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Visão geral
2a z E pa
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O
e constituindo-os como membros de um corpo coletivo) e
41
VEE
O contrato racial
42
(desse modo, transferindo to.
le ce r O E stado
contrat o
para estabe
a re la çã o de confiança, os direitos
m um
talm en te , ou de le ga ndo e
n a t u r e z a p a r a uma entidade
emos no do de
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e poderes que t na): o moral, por outro lado, é,
O contrat
ra
governante sobe l
mo ra l é stabelecido para à sociedade, pelo qua
base do código |
r seu com por :tamento. A distinção
m regu la
os cidadãos deve ções (a serem disc
uti das
reta
tre duas interp
subsidiária aq ui é en
da relação entre O €
ontrato moral e a moralidade do estado de
mo dernas do contrato, sobretudo na de
natureza. Nas versões
ande parte desaparece,
Rawis, é claro, o contrato político em gr
porque a antropologia moderna há muito substituiu as histórias
da origem social ingênua dos contratualistas clássicos. O foco
é, então, quase exclusivamente no contrato moral. Este não é
concebido como um evento histórico real que ocorreu ao se
deixar o estado de natureza. Em vez disso, o estado de natu-
reza sobrevive apenas na forma atenuada do que Rawls chama
E Ene original”, e o “contrato” é um exercício puramente
ea E pd ERA para estabelecer o que seria
j ra básica”, com uma tabela de direitos, de-
veres e liberdades que moldam a sicologi
E E p da
pm moral dos cidadãos,
9 noções de respeito próprio etc?
como á
mada Cc COM
Sociedade foi criada ou crucialmente
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constitní 9 Os indivíduo e
tuídos, como q E s nessa sociedade foram
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digo moral Part ado foi est abelecido e como um ۼ
icular e
(Como já enfati Izei, O ce
Uma certa Psicologia moral surgira?
busca uma explicação
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tato racial”
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“Olsas são e como elas vieram à ser
Visão geral 43
44
€ recursos e | a negação de
, terras
o de seus corpos 'ouais p para eles
. Todos n
a exploraçã icas 1g
o c ioeconôm s
oportuni d a d e s s
a t o , e m b o r a alguns branco
contr
brancos são beneficiá rios do
m si gn at ários dele.”
nã o s e j a
a n t o , q u e o € on tr ato racial não é um con
Será óbvio, port b r a n c o de humanos possa
ubconju n t o n ã o
trato para O qualos (embor a, depen.
iname nte concordante
ser uma parte genu -
cias, às vezes possa ser pru
ân
dendo novamente das circunst
o, é um contrato
dente fingir que esse é O caso). Em vez diss
os
entre aqueles categorizados como brancos sobre os não branc
que são, portanto, os objetos € não os sujeitos do acordo.
A lógica do contrato social clássico, político, moral e episte-
mológico sofre então uma refração correspondente, e portanto
com mudanças nos termos e princípios-chave.
Politicamente, o contrato, para estabelecer a sociedade e o
aaa transformando assim “homens” abstratos, sem raça
e habitantes
faça nã do e stado de natureza em criat 7 is poli
i uras socia
Pp nte sujeitas a um E stado neutro, torna-se a fundação de
sã político racial, , Sejasej como Estados coloniais
ia brancos
e as populações preexist entes jájá são sã ou podem se tornar
ispersas) ou como o que às v ezes éÉ chamado de “colônias de
presença branca de
,
estabe lecimento de uma
” * o
peregrinos ,
ao
so
“O termo utilizad a ificação in-
sojourner colonies, remete à class
troduzida por A. Cc
ern Invasions ofthe
Pen em 1963 no livro The West
Pacific and Its Discontent 35 deste capítulo,
Price critica a ie a obra, citada por Mills na nota
povoamento ou de
exploração. Em sia das colônias em colônias de
acordo com
“são, suge re crité rios demográficos, de
dor
OS quais os coloniza és seriam classificados como “ocupantes migrantes
settlers) e ners). Os últimos
migrantes” (migrant sojour
ereor] :
a tabeleceriam as
es DA I-
nia .
in os (s oj ou rn er co lo ni es ), caracter!
de peregr E aliaipada e
Zadas Por grande popula çã=o nativa subjugad nã o el im i!
explorada pel zadores. (N. T ga da — ma s
os coloni
És
Visão geral
e não brancos.
Em ambos os casos, então, ainda que de maneiras diferen-
tes, o contrato racial estabelece um regime político racial, um
Estado racial e um sistema jurídico racial nos quais o status
de brancos e não brancos está claramente demarcado, seja
De rm
O contrato racial
raci
50
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56 Tato racial
“como
“bestas estúpidas criadas para o nosso serviço”, mas
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verdadeiros homens [.. ] capazes de compreender a fé catór
visão geral 57
e
Oc
ato colonial.
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identi fica Co e ad » Pp POT exem
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determi Princípionas paradigmático
que informa
Ú
discurso
,
Jurídico europeu contemporâneo
uprema Corte americana Joseph Story descreveu-o como
concedendo aos europeus
iia Estar
ca,a, que ninguém pessava-6m Fopres pan
PAT:
aberto a contestação.
legitimou o domínio
Finalmente, há o contrato colonial, que
ia, da África e do Pa cífico. Consi.
europeu sobre as nações da Ási
dere-se, por exempl
o, este maravilhoso exemplo, quase literal.
Sem c a
ir nos devaneios rousseaunianos, vale a pena nos
àSSOciação i a
dam
São implica um contrato, e essa ideia, embora De
Visão geral ôi
eee er “ven e “s 7 RA e |
O Contrato A
62 Cial
Vez disso, ;
desvio do humanismo iluminista europeu. a
te Tomano,
preciso perceber que, de acordo Se o preceden
o humanismo europeu geralmente nn que apenas os eum.
ica eUTOPeia, como ú
peus eram humanos. A teoria moral e polít
veu-se no âmbito do
pensamento europeu em geral, desenvol
Como Ed.
contrato racial e, em geral, tomou-o como válido.
ward Said aponta em Cultura é imperialismo, não devemos ei
a cultura como “antissepticamente separada de suas afiliações
mundanas”. Mas essa cegueira ocupacional de fato infectou q
de 1940, o mundo
: qncos.
ainda era em geral um mundo ocidental dominado pelos br
m odet
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lo at ad
7* A ES Er : is que
Referência às Leis Jim Crow, um conjunto de leis estaduais € loca
pes
i mpunham a segregaçãéo vitinn instalaçõe
racial em escolas, transporte páR
road etc. no Sul is, E as ei
dos EUA, aplicadas entre 1877
e 1964- ar
veio
E da músicaSica “ Jump Jim
i Crow”,E cantada pelo
ator Thomas a 7 gifpelo
p tava de preto.
Criou-se assim a expressão jim
Tativamente às pessoas neg crow para S€ vi
ras. (N. E.)
Visão geral 6
cem:
fantil e suicídio.
Em outros lugares, na América Latina, na Ásia e na África,
EEE
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O contra,
66
Africa e da Ásia, onde o domínio colonial só termi
parte d a
da Guerra Mundial, rígidas “barreiras deja
após a Segun ração entre europeus e nativo I
s, Como e
mantiveram a sepa bi U-
68 O contrato Tacial
co nt ra to de exploração que
O contrato T acial é u
m
n ô m i c a europeia global e
cria dominação eco
nacional branco
privilégio racial
mo.
O contrato social clássico, como detalhei, é principalmente
ral/político por natureza. Mas também é econômico o sentido
de que o propósito de deixar o estado de piaeçã é em parte
garantir um ambiente estável para a apropriação do mundo pelo
trabalho. (Afinal, uma definição famosa de política é que ela
diz respeito a quem recebe o quê e por quê.) Assim, mesmo no
estado de natureza moralizado de Locke, em que as pessoas
geralmente obedecem à lei natural, ele está preocupado com
a segurança da propriedade privada, de fato proclamando que
“o grande e principal fim, portanto, de os Homens se unirem a
Comunidades, e se colocarem sob um Governo, é a preservação
de suas Propriedades”.*2 E no famoso estado de natureza amoral
e inseguro de Hobbes, somos informados de que “não há lugar
para a Indústria; porque o fruto dela é incerto; e, consequente-
mente, nenhuma Cultura da Terra”.“2 Assim, parte do objetivo
de trazer a sociedade à existência, com suas leis e seus aplicado-
res da lei, é proteger o que você acumulou.
Qual é, então, a natureza do sistema econômico da nova so-
ciedade? O contrato geral não prescreve um modelo específico
ou agenda específica de direitos de propriedade, exigindo
ape-
nas que a “igualdade” no estado pré-político seja preservada de
alguma forma. Essa disposição pode ser interpretada de várias
formas como uma rendição egoísta a um governo hobbesiano
7
O cont E
Ee
GE PPE
própria industrialização.) Assim, pode-se dizer que o mundo
é essencialmente dominado pelo capital branco. Os números
globais sobre renda e propriedade são, claro, discriminados
nacionalmente, e não racialmente, mas se uma desagregação
racial transnacional fosse feita, revelaria que os brancos con-
trolam uma porcentagem da riqueza mundial grosseiramente
desproporcional aos seus números. Uma vez que não há ra-
zão para pensar que o abismo entre o Primeiro e o Terceiro
Mundos (que coincide amplamente com essa divisão racial)
será superado — vide o fracasso abjeto de vários planos das
Nações Unidas a partir da “década de desenvolvimento” dos
anos 1960 em diante —, parece inegável que, nos próximos
anos, o planeta será dominado pelos brancos. Com o colapso
do comunismo e a derrota das tentativas do Terceiro Mundo
de buscar caminhos alternativos, o Ocidente reina supremo,
como foi comemorado em uma manchete do Financial Times
de Londres: “A queda do bloco soviético deixou o EMI e o G7
O co
74 Rrato racia
Í
e criar i
um anova era imperia l” E 52 Es.
para governar O mundo
truturas econômicas foram instituídas e processos causais ”
ram estabelecidos, cujo resultado é bombear riqueza de um
lado do globo para o outro é que continuarão a funcionar em
grande parte independentemente da má/boa vontade e dos
sentimentos racistas/antirracistas de indivíduos específicos.
Essa distribuição global de riqueza e pobreza codificada por
cores tem sido produzida pelo contrato racial, e, por sua vez,
reforça a adesão a ele em seus signatários e beneficiários.
Além disso, não apenas a Europa e os antigos estados co-
lonizadores brancos são globalmente dominantes, mas dentro
deles, onde há uma presença não branca significativa (povos
indígenas, descendentes de escravizados importados, imigra-
ção voluntária não branca), os brancos continuam a ser privi-
legiados em relação aos não brancos. As velhas estruturas de
exclusão formal e de jure foram amplamente desmanteladas,
as velhas ideologias explicitamente biológicas, abandonadas”
— O contrato racial, como se verá adiante, está sendo continua-
mente reescrito —, mas as oportunidades para os não brancos,
embora tenham se expandido, permanecem abaixo das para
os brancos. A alegação não é, claro, que todos os brancos estão
em melhor situação que todos os não brancos, mas que, como
uma generalização estatística, as chances objetivas de vida dos
brancos são significativamente melhores.
Como exemplo, consideremos os Estados Unidos. Uma série
de livros documentou recentemente o declínio das
esperant”
integracionistas criadas pela década de 1960 e a crescente In
transigência e hostilidade dos brancos que pensam ter “feito
O suficiente”, embora o país continue a ser massivamente ud
8regado, a renda mediana da família negra tenha começado a
ue
Visão geral 75
o direto
tamente contingente, acidental, fortuita; é o resultad
da política estat al americana e do
conluio dos cidadãos brancos
com ela. Com efeito, materialmente, brancos e negros cons.
stuém duas nações”? sendo a nação branca constituída pelo
Pa
E que nunca podem ser compensados. No entanto,
devem multiplicá-los E Ea RR
anos de inflação.) Se ai o it
acumulados (através a a EA ça
mercado de trabalho d S compostos) da discriminação
urante o período de quarenta anos de
1929 a 1969 € ajustasse à inflação,
então, em dólares de 1983 ,
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