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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas


Curso de Licenciatura em Administração Pública

Os paradigmas do processo educativo e seu enquadramento no ensino universitário


A estruturação lógica de um trabalho de pesquisa científica

Miro Marques: Código: 81232287

Nampula, Março de 2023.

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Os paradigmas do processo educativo e seu enquadramento no ensino universitário


A estruturação lógica de um trabalho de pesquisa científica

Trabalho Individual de Pesquisa Científica a ser


submetido na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Administração Pública do
UnISCED, Modulo: Metodologia de Investigação
Científica.

Tutor: Manuel Filipe de Almeida

Miro Marques: Código: 81232287

Nampula, Março de 2023.


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Índice

Introdução……………………………………………………………………………………4

Paradigmas, concepções e abordagens: conhecimento e comunicação nos processos


contemporâneos de formação………………………………………………………………..5

Racionalismo, empirismo, tradicionalismo, comportamentalismo, funcionalismo-


pragmático e matematicismo-informacional: complementos e incrementos de uma forma de
ser e pensar o mundo (XIX-XX)…………………………………………………………….5

Movimentos do contemporâneo: a Via da Complexidade, paradigmas pós modernos e a


plasticidade social e tecnológica…………………………………………………………….7

Estrutura de um trabalho de investigação científica (as teses, dissertações e TCC)………...8

Considerações Finais……………………………………………………………………….10

Referências bibliográficas………………………………………………………………….11

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Introdução

Com o este trabalho, pretende-se apresentar a abordagem sobre os paradigmas do processo


educativo e seu enquadramento no ensino universitário, e também a estruturação lógica de um
trabalho de pesquisa científica.

Para a concretização dos objectivos elencados acima, levou-se a cabo um trabalho de pesquisa
bibliográfica do manual de Metodologia de Investigação Científica, não só, como também, se
recorreu aos autores que abordam este tipo de temáticas.

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Paradigmas, concepções e abordagens: conhecimento e comunicação nos processos
contemporâneos de formação

De acordo com Bruno, Hessel e Pesce (s/d):

A partir da Modernidade emerge a discussão sobre as concepções de


conhecimento, com destaque para o Racionalismo, o Empirismo, o
Interaccionismo e, mais recentemente, a Via da Complexidade. Na Educação,
fala-se em abordagens educacionais e integram-se em conceitos que
convirjam em modos de compreender o homem, em determinado contexto
social e cultural.

Racionalismo, empirismo, tradicionalismo, comportamentalismo, funcionalismo-


pragmático e matematicíssimo-informacional: complementos e incrementos de uma
forma de ser e pensar o mundo (XIX-XX)

A abordagem tradicional (MIZUKAMI, 1986; CORREIA, 1997) compreende o ensino


como processo centrado no professor, que é visto como responsável pela formação intelectual
dos estudantes. O aluno é um ser disciplinável e receptor passivo.

O paradigma matemático-funcional acontece na primeira metade do século XIX, com o


surgimento do telégrafo (1837), rádio (1896) e intelevisão (1935). Nessa época, os principais
teóricos foram: Claude Shannon, Warren Weaver, Melvin L. DeFleur, NorbertWiener,
WilburSchramm e David Kenneth Berlo.

Shannon e Weaver apresentam o modelo mecânico da comunicação: reproduzir em um dado


ponto, de maneira exacta ou aproximada, uma mensagem em outro ponto. Abordam também a
redundância da informação para compreensão da mensagem.

Vertente epistemológica empirista encontra em Bacon e em Locke dois dos seus principais
representantes, cujos constructos teóricos sofreram influência de Aristóteles (na Antiguidade)
e de São Tomaz de Aquino (na Idade Média). Ao contrário do Racionalismo, o Empirismo
salienta a importância do objecto de conhecimento, para as questões epistemológicas. Na
Psicologia, a corrente empirista mais conhecida é a comportamental (ou behaviorista).
Watson, Skinner e Pavlov são três grandes representantes dessa corrente.
Abordagem comportamentalista, que se fundamenta em Skinner, pesquisador behaviorista
e seu representante. Para esta forma de pensar e agir no mundo, o comportamento humano é
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moldado de acordo com a cultura e com as mudanças do ambiente; assim, o meio determina
(e transforma) o comportamento de todos. Entende o conhecimento como algo existente, já
produzido cabendo ao indivíduo, fruto do meio em que vive, descobri-lo.

Paradigma funcionalista-pragmático - neste cenário, a educação deve estar comprometida


em promover mudanças comportamentais no indivíduo e o professor – como centro de
processos – deve buscar estratégias que maximizem o desempenho dos estudantes, por meio
do desenvolvimento de produtos antecipados, planeados, estruturados e delimitados.

Humanismo, cognitivismo, interaccionismo, critico-radical e sociocultural: movimentos


que integram a cibercultura - tendo como principais representantes Rogers e Neill, a
abordagem humanista compreende o sujeito como centro. A aprendizagem é focada no
estudante e o professor é aquele que cria possibilidades para que o sujeito aprenda.

O Interaccionismo construtivista de Jean Piaget busca compreender a relação entre


construção do conhecimento e desenvolvimento da inteligência. Piaget (1983) destaca que o
conhecimento não é predeterminado no nascimento e tampouco resultado de percepções e
fruto das acções e interacções do sujeito com seu ambiente.

A abordagem cognitivista– representada por Piaget – compreende o homem e o mundo


integralmente e o conhecimento, como produto do processo. A interacção sujeito-objecto
marca essa abordagem, que se preocupa como o desenvolvimento humano e em compreender
como aprendizagem e o conhecimento humanos.

De base Interaccionista, mas amparada nas ideias de Paulo Freire, a abordagem


sociocultural compreende os sujeitos inseridos em um determinado
tempo e espaço social, cultural, político, económico.

O Interaccionismo assumido na vertente sócio histórica de Vygotsky (1994; 1996) volta seus
esforços para os estudos sobre as origens e da consciência do homem, tendo como pano de
fundo o Materialismo Histórico. Nesse movimento, Vygostsky e seu círculo salientam a
reentre linguagem, consciência e constituição da identidade.

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O Paradigma conÙitual-dialético, procurou interagir os estudos da comunicação e do
contexto social, pela visão do sociólogo alemão Max
(Sociologia da Comunicação, 1914). Entendia que a sociedade poderia ser compreendida
como um conjunto de acções de cada um, de forma
individual: é o acto que um indivíduo faz, orientado pela acção do outro, para obter e
construir uma comunicação.

MarshallMcLuhan é um dos principais teóricos do paradigma midiológico. Ele aponta que


as sociedades humanas sempre foram mais modernas
pelo carácter dos meios que se comunicam do que pelos conteúdos dos mesmos. Ao sinalizar
que “o meio é a mensagem”, o teórico assinala questões do mundo electronicamente
interligado: a “aldeia global”.

Movimentos do contemporâneo: a Via da Complexidade, paradigmas pós modernos e a


plasticidade social e tecnológica

A Via da Complexidade
Nos dias actuais convivemos com a emergência de novos enfoques epistemológicos, tais
como a Teoria de Santiago (MATURANA e VARELAa Teoria da Complexidade (MORIN,
1996; 2001; 2003) e a Ecologia Cognitiva (LÉVY, 1993). Tais enfoques – denominados por
Giusta (200) Via da Complexidade – ampliam as discussões de conhecimento, na
actualidade, ao levar em conta outros determinantes circunstanciais, que somente o sujeito, o
objecto do conhecimento ou a interacção de ambos.

A teoria da complexidade de Morin (1996; 2001) nos convida a novos modos de perceber os
desafios contemporâneos. Princípios da teoria de Morin (2001) como o dialógico, o recursivo,
o retroactivo, o hologramático, embora sejam tratados separadamente, razões didácticas, são
interdependentes na dinâmica social. Por meio do princípio dialógico é possível perceber a
ambiguidade de um fenómeno em que há coexistência de elementos antagónicos.

Paradigmas e desdobramentos da Pós-Modernidade


Com o surgimento da Internet em seu uso comercial a partir de 1992 e das questões
multimídia de convergência tecnológica emerge com paradigma tecnológico-interactivo, que

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possibilitou a capacidade de rápido acesso a qualquer tipo de linguagem (escrita, sonora,
visual), a que momento e em qualquer suporte.

A esse respeito, Sérgio Artur (2011) conclui que a universidade deve ser um espaço de busca
do saber (pesquisa), de mediação pedagógica (ensino) e que propicia o melhoramento da
existência humana a partir da intervenção na sociedade (extensão). Nesta tríplice função da
universidade acontece a produção, a transmissão e a aplicação do conhecimento (p.14).

Assim, universidade, na sua essência, assume o papel de construtora de


conhecimento, na sua tríade de ensino, pesquisa e extensão. A pesquisa deve ser entendida
como a produção de conhecimento por uma comunidade de investigação, a extensão é a forma
de a universidade prestar serviços à comunidade, oferecendo cursos e actividades diversas, o
ensino é em geral compreendido como um momento em
que, o aluno, numa postura activa e reflexiva desenvolve o seu conhecimento com a
orientação do professor (p.15).

Estrutura de um trabalho de investigação científica (as teses, dissertações e TCC)

De acordo com Sérgio Artur (2011), um trabalho de investigação científica deve ser
sistematizado da seguinte forma:

A. Elementos pré-textuais
1. Capa (obrigatório) –é, necessariamente, o elemento externo, para identificação do
trabalho. A capa contém nome do autor (na margem superior); título do trabalho (mais
ou menos centralizado na folha); instituição onde o trabalho foi executado (na margem
inferior); cidade e ano de conclusão do trabalho (na margem inferior).

2. Folha-de-rosto (obrigatório) - deve conter as mesmas informações contidas na capa;


3. Folha de aprovação (obrigatória) – é o local onde o examinador assina e coloca a data de
avaliação do trabalho;
4. Índices (obrigatórios): de figuras, mapas, tabelas, gráficos, fotografias;
5. Lista de abreviaturas (obrigatória) – contém todas as siglas e abreviaturas utilizadas no
texto;

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6. Resumo (obrigatório) – apresenta-se a visão rápida do conteúdo ao leitor, para que ele
possa decidir sobre a conveniência da leitura do texto inteiro.

B. Elementos textuais
Conjunto de palavras e frases articuladas, escritas sobre qualquer suporte. É a parte em que
todo o trabalho de pesquisa é apresentado e desenvolvido; deve expor raciocínio lógico, ser
bem estruturado, fazer uso de linguagem simples, clara e objectiva.

1. Introdução - apresenta o tema e indica aos leitores a linha do


trabalho, sua motivação e o plano da obra, com alguns elementos das
conclusões alcançadas; menciona a importância do trabalho e justifica
contextual e pessoalmente a necessidade da realização do empreendimento.
2. Desenvolvimento - varia muito conforme o tipo do trabalho.
Em pesquisas experimentais é comum subdividir essa parte em revisão
da literatura, metodologia, resultados e discussão. Entretanto, em
pesquisas qualitativas, muitas vezes essa estrutura não é adequada.
3. Conclusão - conclusões ou recomendações apresentam, objectivamente, o desfecho do
trabalho a partir dos resultados.

C. Elementos pós-textuais
1. Referências bibliográficas (obrigatória) – onde constam todas as obras citadas no texto;

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Considerações Finais

Com o este trabalho, pretendeu-se apresentar a abordagem sobre os paradigmas do processo


educativo e seu enquadramento no ensino universitário, e também a estruturação lógica de um
trabalho de pesquisa científica. Relativamente aos paradigmas, ficou a ideia de que as
diferentes percepções ou princípios educacionais tem a ver com a forma como são encarados.

A outra abordagem que tem a ver com a estruturação lógica de um trabalho de pesquisa
científica, ficou registado que a estruturação de um trabalho de pesquisa afigura-se de
relevante, visto que permite a organização da informação e igualmente clarifica a lógica da
mesma. E nessa estruturação existe aspectos obrigatórios e outros opcionais.

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Referências bibliográficas

Bruno, A. R.; Hessel, A. M. D. G.; Pesce, L Paradigmas, Concepções e Abordagens nos


Processos Contemporâneos de Educação e de Formação, s/d.

Disponível em:
https://ieducacao.ceie-br.org/paradigmas-concepcoes-abordagens/ (acessado em Março de
2023).

ISCED (2019). Módulo: METODOLOGIA DE INVESTIGAÇAO CIENTIFICA, 1º Ano,


Beira, Moçambique: ISCED.

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.

MATURANA, H. & VARELA, F. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do


entendimento humano. Campinas: Editorial Psy, 1995.

MIZUKAMI, M. da G. N. Ensino: As abordagens do Processo. – EPU, 1986.

MORIN, E. Ciência com consciência. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996

PIAGET, J. A epistemologia genética: sabedoria e ilusões da filosofia – problemas de


psicologia genética. 2. ed. São Paulo: Victor Civita, 1983.

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