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a) Revolução Agrícola
No século XVIII, na região de Norfolk (Inglaterra), iniciou-se a chamada “Revolução
Agrícola”, ou seja, um conjunto de alterações rápidas no tempo e marcantes na forma
de cultivar os campos:
Sistema de rotação quadrienal de culturas (afolhamento quadrienal): o cultivo
de maneira rotativa das quatro parcelas (ou folhas) de um campo ao longo de
quatro anos permitia resolver o problema do esgotamento dos solos e, assim,
prescindir do pousio. Este sistema apresentava muitas vantagens: - aumento da
área de cultivo, associar à agricultura a criação de gado e, consequentemente,
uma melhor fertilização das terras;
Seleção de sementes e seleção de animais para reprodução e apuramento das
raças animais;
Tratamento/melhoramento dos solos;
Formação de Enclousures – a vedação dos campos (enclousures) substituíram o
anterior sistema de uso comunitário da terra (open field). A formação de
Enclousures pelos Landlords (proprietários agrícolas) revela também uma nova
atitude face à atividade agrícola que passa a ser vista e explorada como
atividade económica lucrativa/capitalista (produzir para o mercado e não para
autossubsistência);
Inovações técnicas – a introdução de máquinas nos campos, por exemplo a
primeira semeadora mecânica, a charrua triangular e a primeira máquina
debulhadora, trouxe um maior rendimento e produtividade agrícola.
b) Crescimento demográfico
Tal como em grande parte da Europa, também na Inglaterra se assiste por meados do
século XVIII a um crescimento demográfico significativo (recordar a U1 – População da
Europa nos Séculos XVII e XVIII).
As inovações agrícolas resultaram num aumento de produtividade que estimulou o
crescimento demográfico (maior produção, melhor alimentação, menos mortalidade)
e disponibilizou maior quantidade de mão de obra necessário ao arranque industrial.
O crescimento demográfico foi simultaneamente fator de desenvolvimento económico
e consequência desse mesmo desenvolvimento, pois à medida que a população
aumentava, estimula-se o consumo e a produção.
Este crescimento demográfico faz-se sentir, especialmente nas cidades devido ao
grande êxodo rural – migração dos campos para as cidades. Muitas cidades inglesas,
como Londres, triplicam a sua população num período de 1 século.
c) Mercado (* neste contexto, mercado, pode ser entendido como o conjunto dos
consumidores)
d) Sistema financeiro
O sistema financeiro favoreceu o sucesso inglês através das seguintes instituições:
Bolsa de Londres – a compra de ações na Bolsa de grandes empresas,
permitia a estas reunir capitais em grande escala para os seus
investimentos e davam lucros a quem investia na compra de ações.
Banco de Inglaterra – grande banco nacional que emitia dinheiro e
financiava através de empréstimos investimentos no comércio e na
indústria. O Banco de Inglaterra era apoiado por vário pequenos bancos
que recolhiam poupanças e as canalizavam para o investimento.
Este sistema financeiro bastante evoluído para época teve a sua importância no
processo de industrialização em Inglaterra, pois canalizava as poupanças dos
particulares para o financiamento aos grandes investimentos industriais. Comprar
ações tornou-se uma forma de investir as poupanças.
f) Recursos naturais
A Inglaterra dispunha de importantes recursos naturais decisivos no arranque
industria: um subsolo rico em carvão e ferro; rios naturais navegáveis que ajudavam a
unificar o mercado interno.
g) Condições técnicas
Grande desenvolvimento técnico na indústria têxtil, especialmente na área
da fiação e da tecelagem.
A invenção e utilização da máquina a vapor como força motriz
Os Setores de Arranque
Os setores de Arranque da industrialização foram:
Indústria Têxtil: - Havia matéria prima abundante (lã e algodão)
- Aparecimento de maquinaria e outros inventos
técnicos (ex: spining – jenny, mule-jenny, tear
mecânico)
Indústria Metalúrgica: - Aperfeiçoamento dos altos- fornos.
- A aplicação da energia do vapor
- Grande procura de ferro para construção da
Maquinaria.
Ideias Estruturantes:
Desde o início do séc. XVIII, que a Inglaterra passou a deter a hegemonia económica,
quer a nível europeu, quer a nível mundial., através dos grandes desenvolvimentos do
comércio, especialmente o colonial, na agricultura, na indústria e no setor financeiro.