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1ª QUESTÃO

A revolução de 1848, também chamada de Primavera dos Povos, foi um


movimento de cunho liberal, nacional e socialista que se propagou de forma bem rápida pelos
grandes centros urbanos da Europa. Contando com diversos segmentos da sociedade, a
Primavera dos povos teve consequências marcantes e mudou o rumo político, social e
econômico da Europa no século XIX.
Dentro de um contexto onde os movimentos de oposição dentro da França eram
coibidos por Luís Filipe de Orleans, de consolidação de poder político por parte da burguesia
e de crescimento do proletariado industrial, também, no campo político, a insatisfação de
diversos segmentos culminou com protestos violentos que tinham por objetivo a abdicação do
chamado “Rei Burguês”. Uma grave crise econômica, as péssimas condições de vida da
população, e as suspeitas de corrupção do governo foram fatores determinantes para essa
insatisfação geral da população. Após dias de luta que contaram com o fechamento de
diversas ruas com barricadas, os revoltosos conseguiram que Luís Filipe de Orleans saísse do
poder iniciando assim um governo provisório que proclamaria a República na França.
Esse período que sucedeu o governo do “Rei Burguês” e que ficou conhecido
como República Social foi marcado pela divergência dos variados segmentos que
compuseram o novo governo. Socialistas, bonapartistas e republicanos tinham diferentes
interesses na consolidação do poder e sofriam pressão para atender as demandas da classe
trabalhadora que sofria com o desemprego e os graves problemas econômicos. Os ideais
socialistas, amplamente disseminados através da publicação do “Manifesto Comunista” por
Marx e Engels, também, fizeram parte do fortalecimento das ideias de luta por melhores
condições.
Toda a agitação política que se iniciou na França se espalhou com bastante
rapidez para outros importantes centros urbanos da Europa. As monarquias que haviam se
mantido e sobrevivido após o congresso de Viena sofreram pesadas contestações. Os
movimentos tinham características liberais e nacionalistas nas mais diversas regiões da
Europa que tinham o poder fragmentado e dominado por governos absolutistas. Dessa, forma,
pode-se dizer que o movimento tinha interesses independentistas e de unificação.
A primavera dos povos acabou por abolir a servidão no Império Austríaco e na
Hungria, decretou o fim do absolutismo monárquico na Dinamarca e eclodiu a proclamação
da República dentro da França. A Itália, por sua vez, teve intensificada a sua luta por
unificação que seria concretizada anos depois.
2ª QUESTÃO
1ª Parte
Durante os séculos XVIII e XIX a Europa viu a industrialização se tornar uma
realidade e transformar determinados países nos mais industrializados do mundo até os dias
de hoje. Esse processo, apesar dos aspectos gerais que o abrangem, teve algumas
peculiaridades nos distintos países onde ocorreu.
A energia que impulsionou e possibilitou que a industrialização ocorresse na
Europa é oriunda da combustão do carvão. Logo, alguns países que se localizavam próximos
a bacias carboníferas como Alemanha, Inglaterra, Bélgica e França tiveram vantagem nesse
processo. Ainda que esses países fossem beneficiados pela oferta de carvão no decorrer da
industrialização, investimentos no setor de produção de energia, também, se fizeram
necessário.
A nação europeia que melhor reunia condições para iniciar uma atividade
industrial com maior intensidade era a Inglaterra. Entre os fatores que contribuíram para esse
processo está o acúmulo de riquezas possibilitado pela expansão comercial ocorrida entre os
séculos XVI e XVIII. A exploração de colônias nas Américas somadas a intensificação de
trocas com outras nações europeias permitiu que esse acúmulo atingisse os níveis que
resultaram nos investimentos necessários para a eclosão da primeira Revolução Industrial. A
melhora na infraestrutura de transportes e o aumento na produção das manufaturas foram
frutos de investimentos como consequência da riqueza obtida com os processos já citados
anteriormente. Além dessas riquezas acumuladas, os ingleses tinham, também, uma
considerável reserva de minérios de ferro e carvão mineral que permitiram o
desenvolvimento de máquinas a vapor que acelerariam, consideravelmente, a produção. A
indústria têxtil, a primeira a se desenvolver com maior destaque, contou com farta oferta de
insumos originados das colônias na américa que tinham mão-de-obra escrava e grande
produção naquele momento.
Com a burguesia ganhando força política e protagonismo dentro da França, após
a Revolução Francesa, o país conseguiu reunir condições para se industrializar. Dessa forma,
foi a segunda nação europeia a passar por esse processo. Assim como na Inglaterra, os
franceses, também eram possuidores de boas fontes de carvão mineral. Basicamente, pode-se
dizer que fatores políticos atrasaram a industrialização francesa em comparação com os
ingleses. As disputas de poder que consolidaram a burguesia francesa dificultaram esse
processo. Com o passar dos anos a França teve um esgotamento de suas fontes de carvão
mineral e passou a se utilizar de fontes de energia geradas por combustíveis fósseis. Além
disso, o país investiu pesado em usinas nucleares nos últimos anos.
Tendo um processo de unificação bastante lento e complexo, a Alemanha viu sua
industrialização ocorrer de forma tardia em relação a franceses e ingleses. Esse processo só
ocorreu no final do século XIX. Além de ter boas fontes de carvão mineral para gerar energia,
a Alemanha também era possuidora de rios com boa capacidade de navegação que
facilitavam o transporte da produção e colaboravam com as exportações. Com destaque no
campo científico, os alemães conseguiram, já no início do século XX, produzir mais metais
que França e Inglaterra juntas.
A Bélgica, diferente dos exemplos anteriores, não fez do carvão mineral um
impulsionador de sua industrialização. O carvão, pelo seu aquecimento, ao interagir com o
ferro, produzia um produto de qualidade inferior. O carvão vegetal, por sua vez, ficava cada
vez mais escasso devido ao crescente desmatamento, sendo assim, se tornava mais caro. A
solução para essa questão de geração de energia foi o uso de coques. A mudança do carvão
vegetal para coques fez com que fosse necessário um investimento muito grande para
construções de novas fábricas. Nesse momento entram em cena o modelo de sociedades
anônimas e também os investimentos do setor bancário com financiamentos de longo prazo.

2ª Parte
As ferrovias apareceram no final do século XVIII e, principalmente no início de
século XIX. As mudanças nos métodos de produção ocasionaram esse crescimento. A
revolução industrial, nesse contexto, somada aos avanços científicos, permitiu que a expansão
dos trilhos fosse possível. O transporte ferroviário está diretamente ligado a necessidade de se
transportar minérios.
O capitalismo, com certeza, se desenvolve com bastante força com a expansão do
sistema ferroviário. Mercadorias e matérias primas podiam circular e facilitar tanto a
produção quanto o comércio. À medida que as ferrovias cresciam com a industrialização que
produzia o ferro necessário para sua expansão, as indústrias também cresciam pelo facilitador
que as linhas férreas se tornavam. A facilitação no transporte para produção e para o
comércio fez com que aumentasse, exponencialmente, a demanda do setor industrial. Era
natural que as indústrias se multiplicassem na mesma proporção que as ferrovias se
expandissem.
Pode-se dizer que em cima dos trilhos uma revolução acabou ocorrendo,
primeiramente na Europa e posteriormente em outras partes do mundo. O aumento da
produção, do consumo e, posteriormente, dos lucros fortaleceu o sistema capitalista e foi
primordial, naquele momento, para a consolidação do mesmo.

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