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Os antecedentes da primeira Guerra Mundial (1914-1918) foram: as rivalidades económicas,

causadas pelas disputas coloniais e industriais; os nacionalismos agressivos, com a exaltação


dos valores nacionais; a corrida aos armamentos, que deu um incremento à indústria de
guerra; e por fim, a formação de alianças - a Tríplice Aliança formada, em 1882, pela
Alemanha, Itália e Império Austro-húngaro; a Tríplice Entente formada, em 1907, pela
Inglaterra, França e Rússia.
Antes da Guerra, a Europa estava com disputas económicas e políticas. A Alemanha conquista
a Alsácia e Lorena à França e causa manifestações de nacionalismo. Inglaterra era a principal
potência industrial e a Alemanha, como estava em crescimento económico, entrou em
competição com a França e com a Inglaterra para ser a maior potência económica.

O deflagrar da guerra ocorreu com o assassinato do Arquiduque Francisco Fernand, herdeiro


do trono Austro-Húngaro. Consequentemente, a Áustria acusou a Sérvia do assassinato e
declarou-lhe guerra, o que levou depois a sucessivas declarações de guerra. A Sérvia e a Rússia
passaram a ser aliados e a Rússia, por sua vez, ataca o Império Austro-Húngaro. Com isto,
sucedeu-se o desencadeamento do sistema de alianças.

A I Guerra Mundial pode ser dividida em 3 fases: Guerra dos Movimentos, Guerra das
Trincheiras e retorno à Guerra dos Movimentos.

O fim da guerra deu-se em 1918, com o armistício, na França. Em 1919-1920 foi realizada a
Conferência da Paz e assinado o Tratado de Versalhes que estabelecia a humilhação da
Alemanha, passando a ser um território desmilitarizado e sem colónias. Além disso,
estabelecia a restituição da Alsácia e Lorena à França, bem como o pagamento de pesadas
indemnizações. A Conferência da Paz criou, ainda, a Sociedade das Nações, com o objetivo de
preservar a paz e cooperação económica e cultural entre os estados-membros, mas fracassou
com a eclosão da 2ª Guerra Mundial.

Como é de esperar, houve inúmeras consequências que decorreram da I Guerra Mundial, tais
como: inúmeros mortos, dificuldades económicas na Europa, surgimento de novos estados
no Leste da Europa, fim da supremacia europeia no Mundo, ascensão dos EUA ao 1º plano
da política mundial e económica, como principais fornecedores da Europa.

Portugal durante a I Guerra Mundial teve dois períodos: o período de neutralidade e o


período de beligerância. O de neutralidade refere-se àquele em que Portugal esteve de fora
da guerra, mesmo quando Inglaterra declarou guerra à Alemanha. Inglaterra resolveu deixar
Portugal de fora, mesmo com a aliança existente. O período de beligerância portuguesa
começou quando a Inglaterra solicitou ao governo português a requisição dos navios
mercantes alemães que estavam atracados nos portos portugueses. Portugal cedeu os navios à
Inglaterra e não cumpriu a garantia de que os navios alemães seriam para uso exclusivo
português. Consequentemente, a Alemanha declarou guerra a Portugal e, com isto, deu-se a
entrada de Portugal na guerra que lhe a defesa das colónias, a recuperação de prestígio
internacional, a participação em futuras convenções da paz e também o reforço da aliança
lusobritânica. Porém, a entrada de Portugal na guerra também trouxe consequências durante
e após a guerra. Durante o período de neutralidade, Portugal teve consequências como a crise
da escassez, a inflação, a diminuição dos abastecimentos externos, o aumento da oferta
monetária, o aumento das despesas públicas e o desenvolvimento do mercado negro. No
período de beligerância, sofreu consequências como o agravamento da escassez, o aumento
da dívida pública e dos gastos públicos, o aumento dos défices das contas públicos e também,
a aceleração da inflação.
Após a guerra, Portugal sofreu consequências negativas, mas também positivas. As
consequências negativas foram principalmente, as numerosas baixas sofridas pelas tropas, as
dificuldades económicas e o agravamento da agitação social e das lutas políticas internas. No
caso das consequências positivas, refere-se o facto de Portugal ter participado na Conferencia
da Paz, ter garantido a posse das suas colónias, ter direito a indemnização de guerra por
parte da Alemanha, ter direito de propriedade sobre os navios alemães e por fim, ter direito
a assento na sociedade das nações.

A Grande Depressão foi uma grande depressão económica que teve início em 1929, e que
persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. O
Crash na Bolsa de Nova Iorque, em outubro de 1929, foi o antecedente da Grande Depressão
e ocorreu devido a três motivos: a saturação dos mercados, levando a crise de subconsumo; a
especulação bolsista, com valores fictícios das ações; e por fim, as dificuldades crescentes nas
indústrias de aço e de automóveis. Assim, o Crash da Bolsa de Nova Iorque despoletou a
Grande Depressão, que consequentemente levou à falência e encerramento de empresas, a
queda da produção e dos preços e ao crescente desemprego. Porém, a crise não se restringiu
apenas ao continente americano e, portanto, houve uma mundialização da crise causada pelo
peso da economia dos EUA no mundo, bem como pela retirada dos capitais americanos da
europa, da retração do comércio internacional e a diminuição da compra de matérias primas
aos países subdesenvolvidos.

Como forma de resolver a crise, foi criado o New Deal, nome dado à série de programas
implementados nos Estados Unidos com o objetivo de recuperar e reformar a economia norte-
americana, além de auxiliar os prejudicados pela Grande Depressão. O New Deal atuou de 4
formas: a reorganização do sistema bancário e financeiro; o desenvolvimento da agricultura,
indústria e comércio; o fomento das obras públicas e o combate ao desemprego.
O New Deal consistia numa política económica e numa política monetária. Os objetivos da
política económica passavam por: promoção do crescimento económico; preservação do
equilíbrio entre a oferta e a procura; controlo da atividade económica por parte do Estado;
estímulo à produção e ao crescimento e contenção do consumo. Os objetivos da política
monetária eram: estímulo ao investimento; controlo da inflação; redução das taxas de juro e a
expansão monetária e do crédito interno.

Em Portugal, a Grande Depressão também causou grande impacto: diminuição das


importações e exportações; redução das remessas dos emigrantes; regresso dos emigrantes;
diminuição do PIB e desemprego.

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) teve como fatores que a desenvolveram: a crise
económica de 1930, derivada da Grande Depressão; as ideologias extremistas, como o
nazismo; as condições do Tratado de Versalhes que foram impostas à Alemanha; a chegada do
Hitler ao poder; a constituição do eixo (Roma-Berlim-Tóquio); o carater agressivo e bélico do
regime nazi de Hitler e, finalmente, a invasão da Polónia pelas tropas alemãs o que,
consequentemente, causou que a França e a Inglaterra declarassem guerra à Alemanha.

Esta guerra também foi dividida em 3 fases e era constituída por duas grandes forças militares:
as forças do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e as forças Aliadas (Inglaterra, Rússia, EUA e
França).
A primeira fase foi a Guerra Relâmpago que se iniciou com as forças alemãs a invadirem a
Polónia e com a França e a Inglaterra a declararem guerra à Alemanha.
A segunda fase foi designada por Mundialização da crise já que os EUA entraram na guerra.
Além disso, a Alemanha invadiu a URSS e deu-se o ataque japonês a Pearl Harbour.
Consequentemente, os EUA e a Inglaterra declararam guerra ao Japão e por sua vez, a
Alemanha e a Itália declararam guerra aos EUA.
Finalmente, a terceira fase conhecida como “A Vitória dos Aliados” começou com as tropas
russas a cercarem o exército Alemão em Estalinegrado e com a derrota alemã em Krusk. Além
disso, Mussulini é preso pelos Aliados.
Em 1945, as tropas aliadas invadem a Alemanha o que causou a rendição dos alemães e a 30
de abril de 1945, Hitler suicida-se e de seguida, dá-se ao ataque americano sobre Hiroxima e
Nagasáqui, que levou à rendição do Japão.

Durante a 2º Guerra Mundial, Portugal manteve-se neutro e não participou diretamente


porque não tinha condições para tal. A participação implicava estabilidade económica e social,
avanços tecnológicos e poderio militar.

Tal como a Grande Guerra, a 2ª Guerra Mundial também teve consequências, tais como: a
Europa ficou em ruínas após a guerra; houve um elevado número de mortos; um elevado nível
de inflação e de desemprego; fim da maioria dos regimes autoritários; criação de dois blocos,
que posteriormente deram origem à Guerra Fria ( EUA e URSS); criação da ONU, com o
objetivo de facilitar a cooperação em matéria de direito e de segurança internacional e
progresso social, desenvolvimento económico, progresso social, direitos humanos e assegurar
a paz mundial; e por fim, a criação da NATO, que consiste numa aliança militar
intergovernamental.

Com o pós-segunda guerra e com a criação das organizações internacionais, Portugal


participou em algumas delas e, portanto, aceitou a ajuda americana através da Administração
para a Cooperação Económica ao abrigo do Plano Marshall e foi membro fundador da OECE,
criada em 1948. Além disso, integrou o esquema da Câmara de Compensação de Pagamentos
da UE em 1950, que depois se veio a converter em Acordo Monetário Europeu. Em 1959, foi
criada a EFTA e em 1961, a OECE foi transformada em OCDE, incluindo membros fora da
europa e Portugal manteve-se membro da OCDE e da AME. Posteriormente, foi criada a CEE
por 6 membros com o Tratado de Roma em 1957. A Grã-Bretanha e a Dinamarca só em 1973,
é que abandonaram a EFTA e tornaram-se membros da CEE. Assim, Portugal para manter
relações com os dois países negociou um Tratado de Associação com a CEE, aplicado em 1973.
Em 1961, Portugal foi ainda membro do FMI e do Banco Mundial, bem como do GATT em
1962. Por fim, adere à CEE em 1986.
O extraordinário crescimento da época dourada do século XX foi caracterizado por quatro
características. A primeira característica identifica que se trata de um fenómeno
marcadamente europeu. O Japão é um caso quantitativo diferente, a América do Norte e a
Austrália apresentam um desvio muito menos acentuado da “norma” secular, e os outros
países bem-sucedidos, como os países recentemente industrializados, entraram nas suas fases
de elevado crescimento apenas décadas mais tarde. Outra característica identificada pelos
autores consiste nas elevadas taxas de crescimento que caracterizam praticamente todas as
economias individuais europeias, independentemente das suas instituições sociais, políticas
e económicas. A terceira característica apontada é que, entre 1950 e 1973, observamos uma
acentuada tendência para os países inicialmente pobres crescerem mais rapidamente do que
os países ricos e um declínio na dispersão sectorial do crescimento da produção per capita.
Por fim, aponta-se que durante esta época prevaleceram taxas de desemprego
excecionalmente baixas.

Dá-se particular relevo a alguns fatores históricos e institucionais que fizeram das décadas de
1950 e 60 um período único na história económica da Europa, tais como: a herança da
década de 1930 e da guerra “Nos anos entre guerras, a economia agregada da Europa cresceu
a um ritmo mais lento do que a americana, tanto em termos de produção como em termos de
produtividade. Os resultados da Europa estavam também abaixo do nível pré-1913. As
características do abrandamento da década de 1930 foram propícias ao aparecimento de um
processo de catch-up.” Depois de eliminadas as barreiras comerciais e intelectuais, a
transferência de tecnologias foi diminuindo a diferença entre a Europa e os Estados Unidos.
Além desse fator, temos também a reconstrução e os acordos pós-guerra com a criação das
instituições sociais, legais e políticas, internacionais e nacionais.
Finalmente, o último fator relevante para esta época foi as causas do crescimento durante a
idade do ouro, como tecnologia importada, acumulação de capital humano, moderação
salarial, os controlos dos movimentos internacionais de capital em que estas caraterísticas
permitiram que se seguisse uma politica de baixas taxas de juro, estimulando o investimento
nas manufaturas, na habitação e nas infraestruturas. Este crescimento do investimento, da
produtividade e dos salários reais foi um elemento chave na Idade do Ouro.

O crescimento pós-guerra na Europa, considerado um fator chave para o grande crescimento


da Idade do Ouro foi interpretado por economistas que deram enfase a quatro pontos chave,
sendo eles a produtividade total do trabalho, a exportação orientada para o crescimento, a
estabilização da procura e a oferta elástica de trabalho, a acumulação de capital em conjunto
com as decisões de poupança/investimento como forma de otimização do comportamento.

Os economistas Craft e Toniolo referem que o crescimento da produtividade total de fatores


foi a principal causa da aceleração do crescimento durante a Idade de Ouro e o subsequente
abrandamento. No entanto, mediante o estudo de Denison Klacek e Rictsch, o rápido
crescimento da PTF reflete pelo menos em parte, as transferências de tecnologia, a
reconstrução pós-guerra e as mudanças estruturais e que o capital físico teve um papel
relevante no rápido crescimento da Idade de Ouro.
Surpreendentemente, a formação de capital humano é vista como desempenhando um papel
menor na variação das taxas de crescimento. Porém, os mesmos autores referem ainda que a
nova teoria do crescimento procura colocar mais ênfase na acumulação de fatores e menos no
crescimento da PTF.
Além disso, a investigação empírica de Levine e Renelt também apoia esta interpretação do
crescimento, mas sugere ainda que a formação de capital humano tem um peso bastante
maior do que o considerado pelos autores anteriores.

Os fatores que influenciaram as taxas de crescimento económico em várias regiões da


economia mundial nas décadas de 1950 e 60 são: a rápida expansão da Europa industrial e do
Japão; a procura externa de exportações da Europa industrial e Japão foi um importante
fator que influenciou as elevadas taxas de crescimento destes países; as progressivas reduções
tarifárias e a contínua eliminação de outras barreiras restritivas, especialmente dentro da
Europa; o elevado rácio de investimento relativamente ao PIB; as expectativas de um
contínuo crescimento dos rendimentos e da procura desempenharam um papel importante
na manutenção da tendência ascendente do crescimento em todos os países; os baixos preços
das matérias importadas dos países em desenvolvimento, nomeadamente o petróleo.
É importante referir que os Estados Unidos e o Canadá observaram taxas de crescimento
menores do que a maioria dos países europeus, entre 1950 e 1973, porque registaram grandes
aumentos na produção antes da recuperação europeia estar concluída. Em países, como os
Estados Unidos e o Canadá, onde o produto nacional e o rendimento per capita são já
elevados, é cada vez mais difícil manter as elevadas taxas de crescimento de produção de ano
para ano.

Além disso, as principais causas da elevada produtividade do investimento foram a


moderação salarial e o crescimento das exportações. No entanto, destaca-se da moderação
salarial enquanto estímulo à oferta e à procura de investimento. É de notar que a abertura das
economias europeias e o aumento das suas exportações permitiram que o investimento fosse
deslocado para setores onde a sua contribuição para o aumento da produtividade fosse maior.
Isto permitiu que as nações pudessem explorar a sua vantagem comparativa sem estarem
limitadas pela composição da procura interna. O economista Barry Eichengreen destaca ainda
a importância do papel das instituições internas e internacionais no crescimento da Europa
depois da segunda guerra. A crescente mudança dos níveis de vida estimulou o consumo bens
duradouros e nas economias em que o rendimento não permitia a sua aquisição, aumentou a
atratividade do recurso ao crédito, devido à maior segurança no emprego, bem como aos
efeitos da publicidade e da televisão.

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