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RESOLUÇÃO AP1

FORMAÇÃO ECONÔMICA GERAL

ALUNA: CRIS LORRANE SOUZA DE AQUINO


MATRÍCULA: 536570
DATA: 14\11\2022
1. Em princípio, o que originou mudanças significativas ao longo dos séculos que
contribuiu com a transição do feudalismo para o capitalismo, foram os aumentos
da produtividade agrícola. Esse aumento se deu pelo mais importante avanço
tecnológico da Idade Média: a substituição do sistema de plantio de dois campos
pelo de três campos, generalizado a partir do século XI. Além disso, o avanço na
agricultura contribuiu também com o melhoramento no transporte, com a
possibilidade da criação de mais cavalos que eram mais eficientes. Esses dois
fatores possibilitaram o crescimento da população e da concentração urbana.
Assim, o comércio de longa distância se desenvolveu e foi se intensificando com
as cruzadas. Por conseguinte, outro fator relevante nesse ínterim foi o sistema de
trabalho doméstico que contribuiu também para o nascimento da indústria
capitalista. Conforme crescia o comércio, a necessidade da produção de mais
manufaturados aumentava, o que induzia ao crescente controle do processo
produtivo nas mãos dos comerciantes capitalistas. Aqui, juntam-se dois
interesses ou duas classes: os comerciantes que detinham poder de capital e terra
e uma força trabalho que tinha apenas o seu trabalho a oferecer, sendo, portanto,
as duas forças que vão marcar o surgimento do capitalismo.
2. Segundo Eric Hobsbawm haviam alguns fatores que contribuíram para a eclosão
da revolução industrial na Grã-Bretanha. Primeiro foi a aceitação do lucro
privado e do desenvolvimento econômico como supremos objetivos de política
governamental depois que se passara mais de um século que o rei havia sido
julgado e executado. Segundo que havia uma solução britânica do problema
agrário, onde havia um grupo de comerciantes que já quase monopolizavam a
terra, e as manufaturas já eram comercializadas por um sistema não-feudal.
Terceiro que a agricultura já estava preparada para levar rumo as suas três
funções fundamentais numa era de industrialização: aumentar sua produção e
produtividade para que alimentasse uma população em rápido crescimento;
fornecer um grande excedente em potencial para as cidades e indústrias; e
fornecer um mecanismo de acúmulo de capital. Já havia sendo criado também
um considerado volume de capital social elevado, construindo uma frota
mercante e melhorando as estradas e as vias navegáveis. Além de tudo isso, a
Grã-Bretanha possuía uma economia forte, um Estado agressivo e uma indústria
ajustada à revolução industrial pioneira sob as condições capitalistas.
3. Embora tenha sido um período de recessão, entre 1873 e 1896, a produção
mundial aumentava acentuadamente. O crescimento do comércio internacional
continuou a ser impressionante, embora a taxas menores que antes. O que
preocupava os economistas da época era a prolongada “depressão de preços,
uma depressão de juros e uma depressão de lucros.”. A agricultura foi a maior
vítima desse declínio dos lucros. Sua produção que havia aumentado muito nos
anos precedentes, agora inundava o mercado mundial, até então protegido da
concorrência pelo elevado custo do transporte. Entre 1879 e 1894 houve revoltas
camponesas, ou agitações tratadas como tais, na Irlanda, na Sicília e na
Romênia. As reações não-governamentais mais comuns foram a emigração e a
criação de cooperativas de crédito. Segundo o autor, nenhum período havia sido
mais deflacionário do que esse ( nesse século) quando o nível britânico de
preços caiu em 40%. A solução seria a expansão do mercado para compensar
essa redução, mas a rapidez real do crescimento do mercado não foi suficiente,
porque a nova tecnologia industrial fez aumentar o produto possível e o
necessário. Mas, a solução que muitos concordaram foi uma espécie de
monetarismo às avessas, que atribuía a queda dos preços a uma escassez
mundial de ouro.
4. Nos anos de 1950 os países, sobretudo os “desenvolvidos”, se mostraram cada
vez mais prósperos, onde os economistas começaram a perceber que o mundo
passara por uma fase excepcional do capitalismo, o que o autor nomeia como
“Era de Ouro”. Para o EUA não foi tanto uma fase tão revolucionária assim.
Entretanto, a população do Terceiro Mundo crescia espetacularmente, e à
medida que a população se multiplicava, a expectativa de vida aumentava em
média 7 anos. Em todo o mundo, a produção de alimentos cresceu mais do que a
população. A produção agrícola disparou, mas agora por expansão produtiva e
não tanto pelo cultivo de novas terras. No período houve também o aumento da
utilização de combustíveis fósseis, onde o barril do petróleo saudita permaneceu
menos de dois dólares entre 1950 e 1973. Ademais, esse surto econômico pós
segunda guerra parecia ter sido alavancada pela revolução tecnológica. A guerra
com suas demandas tecnológicas, preparou esses processos para posterior uso
civil. Tal revolução entrou na mente do consumidor de modo que a tecnologia
era principal recurso de venda. O processo de Pesquisa e Desenvolvimento
tornou-se um fator relevante para o crescimento econômico, no qual tornava um
país mais vantajoso a sua implementação. De acordo com Hobsbawm, um país
típico “desenvolvido” possuía mais de mil cientistas e engenheiros para cada
milhão de habitante, enquanto que outros como o Brasil e a Índia, tinham 250 e
130 respectivamente. Ou seja, o excepcional crescimento econômico foi um
período ímpar para história do capitalismo, até então, mas foi diferente para os
países.
5. Nesse período de crise, que começa em 1970, chamado pelo autor de “Décadas
de Crise”, o crescimento econômico no mundo capitalista continuou, mas em um
nível mais lento do que na “Era de Ouro” e as operações capitalistas haviam se
tornado incontroláveis. O desemprego na Europa Ocidental subiu de 1,5% na
década de 1960 para 4,2% na de 1970, estava numa média de 9,2% em 1980 e
na Comunidade Europeia 11% em 1993. A grande tragédia das Décadas de Crise
foi que a produção dispensava seres humanos mais rapidamente do que a
economia de mercado gerava novos empregos. Nos países de Segundo Mundo a
crise também começou a solapar sua economia centralmente planejada. A
entrada da URSS, mercado internacional de grãos e impacto nas crises de
petróleo na década de 1970 dramatizaram o fim do “campo socialista”. Já sobre
a vasta área do Terceiro Mundo, é possível fazer uma generalização: em 1970
quase todos esses países haviam mergulhado em dívida, dentre eles estão o
Brasil, o México e a Argentina. Houve um momento de pânico no início da
década de 1980, quando os países latino-americanos não puderam pagar, o
sistema bancário ocidental esteve à beira do colapso. O principal efeito das
Décadas de Crise foi ampliar fosso países ricos e pobres. O PIB per capita da
África subsaariana caiu de 14% dos países industriais para 8% entre 1960 e
1987; o dos países “menos desenvolvidos”, de 9% para 5%.

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