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Plano Marshall

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a Europa devastada pelos


confrontos e traumatizada pelos horrores do nazifascismo. Logo após a Segunda Guerra, duas
superpotências emergiram: Estados Unidos e União Soviética. A primeira representava o
capitalismo e a segunda, o comunismo.
Norte-americanos e soviéticos deram início, em 1947, à Guerra Fria, um confronto
ideológico entre as duas superpotências. Cada uma buscava conquistar zonas de influência. A
Europa se tornou alvo dessa disputa.
Contudo, era necessária a reconstrução humanitária e financeira do Velho Mundo,
tendo em vista que os países atingidos pela guerra não tinham mais condições financeiras
para se reerguer por conta própria. A União Soviética fez o Plano Comecon, que buscava
auxiliar financeiramente a Europa após a guerra, esperando o apoio dos países europeus a
Moscou.
Como reação ao plano soviético, o general George Marshall, secretário de Estado do
governo Henry Truman, idealizou um plano norte-americano que levava ajuda humanitária e
financeira para os países europeus, colaborando para a reconstrução após a Segunda Guerra
Mundial.
Foi um programa de auxílio humanitário oferecido pelos Estados Unidos da América
aos países europeus de 1948 até 1951. Realizado por meio de assistência técnica e financeira
para ajudar a recuperação dos países europeus destruídos pela Segunda Guerra Mundial
(1939-1945). Também tinha como objetivo não deixar que certos países passassem à
influência do socialismo.
Por esse motivo, foi uma forma de estabilizar o capitalismo na Europa Ocidental, bem
como garantir a integração dos países europeus. O Plano Marshall leva o nome do general
George Catlett Marshall (1880-1959), secretário de Estado dos EUA durante o governo de
Henry Truman (1884-1972). Por causa disso, ele receberia o prêmio Nobel da paz em 1953.

Objetivos do Plano Marshall em meio a Guerra Fria


Estratégia estadunidense para combater o avanço soviético no início da Guerra Fria.
Desta forma, o plano está inserido no conjunto de medidas de combate ao avanço do
comunismo que defendia a Doutrina Truman. Apesar de convidados, nenhum país sob o
controle soviético participou da execução ou recebeu ajuda do Plano Marshall.

É importante frisar que a não intervenção dos EUA poderia afetar negativamente sua
própria economia. Afinal, com o fim da Segunda Guerra Mundial, era fundamental manter a
capacidade da Europa em honrar suas dívidas e manter suas importações.

Características do Plano Marshall


A principal característica do programa foi a concessão de empréstimos a juros baixos
aos países europeus que aceitassem as condições impostas pelos norte-americanos. Estas
consistiam em

● Comprar produtos prioritariamente dos EUA;

● fazer uma política de estabilização monetária e anti-inflacionária;

● promover uma política de integração e cooperação intra-europeia.

Foi concedido cerca de 18 bilhões de dólares (aproximadamente US$ 135 bilhões nos
dias atuais), distribuídos pela “Administração da Cooperação Econômica”, uma agência
criada pelos EUA para executar este programa.

Este auxílio também chegou por meio de assistência técnica de peritos em tecnologia
norte-americana, alimentos, combustíveis, produtos industrializados, veículos, maquinaria
para as fábricas, fertilizantes, etc.

Resultados do Plano Marshall


Marcou o fim da tradição isolacionista estadunidense, trouxe a Europa para a
influência americana e garantiu aos EUA o acesso aos mercados europeus. Dessa maneira, os
países europeus abriram suas economias aos investimentos estadunidenses, reformaram seus
sistemas financeiros, recuperaram sua produção industrial e o nível de consumo.

Os países que receberam maior ajuda foram:

● Reino Unido (3,2 bilhões);

● França (2,7 bilhões);

● Itália (1,5 bilhão);


● Alemanha (1,4 bilhão).

O resultado do programa foi positivo, uma vez que a economia da Europa Ocidental
voltou a prosperar nas duas décadas seguintes. Para os EUA, os benefícios foram ainda
maiores, pois suas exportações cresceram, assim como sua área de influência na Europa.

Ainda dentro do contexto da Guerra Fria, os EUA impulsionaram a criação da OTAN


- Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar que reunia vários países
ocidentais do hemisfério norte.

Bloqueio de Berlim

O Bloqueio de Berlim (de 24 de junho de 1948 a 11 de maio de 1949) tornou-se uma das
maiores crises da Guerra Fria, desencadeada quando a União Soviética interrompeu o acesso
ferroviário e rodoviário à cidade de Berlim Ocidental. A crise arrefeceu ao ficar claro que a
URSS não agiria para impedir a ponte aérea de alimentos e outros gêneros organizada e
operada pelos Estados Unidos, Reino Unido e França.

Com o término da Segunda Guerra Mundial em 8 de maio de 1945, tropas soviéticas e


ocidentais (americanas, britânicas e francesas) encontravam-se espalhadas pela Europa,
aquelas a leste, estas a oeste, formando uma linha divisória arbitrária no centro do continente.
Na Conferência de Potsdam, os aliados acordaram dividir a Alemanha derrotada em quatro
zonas de ocupação (conforme os princípios previamente definidos na Conferência de Ialta),
conceito também aplicado a Berlim, que foi então partilhada em quatro setores. Como Berlim
havia ficado bem no centro da zona de ocupação soviética da Alemanha (que viria a tornar-se
a Alemanha Oriental), as zonas americana, britânica e francesa em Berlim encontravam-se
cercadas por território ocupado pelo Exército Vermelho. Esta situação viria a ser um ponto
focal das tensões que levariam à dissolução da aliança sovieto-ocidental formada na Segunda
Guerra.

Os soviéticos iniciaram o bloqueio terrestre de Berlim Ocidental em junho de 1948 na


tentativa de deixar a cidade sem suprimentos básicos e forçá-la a aceitar o comunismo. A
URSS encerrou o bloqueio à 00h01 de 12 de maio de 1949. Contudo, a ponte aérea continuou
a funcionar até 30 de setembro, pois os quatro países ocidentais preferiram criar um estoque
de suprimentos em Berlim Ocidental para o caso de novo bloqueio soviético.

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