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Caridade Jacinto

Flávio da Conceição Cesário

Lúcia Tinosse

Maria Esperança

G1a Comentado [u1]: 12.5

Teoria de Aprendizagem Social

Licenciatura em Ensino Básico

Universidade Pedagógica

Maxixe

2018
Caridade Jacinto
Flávio da Conceição Cesário
Lúcia Tinosse
Maria Esperança

Teoria de Aprendizagem Social


Licenciatura em Ensino Básico

Trabalho científico da cadeira de Psicologia de


Aprendizagem a ser submetido ao Curso de
Ensino Básico para fins avaliativos.

Sob orientação do Ma. Euclides Cossa.

Universidade pedagógica
Maxixe
2018
Índice……………………………………………………………………………………….Pag.
1. Introdução............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos ........................................................................................................................ 4

2. Breve historial para compreensão do comportamento social da Idade Média à Moderna .. 5

2.1. Do Modelo Medio a Psicologia de Aprendizagem .......................................................... 7

3. Teoria da Aprendizagem Social .......................................................................................... 9

3.1. O processo de aprendizagem por observação e seus mecanismos ................................ 10

3.2. Modelagem e comportamento agressivo ....................................................................... 11

3.3. Processos vicários .......................................................................................................... 11

3.4. Ambiente, factores pessoais e comportamento.............................................................. 11

3.5. A modelação e imitação ................................................................................................ 12

3.6. Modelação, aprendizagem de princípios e regras .......................................................... 12

3.7. Modelação Verbal e modelação de Comportamento ..................................................... 13

3.8. A modelação e comportamento criativo ........................................................................ 13

3.9. Modelos vivos, representativos e simbólicos ................................................................ 14

4. O Professor e a modelação ................................................................................................ 15

4.1. Conclusão ...................................................................................................................... 16

5. Referências bibliográficas ................................................................................................. 17


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1. Introdução

Para viver em sociedade, o homem estabeleceu normas e princípios que regulam os vários
tipos de interação possíveis, da convivência familiar até as negociações, das mais simples às
mais complexas. Em todas as sociedades humanas, de todos os tempos, pode-se observar o
desenvolvimento de leis e códigos morais que, de um modo explícito ou implícito, regulam as
formas de se comportar e as consequências no caso dos desvios. É particamente impossível a
uma sociedade, ou mesmo um grupo, subsistir sem códigos e normas.

Ao longo da história, foram desenvolvidas teorias sobre a natureza do ser humano, com o
propósito de explicar, predizer, prevenir e controlar seus comportamentos. Estas teorias
geraram múltiplas explicações causais, algumas delas permutando entre si categorias
conceituais ao procurarem dar conta da complexidade do comportamento humano. Em
relação ao comportamento divergente ou socialmente reprovável, as explicações,
historicamente, derivadas de pressupostos metafísicos e biológicos antes de serem assumidas
como objecto da psicologia. Mesmo nesta, muitos aportes diferentes, algumas vezes
complementares sociais e anti-sociais, no segundo caso, com a perspetiva de intervenções
remediativas e, mais recentemente, também preventivas. A área do treinamento de habilidades
constitui um campo de produção e aplicação de conhecimentos sobre as relações interpessoais
(funcionais ou não), para a qual contribuíram expressivamente diferentes matrizes
conceituais, entre elas a da Aprendizagem Social de Bandura.

Considerando a importância da aprendizagem observacional para diferentes áreas de


aplicação da psicologia, tais como desenvolvimento, trabalho, clinica, escolar/educacional etc,
este ensaio tem como objetivo analisar a contribuição da Teoria da Aprendizagem social
proposto por Bandura na formação de professores de ensino básico. Na introdução ao tema,
apresentam-se os princípios modelos sobre o comportamento social e anti-social a partir da
idade Média, incluindo conceitos que antecederam, no seculo XIX, a proposição da teoria de
aprendizagem Social. Em seguida, expõe-se a posição de Bandura, os principais conceitos de
sua teoria e sua relação com a área de formação de professores.
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1.1.Objectivos

Geral

1. Compreender a Teoria de Aprendizagem Social.

Específicos

1. Mencionar as teorias de aprendizagem social.


2. Explicar os modelos de aprendizagem social fazendo menção aos percursores
3. Compreender a figura do professor como elemento da modelação.
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2. Breve historial para compreensão do comportamento social da Idade Média à


Moderna

Historicamente, observa-se uma série de contradições sobre a compreensão dos


comportamentos socialmente esperados do ser humano, com maior enfoque na explicação da
grande variedade de comportamentos divergentes em grupos pequenos ou grandes. O
individuo que apresentava um comportamento fora da norma estabelecida, era apontado como
membro de uma categoria diferente daquela a que pertencia o individuo normal, saudável e
bom.

Na Idade Média, os princípios de orientação sobre a vida social estavam baseados na ideia da
salvação da alma e na preocupação de livrar as pessoas das garras “do demónio”, o que
favoreceu a conservação da ordem social, sob o domínio das igrejas católicas e protestante.
As formas de se comportar das pessoas enquadradas na categoria divergente foram
caraterizadas com base nos pressupostos de um modelo que pode ser denominado
Demonológico. Recorria-se aos espíritos para explicar muitos aspetos da vida que não podiam
ser entendidos, principalmente os comportamentos classificados como divergentes (Wine,
Moses e Smye, 1980) quando uma pessoa se comportava de um modo “anormal”, acreditava-
se que ela estava possuída por espíritos malignos.

O modelo Demonológico foi uma forma de perpetuação da ideologia social vigente, utilizado
como uma explicação para qualquer evento, humano ou não humano. O estado intra-
individual ao qual se aplicava a culpa, era o de bruxaria, resultante de um pacto estabelecido
com o Diabo. Desse modo eram explicados todos os eventos adversos e tidos como perigosos
para aqueles que possuíam o poder e o controle social. Todas as pessoas consideradas como
divergentes das normas sociais, corriam o risco de ser eliminadas e, para isso, a autoridade da
igreja recebia apoio quase que absoluto. Este modelo constituiu um exemplo de alternativa de
prevenção ou de intervenção sobre o comportamento divergente em um tempo de controlo
social rígido em que não havia interesse em explicar o comportamento em outros termos
senão os oferecidos pela religião.

Na transição da Idade Media para Moderna, a versão do conceito sobre a doença mental
também foi mudado. A ciência substituiu a teologia na compreensão de enfermidade mental e
tronou-se fonte de explicação para outros eventos da natureza, tanto humanos como físicos.
Porém, continuou existindo a necessidade de controlar os comportamentos divergentes das
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normas sociais e, em resposta a esta necessidade, surgiram os sistemas de hospitalização ou


asilos, propostos como lugares de tratamento para as pessoas consideradas loucas, entre elas
incluindo-se os pobres sem trabalho, os enfermos crónicos, os indigentes, os velhos, as
mulheres gravidas, as crianças maltratadas pelos pais, as meninas violentadas, entre outros
(Rosen, 1963).

Com a evolução da ciência, a Demonologia começou a ser substituída por concepções


biológicas ou médicas na explicação do comportamento desviante. Foi descartada a
intervenção dos espíritos e demónios passando o comportamento anormal a ser atribuído a
uma serie de causas biológicas relacionadas com as funções cerebrais e fluidos corporais. O
Modelo Médico diferiu do Demonológico, tanto em suas implicações como na causação
atribuída aos comportamentos divergentes, porque, atribuindo o comportamento anormal a
fatores orgânicos, por, exemplo, a um cérebro defeituoso, a Medicina, como instituição,
passou a ocupar o lugar da igreja e o médico, o lugar do padre nas práticas de controlo social.
A ideia de que o comportamento anormal tinha uma origem fisiológica alterou o tipo de
intervenção, sendo as rezas, comunhões, confissões e torturas substituídas por laxantes,
banhos frios, sangrias, cirurgias.

O sucesso obtido na compreensão das enfermidades físicas fez pensar que a patologia
orgânica também poderia dar para conta dos comportamentos divergentes. Deste modo, foi
sendo construído um modelo de explicação do comportamento baseado no conceito de
enfermidade-saude. As explicações desse Modelo Médico relacionavam o comportamento
divergente a causas físicas ou psíquicas, desde que tivessem três características em comum:

a) Referir-se aos aspetos mais importantes do funcionamento humano que deveriam ser
classificados como divergência e anormalidade;
b) Compreender estas manifestações de comportamentos divergentes como indicadores
de um estado patológico que intrinsecamente se localizava no individuo.
c) Considerar que, se a causa do estado anormal de um individuo, física ou psíquica, se
deu em algum momento do passado, esta poderia continuar se apresentando no
momento presente.

Estas suposições básicas pouco ou nada consideravam sobre a influência do meio social. A
pessoa que apresentava comportamentos divergentes era vista como diretamente responsável
pela sua divergência, sendo usualmente rejeitada, inclusive pela família, devido aos
“comportamentos defeituosos” que apresentava.
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Os comportamentos divergentes foram considerados resultantes de problemas no cérebro,


uma vez que este era compreendido como altamente maleável em resposta a variações
ambientais. Kasdin (1983) menciona, a este respeito, que o catalisador mais importante e
influente para esta concepção foi a descoberta da causa da paresia geral, uma alteração
neurológica que, em suas últimas fases, pode levar a sintomas psicológicos tais como a
deterioração intelectual, os delírios de grandeza e as distorções preceptivas. Depois, foi
demonstrado que a espiroqueta sifilítica (Treponema Pallidum) era, na verdade, a causa de
paresia geral. Esta descoberta ajudou à identificação de desordens psicológicas associadas às
patologias orgânicas.

2.1.Do Modelo Medio a Psicologia de Aprendizagem

Não apenas na medicina, mas também em outros setores, o Modelo Medio passou a ser
adotado. Freud e seus seguidores acabaram por gerar elementos para a permanência do
Modelo Medio, inclusive na Psicologia. Como neurologista, como neurologista, dirigiu a
investigação para a cura da histeria de conversão, criando explicações com base em um amplo
e complexo mecanismo psíquico. Com criação da psicanalise, foram encontradas explicações
para a maioria dos distúrbios no funcionamento humano, os quais foram atribuídas a
desajustamentos nos componentes do equipamento psíquico. Neste enfoque, os estados intra-
individuais foram relacionados ao funcionamento anormal, com causas distantes e
inverificáveis de eventos sexuais típicos da infância de cada individuo.

Não queremos discutir aqui a teoria psicanalítica desenvolvida por Freud. Ela é mencionada
devido a sua grande importância para a manutenção do Modelo Médio. A Psicanalítica supõe
um determinismo para qualquer comportamento, pensamento ou ideia, por mais simples que
seja, relacionando-os a mecanismos psicológicos subjacentes e defendendo que todos os
processos psicológicos podem explicar todos os comportamentos.

Na atualidade, sabe-se que muitas desordens tem uma origem orgânica, mas não todas.
Compreende-se, por outro lado, que ambiente e comportamentos interagem com o organismo,
facilitando ou dificultando o bem-estar do individuo. Embora esse conhecimento não fosse
totalmente novo, o modelo de enfermidade mental foi aplicado aos comportamentos
divergentes, independente de qualquer base orgânica que validasse tal suposição.
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Os modelos derivados da Psicologia de aprendizagem deram destaque a influência ambiental


sobre o comportamento humano, realçando os aspetos positivos de seu funcionamento. Na
atualidade, esta tendência se apoia na noção de competência social, que favorece a
efetividade, a felicidade e a satisfação na vida. Essa competência pode ser alcançada pelo
crescimento pessoal, ou seja, pela aprendizagem de novas habilidades sociais.

A sociedade atual se carateriza por uma infinidade de realizações relacionadas com


habilidades de tipo técnico, avanços tecnológicos e complicados mecanismos de
comunicação, com atividades em múltiplos e variados contextos sociais que requerem uma
considerável destreza social. Observa-se diante desse quadro, que milhares de pessoas, ou
talvez milhões delas, se mostram infelizes na sua vida social, incluindo os profissionais de
disciplinas múltiplas que são altamente competentes no exercício profissional mas não se
relacionam eficazmente com colegas subordinados ou chefias, amigos e familiares. Isso
ocorre principalmente devido à enfase que se deu à aquisição de competências técnicas, muito
mais que as habilidades sociais requeridas para enfrentar os novos desafios que a sociedade
moderna pode gerar em seus membros, devido a seu ritmo acelerado de desenvolvimento que
demanda maior preparação, melhor desempenho e principalmente, mais habilidades para
competir de maneira socialmente adequada.

Não obstante o conhecimento sobre a competência social tenha, por varias décadas, sido
influenciado pela visão do modelo médico tradicional, sobre saúde e doença mental, os
enfoques derivados da Teoria da aprendizagem também ganharam espaço. No memento,
pode-se falar em dois enfoques gerais para o estudo do comportamento na área do Ensino
Básico: o cognitivo e o comportamental, ambos na base da grande maioria das investigações
sobre a competência social. A moderna Teoria da Aprendizagem Social é, sem duvida
alguma, um dos aportes mais importante na ciência do comportamento, cujos princípios
sustentam, em grande parte, na área de Ensino Básico.
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3. Teoria da Aprendizagem Social

Os principais enfoques teóricos sobre o desenvolvimento humano são divididos entre quatro

classes, sendo elas: a Teoria Maturacional, que estuda a origem biológica e origem do

código genético; a Teoria da Aprendizagem, estudo das transformações geradas por conta de

estímulos do ambiente; a Teoria Psicanalítica, estudo da dinâmica da personalidade e a

Teoria Cognitiva, estudo das estruturas e processos cognitivos.

Albert Bandura, psicólogo canadense, nascido em 1925, iniciou seus estudos pelo

comportamento agressivo, publicando sua primeira obra em 1959 “Adolescent

Agression”. Seu estudo se enquadra na Teoria da Aprendizagem que estuda o comportamento

humano por meio da observação do comportamento do outro e suas consequências, dessa

forma sua teoria parte do aprendizado social. O estudo de Albert Bandura considera os

mesmos pressupostos do condicionamento operante, marcados pela Teoria de Skinner de

comportamento por associação entre estímulo e resposta, porém Bandura vai muito além,

pois considera que o comportamento depende do mundo simbólico interno e conta com a

previsão das consequências do comportamento. Dessa forma, para Bandura, no

condicionamento operante a consciência das respostas são levadas em consideração, todas as

mudanças comportamentais são mediadas cognitivamente.

(...) o condicionamento operante dificilmente se obtém sem consciência das respostas


requeridas para o reforço; em algumas circunstâncias, a expectativa de reforço é mais
poderosa do que o próprio reforço (...) (ROSA,2003)

O sistema simbólico de auto-estimulação pode se dar a partir de um estímulo externo e uma

resposta manifesta. O sistema de autorregulação e autocontrole, da mesma forma, se dão a

partir da percepção das consequências do comportamento, levando em conta os processos

cognitivos e que muitos comportamentos são adquiridos pela observação de um

modelo. Bandura no estudo do comportamento deu maior notação a aprendizagem pela

observação de um modelo, que intitulou de modelação. Em várias culturas as crianças


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apresentam padrões de comportamento, conhecimentos e atitudes, aprendidos e modificados,

por meio do padrão apresentado pelos adultos. Isto significa que não é somente um ensaio

entre erros e acertos, mas a consequência dessa experiência. Essa aprendizagem observacional

contribui para o desenvolvimento de mecanismos cognitivos e nas pautas sociais.

Segundo Rosa (2003)”A teoria da Aprendizagem Social supõe que o ser humano seja um

agente intencional e reflexivo, dotado de prerrogativa de autodireção, no que concerne ao

comportamento.”

3.1.O processo de aprendizagem por observação e seus mecanismos

Atenção – Para que a aprendizagem ocorra é necessário a atenção quanto aos

comportamentos exibidos pelo modelo e suas consequências. A valoração dada à actividade é

atribuída a sua utilidade, contribuindo para fortalecer a atenção.

Retenção – O comportamento observado é retido na memória por meio de um sistema de

codificação para que possa posteriormente ser resgatado. Esses acontecimentos são

transformados na memória em representações mentais, em forma de imagens simbólicas ou

símbolos verbais. Os comportamentos podem ser mentalmente praticados, antecipando

prováveis consequências, dessa forma tornam-se quase que automáticos, proporcionando a

pessoa espaço para novas aprendizagens.

Reprodução Motora – Nessa fase o comportamento observado é retido, organizado e

adaptado pela utilização posterior de acordo com as circunstâncias e capacidades individuais.

Reforço e Motivação – Nem todos os padrões comportamentais retidos pela memória são

postos em prática, para Bandura existe distinção entre aquisição e desempenho. O


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desempenho depende de reforçamentos anteriores. Esses factores determinam a decisão de

agir ou de manifestar alguma atitude.

3.2.Modelagem e comportamento agressivo

Em sua teoria Bandura, caracteriza os factores internos e externos que interferem nos

processos humanos de aprendizagem. Sua teoria conta com mais de cinquenta obras

publicadas, e iniciou seus estudos, pelo comportamento agressivo, relevando o

comportamento da observação de modelos reais e simbólicos nas pautas imitativas de

agressão, demonstrando que as crianças expostas a modelos de comportamento agressivo, não

só apresentam a resposta imitativa como também podemos salientar que elas se apresentam

em maior número que o modelo. O modelo agressivo proporciona um comportamento

desinibitório para a agressão, tanto para a criança como para o adulto.

3.3.Processos vicários

Os fenómenos de aprendizagem directa podem ocorrer levando em consideração o processo


vicariante, que se dá pela observação do comportamento de outra pessoa e suas
consequências, dessa forma observando se aprende a falar, a nadar. Se o modelo apresentar
um comportamento desastrado o observador provavelmente não irá se engajar no mesmo
comportamento e inversamente se um comportamento apresentar consequências positivas,
dependerá do observador imitar o modelo.

3.4.Ambiente, factores pessoais e comportamento

Dentro da perspectiva cognitivo-social existe uma relação de equivalências entre o ambiente,

os fatores pessoais e o comportamento. Bandura conceitua essa equivalência de reciprocidade

triádica, mas isso não representa equidade quanto à intensidade. A influência exercida por
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esses factores variam no indivíduo e de acordo com a situação, podendo assim um prevalecer

o outro em maior peso. Podemos exemplificar com um ambiente educativo muito directivo,

muito estruturado que exerce uma pressão ambiental, solicitando ao aluno uma resposta

determinada. O contrário pode também ocorrer em lugares com pressões ambientais muito

brandas em que os factores pessoais tomarão a função preponderante no sistema regulador.

3.5.A modelação e imitação

Por muito tempo a modelação foi rotulada por imitação, algo meramente reprodutivo, sem

considerar os processos de mediação simbólica.

Tal ocorrência pode dar-se, realmente, em experiências de laboratório, onde as respostas não
têm consequências para os sujeitos, os quais participam em pesquisas para receber
recompensa (ROSA,2003).

Mas não se trata no caso de ensinar uma criança a falar ou a expressar seus sentimentos,

necessidades, ensinar outro idioma, ou a se comportar socialmente. Nesse caso a modelação

será beneficiada da observação de modelos capazes.

3.6.Modelação, aprendizagem de princípios e regras

Nesse caso a modelação apresenta um conjunto específico de resposta, e verifica logo após a

aprendizagem de seus observadores. Apesar de parecer somente uma imitação do modelo,

observa-se que as crianças continuam apresentando esses comportamentos em diversas

situações sem a presença de seus modelos. Quando o observador tem um modelo que trata as

pessoas que estão ao seu redor com respeito e consideração, o observador mesmo em

situações novas irá apresentar comportamentos idênticos ao do seu modelo, tratando com

respeito e consideração à todos.


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Dessa forma a modelação vai gerar um comportamento de respostas apropriadas quando o

observador se encontrar em situações de padrões semelhantes. Esse processo necessita de não

somente de imitação de comportamento, mas abstracção, generalização e elaboração de

princípios, de funções cognitivas sofisticadas.

Bandura demonstrou que a aprendizagem por observação permite a aquisição de regras,

conceitos e estratégias de selecção, procura de processamento da informação. As crianças ao

observarem modelos adultos realizando tarefas inferiam as regras de classificação e as

generalizavam em novos estímulos. Portanto demonstrou-se que a modelação no ensino de

regras pode ser maior que a experiência directa.

3.7.Modelação Verbal e modelação de Comportamento

O desenvolvimento de novas respostas, requer organização e uma clara representação de

elementos de comportamento em padrões de sequências, portanto o comportamento

complexo pode se dar pela modelação verbal e da modelação de comportamento.

A modelação verbal ocorre quando a resposta a ser aprendida é por meio de instruções verbais

e quanto mais detalhadas elas forem, melhor será o desempenho dos aprendizes. A modelação

de comportamento é aprendida pelo observador na observação de um modelo, para

posteriormente reproduzi-la, para as crianças pequenas essa modelação é mais eficaz que a

verbal.

3.8.A modelação e comportamento criativo

A modelação não produz somente a reprodução do comportamento de outrem, mas também

enseja padrões criativos e inovadores. Dessa forma, fica evidente a influência da modelação

na implementação de mudanças psicológicas mais amplas e complexas.


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3.9.Modelos vivos, representativos e simbólicos

Modelos vivos: são aqueles em que se apresenta um modelo de presença física, como o pai é

para o filho, um amigo para um companheiro e que este modelo tenha uma relação de

convivência, na qual exerça influência sobre a outra.

Modelos representativos: podemos descrever como a televisão, os filmes, os meios

audiovisuais, em que não ocorre a presença física do modelo.

Modelos simbólicos: são encontrados nos livros, em textos escritos, desenhos. Os modelos

podem ser reais ou não, o que os identifica é a forma como eles chegam ao observador.

Representantes religiosos que transmitem força são também considerados modelos

simbólicos.
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4. O Professor e a modelação

O professor do ponto de vista da teoria da aprendizagem social, é alguém que representa o

modelo de comportamento, modelo verbal e simbólico o resultado dependerá da consistência

do modelo, de sua adequação quanto aos alunos, da afectividade ou atractividade do professor

como modelo. Não só o professor se apresenta como modelo, mas também os próprios alunos,

que podem ser se tornar um importante recurso.

O estudo referente a Teoria da Aprendizagem Social de Albert Bandura vai além

dos conhecimentos tão divulgados de Skinner, no Condicionamento Operante, pois sua teoria

comprova que o ser humano é capaz de envolver as funções superiores cognitivas em suas

observações e nas consequências delas, podendo memorizar, adaptar, organizar e adequar

seus comportamentos. Para Bandura os principais modelos que uma criança possui são seus

pais e seus professores, cabendo a eles um dos papéis sociais mais importantes em que a

criança adquire padrões de comportamento. Os padrões de comportamento poderão variar de

acordo com seus modelos, portanto tanto a família, como o professor devem representar o

melhor modelo possível para a criança, recordando que ela observa os adultos em todas as

situações de modelação.
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4.1.Conclusão

O estudo referente a Teoria da Aprendizagem Social comprova que o ser humano é capaz

de envolver as funções superiores cognitivas em suas observações e nas consequências

delas, podendo memorizar, adaptar, organizar e adequar seus comportamentos. Os

principais modelos que uma criança possui são seus pais e seus professores, cabendo a

eles um dos papéis sociais mais importantes em que a criança adquire padrões de

comportamento. Os padrões de comportamento poderão variar de acordo com seus

modelos, portanto tanto a família, como o professor devem representar o melhor modelo

possível para a criança, recordando que ela observa os adultos em todas as situações de

modelação.
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5. Referências bibliográficas

• AZEVEDO, Nair Rios. Atmosfera Moral da Escola: a promoção do desenvolvimento

ético. Rio de Janeiro: E-papers, 2010.

• BERNS, Roberta M. Desenvolvimento da Criança. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

• ROSA, Jorge de La (Org.). Psicologia e educação: o significado do aprender. Porto

Alegre: Edipucrs, 2003.

• Bandura, A. Teoria comportamental e modelo do homem. Americam psychologist,

1977.

• Bandura, A e Walters, R.H. Aprendizagem social e desenvolvimento pessoal. Madrid.

Allanza, 1974.

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