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IMMANUEL KANT

Denicio Godoy
Guilherme Carvalho
Jonas Stern
Tiago Caetano
Thiago Surian

Immanuel Kant nasceu em 1724, em Königsberg, cidade da Prússia


Oriental (hoje a cidade se chama Kaliningrado e pertence a um território que se
encontra sob a soberania russa). Proveniente de família de artesãos,
provavelmente de origem escocesa. Recebeu rígida educação pietista, Reale
(1990, p. 861) destaca que essa educação se mostrou visível principalmente em
seus escritos morais. Segundo Dilva Frazão, no site ebiografia (2018), em 1740,
com 16 anos ingressou na Universidade de Königsberg, onde estudou com o
filósofo Martin Knutzen e se aprofundou no estudo da filosofia racionalista de
Leibniz e de Christian Wolff. Despertou também o interesse pela Ciência Natural,
em particular pelos estudos de Newton.

Em 1746 seu pai faleceu e, segundo Reale (1990, p. 861), teve que
trabalhar como preceptor, dando aulas para sobreviver, indicando que não tinha
uma vida financeira confortável, pois as despesas funerárias de seus pais foram
bancadas pelo dinheiro público. Frazão (2018) explica que "em 1754 retornou à
universidade e após concluir o doutorado foi nomeado professor universitário.
Lecionou Filosofia Moral, Lógica e Metafísica. Publicou diversas obras na área
das Ciências Naturais e da física, entre elas, “História Universal da Natureza do
Céu” (1755)".

Dilva Frazão (Ibid.) posiciona Kant como o fundador da “Filosofia Crítica”


e que Kant "dedicou-se em resolver a confusão conceitual a respeito do debate
acerca da natureza do nosso conhecimento. Procurou explicar como é o
funcionamento do mecanismo de apreensão e de compreensão da realidade que
permite ao Homem saber-se inserido em um Universo".
Maciel (2018) apresenta Kant como sendo reconhecido particularmente
por promover a reunião conceitual entre o racionalismo, que tem em Descartes
seu maior expoente, e o empirismo, tal como apresentado por Hume. Desta
forma reunindo o potencial da razão humana e a relevância da experiência no
processo de aquisição produção de conhecimento.

Ainda segundo Maciel (Ibid.), Kant comparou a si mesmo com Copérnico,


que reverteu a forma como vemos o sistema solar, na medida em que seu
trabalho promoveu uma revolução similar na filosofia. A Wikipedia (2018) chama
essa revolução de “inversão copernicano”, explicando que “não é o objeto que
determina o sujeito, mas o sujeito que determina o objeto. As categorias são
conceitos, todavia, puros, a priori, anteriores à experiência e que, por isso, a
tornam possível. Em suma, o objeto só se torna cognoscível na medida em que
o sujeito que determina o objeto. Em suma, o objeto só se torna cognoscível na
medida em que o sujeito cognoscente o reveste das condições de
cognoscibilidade”.

Frazão (2018) explica que Kant "pretendia superar a dicotomia


racionalismo-empirismo” e afirma que "Kant condenava os empiristas (que
diziam tudo que conhecemos vem dos sentidos) e, não concordava com os
racionalistas ( que diziam que é errado julgar que tudo que pensamos vem de
nós)”. Ela conclui que, para Kant: "o conhecimento deve constar de juízos
universais, da mesma maneira que deriva da experiência sensível. Para
sustentar essa contradição, Kant explica que o conhecimento é constituído de
matéria e forma. “A matéria dos nossos conhecimentos são as próprias coisas e
a forma somos nós mesmos”.

Immanuel Kant faleceu em Königsberg, no dia 12 de fevereiro de 1804

CONTEXTO ONDE ELE VIVEU.


Ao longo do século XVIII, há um processo contra o chamado "regime
antigo". Trata-se da Monarquia absoluta e de uma sociedade de classes onde
domina o Despotismo (poder isolado, arbitrário e absoluto de um déspota. forma
de governo baseada nesse poder) iluminado. Todos os poderes da nação estão
sujeitos à autoridade dos reis que exercem um poder sem controle baixo da
figura de Louis XIV da França. A luta surge protagonizada pela classe burguesa,
que consegue derrubar esse regime na Revolução Francesa cujo lema é
"liberdade, igualdade e fraternidade". A maior parte da estrutura social
permaneceu feudal. A burguesia adquire importância, protagonista das
mudanças sociais. A projeção ideológica do conflito entre a sociedade nova e a
antiga é o Iluminismo. O pensamento empirista de Locke exerce uma grande
influência sobre isso e será o pensamento central. Neste momento, ocorre a
independência dos EUA. Tudo isso leva à supressão do regime feudal e à
crescente consciência da dignidade da pessoa. No final do século surgiu a
Revolução Industrial, com a descoberta da máquina a vapor. A vida de Kant
ocorre na Era do Iluminismo, na Prússia, durante a s. XVIII. Eles governam
quatro reis: Federico Guillermo I, Federico II, Federico Guillermo II e Federico
Guillermo III. O primeiro inicia uma política de reformas e transforma a nação
prussiana num estado militarista e burocrático. Frederico II é um rei iluminado
que transforma a Prússia no quinto poder europeu sob o modelo do despotismo
esclarecido. Federico Guillermo II é aquele que enfrenta Kant. Uma censura
ideológica parece que antes não tinha. Kant foi censurado um livro que se
pensava estar contra o cristianismo.

Kant é o filósofo mais importante e esclarecido desta época que abriu


novos caminhos para o pensamento e determina toda a filosofia subsequente.
Ao longo de sua vida, ele se dedicou ao pensamento, tanto a vida quanto a
atividade filosófica. Ele era apaixonado pela política de seu tempo, pois era
entusiasta da independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa.
Seus pensamentos têm duas etapas: período pré-histórico e período crítico.
Quanto à situação social, política e econômica da Prússia neste momento,
devemos destacar o governo de Frederico II o Grande, um déspota esclarecido.
É o rei que promove a cultura e favorece ideias esclarecidas para organizar o
estado. Ele chamou filósofos franceses para colaborar com ele. Do ponto de vista
religioso, é necessário apontar a aparência das correntes místicas da renovação
e da difusão do pietismo. Isso era paradoxal, juntamente com uma moral rígida,
um certo misticismo e uma ruptura radical com a igreja luterana, pregava a
tolerância e, portanto, ligava-se bem com o Iluminismo. Todas estas
circunstâncias explicam as características do Iluminismo alemão: a cultura se
move para a Prússia e a Saxônia e é promovida até o reinado de Frederico.
Guillermo III; não há críticas sociais e políticas como na França, uma vez que os
filósofos admiram o rei; A cultura está centrada na Universidade onde os filósofos
são professores; é uma filosofia muito mais especulativa e técnica, centrada em
problemas lógicos e metafísicos, conservadores e não revolucionários; não há
oposição entre filosofia e religião e a ciência desenvolveu-se muito pouco e o
interesse se concentrou na matemática. (Los Toy, 2018).

Segundo Monica Aiub (2018) o iluminismo teve seu contexto histórico em


que a burguesia possuía poder econômico e reivindicava para si o poder político
que se encontrava nas mãos da nobreza e do clero; em que os argumentos
fundamentados nas crenças religiosas não eram aceitos para justificar o poder
ou a organização das sociedades ou o modo de vida dos seres humanos; num
período em que a ciência começou a ocupar um lugar significativo na construção
do conhecimento, surgiu o movimento denominado Iluminismo. Luzes, razão,
esclarecimento são palavras relacionadas a ele. Este período, compreendido
entre fins do século XVII e fins do século XVIII, e conhecido como século das
luzes, caracterizou-se pela crítica a toda e qualquer crença, pela crítica aos
próprios instrumentos utilizados para a obtenção de conhecimento, e por
considerar o conhecimento como algo que tem a finalidade de tornar a vida dos
seres humanos melhor, tanto no campo individual, como na vida em sociedade.
Esta forma de pensar tenta conciliar a fé na razão humana e a crítica aos limites
desta razão. Kant foi um pensador que muito contribuiu no sentido de
estabelecer a crítica aos limites da razão humana, e ao mesmo tempo apontá-la
como a fonte e o fundamento do conhecimento.

O PERÍODO HISTÓRICO

Segundo André Navarro Lourenço (2018), historicamente Kant viveu em


um período de conflito, no qual se contestava veementemente o absolutismo,
para que fosse considerado o povo como soberano. Todo esse período foi
influenciado pela linha de pensamento iluminista.
Esse movimento foi bem reforçado por sua obra Fundamentação da
metafísica dos costumes, uma vez que trazia todo o conceito revolucionário dos
direitos do homem e do cidadão, nos quais deve prevalecer o respeito às
pessoas em si mesmas, sem nenhum outro motivo necessário de
fundamentação. Hoje esses direitos são conhecidos como humanos.
Consequentemente, no centro de todas essas novas ideias revolucionárias,
somadas às contestações ao absolutismo, ocorreu a revolução francesa (que
inclusive teve consequência direta em sua terra natal na Primavera dos Povos,
1848). Neste período Kant demonstrava-se com certo ceticismo, sempre
defendendo os ganhos em prol da humanidade, porém ponderando as ações
revolucionárias tomadas, sem vê-las de maneira utópica ou cega. Isso porque
creu no regime normativo e não na subjetividade de um governante.

Em meio a essa crise do regime absolutista tradicional, que subordinava


os monarcas às leis de Deus e às naturais da nação, surgiu, em oposição, o
despotismo esclarecido, que entendia que essas leis deveriam ser interpretadas
pelo soberano, e não pela Igreja. Assim, a ideia por traz é que fossem niveladas
as classes sociais, acabasse o sistema de privilégios baseados em
hereditariedade, tradição etc. Assim, incorporaram o espírito das revoltas, e
governariam com base na razão.

PENSAMENTO CULTURAL DA ÉPOCA

No campo das artes, o século XVIII é uma reação aos exageros do


barroquismo, existindo uma revolução, voltada à simplicidade e a clareza, com
base na razão e na natureza, molas mestras da criação. A fé e a religião são
substituídas pela razão e ciência. É o século das luzes, Iluminismo e ilustração.
Os reis deixam de se apoiar no poder eclesiástico, tendo os seus princípios o
racional, em linha com as obras de Montesquieu (O Espírito das Leis, por meio
do qual propões a tripartição dos poderes) e Voltaire (Cartas Filosóficas, por
meio da qual ataca as instituições do clero e da monarquia de direito divino).
Como exemplo, temos a Física de Newton, a Química de Lavoisier, a Biologia
de Bueton e Lineu, a Psicologia de Locke. Ainda mais, tudo isto aliado ao
emprego da energia a vapor na indústria têxtil inglesa. A dúvida e o pessimismo
do século passado são trocados pelo otimismo e pela crença no valor da ciência,
sendo esses fatores essenciais para o progresso do homem. Os enciclopedistas,
como Diderot, promovem a divulgação apaixonada das novidades científicas e
filosóficas da época (Ibid., 2018).

KANT COMO PENSADOR


A riquíssima produção de Kant divide-se em dois grandes grupos de escritos: os
escritos "pré-críticos" e os chamados escritos "críticos", ou seja, aqueles em que
Kant expõe a sua filosofia "crítica", já de uma maneira madura. A série dos
escritos pré-críticos termina com a Dissertação de 1770, que marca a aquisição
parcial de um ponto de vista que, em virtude de um amadurecimento e
aprofundamento, levou no ano de 1781 à formulação do criticismo
transcendental, que se desdobrou depois em todos os seus aspectos nas obras
posteriores.

Os escritos pré-críticos são:

1746 - Pensamentos sobre a verdadeira avaliação das forças vivas.


1755 - História natural universal e teoria do céu.
1755 - De igne (dissertação de doutorado).
1755 - Principiorum primorum cognitionis metaphysicae nova delucidatio (tese
de docência universitária).
1756 - Os terremotos.
1756 - Teoria dos ventos.
1756 - Monadologia física.
1757 - Projetos de um colégio de geografia física.
1759 - Sobre o otimismo
1762 - A falsa sutileza das quatro figuras silogísticas.
1763 - O único argumento possível para demonstrar a existência de Deus.
1763 - Ensaio para introduzir em metafísica o conceito de grandezas negativas.
1764 - Observação sobre o sentimento do belo e do sublime.
1764 - Pesquisa sobre a evidência dos princípios da teologia natural e da moral.
1765 - Informe sobre a orientação das lições para o semestre de inverno 1765-
1766.
1766 - Sonhos de um visionário esclarecidos com os sonhos da metafísica.
1770 - De mundi sensibilis atque intelligibilis forma et principiis (com esta obra,
Kant tornou-se professor ordinário).

ESCRITOS CRÍTICOS

1781 - Crítica da razão pura.


1783 - Prolegômenos a toda metafísica futura que queira se apresentar como
ciência.
1784 - Ideias de uma história universal do ponto de vista cosmopolita.
1784 - Resposta à pergunta: O que é o iluminismo?
1785 - Fundamentação da metafísica dos costumes.
1786 - Princípios metafísicos da ciência da natureza.
1788 - Crítica da razão prática.
1790 - Crítica do juízo.
1793 - A religião nos limites da pura razão.
1795 - Pela paz perpétua.
1797 - A metafísica dos costumes.
1798 - O conflito das faculdades.
1802 - Geografia física.
1803 - A pedagogia.

KANT E A METAFÍSICA.

Existe uma afirmação de Kant que lança luz sobre o movimento geral do seu
pensamento: "a metafísica, pela qual estou destinado a ser apaixonado..." Para
Kant, a paixão pela metafísica é um destino no qual o apaixonado não alcançou
o objeto do seu amor. Por isso Kant lutou durante toda a sua vida para dar à
metafísica um fundamento científico e que a própria Crítica (obra de 1781 ) foi
concebida com esse objetivo, ainda que os seus resultados tenham levado à
metas diferentes.

A linha de desenvolvimento do pensamento de Kant fica mais evidente em suas


publicações de 1756. Duas dizem respeito a temas científicos (Os terremotos e
a Teoria dos Ventos) e a outra leva um título que, por si só, já é um verdadeiro
programa: Utilidade da União da metafísica e da geometria na filosofia da
natureza.

Em 1762 ocorre uma reviravolta bastante brusca na parábola evolutiva do


pensamento kantiano. Essa revolta pode estar ligada à leitura e meditação de
Hume, que, como Kant mesmo diz, teve mérito de despertá-lo do "sono
dogmático" com suas críticas radicais aos princípios da metafísica. Isso se
manifesta em "A falsa sutileza das quatro figuras silogísticas" e nas duas obras
de 1763: Único argumento possível para uma demonstração da existência de
Deus e Ensaio para introduzir na metafísica o conceito de grandezas negativas.

Em 1764, são publicadas a Pesquisa sobre a evidência dos princípios da teologia


natural e da moral e as Observações sobre o belo e o sublime., Kant reafirma a
ideia de que a metafísica deve trabalhar com o mesmo método que Newton
introduziu na física, Mas o escrito é importante porque Kant separa a ética da
metafísica e proclama que a faculdade do conhecimento teórico não é a mesma
faculdade com que captamos o bem: o bem é captado por sentimento moral. E
assim vai se delineando a linha de pensamento que levaria à Crítica da razão
prática e à Crítica do juízo. Em 1766, Kant enuncia os critérios nos quais se
inspira o seu ensino de filosofia: Nessa obra Kant ensina a pensar
filosoficamente, para ele significa um modo construtivo e critico de proceder, não
sendo dogmático e nem cético. Em 1766, saiu o mais curioso dos escritos pré-
críticos, sob o título Os sonhos da metafísica explicados com os sonhos de um
visionário. Kant trata com ironia dizendo que as teorias de Swedenborg são nada
mais do que sonhos. E para Kant os sonhos pertencem unicamente a quem
sonha, ficando assim num mundo fechado e inacessível. Segundo Reale, Kant
reafirma o conceito segundo o qual a ética não necessita da metafísica, porque
pode se basear na fé moral (o sentimento moral). Desse modo, a metafísica não
parece ser mais para Kant uma ciência do númeno (que significa que o objeto é
conhecido sem a ajuda dos sentidos), mas sita uma ciência dos ‘limites da
razão”. 1.4. A “grande luz” de 1769 e a Dissertação de 1770 Segundo Reale,
Kant escreveu que o ano de 1769 lhe havia trazido “uma grande luz”. E essa
grande luz consistiu no descerrar-se da perspectiva revolucionária, ou seja,
daquela que ele chamaria de sua “revolução copernicana”, que lhe permitiria a
superação tanto do racionalismo como do empirismo, tanto do dogmatismo como
do ceticismo, abrindo nova era para o filosofar. Mas essa revolução implicava
num repensamento radical de todos os problemas investigados por ele até o
momento. Em 1770, vagou a cátedra de lógica e metafísica. Assim, Kant teve
que escrever a sua dissertação De mundi sensibilis atque intelligibilis forma et
principiis A Dissertação se apresenta como uma “introdução” da metafísica,
inicialmente Kant quer estabelecer a diferença existente entre os conhecimentos:
1) Conhecimento sensível (empirismo) segundo Reale é constituído pela
“receptividade” do sujeito, que sofre certa impressão pela presença do objeto.
Por isso nos apresenta fenômenos, que quer dizer precisamente (do grego
phainesthai) as coisas como elas se manifestam ou aparecem (tese que Kant
não sente a necessidade de demonstrar, porque constituía lugar comum em sua
época). 2) Conhecimento Inteligível ou intelectivo (Racionalismo) Segundo Reale
é a faculdade de representar aqueles aspectos das coisas que, por sua própria
natureza, não podem ser captados com os sentidos. Como são captadas pelo
intelecto, as coisas são númenos. São conceitos do intelecto, por exemplo, os
de “possibilidade”, “existência”, “necessidade” e semelhantes, que, obviamente,
não derivam dos sentidos. Kant se apresentava ainda tanto incerto e oscilante,
pois ele não teve tempo de estender também a ela a “grande luz. Segundo Kant,
todo conhecimento empírico ocorre no “espaço” e no “tempo”, sendo que não é
possível se dar alguma representação sensível senão espacial e temporalmente
determinada. Espaço e tempo são modos como o sujeito capta as coisas. Não é
o sujeito que se adequa ao objeto, mas, é o objeto que se adequa ao sujeito.
Essa diferença que Kant faz sobre o empirismo e o racionalismo é a “grande luz”,
que tem seu desdobramento na Crítica da Razão Pura.

KANT E A RELIGIÃO

Visão de religião profundamente moralista, talvez resultado de sua educação


pietista.
Deus sendo a Ideia de um incondicionado supremo, de um absolutamente
incondicionado e condição de todas as coisas. Assim é mais que uma ideia,
mas um ideal.

Deus é ideal porque é modelo de todas as coisas que, na qualidade e cópias


ficam infinitamente distantes dele, sendo assim, Deus é a perfeição absoluta.

Como esse Ideal nos deixa na ignorância de sua existencia, foram criados
caminhos para provar a sua existência, Segundo Kant, são três caminhos:

1) A prova ontológica a priori, que parte do puro conceito de Deus como


absoluta perfeição. Kant observa que o argumento ontologico cai no erro
de trocar o predicado lógico pelo real. O conceito de Deus não só é
alcançado pela razão como é necessário à razão. Entretanto ão se pode
extrair a existência real de tal Ideia, porque a proposição que afirma a
existência de uma coisa não é analítica, mas sintética.
2) A prova cosmológica que parte da experiência e infere Deus como
causa por ser resumida dessa forma: “Se existe algo, deve existir um
Ser absolutamente necessário. Ora, eu mesmo, pelo menos, existo;
portanto, existe um Ser absolutamente necessário. Na prova
cosmológica Kant encontrou o que o autor descreveu como “viveiro de
erros”. (Erros transcedentais, aqueles ao quais se incorre
necessariamente ao seguir determinado caminho). Existem dois erros
principais. O primeiro, o princípio que leva a inferir do contingente a sua
causa “Só tem significado no mundo sensível, mas fora dele não tem
nenhum sentido” Porque o princípio de causa-efeito em que se baseia a
experiência só pode dar lugar a uma proposição sintética no âmbito da
experiência. O segundo ponto, segundo Kant, é que a prova
cosmológica repropõe a prova ontológica disfarçado, uma vez que se
chega ao Ser necessário como condição do contingnte, fica por provar
precisamente aquilo de que se tratava, ou seja, a sua exstência real,
que, como sabemos, não pode ser extraída analiticamente, porque a
existência é uma posição e o juízo de existência é sintético a priori, o
que significa que, para captar a existência de Deus devemos intuí-la
intelectualmente.
3) A terceira prova é a físico-teológica que, partindo da variedade, da
ordem, da finalidade e da beleza do mundo, remonta a Deus,
considerado como Ser último e supremo, acima de toda possível
perfeição e considerado como causa. Raciocínio análogo vale também
contra a prova dísico-teológica. Diz Kant que ela poderia quando muito
demonstrar um arquiteto do mundo, que seria sempre muito limitado
pela capacidade da matéria por ele elaborada, mas não um criador do
mundo. Para demontrá-lo, a prova físico-teologica pula para a prova
cosmologica, que nada mais é que uma prova ontologica mascarada.

Lei moral como imperativo categórico:

Princípios práticos, dividem-se em dois grandes grupos, máximas e


imperativos.

As máximas são princípios práticos que valem somente para quem as


propõem mas não a todos os homens, sendo assim, subjetivas.

Os imperativos são principios prativos objetivos, válidos para todos. Os


imperativos são mandamentos ou deveres, ou seja, regras que expressa a
necessidade objetiva da ação o que significa que se a razão determinasse
completamente a vontade, a ação ocorreria inevitavelmente segundo tal
regra

Os imperativos podem ser de dois tipos:

Hipotéticos: Quando determinam a vontade só sob a condição de que ela


queira alcançar determinados objetivos. Por exemplo: “Se queres passar de
ano, deves estudar” Se quiseres ser campeão, deves treinar”

Já os imperativos categóricos são leis práticas, que valem


incondicionalmente para o ser racional. Diz Kant: “Para a legislação da
razão [...] se requer que ela não deva pressupor nada além de si mesma,
porque a regra só é objetiva e universalmente válida quando vale
independentemente de todas as condições subjetivas acidentais, que
podem se encontrar em um ser racional não em outro.
Os imperativos categóricos são leis morais. Elas são universais e
necessárias, mas não como as leis naturais. Enquanto as leis naturais são
impossíveis de não se concretizar, as leis morais podem até não se
concretizar porque a vontade humana está sujeita não só a razão, mas
também às inclinações sensíveis, podendo por isso se desviar.

O imperativo categórico, ou seja, a lei moral não pode consistir em ordenar


certas coisas, por mais nobres e elevadas que sejam. Isso significa que a lei
moral não depende do conteúdo. Kant chama de “lei material” aquela que
depende do conteúdo. E, segundo ele, quando se subordina a lei moral ao
conteúdo, se cai no empirismo e no utilitarismo.

Kant concordava com o princípio de que não é moral o que se faz, mas sim
a intenção com que se faz.
Bibliografia

Reale, Giovanni. Historia da Filosofia, do Humanismo a Kant. Paulus: São


Paulo, 1990.
Maciel, Willyans. https://www.infoescola.com/biografias/immanuel-kant/
Acessado em 19 de Março de 2018.
Wikipedia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant Acessado em ,19
de Março de 2018.
Frazão, Dilva. Ebiografia. https://www.ebiografia.com/immanuel_kant/
Acessado em ,19 de Março de 2018.
Los Toy. http://immanuelkantlostoy.blogspot.com.br/2010/09/contexto-
historico.html. Acesso em 19/03/2018
Aiub, Monica. Revista Filosofia, Ciência & Vida, Caderno Especial
Iluminismo.
http://institutointersecao.com.br/artigos/Monica/Kant_e_o_Iluminismo-2.pdf
Acesso em 19/03/2018
Lourenço André Navarro.
https://navarroanl.jusbrasil.com.br/artigos/171331635/emmanuel-kant-o-
imperativo-categorico-da-moral-e-o-imperativo-hipotetico-do-direito Acesso em
19/03/2018

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