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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

ISTA

CURSO DE PSICOLOGIA

INTERAÇÃO SOCIAL, COGNIÇÃO SOCIAL, ETNOCENTRISMO E


CONFLITOS ÉTNICOS

AUTOR: GRUPO 4

CAXITO-2021
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

INTERAÇÃO SOCIAL, COGNIÇÃO SOCIAL, ETNOCENTRISMO E


CONFLITOS ÉTNICOS

Trabalho científico apresentado ao professor Lino


Gonzales H. Capemba, como requisito necessário para
a avaliação na cadeira de Psicologia Social.

CAXITO-2021
LISTA NOMINAL

1. Adão João Bernardo Pedro


2. Alexandre José Vunda
3. Alberto Chicomo
4. Cecilia Francisco B. Mateus
5. Delfina António Fonseca
6. Ernesto Pedro da Silva Meneses
7. Luzia Chinuque Manuel Bastos

GRUPO Nº 04
3º ANO
SALA: 03
PERÍODO: TARDE
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO......................................................................................................................1

1.1- Importância de estado......................................................................................................2

1.1.2- Formulações do Problema.............................................................................................2

1.1.3- Determinações dos Objectivos......................................................................................2

1.1.4- Objectivo Geral.............................................................................................................2

1.1.5- Objectivos Específicos..................................................................................................2

1.1.6- Formulações de Hipótese..............................................................................................2

CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................3

1.1- Definições de Termos e Conceitos..................................................................................3

1.1.2- Interação Social.............................................................................................................3

1.1.3- Sociedade e Estratificação Social.................................................................................4

1.1.4- A interação social e o Desenvolvimento das funções Psicológicas..............................4

2- COGNIÇÃO SOCIAL............................................................................................................5

2.2.1- Componentes da Cognição Social................................................................................6

2.2.2- Relação entre a cognição social e o córtex Cerebral.....................................................6

2.2.3- Como a Cognição social se desenvolve........................................................................6

2.2.4- Duas formas de ver a Cognição Social.........................................................................7

3- ETNOCENTRISMO E CONFLITOS ETCNICOS...............................................................8

3.3.1- Etnocentrismo e Preconceito.........................................................................................8

3.3.2- Etnocentrismo e relativismo Cultural...........................................................................9

2.2.3- Conflitos Étnicos...........................................................................................................9

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................11
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1- INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata sobre a interação social, cognição social, etnocentrismo e por
fim o conflito étnico. A interação social vem atraindo cada vez mais interesse no interior da
Psicologia. Considerando o uso crescente da expressão o objectivo deste trabalho é fazer
algumas reflexões que supomos deverem estar na base da utilização. Entende-se por interação
social o processo através do qual as pessoas se relacionam umas com as outras, num
determinado contexto social. A interação apoia-se no princípio da reciprocidade da acção e é
reconhecida como condição necessária para a organização espaciotemporal.

Isto significa que os atos dos indivíduos não são independentes, mas condicionados
pela percepção do comportamento do outro. Foi isto que, de certo modo, K. Lewin procurou
ilustrar ao elaborar o conceito de "campo psicológico" (campo das interações entre o
organismo e o ambiente). Para este autor, a interação é a base para a compreensão dos
processos psicológicos, condicionados pela relação do indivíduo concreto com a situação. "O
conceito de etnocentrismo parte do estudo do grande choque e da grande estranheza que se dá
no encontro de dois ou mais grupos diferentes. Surge, então, o grupo do "eu" e o grupo do
"outro", tendo o primeiro como real, absoluta e principal referência e a segunda como algo
exótico, excêntrico, anormal, exuberante e primitivo É importante ressaltar que o termo
interação social está sendo usado, até aqui, no sentido mais abrangente possível.

A cognição Social assenta na vasta tradição teórica e de investigação da psicologia


social, e revigorada pela integração de ideias e metodologias da psicologia cognitiva, a
abordagem da cognição social introduziu valiosos contributos para a compreensão de muitas
das questões e problemas clássicos da psicologia social empenhando-se igualmente em áreas
ainda não exploradas de investigação.

Esta perspectiva tem sido palco de vários desenvolvimentos teóricos que, inicialmente
partilharam o pressuposto básico de que, para compreender e explicar o comportamento social
é preciso considerar as estruturas e os processos cognitivos que medeiam à relação entre um
estímulo externo e as respostas comportamentais observáveis.

Assim, podemos entender que, com um pensamento e reflecção sobre o mundo actual,
sobre as pesquisas feitas e introdutoriamente analisamos um pouco no que concerne a
interação social, cognição social, etnocentrismo e conflitos étnicos.
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1.1- Importância de estado

A interação é determinada pelas estruturas da mente* muitas vezes inacessíveis à


introspeção, embora presentes em todas as situações de interação; para o segundo, as regras
não são as que residem nas estruturas cognitivas, mas aquelas que são públicas, acessíveis a
todos os participantes e observadores da interação. Tendo em conta que, a interação é o
campo onde as relações sociais se atualizam e se reproduzem, ela constitui também um espaço
de jogo onde se podem introduzir a invenção e a troca e onde. a cada instante, se funda uma
nova (relação) social ".

1.1.2- Formulações do Problema

Segundo Marconi e Lakatos (2006) problema é definido como uma dificuldade teórica
ou prática no conhecimento de alguma coisa de real importância, para qual deve se encontrar
uma solução. (MARCONI, M. A.; E. M. LAKATOS, 2006, p. 45).

 Quais os factores que influenciam na interação social?

1.1.3- Determinações dos Objectivos

Objectivo geral está ligado a uma visão global abrangente do tema relacionando com o
conteúdo intrínseco quer dos fenómenos e eventos quer das ideias estudadas.

1.1.4- Objectivo Geral

 Compreender os factores com maior e menor influência sobre a interação social.

1.1.5- Objectivos Específicos

 Identificar as formas de interação social;


 Descrever a influência que o factor social tem na interação social;
 Analisar os conflitos étnicos e suas formas de resolução;
 Entender o que é o etnocentrismo.

1.1.6- Formulações de Hipótese

 Para o problema científico apresentado estabelecemos a seguinte hipótese:


 Os factores que influenciam na interação social são: atitude, valor, meio ambiente,
conhecimento, preconceito, crenças ocasião situacional.
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CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1- Definições de Termos e Conceitos

A Interação social a reciprocidade, é a conduta-resposta, que dá às condutas em


relação ao outro o seu carácter de interação, interação social é um laço de dependência, de
convivência, de influência recíproca entre dois ou mais indivíduos, como pais e filhos, irmãos,
professores e alunos e outros membros da sociedade. Interação social é uma ligação que une
duas pessoas por uma determinada causa. Interação social se fundamentou em diversas
disciplinas, tais como: Psicologia Social, Sociologia, antropologia Social, sociolinguística e,
posteriormente passou a dar mais atenção a uma perspectiva micros sociais das interações
entre os indivíduos ou grupos. As interações sociais acontecem no encontro de duas pessoas
distintas, pois, conforme refere Vygotsky, citado por: (FÁBIO, 2011).

A relação social é o sentido compartilhado da accão. Hm ciências sociais, interação


social refere-se a todas as acções recíprocas entre dois ou mais indivíduos durante as quais há
compartilhamento de informações. Por sua vez, Warneken e Tomasello (2007), citados por
Arezes e Colaço (2014), definem interação como sendo o comportamento de um indivíduo
perante a participação de outro, como numa conversa, ruma troca de gestos, num jogo ou num
conflito (Brownell, 1986/1999).

Os processos sociais se distinguem em associativos, quando os indivíduos estabelecem


relações positivas, de cooperação e de consenso; e dissociativos, quando as relações
estabelecidas são negativas, de oposição, de divergência. Os processos associativos são:
cooperação, acomodação e assimilação. A estrutura social refere-se à colocação e aposição de
indivíduos e de grupos dentro de um sistema, partindo-se da constatação de que os membros e
os grupos de uma sociedade são unidos por um sistema de relações de obrigação, isto é, por
uma série de direitos e deveres, aceito e praticado entre si (Garrido, 2011, p. 16).

1.1.2- Interação Social

A interação resulta de vários e diferentes factores. De acordo com os autores, alguns


destes factores são a linguagem, a simbologia e significações a ela associadas e o
desenvolvimento destas e de outras potencialidades. A interação social diz respeito às relações
que estabelecemos com os outros mediante as características individuais de cada um. Esta
vertente influenciada pelos valores, princípios e crenças com os quais nascemos. Alguns
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estudos sugerem ainda que a interação social, pela sua natureza ligada à comunicação, resulta
da relação entre dois sujeitos pelo que um influencia o outro de forma mútua, gerando
desenvolvimento entre ambos (DARWEN, 2013, p. 157).

Portanto importa-nos elucidar que a interação social entre os indivíduos é a alavanca


que permite que possamos resolver situações mais problemáticas, adversidades da vida e lutar
pelos nossos direitos de modo a que possamos superar as nossas dificuldades, devido ao facto
de ela se associar às relações que estabelecemos (DARWEN, 2013, p. 157).

1.1.3- Sociedade e Estratificação Social

A Sociedade é definida por um conjunto de pessoas chamadas de atores sociais que


compartilham interesses e valores num determinado espaço social. Em outras palavras, a
sociedade é uma totalidade formada por diversos grupos que interagem entre si, sendo que
todas as sociedades possuem uma estrutura social. De tal forma, cada sociedade possui uma
estrutura social definida por valores e comportamentos dos indivíduos constituintes, os quais
desempenham diversos papéis sociais (DARWEN, 2013).

Os grupos sociais, por sua vez, estabelecem relações por meio de padrões sociais e
culturais, cuja estrutura foi definida historicamente. A estratificação social está intimamente
relacionada com a estrutura Social. Isso porque a sociedade se divide em estratos ou camadas
sociais de acordo com uma série de factores, tais como políticos, religiosos, étnicos, dentre
outros (DARWEN, 2013).

1.1.4- A interação social e o Desenvolvimento das funções Psicológicas

Um importante atributo que emerge a partir das interações sociais é o que Vygotsky
chamou de funções psicológicas superiores. Antes de adestrarmos ao seu significado, vamos
discutir as funções psicológicas inferiores. Estas funções não surgem das interações sociais,
mas estão escritas em nosso sistema biológico, como por exemplo, as acções involuntárias,
tais como o susto por escutar um trovão próximo, memória involuntária, etc. Por outro lado,
as funções psicológicas superiores se originam a partir do desenvolvimento social, e não são
herdados do biológico, ou seja, a cultura em que o sujeito está imerso tem uma importante
função para o seu desenvolvimento segundo Vygotsky (1931, p. 34) citado por (BIRZNIK &
HIGA, 2017).
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2- COGNIÇÃO SOCIAL

Um dos aspectos mais idiossincráticos desta abordagem é o facto do estudo dos


fenómenos sociais ser realizado através da investigação das estruturas e processos cognitivos
pelos quais operam. Com relação a cognição social, ela emergiu em meados dos anos 70 e
representa uma abordagem conceptual e empírica genérica (e não apenas uma sub-disciplina
da ciência psicológica) que procura compreender e explicar como é que as pessoas se
percebem a si próprias e aos outros, e como é que essas percepções permitem explicar, prever
e orientar o comportamento social (DURAN, 1993).

Decorrente da estreita relação que mantém com a chamada "revolução cognitiva", esta
abordagem ficou conhecida como cognição social respectiva cognitiva ou paradigma do
processamento de informação, sendo este, inicialmente, o modelo de processamento que
orientou a abordagem dos fundamentos cognitivos dos fenómenos sociais (Garrido, 2011, p.
18).

Historicamente, e no âmbito da psicologia, a compreensão que as pessoas têm do


mundo social foi estudada, em primeiro lugar, sob uma perspectiva fenomenológica,
preocupada em descrever de forma sistemática o modo como a generalidade das pessoas
afirmam experienciar o seu mundo. Paralelamente, surgiu também a preocupação com as
teorias do senso comum, ou seja, com as teorias que as pessoas têm acerca umas das outras
(Garrido, 2011).

Cognição Social e a forma como processam a m formação. Neste processamento está


inclusa a forma como codificamos, armazenamos e recuperamos informação de situações
sociais. A Neuropsicológica é dividida e organizada em duas áreas: Neurocognição ou
Cognição Básica, e Cognição Social (Garrido, 2011, p. 92).

A cognição social alude à forma como pensamos sobre os outros. Nesse sentido, seria
uma poderosa ferramenta para compreender as relações sociais. Por meio da cognição social
entendemos as emoções, os pensamentos, intenções e condutas sociais dos outros. Nas
interações sociais, compreender o que outras pessoas pensam e sentem pode supor uma
vantagem enorme para nos desenvolvermos nesse contexto (Garrido, 2011, p. 92).

As pessoas não se aproximam das situações como observadores neutros ainda que
muitas vezes tentemos aparentar que sim. Na verdade, elas carregam seus próprios desejos e
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expectativas. Estas atitudes prévias vão influenciar o que vemos e lembramos. Deste modo,
nossos sentidos recebem informação que é interpretada e analisada. Posteriormente, essas
interpretações são contrastadas com a informação que guardamos na memória (Garrido, 2011,
p. 92).

2.2.1- Componentes da Cognição Social

Para (DURAN, 1993), os componentes desse processo são variados: uma vez que a
vida social comporta diferentes tipos de situações de interação, uma série de mecanismos
distintos são constituintes da cognição social humana. Portanto os componentes da cognição
social como são: Percepção Emocional, Percepção Social, Teoria da Mente e Estilo de
Atribuição:

 A Percepção Emocional - É a capacidade de deduzir informação emocional a partir


das expressões emocionais, das inflexões vocais. (DURAN, 1993, p. 189).
 Percepção Social - Trata-se da capacidade de extrair certos detalhes do
comportamento manifesto de um contexto social específico. As capacidades de
compreensão das regras e das convenções sociais podem ser inclusas nestes aspectos
(DURAN, 1993).
 A Teoria da Mente - Diz respeito à capacidade de compreender que outras pessoas
possuem estados mentais diferentes do que do próprio sujeito, assim como de fazer
deduções/interpretações sobre os conteúdos identificados destes estados mentais
(DURAN, 1993).
 Estilo de Atribuição - Pode ser descrito como a tendência peculiar de explicar as
causas dos acontecimentos remetendo à própria vida; capacidade de significar os
fenómenos vivenciados. (DURAN, 1993).

2.2.2- Relação entre a cognição social e o córtex Cerebral

O córtex cerebral, conhecido como massa cinzenta, reveste todo o cérebro do ser
humano. Cada, giro e/ou sulco, em determinado lobo, é responsável pela coordenação de
funções específicas que irão aliciar alguma reacção histológica ou comportamental no
organismo. Várias estruturas cerebrais têm um papel fundamental no controlo das condutas
sociais: o Córtex Pré-frontal Ventromedial, a Amígdala, o Córtex Somas sensorial Direito e a
ínsula (HUGO, 2006, p. 67).
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2.2.3- Como a Cognição social se desenvolve

As interpretações que podemos fazer de um evento social podem ser muita diferentes e
erróneas. A cognição social se desenvolve lentamente, segue um processo de tentativa e erro
baseado na observação. As experiências directas e a exploração guiam a aprendizagem.
Porém, o conhecimento social é muito subjectivo (FÁBIO, 2011, p. 456).

Além disso, ainda que contemos com estruturas mentais que facilitam o
processamento e a organização da informação, às vezes estas estruturas tão úteis também nos
traem. As pessoas que contam com habilidades intelectuais superiores para a resolução de
problemas não necessariamente têm habilidades superiores para a resolução dos problemas
sociais. Por outro lado, o conhecimento social é, em parte, independente de outros tipos de
conhecimento (DURAN, 1993).

2.2.4- Duas formas de ver a Cognição Social

Dentro da psicologia, existem várias formas de entender a cognição social. Uma das
mais importantes enfatiza a dimensão social do conhecimento. O conhecimento, segundo esta
perspectiva, teria uma origem sociocultural, já que é compartilhado pelos grupos sociais
(FÁBIO, 2011).

O principal expoente desta ideia é as representações sociais. Estas ideias são os


pensamentos, imagens e conhecimentos que os membros de uma colectividade compartilham.
As representações sociais têm uma dupla função: conhecer a realidade para planejar a acção e
facilitar a comunicação (FÁBIO, 2011, p. 200).

Outra perspectiva com um grande impacto que está na forma de se entender a


cognição social, se centra-se no indivíduo e em seus processos psicológicos. Segundo esta
visão, o indivíduo constrói suas próprias estruturas cognitivas a partir das interações com seu
entorno físico e social. Como foi visto, a cognição social é a forma como guarnecíamos a
grande quantidade de informação social que recebe todos os dias. Os estímulos e dados que
colectamos pelos sentidos são analisados e integrados em esquemas mentais, os quais guiarão
nossos pensamentos e condutas em ocasiões posteriores. (FÁBIO, 2011, p. 200).
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3- ETNOCENTRISMO E CONFLITOS ETCNICOS

E um preconceito que cada sociedade ou cada cultura produza o mesmo tempo em que
procura incutir em seus membros normas e valores peculiares. É a visão demonstrada por
alguém que considera a seu grupo étnico ou cultura o centro de tudo, portanto, num plano
mais importante que as outras culturas e sociedades. O termo é formado pela justaposição da
palavra de origem grega "eternos" que significa "nação, tribo ou pessoas que vivem juntas" e
centrismo que indica o centro.

Segundo Passador, (2015) citado por (Tuílho, 2008), um indivíduo etnocêntrico


considera as normas e valores da sua própria cultura melhores do que as das outras culturas.
Isso pode representar um problema, porque frequentemente dá origem a preconceito e ideias
infundamentadas. Uma visão etnocêntrica demonstra, por vezes, desconhecimento dos
diferentes hábitos culturais, levando ao desrespeito, depreciação e intolerância por quem é
diferente, originando em seus casos mais extremos, atitudes preconceituosas, radicais e
xenófobas (Tulho, 2008, p. 56).

Este fenómeno universal pode atingir proporções drásticas, quando culturas


tecnicamente mais frágeis entram em contacto com culturas mais dominantes e avançadas.
Alguns exemplos de etnocentrismo estão relacionados ao vestuário. Um deles é o hábito
indígena de vestir pouca ou nenhuma roupa; outro caso é o uso do kilt (uma típica saia) pelos
escoceses. São duas situações que podem ser tratadas com alguma hostilidade ou estranheza
por quem não pertence àquelas culturas (PASSADOR, 2015, p. 56).

Etnocentrismo- é um conceito antropológico que ocorre quando um determinado


indivíduo ou grupo de pessoas, que não têm os mesmos hábitos e carácter social, discrimina
outro, julgando-se melhor ou pior, seja por causa de sua condição social, pelos diferentes
hábitos ou manias, por sua forma de se vestir, ou seja, peia sua cultura (Tulho, 2008, p. 87).

3.3.1- Etnocentrismo e Preconceito

Estudos sobre etnocentrismo revelam que, decorre de processos de normalização e


naturalização dos significados que cada cultura toma como correctos e justos para si,
transformando a realidade vivida por cada grupo cultural como uma realidade de valor
universal. O próprio termo revela seu sentido: ao sermos etnocêntricos, estamos centrados em
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nossas próprias concepções étnico-culturais, tomando-as como parâmetro universal para


produzir juízos de valor sobre as diferenças expressas por outros. Esse fenómeno, se constitui
como uma espécie de resíduo do processo de aprendizagem e formação de sujeitos que ocorre
dentro de qualquer cultura, torna-se um problema quando culturas diferentes entram em
contacto (PASSADOR, 2015, p. 11).

O estranhamento que a alteridade produz em qualquer um de nós quando nos


deparamos com formas de vida diversas daquelas que aprendemos a viver e valorizar resulta
do etnocentrismo. Estranhamos o que não nos é familiar e compreensível pelos códigos
culturais que adoptamos que nos leva muitas vezes a tomar diferenças como formas
irracionais, aberrantes, ameaçadoras e até não humanai de estar no mundo e pensá-lo
(PASSADOR, 2015, p. 11).

Temos dificuldade em compreender as lógicas e os sentidos que são atribuídos às


diferentes culturas por seus praticantes, porque tendemos a usar nossos próprios referenciais
culturais para compreendê-las. Se nossos referenciais são válidos para legitimar para nós
mesmos as práticas e concepções de mundo que aprendemos serem normais, correctas e
desejáveis para a cultura em que fomos formados, eles não podem ser tomados como
universais e capazes de explicar quaisquer outras formas de vida produzidas em outras
culturas a partir de seus próprios referenciais (PASSADOR, 2015, p. 11).

3.3.2- Etnocentrismo e relativismo Cultural

O relativismo cultural é uma corrente de pensamento ou doutrina que tem como


objectivo entender as diferenças culturais e estudar o porquê das diferenças entre culturas
distintas. Enquanto o etnocentrismo tem uma vertente de confronto, o relativismo aborda as
diferenças de uma forma apaziguadora. E importante destacar que o relativismo cultural é
uma ideologia que defende que os valores, princípios morais, o certo e o errado, o bem e o
mal, são convenções sociais intrínsecas a cada cultura (DARWEN, 2013, p. 98)

2.2.3- Conflitos Étnicos

Nos Estados em que as liberdades são garantidas, parece prevalecer a ideia de que a
acção dos grupos étnicos é legítima, pois visa à busca de seus direitos e de sua identidade.
Assim, não se trata de debilitar o Estado, mas de identificar-se com ele. isso vale para grupos
étnicos de origem migrante ou escrava - Estados Unidos catre outros servem como exemplos.
Existindo liberdade, os grupos étnicos cuja origem está relacionada à nacionalidade, ao
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mesmo tempo em que buscam preservar sua identidade, são fiéis ao Estado no qual estão
inseridos os zulus, na África do Sul, Nigéria e Chade são exemplo (Garrido, 2011, p. 59).

Assim, é de enfatizar a avaliação levado em Conta por Tulho, onde dizia que em
sociedades nas quais existe tensão étnica e as possibilidades de desenvolvimento são muito
limitadas, os grupos étnicos tendem a concentrar recursos em sua própria colectividade,
privando assim outros grupos de usufruir deles. Conforme seu nível de gravidade, a
concentração de recursos pode desencadear guerras civis ou regionais.

Enfim, em Estados pobres, ter emprego em um órgão público muitas vezes é a única
maneira de alcançar uma vida melhor. Na medida em que os melhores empregos e
oportunidades são reservados àqueles que têm melhore., níveis de educação, grupos étnicos
rivais podem procurar, no limite, monopolizar as instituições e os meios de ensino (Tulho,
2008, p. 59).
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4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluirmos com este trabalho, entendemos que de acordo com todas estas
características inerentes à interação social, conseguimos compreender que eia é condição
necessária para que o indivíduo se possa construir enquanto pessoa, isto é, permitem também
o desenvolvimento da sua personalidade. A interação social é inerente à condição humana,
uma vez que vivemos em sociedade e estabelecemos racionamentos uns aos outros. A
evolução da humanidade resulta desta, devido ao facto de a mesma acarretar as nossas
individualidades tendo em conta os princípios, crenças, valores, etc., com os quais crescemos
e amadurecemos ao longo do nosso ciclo vital.

A abordagem sócio-cognitiva está presente em diferentes domínios da psicologia. Embora


inicialmente a sua proximidade seja mais evidente com a psicologia cognitiva, reflectindo o
pressuposto de que os mesmos princípios de processamento de informação se aplicam quer a
domínios sociais quer não sociais, a cognição social não é apenas a aplicação da psicologia
cognitiva a tópicos da psicologia social. De uma maneira geral, a abordagem cognitiva dos
fenómenos sociais não os reduz a uma racionalidade fria e descontextualizada.

Entretanto, curiosamente os desenvolvimentos actuais da cognição social parecem


apontar caminhos opostos: se, por um lado, a abordagem situada da cognição procura integrar
a interação do organismo com o ambiente e os actores sociais na emergência e na utilização
do conhecimento, por outro lado, a popularidade das neurociências e a receptividade que
determinadas abordagens localizacionistas obtiveram neste domínio parecem apontar
novamente para um elementaríssimo descontextualizado.

Enfim, etnocentrismo assim como os processos de estigmatização e discriminação


decorrentes deles, são fenómenos ligados à diversidade cultural e que estão presentes em
todas as sociedades ao longo de suas histórias. Fundamentalmente, dizem respeito a
mecanismos de negação das diferenças em função da maneira como elas são encaradas em
tempos e contextos diversos. Segundo (PASSADOR, 2015, p. 100), são formas de inferiorizar
e desumanizar sujeitos e grupos e que, por isso, exigem que sejam tomadas como objecto de
políticas públicas e mobilizações da sociedade civil para que sejam superadas.
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BIBLIOGRAFIA

1. BIRZNIK, C., & HIGA, E. (2017). Interação Social em Paulo Freire e Vygotsky.
Paraná.
2. Brownell, E. (1986/1999). Interação social. São Paulo.
3. DARWEN, C. (2013). Etnocentrismo, racismo e preconceito. Lisboa.
4. DURAN, Á. P. (1993). Interação Social: (Social, o Cultural e o Psicológico. Campina.
5. FÁBIO, M. S. (2011). A Interação Social e o Desenvolvimento Humano. São Paulo.
6. Garrido, M. V. (2011). Cognição Social. (I. C. Azevedo, Ed.) Lisboa: Edições Colibri.
7. HUGO, F. (2006). Relação entre a cognição social e o córtex cerebral. Madeira.
8. MARCONI, M. A.; E. M. LAKATOS. ( 2006). Metodologia do trabalho científico:
procedimentos básicos, pesquisa bibliografia, projeto e relatório, publicações e
trabalhos científicos ( 6.ed. ed.). São Paulo: Atlas.
9. PASSADOR, H. (2015). Etnocentrismo estereótipo r preconceito . São Paulo :
Abrante.
10. Tulho, L. V. (2008). Conflito etnico, direitos Humanos e intervenção Internacional.
Ciências sociais.

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