao problema e as suas consequências. Deste modo são
acrescentados mais detalhes ao passo 1.
3. LEVANTAMENTO DE SOLUÇÕES. Todos os presentes devem
apresentar uma ou duas possibilidades de resolução do problema.
Ninguém deve fazer comentários sobre as sugestões que dá ou as
dadas pelos outros antes de chegar ao próximo passo. Ideias
irrealistas e divertidas são bem-vindas, desde que todos
contribuam. Peça um voluntário para registar todas as ideias.
4. AVALIAR CADA SOLUÇÃO E DECIDIR QUAL É A MELHOR.
Debatam as diferentes soluções apresentadas, uma a uma, e
discutam identificando os prós e contras de cada uma. Mais uma
vez, todos devem contribuir. Pergunte a cada elemento da família,
depois do debate, qual a solução que acha que irá resultar melhor.
Proponha que todos concordem em tentar uma das soluções ou
com uma combinação de duas ou mais boas soluções.
5. REDIGIR O CONTRATO. Conversem sobre o papel que cada
pessoa pode ter na implementação da solução e na resolução do
problema. Registe os acordos, começando por registar quem faz o
quê. Discuta sobre quais as recompensas por manterem os acordos
do contrato e quais as punições por não os cumprirem. Registe-as
também. Se o contrato for um pouco complicado, peça para cada
um dizer o que acha que consta no contrato para se assegurar que
todos o compreendem. Corrija qualquer mal-entendido.
142
1) Distribua os seguintes dois problemas um para cada grupo (para a realização
desta atividade os pais terão de ter no mínimo 15 minutos):
1. A filha de 13 anos quer sair até mais tarde aos fins-de -semana. Tem havido
muitas discussões ultimamente por ela não chegar a horas a casa quando sai
aos fins-de-semana.
1. IDENTIFICAR O PROBLEMA.
2. EXPLORAR O PROBLEMA.
3. LEVANTAMENTO DE SOLUÇÕES.
4. AVALIAR CADA UMA DAS SOLUÇÕES E DECIDIR QUAL A MELHOR.
5. REDIGIR O CONTRATO.
2. Os filhos de 10 e 12 anos refilam e choram cada vez que a mãe lhes diz que
são horas de se irem deitar, pedindo para ficar a ver televisão. O pai tem quase
sempre de se zangar com eles e gritar para que eles obedeçam e se vão deitar.
1. IDENTIFICAR O PROBLEMA.
2. EXPLORAR O PROBLEMA.
3. LEVANTAMENTO DE SOLUÇÕES.
4. AVALIAR CADA UMA DAS SOLUÇÕES E DECIDIR QUAL A MELHOR.
5. REDIGIR O CONTRATO.
2) Distribua os 2 folhetos sobre como família Calvão elaborou e redigiu um
contrato e analise com os pais antes de começarem a elaborar o contrato para o
problema que lhes foi distribuído: “Exemplo do estabelecimento de um contrato”;
“Exemplo de contrato”
143
1. Avaliação da sessão
Os pais preenchem a folha de avaliação da sessão que colocam dentro da pasta onde
se encontra a folha dos objetivos.
2. Encerramento
- Avaliação da sessão pelo dinamizador e codinamizador: os dinamizadores devem
no fim da sessão preencher a checklist de automonitorização do facilitador
144
COMO ESTABELECER UM CONTRATO
I. Identifique o problema
II. Explore o problema
Discuta quais as situações que conduzem ao problema e o que acontece
depois.
III. Faça uma “chuva de ideias” sobre possíveis soluções
Cada membro deve sugerir uma ou duas soluções para o problema.
Ninguém deve fazer comentários sobre as soluções que os outros
sugeriram. Peça alguém que se voluntarie para fazer a lista das soluções.
IV. Avalie cada uma das soluções e decida qual a que resulta melhor
Siga as soluções da lista e discuta as vantagens e desvantagens de cada uma
delas. De novo cada pessoa pode dizer o que pensa. Tente que todos
cheguem a um consenso sobre a melhor solução ou construa uma que
englobe duas ou mais das preferidas.
V. Escreva o contrato
Discuta o que cada pessoa implicada pode fazer para aplicar a solução
encontrada e resolver o problema. Escreva o acordo especificando o que
cada um tem de fazer. Discuta as consequências para quem não cumpre e
quebra o contrato. Escreva-as também.
VI. Leia o contrato e peça a cada um que explique o que tem de fazer
Todos assinam.
VII. Para tornar o contrato eficaz
Coloque o contrato num local em que todos o possam ver. Faça uma
revisão periódica do contrato com todos os envolvidos (por exemplo ao fim
de semana). Qualquer alteração ao contrato tem de ser feita com todos
presentes e no encontro semanal.
145
Seja consistente quer com as recompensas, quer com as punições – só
desta forma o seu contrato manterá a eficácia. Não se esqueça de elogiar
quem cumpre (além de recompensar) e ignorar quem não cumpre (além de
penalizar).
146
EXEMPLO DO ESTABELECIMENTO DE UM CONTRATO
147
nada disso. Se o Luís não fizesse as suas tarefas logo que chegasse da escola, a Letícia
fazia queixa dele. O Luís só queria comer qualquer coisa e relaxar depois das aulas,
antes de cumprir as suas tarefas.
148
2. A mãe concorda não lembrar o Luís das tarefas antes de terem passado os 30
minutos. Se os seus amigos estiverem presentes, a mãe chama-o à parte ou faz-lhe
um sinal.
3. A Letícia concorda não fazer queixas do irmão por ele não fazer as suas tarefas.
Ela pode contar à mãe se as tarefas já estiverem concluídas.
4. O Luís concorda em telefonar à mãe e pedir permissão para ficar com os amigos
se não vier a tempo de jantar.
5. Se o Luís não cumprir o acordado em #1, ser-lhe-á atribuída outra tarefa extra de
15 minutos.
6. Se a mãe não cumprir o acordado em #2, ela terá de fazer as tarefas do Luís por
ele.
7. Se a Letícia não cumprir o acordado em #3, terá ela de fazer as tarefas do Luís.
8. Se o Luís não cumprir o acordado #4, ficará sem sair durante dois dias.
9. Se todos cumprirem o contrato durante duas semanas, a família irá ao cinema
nesse fim-de-semana.
10. O contrato será revisto e atualizado duas em duas semanas
149
EXEMPLO DE CONTRATO
O Luís concorda fazer as suas tarefas sem ser relembrado, nos 30 minutos seguintes
a ter chegado a casa depois da escola.
A mãe concorda não lembrar o Luís das tarefas antes de terem passado os 30
minutos. Se os seus amigos estiverem presentes, a mãe chama-o à parte ou faz-lhe
um sinal.
A Letícia concorda não fazer queixas do irmão por ele não fazer as suas tarefas. Ela
pode contar à mãe se as tarefas já estiverem concluídas.
O Luís concorda em telefonar à mãe e pedir permissão para ficar com os amigos se
não vier a tempo de jantar.
Se o Luís não cumprir o acordado sobre fazer as tarefas sem ser lembrado, nos nos
30 minutos seguintes, a ter chegado a casa depois da escola, ser-lhe-á atribuída
outra tarefa extra de 15 minutos.
Se a mãe não cumprir o acordado sobre não lembrar o Luís das tarefas antes de
terem passado os 30 minutos e chama-lo à parte ou fazer-lhe um sinal se os seus
amigos estiverem presentes, ela terá de fazer as tarefas do Luís por ele.
Se a Letícia não cumprir o acordado quanto a não fazer queixas do irmão por ele não
fazer as suas tarefas, terá ela de fazer as tarefas do Luís.
Se o Luís não cumprir o acordado relativamente à telefonar à mãe e pedir permissão
para ficar com os amigos se não vier a tempo de jantar, ficará sem sair durante dois
dias.
Se todos cumprirem o contrato durante duas semanas, a família irá ao cinema nesse
fim-de-semana.
Data
Assinatura da mãe
Assinatura do Luís
Assinatura da Letícia
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CASCAS DE BANANA NUM CONTRATO
151
PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
Observações:
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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Se for a sua vez, não se esqueça de contactar com o seu par do grupo.
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SESSÃO 11
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
01. Boas-vindas
02. Revisão dos princípios discutidos na última sessão e da sua aplicação em casa
durante a semana: os objetivos da última semana
03. Tópico do dia “Resolução de Problema”
04. Planear a Celebração na próxima sessão
05. Objetivos para a semana e atividades em casa – escolha dos novos pares para
os telefonemas: desafios
06. Avaliação da sessão pelos pais
07. Encerramento
153
1. Boas-vindas
- O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à hora
marcada para a sessão. Faz para a atribuição de recompensas concretas ou pontos.
154
3.2. Divida o grupo em 3 (ou se for um grupo pequeno em 2) e dê a
cada uma Situação Problema do DVD que ainda não foi analisada e peça-lhes que
sigam os seguintes passos de Resolução do Problema (escrever no quadro):
1) Qual é o problema específico que a mãe/pai quer resolver?
2) Quais são os positivos opostos que as mães/pai querem ver acontecer
3) Dar atenção positiva a esses opostos positivos: elaborar elogios específicos,
RAP e algumas frases de escuta ativa que a mãe/pai podiam utilizar
4) Construir um sistema de pontos para alguns desses opostos positivos com
indicação de diferentes recompensas para diferente quantidade de pontos
5) Pensar em consequências para o não cumprimento desses opostos positivos
6) Identificar formas de ignorar e de se manterem calmos
7) Formular algumas mensagens na primeira pessoa face aos comportamentos
negativos que o pai/mãe querem ver reduzidos
8) Estabelecer um contrato onde o que é esperado de todos os membros da
família implicados no problema esteja expresso
- Dê o guião da Situação Problema em suporte escrito aos pais e mostre também a
situação no DVD (todos os grupos veem todos os Problemas mas cada um fica com
o seu; no entanto se entender que é mais ajustado para o grupo resolverem todos o
mesmo problemas em grande grupo sem os separar pode fazê-lo.). Os Problemas
são: 4- Gerir conflitos entre o filho e o padrasto em famílias reconstituídas; 7 -
Obedecer às ordens e falar de forma educada com os pais: o problema do
telefone; 9 – Resolução de conflitos. Gerir brigas entre irmãos. Para o Problema
7 peça aos pais que considerem que a discussão/desobediência não é sobre o uso de
um telefone fixo, uma vez que este não é um problema atual, mas sim da televisão
(uma vez que só uma em casa e a filha quer escolher sempre o canal) ou do
computador da família (a filha quer estar sempre a utilizar e não respeita os tempos
e necessidades de utilização do computador pela mãe). Na organização dos grupos
tenha em conta a afinidade de cada pai/mãe com os problemas (se só têm um filho
não tem sentido ficarem com o Problema 9; se não são uma família reconstituída não
é significativo o Problema 4).
155
- No caso de essas Situação Problema não se adequarem aos membros do seu grupo
utilize as que são propostas no Manual do Programa na parte “Utilização do
Sistema de Pontos”: As famílias Rodrigues; Alvarinho; Caetano
156
PASSOS DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA
157
PROGRAMA MAIS FAMÍLIA MAIS JOVEM
Continue a usar elogios, mensagens eu, pontos ou outras recompensas. Continue a dar
ordens em pouco número e claras, a ignorar. Faça contratos.
Problema:
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Passos:
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Se for a sua vez, não se esqueça de contactar com o seu par do grupo.
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SESSÃO 12
01. Boas-vindas
02. Revisão dos princípios discutidos na última sessão e da sua aplicação em casa
durante a semana: os objetivos da última semana
03. Tópico do dia “Planear a etapa seguinte: Dar e Pedir Suporte Social”
04. Planear o futuro
05. Avaliação do programa pelos pais
06. Troca dos pontos por recompensas
07. Celebração
08. Avaliação da sessão e do programa pelo dinamizador e codinamizador
159
1. Boas-vindas
O dinamizador dá as boas vindas e elogia os membros do grupo por estarem à hora
marcada para a sessão. Atribuição de recompensas concretas ou pontos. Nesta
sessão há a troca de todos os pontos acumulados por recompensas previamente
estabelecidas e combinadas (se for o caso do seu grupo): esta troca é feita no
momento final da sessão durante a celebração.
160
que estivesse e una os dois nomes com uma linha traçada como essa cor
diferente.
161
recebe numa relação. Se uma pessoa não recebe nada numa relação e só dá, então
tenderá a perder o interesse na amizade e a afastar-se.
4. Planear o futuro
- Os pais devem ser consultados sobre se gostariam de se continuar a encontrar uma
vez por mês, sem a presença do dinamizador, e em caso de resposta positiva
escolhem dois pais, pode ser por voto secreto ou pais que se autopropõem, que ficam
responsáveis por organizar o próximo encontro. No primeiro encontro decidem
quem irá organizar o segundo. Estes encontros podem acontecer em espaços ao ar
livre ou em espaços fechados que tenham disponíveis e, se lhes fizer sentido, com a
presença dos filhos.
- O grupo e os dinamizadores voltam a encontrar-se daqui a 3 meses e depois
passados 6 meses. Marcam já a data primeiro encontro, embora o dinamizador se
162
responsabilize por duas semanas antes enviar um sms a todos a recordar e na
semana anterior fazer um telefonema. Esse encontro deve decorrer, se possível, no
mesmo espaço e à mesma hora em que decorreram as sessões.
7. Celebração
- Cada elemento do grupo recebe um diploma de participação (ver exemplo nos
Anexos; pode ser personalizado com uma fotografia do grupo) e uma oferta
simbólica: uma flor; uma medalha de uma associação; uma lembrança da Município
- Se possível esta entrega de diplomas deve ser feita por alguém a quem os pais
reconheçam prestigio na comunidade: presidente da associação que promoveu o
programa; presidente da junta; padre; presidente da CPCJ. Se for possível, pode ser
feito em outro dia num momento formal com este objetivo.
- Terminar com um jantar ou lanche para cuja organização os pais contribuíram
trazendo algo que fizeram e que tinha sido conversado na sessão anterior. Podem
ser convidados os conjugues ou familiares significativos ou amigos (cada pai pode
trazer um outro adulto significativo que não participou no programa) e os filhos.
163
8. Avaliação da sessão e do programa pelo dinamizador e codinamizador
Os dinamizadores devem no fim da sessão preencher:
- a checklist de automonitorização do facilitador;
- o Questionário de Satisfação do Líder Mais Família- Mais Jovem (em Anexo 9).
164
“Aumentar e pedir suporte social”
(basedo em Pushak, “Parenting Wisely Teen: Group format” p.118)
165
“Pessoas que quero conhecer melhor”
(Baseado em Pushak, “Parenting Wisely Teen: Group format”p.119-120)
- O que posso fazer, além de estabelecer contato, para aumentar a relação com esta pessoa?
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- O que posso fazer para tornar a relação mais reciproca, ou seja, não estar apenas à espera
de receber mas também dar, tendo em conta as necessidades da outra pessoa.
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_ Escreva uma simulação de um contato em que pede ajuda a uma pessoa, essa ou outra,
para si ou para o seu filho/a. Comece por uma mensagem na primeira pessoa para descrever
o que está a sentir e porque é que está a pedir ajuda e que ajuda gostaria de ter.
EU....
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