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Lúcia Tinosse
Maria Esperança
Universidade Pedagógica
Maxixe
2018
Caridade Jacinto
Flávio da Conceição Cesário
Lúcia Tinosse
Maria Esperança
Universidade pedagógica
Maxixe
2018
Índice……………………………………………………………………………………….Pag.
1. Introdução............................................................................................................................ 3
1. Introdução
Para viver em sociedade, o homem estabeleceu normas e princípios que regulam os vários
tipos de interação possíveis, da convivência familiar até as negociações, das mais simples às
mais complexas. Em todas as sociedades humanas, de todos os tempos, pode-se observar o
desenvolvimento de leis e códigos morais que, de um modo explícito ou implícito, regulam as
formas de se comportar e as consequências no caso dos desvios. É particamente impossível a
uma sociedade, ou mesmo um grupo, subsistir sem códigos e normas.
Ao longo da história, foram desenvolvidas teorias sobre a natureza do ser humano, com o
propósito de explicar, predizer, prevenir e controlar seus comportamentos. Estas teorias
geraram múltiplas explicações causais, algumas delas permutando entre si categorias
conceituais ao procurarem dar conta da complexidade do comportamento humano. Em
relação ao comportamento divergente ou socialmente reprovável, as explicações,
historicamente, derivadas de pressupostos metafísicos e biológicos antes de serem assumidas
como objecto da psicologia. Mesmo nesta, muitos aportes diferentes, algumas vezes
complementares sociais e anti-sociais, no segundo caso, com a perspetiva de intervenções
remediativas e, mais recentemente, também preventivas. A área do treinamento de habilidades
constitui um campo de produção e aplicação de conhecimentos sobre as relações interpessoais
(funcionais ou não), para a qual contribuíram expressivamente diferentes matrizes
conceituais, entre elas a da Aprendizagem Social de Bandura.
1.1.Objectivos
Geral
Específicos
Na Idade Média, os princípios de orientação sobre a vida social estavam baseados na ideia da
salvação da alma e na preocupação de livrar as pessoas das garras “do demónio”, o que
favoreceu a conservação da ordem social, sob o domínio das igrejas católicas e protestante.
As formas de se comportar das pessoas enquadradas na categoria divergente foram
caraterizadas com base nos pressupostos de um modelo que pode ser denominado
Demonológico. Recorria-se aos espíritos para explicar muitos aspetos da vida que não podiam
ser entendidos, principalmente os comportamentos classificados como divergentes (Wine,
Moses e Smye, 1980) quando uma pessoa se comportava de um modo “anormal”, acreditava-
se que ela estava possuída por espíritos malignos.
O modelo Demonológico foi uma forma de perpetuação da ideologia social vigente, utilizado
como uma explicação para qualquer evento, humano ou não humano. O estado intra-
individual ao qual se aplicava a culpa, era o de bruxaria, resultante de um pacto estabelecido
com o Diabo. Desse modo eram explicados todos os eventos adversos e tidos como perigosos
para aqueles que possuíam o poder e o controle social. Todas as pessoas consideradas como
divergentes das normas sociais, corriam o risco de ser eliminadas e, para isso, a autoridade da
igreja recebia apoio quase que absoluto. Este modelo constituiu um exemplo de alternativa de
prevenção ou de intervenção sobre o comportamento divergente em um tempo de controlo
social rígido em que não havia interesse em explicar o comportamento em outros termos
senão os oferecidos pela religião.
Na transição da Idade Media para Moderna, a versão do conceito sobre a doença mental
também foi mudado. A ciência substituiu a teologia na compreensão de enfermidade mental e
tronou-se fonte de explicação para outros eventos da natureza, tanto humanos como físicos.
Porém, continuou existindo a necessidade de controlar os comportamentos divergentes das
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O sucesso obtido na compreensão das enfermidades físicas fez pensar que a patologia
orgânica também poderia dar para conta dos comportamentos divergentes. Deste modo, foi
sendo construído um modelo de explicação do comportamento baseado no conceito de
enfermidade-saude. As explicações desse Modelo Médico relacionavam o comportamento
divergente a causas físicas ou psíquicas, desde que tivessem três características em comum:
a) Referir-se aos aspetos mais importantes do funcionamento humano que deveriam ser
classificados como divergência e anormalidade;
b) Compreender estas manifestações de comportamentos divergentes como indicadores
de um estado patológico que intrinsecamente se localizava no individuo.
c) Considerar que, se a causa do estado anormal de um individuo, física ou psíquica, se
deu em algum momento do passado, esta poderia continuar se apresentando no
momento presente.
Estas suposições básicas pouco ou nada consideravam sobre a influência do meio social. A
pessoa que apresentava comportamentos divergentes era vista como diretamente responsável
pela sua divergência, sendo usualmente rejeitada, inclusive pela família, devido aos
“comportamentos defeituosos” que apresentava.
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Não apenas na medicina, mas também em outros setores, o Modelo Medio passou a ser
adotado. Freud e seus seguidores acabaram por gerar elementos para a permanência do
Modelo Medio, inclusive na Psicologia. Como neurologista, como neurologista, dirigiu a
investigação para a cura da histeria de conversão, criando explicações com base em um amplo
e complexo mecanismo psíquico. Com criação da psicanalise, foram encontradas explicações
para a maioria dos distúrbios no funcionamento humano, os quais foram atribuídas a
desajustamentos nos componentes do equipamento psíquico. Neste enfoque, os estados intra-
individuais foram relacionados ao funcionamento anormal, com causas distantes e
inverificáveis de eventos sexuais típicos da infância de cada individuo.
Não queremos discutir aqui a teoria psicanalítica desenvolvida por Freud. Ela é mencionada
devido a sua grande importância para a manutenção do Modelo Médio. A Psicanalítica supõe
um determinismo para qualquer comportamento, pensamento ou ideia, por mais simples que
seja, relacionando-os a mecanismos psicológicos subjacentes e defendendo que todos os
processos psicológicos podem explicar todos os comportamentos.
Na atualidade, sabe-se que muitas desordens tem uma origem orgânica, mas não todas.
Compreende-se, por outro lado, que ambiente e comportamentos interagem com o organismo,
facilitando ou dificultando o bem-estar do individuo. Embora esse conhecimento não fosse
totalmente novo, o modelo de enfermidade mental foi aplicado aos comportamentos
divergentes, independente de qualquer base orgânica que validasse tal suposição.
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Não obstante o conhecimento sobre a competência social tenha, por varias décadas, sido
influenciado pela visão do modelo médico tradicional, sobre saúde e doença mental, os
enfoques derivados da Teoria da aprendizagem também ganharam espaço. No memento,
pode-se falar em dois enfoques gerais para o estudo do comportamento na área do Ensino
Básico: o cognitivo e o comportamental, ambos na base da grande maioria das investigações
sobre a competência social. A moderna Teoria da Aprendizagem Social é, sem duvida
alguma, um dos aportes mais importante na ciência do comportamento, cujos princípios
sustentam, em grande parte, na área de Ensino Básico.
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Os principais enfoques teóricos sobre o desenvolvimento humano são divididos entre quatro
classes, sendo elas: a Teoria Maturacional, que estuda a origem biológica e origem do
código genético; a Teoria da Aprendizagem, estudo das transformações geradas por conta de
Albert Bandura, psicólogo canadense, nascido em 1925, iniciou seus estudos pelo
forma sua teoria parte do aprendizado social. O estudo de Albert Bandura considera os
comportamento por associação entre estímulo e resposta, porém Bandura vai muito além,
pois considera que o comportamento depende do mundo simbólico interno e conta com a
por meio do padrão apresentado pelos adultos. Isto significa que não é somente um ensaio
entre erros e acertos, mas a consequência dessa experiência. Essa aprendizagem observacional
Segundo Rosa (2003)”A teoria da Aprendizagem Social supõe que o ser humano seja um
comportamento.”
codificação para que possa posteriormente ser resgatado. Esses acontecimentos são
Reforço e Motivação – Nem todos os padrões comportamentais retidos pela memória são
Em sua teoria Bandura, caracteriza os factores internos e externos que interferem nos
processos humanos de aprendizagem. Sua teoria conta com mais de cinquenta obras
só apresentam a resposta imitativa como também podemos salientar que elas se apresentam
3.3.Processos vicários
triádica, mas isso não representa equidade quanto à intensidade. A influência exercida por
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esses factores variam no indivíduo e de acordo com a situação, podendo assim um prevalecer
o outro em maior peso. Podemos exemplificar com um ambiente educativo muito directivo,
muito estruturado que exerce uma pressão ambiental, solicitando ao aluno uma resposta
determinada. O contrário pode também ocorrer em lugares com pressões ambientais muito
Por muito tempo a modelação foi rotulada por imitação, algo meramente reprodutivo, sem
Tal ocorrência pode dar-se, realmente, em experiências de laboratório, onde as respostas não
têm consequências para os sujeitos, os quais participam em pesquisas para receber
recompensa (ROSA,2003).
Mas não se trata no caso de ensinar uma criança a falar ou a expressar seus sentimentos,
Nesse caso a modelação apresenta um conjunto específico de resposta, e verifica logo após a
situações sem a presença de seus modelos. Quando o observador tem um modelo que trata as
pessoas que estão ao seu redor com respeito e consideração, o observador mesmo em
situações novas irá apresentar comportamentos idênticos ao do seu modelo, tratando com
A modelação verbal ocorre quando a resposta a ser aprendida é por meio de instruções verbais
e quanto mais detalhadas elas forem, melhor será o desempenho dos aprendizes. A modelação
posteriormente reproduzi-la, para as crianças pequenas essa modelação é mais eficaz que a
verbal.
enseja padrões criativos e inovadores. Dessa forma, fica evidente a influência da modelação
Modelos vivos: são aqueles em que se apresenta um modelo de presença física, como o pai é
para o filho, um amigo para um companheiro e que este modelo tenha uma relação de
Modelos simbólicos: são encontrados nos livros, em textos escritos, desenhos. Os modelos
podem ser reais ou não, o que os identifica é a forma como eles chegam ao observador.
simbólicos.
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4. O Professor e a modelação
como modelo. Não só o professor se apresenta como modelo, mas também os próprios alunos,
dos conhecimentos tão divulgados de Skinner, no Condicionamento Operante, pois sua teoria
comprova que o ser humano é capaz de envolver as funções superiores cognitivas em suas
seus comportamentos. Para Bandura os principais modelos que uma criança possui são seus
pais e seus professores, cabendo a eles um dos papéis sociais mais importantes em que a
acordo com seus modelos, portanto tanto a família, como o professor devem representar o
melhor modelo possível para a criança, recordando que ela observa os adultos em todas as
situações de modelação.
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4.1.Conclusão
O estudo referente a Teoria da Aprendizagem Social comprova que o ser humano é capaz
principais modelos que uma criança possui são seus pais e seus professores, cabendo a
eles um dos papéis sociais mais importantes em que a criança adquire padrões de
modelos, portanto tanto a família, como o professor devem representar o melhor modelo
possível para a criança, recordando que ela observa os adultos em todas as situações de
modelação.
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5. Referências bibliográficas
1977.
Allanza, 1974.