Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ao contrário de outras ciências, as Ciências Sociais lidam não apenas com o que se chama de
realidade, com fatos exteriores aos homens, mas igualmente com as interpretações que são
feitas sobre a realidade.
O conhecimento científico da vida social não se baseia apenas no fato, mas na concepção do
fato e na relação entre a concepção e o fato. É o estudo da ação dos homens em sociedade, de
seus símbolos, sua linguagem, seus valores e cultura, das aspirações que os animam e das
alterações que sofrem.
As ciências históricas e humanas não são, portanto, como as ciências naturais.A diferença entre
as condições de trabalho dos físicos e químicos e a dos sociólogos não é de grau, mas de
natureza:
Nesta área encontramos a possibilidade de OBJETIVIDADE. Uma mesma experiência poderá ser
repetida e observada por dois cientistas em locais distintos. No âmbito das Ciências Sociais
torna-se difícil desenvolver uma teoria capaz de transmitir com precisão uma causa única ou
motivação exclusiva.
Muitas vezes atitudes semelhantes têm significados diferentes. Cada cultura constrói seu
significado social. Os fatos estudados pelo cientista social podem ser pretéritos ou serem
reproduzidos em situações muito distintas. Não podem ser reproduzidos em condições
controladas.
Concluindo...
O resultado prático é visto em livros, romances, arte, teatro, novelas, onde tais idéias podem
ser aplicadas para produzir modificações no comportamento das pessoas – nos sistemas de
valores.
Reproduzível Irreproduzível
A organização da sociologia como ciência se deu no século XIX, após muitos séculos, nos quais
primeiramente os filósofos – e os cientistas depois – procuraram desvendar as relações entre
homem e meio social. Conceber o comportamento social como decorrente de leis próprias à
vida em sociedade e não da vontade divina ou das características pessoais dos agentes em
questão, como até então se fazia, representou uma profunda ruptura nas formas de
interpretação da sociedade.
Até esse momento em que se constitui o pensamento sociológico, como vimos, tinham pleno
sucesso as interpretações míticas e transcendentais que viam nos fenômenos sociais e nas
calamidades públicas formas de castigo divino. Mesmo os gregos – que já buscavam analisar as
possíveis causas e relações entre as coisas – tendiam a interpretar questões sociais, ao menos
em suas tragédias , como resultantes dos desígnios dos deuses. Quem não lembra de Édipo
Rei, Sófocles, o autor da tragédia atribui a peste de Tebas ao desonroso casamento de Jocasta
com seu próprio filho, Édipo. Na idade Média, as pestes também eram atribuídas ao pecado
humano.
Dissemos que a metodologia científica utilizada em determinada pesquisa é aquela que ensina
o cientista a “ver” a realidade, isto é, a distinguir nela determinados acontecimentos e as
relações existentes entre eles. Isso se torna especialmente verdadeiro se lembrarmos que na
pesquisa social o objeto de estudo não é um organismo ou um ser, nem um fenômeno
determinado, mas certo aspecto de toda conduta social. As teorias e os conceitos são os
elementos que permitem ao cientista discernir o caráter social dos fenômenos humanos
observados. Em sentido figurado, podemos dizer que os conceitos são as “ferramentas” de
trabalho, como o binóculo e a bússola, enquanto as técnicas de pesquisa são as instruções para
o uso correto desses instrumentos. Existe, portanto, uma relação direta entre os conceitos e o
modo de abordar a realidade. Para poder observar os conceitos que quer analisar ou
comprovar, o sociólogo deverá ser valer de indicadores – elementos observáveis nos quais os
conceitos se traduzem. Veremos a seguir as técnicas para verificar estes indicadores.
Observação: Dá-se o nome de observação à técnica de pesquisa em que o cientista guiado por
uma metodologia, por conceitos e indicadores correspondentes, coleta seleciona e ordena
dados da realidade a fim de tentar explicar sua gênese e suas características