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ENZO TOMAS DAMICO

EFEITO MANADA: O HOMEM É UM ANIMAL SOCIAL

São Paulo
2023
ENZO TOMAS DAMICO
EFEITO MANADA: O HOMEM É UM ANIMAL SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no 3º ano


do Ensino Médio ao Colégio Formosa, como parte dos
requisitos para colação de grau nas disciplinas de Projeto
de Pesquisa e Cultura Digital, orientado pelas
Professoras Daniela Fiorillo, Lucimar Moura e Carlos
David.

São Paulo
2023
“O homem é um animal social.”
(Aristóteles)
RESUMO

Esta tese explora as teorias que permeiam a compreensão do


comportamento humano, traçando uma linha temporal do século XIX à
contemporaneidade, com foco na influência do behaviorismo. Analisa a resistência
filosófica à conformidade e celebração da individualidade, contrastando com
premissas behavioristas. Destaca o experimento de Solomon Asch sobre decisões
coletivas e examina as pesquisas de Albert Bandura sobre aprendizagem social e
agressão infantil. A teoria de Skinner no behaviorismo desafia concepções sobre a
mente, enfatizando o papel do ambiente na moldagem do comportamento. A
interconexão entre filosofia, psicologia e teorias comportamentais revela a
complexidade da compreensão humana, exigindo uma abordagem multidisciplinar.
Ao explorar o efeito manada, a tese busca contribuir para uma compreensão mais
abrangente da condição humana.
Palavras-Chave: Aprendizagem, Efeito Manada, Comportamento Humano,
Psicologia e Social.

ABSTRACT

This thesis delves into the theories that underpin the understanding of human
behavior, tracing a timeline from the 19th century to contemporary times, with a
special focus on the influence of behaviorism. The analysis covers philosophical
resistance to conformity and the celebration of individuality, contrasting with
behaviorist premises that link learning to the modification of observable behaviors.
We also highlight Solomon Asch's experiment as an intriguing window into the
complexities underlying collective decision-making. Venturing into the specific realm
of Albert Bandura's research on social learning and child aggression, we observe an
additional perspective on the mechanisms of social influence, highlighting the
importance of observation and imitation in shaping behaviors. The foray into the
universe of behaviorism, through Skinner's theory, provides a unique view
challenging entrenched conceptions about the mind and emphasizing the role of the
environment in shaping human behavior. In this context, the interconnection between
philosophy, psychology, and behavioral theories reveals the richness of human
understanding, demanding a multidisciplinary approach to capture the dynamic
interaction between factors that shape our experiences and behaviors. Thus, this
thesis, by exploring the complexity of herd behavior and its mechanisms, seeks to
contribute to a more comprehensive and integrated understanding of the human
condition.
Keywords: Learning, Herd Behavior, Human Behavior, Psychology, and
Social.

RESUMEN

Esta tesis explora las teorías que impregnan la comprensión del


comportamiento humano, trazando una línea temporal desde el siglo XIX hasta la
contemporaneidad, con un enfoque especial en la influencia del conductismo. El
análisis abarca desde la resistencia filosófica a la conformidad hasta la celebración
de la individualidad, contrastando con las premisas del conductismo que vinculan el
aprendizaje con la modificación de comportamientos observables. Destacamos
también el experimento de Solomon Asch como una ventana intrigante a las
complejidades subyacentes en la toma de decisiones colectivas. Adentrándonos en
la esfera específica de las investigaciones de Albert Bandura sobre el aprendizaje
social y la agresión infantil, observamos una perspectiva adicional sobre los
mecanismos de influencia social, evidenciando la importancia de la observación e
imitación en la formación de comportamientos. La incursión en el universo del
conductismo, a través de la teoría de Skinner, proporciona una visión única que
desafía concepciones arraigadas sobre la mente y enfatiza el papel del entorno en
la conformación del comportamiento humano. En este contexto, la interconexión
entre filosofía, psicología y teorías del comportamiento revela la riqueza de la
comprensión humana, exigiendo un enfoque multidisciplinario para capturar la
dinámica interacción entre factores que moldean nuestras experiencias y
comportamientos. Así, esta tesis, al explorar la complejidad del efecto manada y sus
mecanismos, busca contribuir a una comprensión más amplia e integrada de la
condición humana.
Palabras clave: Aprendizaje, Comportamiento de Manada, Comportamiento
Humano, Psicología y Social.

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................
1. O QUE É EFEITO MANADA.........................................................................................................................
1.1 Na prática...............................................................................................................................................
1.2 Asch........................................................................................................................................................
1.3 O Mito da Caverna e O Efeito Manada..................................................................................................
2. APRENDIZADO.............................................................................................................................................
2.1 Behaviorismo..........................................................................................................................................
2.2 Bobo Doll Experiment & Psicologia Freudiana.......................................................................................
3. MECANISMOS DO EFEITO MANADA.........................................................................................................
3.1 Contágio emocional, mimetismo facial e neurônios-espelhos...............................................................
3.2 Normas sociais, expectativas mútuas e histórias compartilhadas.........................................................
3.3 Conformidade racional...........................................................................................................................
4 A SABEDORIA DO BANDO...........................................................................................................................
4.1 Tomada de decisão coletiva das abelhas..............................................................................................
4.2 Sabedoria de bando na internet.............................................................................................................
CONCLUSÃO....................................................................................................................................................
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................................................
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INTRODUÇÃO

O que nos faz escolher determinado produto? Por que às vezes agimos
agressivamente, mesmo não querendo? Por que queremos tanto viajar para lugares
famosos, como Paris, Nova Iorque etc? O fato é que somos induzidos a tomar
determinadas decisões de acordo com a sociedade e nosso ciclo social íntimo.
Na busca incessante por compreender a complexidade intrínseca da natureza
humana, somos conduzidos por um labirinto de teorias e perspectivas que se
entrelaçam ao longo do tempo. Desde as épocas remotas do século XIX até os dias
contemporâneos, as mentes inquisitivas da filosofia e da psicologia têm delineado
um panorama multifacetado do comportamento humano. Dentro desse panorama,
destaca-se a influência marcante do behaviorismo, uma escola de pensamento que
desafiou e redefiniu nossa compreensão das motivações e aprendizados que
impulsionam as ações humanas.
Ao traçarmos essa jornada intelectual, não buscamos apenas esmiuçar o
arcabouço teórico que moldou nossas concepções; nossa empreitada é desvelar os
fios que conectam a resistência filosófica à conformidade à celebração da
individualidade, bem como mergulhar nas águas profundas do comportamento de
rebanho e, por fim, imergir nas teses inovadoras do behaviorismo, personificadas de
maneira emblemática por B.F. Skinner. Este percurso não é apenas uma exploração
linear do conhecimento, mas sim uma jornada que transcende as fronteiras
disciplinares, uma narrativa entrelaçada de filosofia, psicologia e teorias
comportamentais.
Neste cenário, nosso objetivo não é apenas compreender, mas
contextualizar. Buscamos situar as teorias e ideias no contexto mais amplo da
condição humana, compreendendo que a verdadeira riqueza do entendimento
humano emerge na interseção dinâmica entre fatores filosóficos, psicológicos e
ambientais. À medida que nos aprofundamos nessa análise, destacaremos não
apenas a diversidade de abordagens, mas também a necessidade premente de
uma abordagem multidisciplinar para apreender a complexidade da mente humana.
Assim, esta exploração, ao desdobrar-se na compreensão do efeito manada e seus
mecanismos, almeja lançar luz sobre as sombras que envolvem a experiência
9

humana, contribuindo para um panorama mais enriquecedor e integrado da


condição que nos define.

1. O QUE É EFEITO MANADA


Um interessante fenômeno psicológico e sociológico é o efeito de manada,
que ocorre quando as pessoas se permitem ser influenciadas pelo comportamento
ou opiniões de um grupo, mesmo que isso vá contra suas próprias convicções ou
raciocínio lógico, apesar de poderem pensar de outra forma. Os fenômenos que
existem nessa área têm sido amplamente estudados no campo da psicologia, assim
como na sociologia, devido ao fato de terem um impacto significativo tanto na
tomada de decisões individuais quanto no comportamento coletivo.

Ele tem origem em uma série de fatores psicológicos e sociológicos. Em


nível psicológico, a necessidade de pertencer a um grupo e a busca por aceitação
social desempenham um papel crucial. Ser aceito pelos outros é uma necessidade
inerente ao ser humano, e a pressão social exercida pelo grupo pode levar as
pessoas a adotarem comportamentos que não necessariamente correspondem às
suas próprias opiniões.

Em situações de ambiguidade, as pessoas tendem a procurar orientação e


seguem o comportamento do grupo como uma forma de se sentirem mais seguras e
confiantes em suas decisões. A falta de tempo para reflexão e a pressão do tempo
também podem aumentar a propensão ao efeito manada, pois as pessoas tendem a
buscar respostas rápidas e eficientes, recorrendo ao comportamento do grupo como
um atalho cognitivo.
FIGURA 1 - EFEITO MANADA
10

FONTE: KAKO ABRAHAM/BBC (2017


https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42243930)

1.1 Na prática

Na prática os efeitos do efeito manada podem ser significativos e variam de


acordo com o contexto em que ocorre. Em termos individuais, o efeito manada pode
levar à perda da autonomia e da capacidade crítica, fazendo com que as pessoas
ajam de forma irracional ou tomem decisões inadequadas. Por exemplo, em
investimentos financeiros, a tendência de seguir o comportamento do mercado pode
resultar em bolhas especulativas e grandes perdas financeiras.

Em termos coletivos, pode levar à disseminação de informações errôneas, à


formação de estereótipos negativos e à perpetuação de comportamentos
destrutivos. Nas redes sociais, por exemplo, a propagação de notícias falsas ou a
adesão a discursos de ódio são exemplos de como o efeito manada pode ampliar
comportamentos negativos e prejudiciais à sociedade.

No âmbito sociológico, tem implicações relevantes para o funcionamento e a


dinâmica dos grupos sociais. A conformidade grupal, por exemplo, pode levar a uma
redução da diversidade de ideias e perspectivas, o que pode inibir a criatividade e a
inovação. Além disso, em casos extremos, pode resultar em violência coletiva, como
tumultos e linchamentos, nos quais indivíduos se sentem encorajados a agir de
maneira agressiva devido à influência do grupo.

Além dos fatores psicológicos e sociológicos mencionados anteriormente, o


efeito manada também pode estar relacionado à famosa frase: "Você é a média das
cinco pessoas com quem mais convive". Essa ideia destaca a influência significativa
que o nosso ambiente social exerce sobre nós, moldando nossas atitudes,
comportamentos e até mesmo nossas crenças.

A teoria por trás dessa frase sugere que tendemos a nos espelhar nas
pessoas ao nosso redor, adotando seus valores, opiniões e padrões de
comportamento. Essa influência ocorre tanto de maneira consciente quanto
inconsciente, e é um dos mecanismos que alimentam o efeito manada. Quando nos
vemos cercados por um grupo com uma determinada visão de mundo, é natural que
11

nos sintamos pressionados a nos alinhar a esse pensamento coletivo. Este


fenômeno está presente em diversas situações do nosso dia a dia.

1.2 Asch

Ideias relacionadas ao comportamento de rebanho existem há muitos anos.


Elas receberam atenção de notáveis filósofos ocidentais do século XIX que
ridicularizaram o rebanho como a antítese da individualidade. Søren Kierkegaard, o
famoso filósofo dinamarquês, celebrava o indivíduo sobre "a multidão", enquanto
ideias semelhantes também atraíam grande atenção de Friedrich Nietzsche, que
certa vez afirmou que "o conceito de grandeza envolve ser nobre, querer estar
sozinho, ser capaz de ser diferente, ficar sozinho e ter que viver de forma
independente".

A base dessas noções provavelmente remonta a épocas muito anteriores a


Kierkegaard e Nietzsche, às reflexões antigas sobre a natureza do indivíduo, e são
consistentes com os ideais intelectuais no Ocidente que defendem a individualidade.
Além da filosofia, o interesse no comportamento de grupo na psicologia também
pode ser encontrado no século XIX. Em 1895, Gustave Le Bon, um polímata
francês, publicou "The Crowd: A Study of the Popular Mind", que se concentrou nas
multidões da Revolução Francesa. O texto de Le Bon influenciaria as teorias de
psicologia de multidões de Sigmund Freud, bem como as obras de Wilfred Trotter,
que em 1914 publicou "Instincts of the Herd in Peace and War", que se tornou um
clássico no campo da psicologia social e foi creditado por popularizar o termo
"comportamento de rebanho".

À medida que o campo da psicologia evoluía, também evoluíam as


evidências e o apoio à conformidade a certos comportamentos. Enquanto a
abordagem freudiana da psicologia saía de moda, estudos experimentais
preenchiam o vazio na pesquisa psicológica. Um desses estudos veio de Solomon
Asch em 1951, ilustrando os efeitos da conformidade na tomada de decisões
humanas, e continua sendo ensinado em cursos introdutórios de psicologia em todo
o mundo. No experimento, Asch formou grupos de oito participantes para avaliar o
comprimento de três linhas em relação a uma linha-alvo. Uma das linhas era
idêntica à linha-alvo, enquanto as outras duas eram inequivocamente mais longas
ou mais curtas. No entanto, sete dos participantes dos grupos estavam cientes do
12

experimento. Asch fez com que eles fingissem pensar que uma das linhas mais
longas ou mais curtas tinha o mesmo comprimento que a linha-alvo. O objetivo do
estudo era determinar se os participantes "reais" mudariam sua resposta correta
para se conformar à resposta incorreta do grupo. Surpreendentemente,
aproximadamente 37% das respostas se conformaram à resposta incorreta do
grupo, apesar da taxa de erro ser inferior a 1% quando as pessoas eram solicitadas
a avaliar as linhas por conta própria.

”Amostra da carta do experimento de conformidade de Asch” Asch, S. E., & Guetzkow, H. (1951). Effects of
group pressure upon the modification and distortion of judgments. Organizational influence processes, 295-
303.

A descoberta de Asch é bastante notável quando se observam as linhas e se


percebe o quão óbvia é a resposta correta. O erro no resultado é evidente e destaca
a irracionalidade da tomada de decisão em grupo. Essa falibilidade na conformidade
deu origem a conceitos familiares, como o pensamento de grupo e o efeito manada;
a atenção dada a esses comportamentos do mundo real que levam a decisões
errôneas tornou o conceito de comportamento de rebanho propício para o campo da
economia comportamental, que foi em grande parte construído com esforços para
apoiar empiricamente a evidência da irracionalidade humana. O interesse no
comportamento de rebanho dentro da economia comportamental resultou em
pesquisas consideráveis sobre o comportamento de rebanho nos mercados
financeiros e criou uma forte ligação conceitual entre o comportamento de rebanho
e a tomada de decisões econômicas.
13

1.3 O Mito da Caverna e O Efeito Manada

O Mito da Caverna, apresentado por Platão, é uma poderosa alegoria que


nos convida a refletir sobre a influência social e o efeito manada. Na narrativa, um
grupo de pessoas está acorrentado no interior de uma caverna, de costas para a
entrada, limitando sua visão apenas às sombras projetadas na parede à sua frente.
Essas sombras são produzidas por objetos manipulados por indivíduos localizados
fora da caverna, e os prisioneiros, imersos nessa realidade ilusória, acreditam que
essas sombras são a única verdade.

FIGURA 2 - ILUSTRAÇÃO DE “O MITO DA CAVERNA”

JEAN MONTEZUMA (2020). O MADERO, AS CARREATAS E O MITO DA


CAVERNA. (https://esquerdaonline.com.br/2020/03/29/o-madero-as-carreatas-e-o-
mito-da-caverna/)

Ao relacionar a alegoria ao fenômeno descrito, percebemos uma conexão


profunda e relevante para compreendermos o comportamento humano. O efeito
manada se manifesta quando as pessoas são influenciadas pelo grupo a adotar
comportamentos e opiniões sem questionar sua veracidade ou validade. De maneira
similar aos prisioneiros da caverna, que acreditam que as sombras são a única
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realidade, indivíduos podem adotar crenças e comportamentos sem considerar sua


fundamentação ou a existência de perspectivas alternativas.

O efeito manada é frequentemente baseado na aceitação passiva de


informações e visões de mundo, sem uma análise crítica ou uma busca ativa pelo
conhecimento. Tal conformidade grupal pode levar à perpetuação de ideias e
comportamentos limitados, restringindo o crescimento intelectual e impedindo a
exploração de uma compreensão mais abrangente da realidade. Assim como os
prisioneiros da caverna estão presos à ilusão das sombras, as pessoas sob o efeito
manada podem se encontrar presas às limitações impostas pelo grupo.

No entanto, o Mito da Caverna nos oferece uma mensagem de esperança e


possibilidade de libertação. Quando um dos prisioneiros escapa da caverna e se
depara com a luz do sol, ele é inicialmente impactado pela intensidade e pela
desorientação causada pela verdadeira realidade. Entretanto, à medida que seus
olhos se acostumam à luminosidade, ele começa a contemplar a beleza e a verdade
que estavam além das sombras. Essa jornada simboliza o despertar para uma
realidade mais profunda, a busca pelo conhecimento genuíno e a superação do
efeito manada.

Assim como o prisioneiro que se liberta da caverna, podemos nos libertar do


efeito manada ao desenvolver um senso crítico aguçado, questionando e
examinando cuidadosamente as informações que recebemos e as crenças que
adotamos. É essencial cultivar a capacidade de análise independente, desafiando
as ideias predominantes, confrontando-as com evidências e explorando diferentes
perspectivas. A educação desempenha um papel vital nesse processo, oferecendo
acesso a informações confiáveis e incentivando o pensamento crítico.

Em síntese, o Mito da Caverna nos oferece uma perspectiva profunda e


impactante sobre o efeito manada. Ele nos convida a questionar, a buscar
conhecimento autêntico e a desenvolver um pensamento crítico que nos permita
escapar das limitações impostas pelo grupo. Ao nos libertarmos das sombras da
caverna, abrimos caminho para uma compreensão mais profunda e verdadeira da
realidade, enriquecendo nosso crescimento pessoal e coletivo.
15

2. APRENDIZADO

A aprendizagem no contexto do efeito manada envolve a capacidade dos


indivíduos de se ajustarem às normas e expectativas do grupo, muitas vezes em
detrimento de suas próprias opiniões ou julgamentos. Isso pode ser explicado em
parte pela teoria da conformidade, que sugere que as pessoas tendem a se
conformar com as normas e comportamentos predominantes em um grupo social
para evitar o isolamento ou o julgamento negativo. No entanto, a adaptação social
no contexto do efeito manada nem sempre é benéfica e pode levar a decisões
irracionais e até prejudiciais. A adaptação e a aprendizagem social são questões
conectadas essencialmente com o efeito manada, e ambos desempenham papéis
cruciais na teoria de Albert Bandura, ou o behaviorismo social, que é um dos
principais expoentes do behaviorismo. Bandura enfatiza a importância do contexto
social e das variáveis cognitivas na formação da personalidade e na predição do
comportamento humano. Para podermos entender perfeitamente

2.1 Behaviorismo

Essa teoria postula que o aprendizado não tem nada a ver com a mente. Na
verdade, o aprendizado ocorre com a aquisição de novos comportamentos. Foi
introduzida por B.F. Skinner, um dos psicólogos behavioristas, que afirmava que um
resultado mensurável de aprendizado é apenas possível se mudarmos o
comportamento do aprendiz. Os behavioristas confiam apenas no comportamento
observável para aprender. Eles não focam sua atenção nas atividades mentais dos
aprendizes, porque para eles o aprendizado ocorre quando certas condições são
atendidas. Essas condições, ou seja, comportamentos, são universais por natureza.

Para os behavioristas, o aprendizado advém da observação das culturas. Ele


vem do ambiente. "Os principais problemas enfrentados pelo mundo hoje só podem
ser resolvidos se melhorarmos nossa compreensão do comportamento humano".
Deve haver algum incentivo para criar certas respostas. De acordo com o
behaviorismo, o incentivo pode ser positivo ou negativo. Se for o primeiro, o
aprendiz será recompensado, enquanto se for o último, o aprendiz será punido.

Estudos mostraram que os métodos behavioristas de reforço são muito


eficazes na criação de comportamentos positivos em quase qualquer ambiente de
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aprendizado. Tais métodos afetam positivamente o desempenho dos aprendizes.


Segundo o behaviorismo, a psicologia é uma ciência e é a ciência do
comportamento. Não tem nada a ver com a ciência da mente. Em outras palavras, o
behaviorismo afirma que a mente não ajuda uma pessoa a adquirir conhecimento,
mas sim a psicologia do ambiente em que a pessoa vive. Afinal, os principais
estímulos do comportamento vêm do ambiente externo, e não do interno. São as
interações situacionais (externas ou ambientais) que têm efeito sobre o indivíduo
específico (aprendiz), não a mente.

B.F. Skinner, um dos psicólogos behavioristas mais proeminentes, é


conhecido por seu extraordinário trabalho, como experimentos com animais em sua
chamada "Caixa de Skinner". Ele acreditava que se pudéssemos mudar o
comportamento de um rato, que é um animal, então o comportamento humano
também poderia ser mudado. Esses eram os pontos de vista de Skinner como
antimentalista. Sua ideia principal era que o homem é um ser pobre e não tem
personalidade inerente.

Os seres humanos não têm vontade própria, intenção, autodeterminação ou


responsabilidades pessoais. Segundo Skinner, devemos deixar de lado os conceitos
modernos sobre liberdade e dignidade humana. O homem deve ser controlado para
se comportar. O behaviorismo ainda afirma que acreditar no conceito de consciência
não está correto e nos levará à Idade da Pedra, mostrando apenas a ignorância
humana. Para os behavioristas, as ações do homem devem ser controladas, assim
como os cientistas controlam e influenciam outros fenômenos naturais. Essa teoria
nega a existência da mente humana como uma característica distinta da do reino
animal. Assim, para os behavioristas, o homem é como uma máquina que pode ser
ligada e desligada. Em outras palavras, o homem é, de fato, como um animal e não
tem escolha a não ser se adaptar ao ambiente.

A teoria do behaviorismo é, na verdade, uma teoria simples com uma


mensagem extraordinária: os animais podem aprender, então por que os humanos
não podem? Os humanos não são melhores do que os animais. Segundo Watson,
um psicólogo behaviorista, afirma que "ele poderia transformar a criatura em
qualquer tipo de especialista, poderia escolher um médico, advogado, artista... até
mesmo um mendigo e um ladrão". Portanto, a humanidade pode ser
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remanufaturada para se comportar adequadamente. Isso pode ser alcançado por


meio do medo, do amor, da raiva, e assim por diante.

"Sob o domínio do behaviorismo, o intelecto, os sentimentos e as


emoções da vida interior de uma pessoa não são observáveis ou
mensuráveis e, portanto, não são investigados. Assim, um educador
comportamental defenderia que a aprendizagem eficaz é melhor alcançada
por meio de uma mudança no comportamento e depende fortemente de
objetivos comportamentais para realizar a tarefa de ensino-aprendizado"
(Michael L. Birzer 2004);

2.2 Bobo Doll Experiment & Psicologia Freudiana

Em uma série de experimentos inovadores, Bandura (1925–2021), renomado


professor de Psicologia na Universidade Stanford, EUA, e seus colaboradores
mostraram que crianças expostas à agressão de adultos tendem a se comportar de
maneira agressiva. Nesses experimentos, crianças observaram adultos, in vivo ou in
vitro, assim como desenhos animados, se comportando de maneira agressiva em
relação a uma grande boneca inflável chamada "Bobo doll", por cerca de 10
minutos. Os resultados desses estudos são considerados como apoio à
modelagem, aprendizado observacional ou aprendizado por imitação, fornecendo
evidências para a teoria da aprendizagem social de Bandura, que pertence ao
paradigma behaviorista. Embora Bandura tenha formulado posteriormente a
chamada teoria cognitiva social e se concentrado em processos menos observáveis
(por exemplo, autorregulação, autoeficácia, crenças, expectativas), ao apresentar
esses experimentos iniciais, ele claramente se opôs às interpretações psicanalíticas
existentes sobre a agressão.

A observação de um modelo agressivo é suficiente para provocar


comportamento agressivo na criança pequena. O modelo não precisa ser uma
pessoa familiar ou afetuosa. Além disso, não é necessário reforçar positivamente a
agressão nem do modelo adulto nem da criança. Como a punição não segue os
atos agressivos do modelo, a criança recebe a mensagem de que a agressão é
aceitável.

O mundo virtual tem grande poder. Crianças que assistem a um filme


mostrando pessoas agressivas ou desenhos animados tendem a imitar esse
comportamento. A imitação é inferida pelo fato de as crianças apresentarem atos
agressivos verbais e/ou físicos muito semelhantes aos do modelo.As crianças não
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apenas imitam com precisão os comportamentos observados, mas também


mostram engenhosidade, manifestando atos de agressão diferentes e novos. As
crianças transferem, por meio da generalização, a agressão para novos contextos
diferentes, mesmo quando o modelo agressivo não está mais presente (imitação
retardada). Se o modelo adulto é punido por seu comportamento agressivo, a
probabilidade de a criança mostrar comportamento agressivo é reduzida. Em
contraste, o reforço positivo ou a ausência de reforço do modelo leva a um aumento
da agressão por parte da criança (aprendizado vicário/indireto).

Após observar o modelo agressivo, os meninos tendem a exibir mais


agressão física do que as meninas, enquanto nenhuma diferença de gênero é
encontrada para a agressão verbal. Independentemente do gênero, as crianças têm
mais probabilidade de imitar um modelo masculino fisicamente agressivo. De acordo
com os estereótipos de gênero, essa forma de agressão é mais aceitável para os
homens do que para as mulheres. Em contraste, a agressão verbal é mais propensa
a ser imitada quando manifestada por um modelo do mesmo sexo.

Nos experimentos da boneca Bobo, após apresentar o modelo agressivo e


antes de colocar a criança na sala com a boneca Bobo e outros brinquedos com o
objetivo de gravar a probabilidade de imitação, os experimentadores instigavam a
agressividade das crianças. Especificamente, um experimentador levava as
crianças a outra sala, onde ela permitia que elas aproveitassem alguns brinquedos
atraentes. Depois de um tempo, ela dizia a elas que todos os brinquedos eram dela,
que não permitiria mais que ninguém brincasse com eles e que pretendia dá-los a
outras crianças. Após experimentar essa frustração, as crianças eram
acompanhadas até a sala onde estava a boneca Bobo.

Bandura afirmou que estava buscando uma explicação teórica mais concisa e
parcimoniosa do que a oferecida pela identificação com o agressor, ou seja, o
mecanismo de defesa do ego descrito por Anna Freud, e tentou esboçar
explicações alternativas. No entanto, ao examinarmos de perto aspectos específicos
e manipulações desses experimentos, podemos descobrir que esse mecanismo
pode ter mais poder explicativo para o que aconteceu no laboratório do que Bandura
acreditava.
19

Em primeiro lugar, é razoável hipotetizar que, aos olhos das crianças, os


experimentadores eram figuras adultas onipotentes com autoridade, prestígio e
poder. O ambiente estranho do laboratório pode ter provocado nas crianças uma
excitação excessiva, associada à tensão e ansiedade. Esse transbordamento de
excitação, que precisava ser liberado, provavelmente resultou da experiência sem
precedentes e, mais especificamente, da seguinte maneira: separação dos pais;
presença em um lugar desconhecido com adultos estranhos; alternância de salas e
prédios desconhecidos; muitos estímulos avassaladores, como agressão física e
verbal exibida por adultos, in vivo ou in vitro (ou seja, filme), ou por desenhos
animados dentro de um quadro colorido, cheio de estímulos imaginários; presença
de brinquedos novos e emocionantes; e frustração e raiva causadas por adultos que
deliberadamente interrompiam a atividade lúdica prazerosa das crianças com o
objetivo de provocar a agressividade delas. Todas essas condições implicam que os
experimentos não se tratavam apenas da "observação de pistas produzidas pelo
comportamento de outros". Se apenas "pistas" fossem dadas às crianças, por que
foi assumido em outro artigo (Bandura et al., 1963) que a aprendizagem vicariante
tinha tal "função catártica"? De fato, Bandura pode ter usado essa expressão
adequadamente porque a catarse implica a liberação de tensão causada por uma
experiência vicariante avassaladora, como na tragédia grega antiga.

Em segundo lugar, a identificação com o agressor é um mecanismo de


defesa típico de crianças de 3 a 6 anos — a faixa etária dos participantes nos
experimentos de Bandura. Anna Freud argumentou que "ao se identificar com o
agressor, assumindo seus atributos ou imitando sua agressão, a criança se
transforma da pessoa ameaçada na pessoa que faz a ameaça". As crianças podem
ter experimentado inconscientemente a agressividade dos adultos (figuras quase
parentais) em relação a um objeto lúdico familiar como uma ameaça de punição,
possivelmente uma ameaça de castração por procuração, por suas próprias
fantasias oedipianas/incestuosas e autoeróticas/masturbatórias, que geralmente
predominam nesse período de idade — a fase fálica do desenvolvimento libidinal.
Essa explicação é ainda mais apoiada pela descoberta de que os homens eram
modelos mais influentes em relação à agressão física. De acordo com Anna Freud,
a identificação com o agressor é a fase preliminar da formação do superego,
durante a qual o impulso agressivo ainda não é direcionado contra o sujeito, mas
20

contra o mundo exterior. A projeção da culpa, assim, complementa o superego


imaturo e pode interpretar, pelo menos em parte, a relação sádico-masoquista das
crianças com a boneca.

Em terceiro lugar, afirmamos que um processo de sedução tanto dos


cuidadores quanto de suas crianças ocorreu no laboratório universitário. Com o
consentimento de seus cuidadores, as crianças foram levadas para um local adulto
desconhecido, onde foram cativadas pela paixão dos adultos, ou seja, violência
ostensiva contra uma boneca. Os atos violentos eram exibidos de maneira
ritualística e auto-reforçadora e no contexto de um jogo simbólico. De acordo com
Ferenczi, que não foi mencionado por Bandura, mas cujas ideias sobre esse
assunto inspiraram Anna Freud, quando um adulto se torna sexualmente sedutor ou
violento contra uma criança, surge uma confusão de línguas entre os dois, em
outras palavras, uma confusão entre a ternura infantil e a paixão adulta. Nos
experimentos, as crianças experimentaram um ataque indireto com um caráter
traumático leve: certos adultos invadiram e infringiram o território do "jogo inocente"
das crianças e, em seguida, as coagiram a observar outros adultos com pouco
controle sobre seus próprios impulsos (agressivos) em relação a um objeto atraente.
Portanto, era muito provável que as crianças reagissem não apenas com imitação,
mas com identificação ansiosa com o adulto.

Essa introjeção do agressor resultou em as crianças exibirem o mesmo


comportamento violento. Elas pareciam "se subordinar como autômatos à vontade
do agressor" e "só poderiam reagir de maneira autoplástica por meio de uma
espécie de mimetismo", possivelmente introjetando a culpa inconsciente dos adultos
por seu comportamento abusivo.
21

Bandura, A. Originalmente publicado em: Bandura's local photo-developing store.

É importante observar que, ao contrário da identificação com o agressor, a


introjeção do agressor é inicialmente uma reação automática, orgânica ao trauma —
uma mistura de raiva, desprezo e onipotência — e só mais tarde se torna um
processo defensivo, agencial e intencional. Nos experimentos, as crianças pareciam
exibir essa identificação e imitação automáticas e procedurais. Também foi
argumentado que a identificação com o agressor é uma tática universal e muito
comum usada por pessoas em situações traumáticas leves e, geralmente, em várias
ocasiões em que estão em uma posição fraca em relação a outros mais poderosos.
Embora benigno, esse poder pode se tornar uma ameaça real: "Se o adulto
perdesse o controle e atacasse a boneca, poderia me atacar também?" A
identificação com o agressor, então, serve a uma função evolutiva: a sobrevivência
é garantida se os indivíduos se conformarem ao que os outros esperam deles.

No ambiente do laboratório, as crianças vivenciaram o que o pensador Lacan


chamou de enigma do desejo dos adultos: "Por que eles estão se comportando
assim?"; "O que eles querem de mim?"; "Por que estão fazendo isso comigo?". O
ambiente do laboratório e a agressão dos adultos em relação à boneca podem ser
conceituados como significantes enigmáticos, a noção lacaniana elaborada por
Laplanche. Esses significantes eram mensagens verbais e não verbais, duplamente
comprometidas e não transparentes para ambos os lados da comunicação devido à
existência do inconsciente. Os jovens participantes se encontraram em uma relação
assimétrica, enquanto suas habilidades de desenvolvimento para metabolizar o que
os adultos lhes comunicavam eram inadequadas. Eles estavam um tanto indefesos.
22

O comportamento agressivo foi a maneira com a qual as crianças tentaram traduzir


as "mensagens alienígenas" dos adultos e derivar significado da situação
enigmática.

A engenhosidade e novidade - "ornamento criativo", como Bandura disse ao


descrever o experimento em um curta-metragem 1 - que as crianças demonstraram
no uso agressivo de brinquedos podem ser consideradas como prova do caráter
lúdico da imitação. As crianças tentaram transformar a passividade em atividade,
adquirir domínio sobre objetos novos e desafiadores e experimentar prazer nessa
atividade de brincar, como Freud argumentou, em vez de serem sujeitos de
condições experimentais estranhas e levemente traumáticas e espectadores da
violência dos adultos. Portanto, as crianças pareciam repetir compulsivamente a
atividade de maneira ritualística. Essa visão está alinhada com a ênfase dada à
transformação na definição de Freud sobre a identificação com o agressor.

Os experimentos de modelagem de agressão foram realizados em um


momento em que a Psicologia estava se esforçando, por meio de medições
"objetivas" e experimentos de laboratório, para se estabelecer como uma disciplina.
Eles foram criticados porque certamente levantam a questão ética da exposição das
crianças à violência, com consequências desconhecidas a curto e longo prazo.
Preocupações éticas também foram expressas em relação a outros experimentos
inovadores, ou até mesmo notórios, na história da Psicologia.

Apesar das falhas éticas e metodológicas, esses experimentos de agressão e


os curtas-metragens que os retratam continuam a exercer grande atração sobre a
comunidade científica e a sociedade em geral. Além disso, um grau de sedução,
nomeadamente a sedução ótima, é necessária para despertar o desejo de
exploração científica e facilitar a abertura ao desconhecido. Eles inspiraram
pesquisas e intervenções e aumentaram a conscientização pública sobre os efeitos
da exposição das crianças à violência (por exemplo, através da mídia). Esses
experimentos ainda são considerados como fornecedores de evidências
incontestáveis, por meio de um "rigoroso design experimental", da vulnerabilidade
de crianças pequenas à violência de adultos. Eles também ilustram que, desde
cedo, os seres humanos são capazes de atos abusivos e que esses atos podem ser
23

facilmente provocados. Portanto, o trabalho da civilização é empreender todas as


ações para proteger as crianças da transmissão de violência.

No entanto, o fato de as reservas dos cientistas não terem sido


suficientemente fortes para impedi-los de "usar" crianças em tais experimentos de
laboratório implica, paradoxalmente, que eles acreditavam na resiliência das
crianças à violência ou ao trauma. Apenas alguns anos após a Segunda Guerra
Mundial, a Psicologia parecia se envolver em uma tentativa inconsciente de
reparação, talvez em nome de toda a humanidade, lidando - finalmente! - com a
violência dentro de um ambiente de laboratório controlado e protegido, mas
regredido ao infantil.

3. MECANISMOS DO EFEITO MANADA

O exemplo anterior sugere que o comportamento de rebanho é um fenômeno


robusto, caracterizando uma ampla gama de comportamentos sociais em nossa
vida. Se assim for, quais são os mecanismos neurais, psicológicos ou sociológicos
que produzem o comportamento de rebanho?

3.1 Contágio emocional, mimetismo facial e neurônios-espelhos

Como sugerido pelo ditado de que seu sorriso alegra os outros, os seres
humanos frequentemente reproduzem as emoções dos outros em si mesmos. Esse
fenômeno, chamado de contágio emocional, é conhecido há muito tempo entre os
psicoterapeutas que tratam clientes deprimidos. Terapeutas, especialmente os
inexperientes, às vezes "pegam" as emoções de seus clientes expressas durante as
entrevistas e se sentem deprimidos depois. Elaine Hatfield e seus colegas veem o
contágio emocional como um processo primitivo, automático e inconsciente. Ele
ocorre por meio de uma série de etapas: quando um receptor está interagindo com
um emissor, primeiro percebe as expressões emocionais do emissor. O receptor,
então, transfere automaticamente as expressões emocionais percebidas para suas
próprias expressões corporais (por exemplo, expressões faciais, posturas). Por meio
do processo de feedback aferente, essas expressões corporais imitadas são
traduzidas no receptor sentindo a mesma emoção que o emissor experimentou, o
que leva à convergência emocional entre o emissor e o receptor.
24

De fato, é fácil demonstrar que temos uma tendência a imitar as expressões


faciais dos outros em interações sociais cotidianas. Pesquisas sugerem que esse
mimetismo facial é um processo automático, semelhante a reflexos, no qual a
expressão facial do observador corresponde rapidamente à expressão facial
observada (por exemplo, expressões felizes, tristes, temerosas, bravas, faces de
nojo) - geralmente em menos de um segundo. Esse mimetismo automático se
estende à postura corporal, entonação vocal, etc., e é conhecido por surgir muito
cedo no desenvolvimento humano. Até mesmo bebês de 12 a 21 dias imitam gestos
faciais e manuais exibidos por um modelo adulto. Além disso, desenvolvimentos
recentes na neurociência sugerem que pode haver um sistema biológico em nossos
cérebros que nos ajuda a espelhar as ações dos outros. Uma das descobertas mais
intrigantes recentes na neurociência é a descoberta dos "neurônios espelho". No
final da década de 1980, quando Giacomo Rizzolatti e outros estavam registrando a
atividade elétrica no cérebro de um macaco, esses pesquisadores encontraram
neurônios que disparavam tanto quando o animal agia quanto quando o animal
observava a mesma ação realizada por outro. Os mesmos neurônios disparavam
quando o macaco pegava algo com a mão e quando o macaco observava o
experimentador pegando algo. No entanto, esses neurônios não disparavam em
resposta à simples apresentação de comida ou outros objetos interessantes. O
neurônio "espelhava" o comportamento motor do outro, como se o observador
estivesse executando o ato motor. Embora permaneça controversa, alguns dados
recentes sugerem que um sistema similar de "neurônios espelho" existe nos
cérebros humanos.

Em conjunto, essas descobertas psicológicas, comportamentais e neurais


sugerem fortemente que imitar os outros pode ser uma atividade fundamentalmente
humana.

3.2 Normas sociais, expectativas mútuas e histórias compartilhadas

Outro mecanismo para o comportamento de rebanho envolve processos


psicológicos mais conscientes, deliberados e controlados, distinguíveis de nossas
propensões automáticas de "imitação" revisadas anteriormente. Esses processos
foram estudados principalmente por psicólogos sociais.
25

Demonstrações experimentais clássicas desses comportamentos de rebanho


na psicologia social incluem o famoso estudo de percepção de comparação de
linhas de Solomon Asch, citado anteriormente; o estudo de julgamento óptico de
Muzfer Sherif, que demonstrou que as percepções individuais da ilusão autokinetic
convergiam para uma realidade social compartilhada por meio da comunicação (ou
seja, todos no mesmo grupo acabaram experimentando uma ilusão óptica
semelhante), e assim por diante. Um elemento-chave subjacente a esses
comportamentos de rebanho é uma característica fundamental de nossa mente, que
pode ser rotulada como docilidade ou receptividade às normas sociais. Herbert
Simon definiu esse conceito como nossa tendência a depender de sugestões,
recomendações, persuasão e informações obtidas por meio de canais sociais como
uma importante base de escolha. Em comparação com outras espécies gregárias,
os humanos são únicos no desenvolvimento de normas sociais e expectativas
mutuamente compartilhadas, que nos informam sobre qual ação é normal,
apropriada ou justa em uma determinada situação social. Como visto no
experimento de Asch, a mente humana é construída para ser receptiva às normas
sociais e tende a autocensurar ações para evitar violar normas. Observe que a alta
receptividade às normas sociais também é fundamental para nossa capacidade de
aprender culturalmente. Os humanos são uma espécie cultural que pode tirar pleno
proveito do conhecimento adquirido socialmente. Sem a docilidade dos aprendizes
para com seus "pais culturais", essas capacidades cognitivas seriam altamente
limitadas.

A mente humana também é construída para pensar em termos de e ser


influenciada por narrativas ou histórias. Histórias, especialmente aquelas
compartilhadas em uma comunidade ou em toda uma sociedade, nos levam a ver,
interpretar, ter sentimentos sobre e reagir a experiências de uma perspectiva
compartilhada. Essa característica de receptividade social das mentes individuais
pode gerar efeitos visíveis no nível da sociedade. No caso mencionado de
obesidade contagiosa, por exemplo, alguém pode decidir comer mais porque a ação
parece ser normal dadas as práticas alimentares do cônjuge ou amigo, o que, por
sua vez, fornece um sinal normativo para o excesso de alimentação de outra
pessoa. Nossas ações têm efeitos colaterais (o que os economistas chamam de
26

externalidades) sobre os outros, o que pode levar a proliferações em espiral de


ações em toda a sociedade.

3.3 Conformidade racional

Às vezes, é racional conformar-se ao comportamento majoritário em um


grupo, mesmo que, de outra forma, alguém escolheria de maneira diferente. O conto
"As Roupas Novas do Imperador", de Hans Christian Andersen, fornece um
exemplo disso. Para relembrar, um imperador que se preocupa muito com sua
aparência e traje contrata dois alfaiates que prometem a ele o mais fino traje feito de
um tecido invisível para qualquer um que seja inferior ou "simplesmente estúpido
demais". O imperador não consegue ver o tecido, mas finge como se pudesse com
medo de parecer inadequado para sua posição elevada ou estúpido, e é
acompanhado nessa pretensão por seus ministros, subordinados e súditos. Observe
que a "espiral do silêncio" ocorre porque é racional ficar em silêncio diante do
silêncio de outro. Levantar-se para dizer a verdade é arriscado dada a possibilidade
(mesmo que seja pequena) de que o tecido possa ser visível aos olhos de outro.
Essa situação também é chamada de ignorância pluralista na psicologia social, que
ocorre quando a maioria dos membros de um grupo rejeita privadamente uma
norma, mas assume (incorretamente) que a maioria dos outros a aceita; ninguém
acredita, mas todos pensam que todos os outros acreditam. Se tal percepção
persistir para todos simultaneamente, isso constitui um equilíbrio em que desvios
unilaterais (parecem) funcionar contra si mesmos. Uma corrida bancária
desencadeada inicialmente por algum boato infundado fornece um exemplo
semelhante, onde a (infundada) profecia de falência pode se auto-realizar por meio
de um ciclo de feedback positivo.

As cascadas de informação são outro exemplo de conformidade racional.


Uma cascata de informação ocorre quando é ótimo para um indivíduo, que observou
as ações anteriores de "consenso" de outros, seguir as ações dos predecessores,
independentemente das informações privadas conhecidas por esse indivíduo.
Algumas formas de comportamento de rebanho em mercados financeiros, tomada
de decisões legais e outras iniciativas coletivas podem ser compreendidas como
manifestações de cascata. Sushil Bikhchandani e outros ilustraram esse processo
com um exemplo de submissão de artigo a uma revista acadêmica. Um árbitro em
27

uma primeira revista lê o artigo submetido, avalia sua qualidade e decide se o aceita
ou rejeita. Agora, suponha que um árbitro em uma segunda revista saiba que o
artigo foi rejeitado pela primeira revista. Supondo que o árbitro não consiga avaliar
perfeitamente a qualidade do artigo, o conhecimento da rejeição anterior deve fazer
com que o árbitro incline-se (racionalmente) para a rejeição. Se o artigo for rejeitado
na segunda revista, esse processo pode continuar em outras revistas, resultando
em uma cadeia de rejeições. Economistas propuseram um modelo que mostrou
que, em algum estágio de uma tarefa de escolha sequencial, um tomador de
decisão racional deve ignorar suas informações privadas e agir apenas com base
nas informações públicas obtidas de decisões anteriores. Uma vez que este estágio
é alcançado, todos os tomadores de decisão subsequentes na sequência devem
fazer o mesmo, produzindo uma cascata de informação. E se as decisões anteriores
na sequência forem, por acaso, errôneas (por exemplo, rejeitando um artigo de alta
qualidade), a cascata leva a resultados indesejáveis.

4 A SABEDORIA DO BANDO

Os mecanismos revisados, que vão desde a imitação inconsciente e


automática até a conformidade racional deliberada, são blocos fundamentais de
fenômenos coletivos. A robustez desses mecanismos levanta uma questão sobre a
natureza do comportamento de rebanho: o comportamento de rebanho é sempre
problemático, como é sugerido por algumas imagens populares (por exemplo,
histerias em massa, multidões, pânicos, modismos, bolhas econômicas e
pensamento de grupo)? E quanto à "sabedoria das multidões", uma imagem
contrastante do comportamento coletivo popularizada por James Surowiecki?
Enquanto o comportamento de rebanho em humanos frequentemente se refere a
processos sociais defeituosos que degradam em direção a um desempenho
subótimo, a "sabedoria das multidões" implica processos de grupo inteligentes que
podem trazer benefícios coletivos. Como podemos reconciliar essas duas imagens
contrastantes da ação coletiva?

4.1 Tomada de decisão coletiva das abelhas

Parece instrutivo ampliar nossa visão para incluir o comportamento de


rebanho por animais não humanos que também vivem vidas coletivas. Embora os
humanos sejam uma espécie gregária, somos, argumentavelmente, não a espécie
28

mais gregária de todas. Nossos rivais nesse aspecto são os animais eusociais,
incluindo, por exemplo, abelhas, formigas, cupins e ratos-pelados. Espécies
eusociais são animais coloniais que vivem em grupos multigeracionais
geneticamente relacionados, nos quais a grande maioria dos indivíduos coopera
para ajudar relativamente poucos membros do grupo reprodutivo. Eles
frequentemente exibem especialização extrema de tarefas, o que torna as colônias
eficientes na coleta de recursos.

O enigma dessas espécies é como elas conseguem alcançar eficiências tão


altas coletivamente, apesar de terem cérebros relativamente muito menores em
comparação com os humanos. Mais especificamente, como elas evitam processos
sociais defeituosos que levam a comportamentos de rebanho problemáticos?
Examinamos a tomada de decisões em grupo por abelhas para abordar essas
questões.

No final da primavera ou início do verão, à medida que uma colmeia grande


supera seu ninho, uma colônia de abelhas muitas vezes se divide. A rainha sai com
cerca de dois terços das abelhas operárias para criar uma nova colônia, e uma
rainha filha permanece no ninho antigo com o restante das abelhas operárias. O
enxame que deixa a colônia deve encontrar uma nova casa em pouco tempo, o que
é essencial para a sobrevivência delas. O enxame em movimento, composto por
cerca de 10.000 abelhas, se agrupa em um galho de árvore, enquanto várias
centenas de abelhas exploradoras buscam na vizinhança uma nova casa. Essas
abelhas exploradoras voam para inspecionar potenciais locais de ninhos e, ao
retornar para o enxame, realizam danças para anunciar bons locais que
descobriram. A duração da dança depende da percepção da abelha sobre a
qualidade do local. Outras abelhas exploradoras que ainda não voaram, assim como
aquelas que pararam de dançar, observam essas danças e decidem para onde ir.
Nessas decisões, as abelhas provavelmente visitarão e inspecionarão os locais que
foram fortemente anunciados por muitos predecessores. Esse processo constitui um
ciclo de feedback positivo. Thomas Seeley e outros, que conduziram uma série de
experimentos com abelhas em ambientes naturais, descobriram que as abelhas
geralmente escolhem o melhor local para o ninho. Mesmo que nenhuma das
abelhas visite todos os potenciais locais de ninhos individualmente, elas conseguem
29

agregar informações individuais parciais para formar uma sabedoria coletiva que
permite decisões ótimas.

Embora o desempenho das abelhas seja impressionante, o enigma ainda


persiste. Como as abelhas resolvem o problema da interdependência? Como vimos,
as abelhas comunicam suas descobertas por meio de danças que são realizadas
sequencialmente por abelhas exploradoras. Isso poderia criar dependências
estatísticas entre os tomadores de decisão, nas quais erros iniciais cometidos por
exploradoras anteriores podem se propagar e ser amplificados na sequência. Nesse
sentido, o sistema de tomada de decisão em grupo das abelhas pode ser suscetível
ao problema de cascata de informações errôneas.

Um artigo (List, Elsholtz & Seeley, 2009) abordou essa questão teoricamente
com um modelo de simulação de computador. De acordo com as observações
empíricas anteriores, o modelo assume que as abelhas exploradoras dependem de
outras abelhas, pois prestam mais atenção aos locais de ninhos fortemente
anunciados por seus predecessores. As abelhas essencialmente conformam-se à
visão majoritária em suas decisões sobre para onde ir. No entanto,
simultaneamente, o modelo assume que as abelhas são independentes na
avaliação da qualidade do local visitado. A duração da dança do explorador, que
indica a intensidade da preferência da abelha pelo local, não é afetada pelas danças
de outras abelhas, mas é determinada apenas pela percepção própria da abelha
sobre a qualidade do local. Os resultados da simulação por computador mostraram
que, quando uma mistura adequada de conformidade e independência existe, o
processo de tomada de decisão em grupo das abelhas funciona bem. Claro, essa
mistura específica de conformidade e independência resolve o problema racional da
cascata de informações.

4.2 Sabedoria de bando na internet

A busca por ninhos de abelhas fornece um exemplo impressionante de como


animais com capacidade cognitiva limitada individualmente podem tomar decisões
"sábias" coletivamente como um enxame. É importante notar que a "inteligência de
enxame" em abelhas emerge não de alguma coordenação intencional por uma
autoridade central (por exemplo, a rainha), mas por meio de interações locais entre
as abelhas — um elemento-chave na definição de comportamento de rebanho,
30

como discutido anteriormente neste ensaio. Curiosamente, a situação de busca por


ninhos de abelhas parece ter equivalentes nas sociedades humanas modernas,
onde os indivíduos podem usar informações públicas, assim como informações
privadas, para tomar decisões bem informadas. Exemplos incluem a busca por
informações na Internet ao comprar livros ou música, escolher um restaurante para
o jantar, decidir em qual hotel ficar, entre outros. Esses sistemas sociais de
compartilhamento de informações na Internet, nos quais os indivíduos informados
pelas experiências dos predecessores relatam suas próprias novas experiências
para compartilhar com outros, geram sabedoria coletiva como no caso das abelhas?

Um experimento em um "mercado cultural" realizado por Matthew Salganik e


outros examina essa questão. Nos mercados culturais, os volumes de vendas de
músicas, livros e filmes de sucesso são muitas vezes maiores do que as vendas de
um produto típico. Isso pode implicar que os sucessos são qualitativamente
diferentes de "os demais", no entanto, os especialistas raramente conseguem
prever quais produtos culturais terão sucesso. Por que é tão difícil prever os
sucessos?

Intrigados pela imprevisibilidade dos mercados culturais, esses


pesquisadores criaram um mercado musical experimental, onde um total de 14.341
participantes baixaram músicas previamente desconhecidas sob uma de duas
condições — a condição de "influência social" ou a condição "independente". Em
ambas as condições, os participantes podiam ouvir qualquer música de seu
interesse para ter uma experiência direta do produto. Além da oportunidade de
aprendizado individual, os participantes na condição de "influência social"
receberam informações sobre quantas vezes cada música foi baixada por outros
participantes. Observe que há uma semelhança estrutural entre a condição de
influência social e a situação de busca por ninhos de abelhas. Em ambas as
situações, os agentes tinham que fazer escolhas entre opções desconhecidas que
poderiam diferir em qualidade. Além disso, ao tomar decisões individuais,
informações de frequência social (comportamentos dos predecessores) estavam
disponíveis, além das oportunidades de pesquisa de informações individuais.

O experimento revelou que a desigualdade nas contagens gerais de


downloads entre músicas foi muito maior na condição de influência social, em
31

comparação com a condição independente, na qual os participantes não tinham


acesso às informações de frequência social. Obviamente, os participantes na
condição de influência social copiaram as escolhas dos predecessores, o que
produziu um resultado de "os ricos ficam mais ricos". Assim, o experimento replicou
o fenômeno robusto nos mercados culturais de que músicas de sucesso são muitas
vezes mais bem-sucedidas do que a média.

Além disso, as músicas mais populares (com as maiores frequências de


download) na condição independente não correspondiam necessariamente às
músicas mais populares na condição de influência social. O mapeamento das
músicas em termos de classificação de popularidade entre as duas condições foi
moderado — as músicas mais populares na condição independente nunca se
saíram mal na condição de influência social, e as músicas menos populares nunca
se saíram extremamente bem também. No entanto, quase qualquer outro resultado
poderia acontecer. O sucesso de uma música na condição de influência social era
dependente do caminho e suscetível a flutuações aleatórias. Isso pode explicar por
que é difícil até para especialistas prever quais produtos terão sucesso nos
mercados culturais.

No geral, como o desempenho humano no mercado musical experimental se


compara ao desempenho das abelhas na busca por ninhos? Uma resposta tentativa
não parece ser lisonjeira para os humanos. As abelhas misturam dependência e
independência na busca por ninhos. Elas se conformam com os predecessores para
decidir quais locais visitar, mas avaliam a qualidade dos locais visitados
independentemente das avaliações dos predecessores. Isso leva ao desempenho
elevado típico de um enxame. Por outro lado, os participantes humanos no mercado
musical experimental pareciam falhar em separar os dois aspectos e confiavam
demais nas escolhas dos outros. Claro, a subjetividade inerente das preferências
musicais significa que a qualidade dos resultados experimentais no mercado cultural
não pode ser avaliada objetivamente (como as decisões de escolha de ninho). No
entanto, a falta de correspondência na popularidade das músicas entre as
condições independente e de influência social sugere que tais preferências
subjetivas são instáveis e não ótimas. Nesse sentido, a hiper-suscetibilidade do
comportamento de massa à influência social é problemática não apenas para os
32

profissionais de marketing de produtos culturais, mas também em outros domínios


sociopolíticos onde não existe uma resposta demonstravelmente correta.
33

CONCLUSÃO

Neste trabalho, revisamos diversas manifestações de comportamento de


rebanho em humanos e seus mecanismos mais variados. Como observamos, os
humanos são uma espécie altamente receptiva socialmente, em comparação com
outros animais gregários. Evidências acumuladas de várias disciplinas das ciências
comportamentais sugerem fortemente que nós, humanos, estamos equipados com
mecanismos neurais, psicológicos e comportamentais que sustentam essa
receptividade - nossas habilidades para aprender com e ser influenciados por
outros. Não há dúvida de que essas capacidades são ferramentas, selecionadas
pela evolução, que serviram à nossa sobrevivência e contribuíram para nosso
sucesso adaptativo na Terra. No entanto, essas utilidades adaptativas podem
causar sérios erros em ambientes modernos, nos quais as interconexões entre
indivíduos são muito mais densas e as externalidades decorrentes dos
comportamentos individuais são maiores e mais abrangentes, em comparação com
os ambientes antigos nos quais a mente humana evoluiu.
Entendemos que, no final de contas, o ser humano se distingue
essencialmente dos demais animais por sua articulação política/social. Mas sua
essência instintiva permanece a mesma.
34

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