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Aliança militar
Baseada na assistência
Dirigido (ainda) contra a Alemanha
Conferencia de Londres (1947) para debater o futuro da Alemanha: os “quatro grandes” não chegam a
acordo.
Fatores contextuais para o afastamento dos “quatro grandes”:
o Crise do bloqueio de Berlim (1948-9)
o Subjugação da Checoslováquia (1948)
o Acordo entre EUA, UK e FR para a criação de uma RFA (1949)
Conferência para a Segurança e Cooperação:
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) é uma organização de países
do Ocidente voltada para a promoção da democracia, direitos humanos e liberdade de imprensa na Europa.
A OSCE teve origem na CSCE (Conferência sobre a Segurança e a Cooperação na Europa), realizada
em Helsinque em 1975.
Características do confronto bipolar:
Corrida ao armamento
Condução de guerras “por procuração”
Dissuasão nuclear
Proposta reiterada de realização de uma conferência à escala europeia:
Aposta na coexistência pacífica
Travar integração europeia
Resolver a questão alemã
Bloco ocidental sempre cético em relação a estas propostas. Mas alguns elementos novos:
Aumento do poder nuclear soviético (paridade em 1964)
Presença soviética muito superior à dos americanos na Europa
EUA a quererem diminuir presença na Europa e delegar responsabilidades nos seus aliados
Guerras no Vietname e no Médio Oriente
Ostpolitik (Willy Brandt)
Visita à Polónia, reconhecimento mútuo e estabelecimento das relações diplomáticas
EUA e URSS em negociações nesta altura sobre limitação sobre armamento e não-
proliferação nuclear
EUA acordam dar início a uma Conferência para a Segurança e Cooperação Europeia
Em troca, abertura de conversações sobre redução mútua de forças na Europa
46 rondas de conversações até 1989
Conjunto de conversações entre 1972 e 1975
35 estados envolvidos em Genebra e Helsínquia
Todos os estados europeus (menos a Albânia) mais EUA e Canadá
Negociações em torno de quatro “cestos”:
Princípios que guiam as relações entre estados participantes e construção de confiança
Cooperação económica, científica, tecnológica e ambiental
Cooperação europeia em contactos humanos
Follow-up da conferência
Ata final de Helsínquia (1945):
Que confirma a regularização das relações inter-estatais na Europa. Princípios centrais:
o Igualdade soberana
o Inibição do uso da força
o Inviolabilidade das fronteiras
o Integridade territorial
o Resolução pacífica de disputas
o Não-intervenção em assuntos internos
o Respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais
o Autodeterminação dos povos
Qual a importância desta CSCE e da sua Ata Final?
o Questão das provisões sobre DH (aparentemente anódinas para a URSS) foram apropriadas
pelos dissidentes soviéticos nos 1970-1980s
o Importância para a solidificação da CPE
o Base para a criação de uma OSCE pan-europeia no pós-Guerra Fria
4. A crise internacional e a perspetiva de reforma (1969-1984)
25 de março de 1957 – assinatura, em Roma, dos Tratados que instituem a CEE e a Euratom
No período que se segue à entrada em vigor dos Tratados de Roma, em 1958, até ao início do terceiro
relançamento comunitário em 1985, diferenciam-se 2 fases:
1ª – Até 1968: caracterizada pela influência e pelo protagonismo de Charles de Gaulle, que imprime
uma marca profunda na construção comunitária, quer no sentido em que contribui para a execução da
liberalização económica prevista no Mercado Comum, quer também pela oposição à aplicação e ao
desenvolvimento de aspetos importantes no domínio do aprofundamento supranacional da integração
europeia
2ª – A partir de 1969: inicia-se com a substituição de Gaulle por Georges Pompidou e é marcada, nos
anos subsequentes, pelo primeiro alargamento comunitário – com a entrada do RU (a que de Gaulle
se opusera em 1963 e 1967), da Dinamarca e da Irlanda –, e pela implementação de algumas medidas
de aprofundamento, pelo choque petrolífero e pela crise que se seguiu, que teve repercussões no
alastramento de impasses na construção europeia e por tentativas malogradas de reforma comunitária
Charles de Gaulle (1890-1970):
Presidente entre 1958 e 1969
Enfrentou os protestos generalizados de estudantes e trabalhadores, durante o maio de 68, mas
contou com o apoio do exército
Renunciou em 1969, após perder o referendo, no qual propunha uma maior descentralização na
administração francesa
Georges Pompidou (1911-1974):
o Presidente da França (1969-1974)
o Conservador moderado relançou as relações externas com os EUA
o Manteve uma relação de proximidade com os países recém-independentes em África
Inovações e limitações comunitárias durante o decénio (1958-1968):
Dois aspetos devem ser diferenciados:
1) A afirmação da CEE: no domínio das inovações maiores, 2 áreas concentraram o essencial das medidas
tomadas e dos progressos registados:
a liberalização aduaneira: aceleração do desmantelamento das imposições tributárias dos Estados-
membros; estabelecimento de compensações tributárias, no âmbito da GATT. Esta relativa facilidade
na antecipação do desarmamento aduaneiro beneficiou de condições favoráveis: situou-se, por um
lado, num clima de expansão económica forte, o que proporcionou protecionismos nacionais menos
escrupulosos e aspirações livre-cambistas mais abertas e disponíveis; pôde contar, por outro, com a
organização de grupos económicos interessados, que se constituem em termos da Europa e da sua
construção.
a comunitarização da agricultura: os princípios que deveriam superintender no funcionamento da
PAC foram definidos a junho de 1960: livre circulação dos produtos agrícolas; organização dos
respetivos mercados; preferência comunitária das produções próprias e solidariedade financeira. O
comércio agrícola comunitário foi multiplicado por sete, a PAC tornou-se um instrumento de
proteção dos agricultores, criou um verdadeiro Estado-Providência agrícola e tornou-se a expressão e
o símbolo da integração europeia.
Outras áreas, em que o Tratado de Roma previa também intervenções, as atuações foram muito limitadas:
são os casos da circulação da mão-de-obra e dos capitais, na área dos transportes e no domínio social
2) Retração da CECA e a estagnação da Euratom: a marginalização da CECA exprimiu-se sobretudo no
enfraquecimento dos poderes da Alta Autoridade, por fatores económicos (a) e por fatores políticos (b):
a) No que concerne aos fatores económicos, importa destacar a crise carbonífera e do aço nos
anos 60, que teve várias expressões: o afundamento do consumo do carvão em proveito do
petróleo, a chegada abundante de carvão americano de reduzido custo, a importância maciça
do aço dos EUA, do Japão e da URSS a baixo preço, facilitadas pela ausência da tarifa
externa comum
b) No âmbito dos fatores políticos, verifica-se uma incapacidade da Alta Autoridade para
impor soluções comunitárias, resultante de pressões políticas e ideológicas contrastantes, mas
com efeito convergente na atuação do poder supranacional comunitário. São disso exemplos:
o O liberalismo alemão no poder (o democrata-cristão, Ludwig Erhard, chanceler da RFA,
entre 1963 e 1966, era avesso às políticas de planificação dirigista e a favor da “mão
invisível” do mercado)
o O jacobinismo do primeiro-ministro francês, Michel Debré (1959-1962), em nome de uma
conceção soberana do aparelho industrial
o O intergovernamentalismo gaullista (de Gaulle) que desdenhava dos “autodenominados
“executivos” de organismos comuns” pomposamente crentes nas suas “ilusões da
integração”, mas incapazes ou lentos perante dificuldades que “só os governos estão em
condições de resolver”
A imobilização da Euratom foi a expressão do fracasso da política nuclear comum.
Para esta passividade atómica comunitária contribuíram efeitos de conjuntura – a utilização de energia
nuclear tornou-se menos atrativa nos anos 60 do que no período anterior – mas, sobretudo, divergências
nacionais e insuficiências normativas.
A atitude de independência da França em matéria nuclear foi, sem dúvida, um pesado fator de obstrução.
Entre o alargamento e a perspetiva de reforma. A Europa e a crise internacional (1969-1984):
a) Figuras de relançamento perante os novos desafios comunitários:
Georges Pompidou:
Tem, como de Gaulle, uma visão intergovernamental nas relações multilaterais europeias e dá
preferência à fórmula de União de Estados, recusando quaisquer avanços federalistas, por parte,
sobretudo, da Alemanha e do Benelux;
Em relação às comunidades económicas, deseja uma união económica e monetária (para apoiar o
franco), mas sem natureza supranacional;
Deseja uma política energética, mas sem a América. Uma tal conceção de Europa pesará nas
Comunidades, que não são capazes de encontrar uma resposta à altura da crise internacional –
energética, económica, monetária –, subsequente ao primeiro choque petrolífero de 1973
Giscard d’Estaing (1926-2020):
Pompidou faleceu em 1974, sem concluir o mandato. d’Estaing, o novo presidente eleito, que tem
mais sentido europeu que os seus precedentes, fará, no âmbito institucional, a síntese entre a
governamentalidade e a supranacionalidade.
O presidente francês (1974-1981) reforça o papel intergovernamental – com o estabelecimento das
cimeiras dos chefes de governo e de Estado num Conselho europeu regular – mas não para diminuir
o papel dos órgãos supranacionais e sim para estimular o seu funcionamento.
Retira o veto francês à eleição do PE por sufrágio universal; favorece o recurso menos sistemático à
unanimidade e, com o seu parceiro alemão, chanceler Helmut Schmidt, implementa a criação do
Sistema Monetário Europeu (SME)
Contudo, por muito decisiva que fosse a influência da atitude da França em relação à Europa, só
produzirá, em geral, resultados efetivos quando suportada na pareceria privilegiada e indispensável
com a Alemanha.
Willy Brandt (1913-1992):
Político social-democrata alemão
Presidente de Berlim entre 1957 e 1966
Chanceler da RFA entre 1969 e 1974
Pelo seu esforço para uma maior cooperação entre países do oeste europeu através da CEE e sua
Ostpolitik, cujo objetivo era a normalização das relações com os países do Bloco do Leste, foi-lhe
atribuído o Nobel da Paz em 1971
Helmut Schmidt (1918-2015):
Membro do Social Democratic Party of Germany (SPD)
Chanceler da RFA entre 1974 e 1982
A Europa comunitária vai ter de contar, doravante, com um novo parceiro de peso, o Reino Unido, cujos
interlocutores terão de ser seriamente tidos em conta pela sua dupla dirigente franco-alemã:
Edward Heath (1916-2005):
o Primeiro-ministro inglês entre 1970 e 1974
o Líder do Partido Conservador entre 1965 e 1974
o Negociou e colocou o seu país na Europa integrada
Harold Wilson (1916-1995):
o Primeiro-ministro inglês entre outubro de 1964 e junho de 1970 e, outra vez, entre março de 1974 e
abril de 1976
o Líder do Partido Trabalhista entre 1963 e 1976
o Pediu a renegociação da adesão do Reino Unido à CEE
Margaret Thatcher (1925-2013):
o Primeira-ministra inglesa entre 1979 e 1990
o Líder do Partido conservador entre 1975 e 1990
o Pediu a renegociação da adesão do Reino Unido à CEE, nomeadamente na parte relativa à
contribuição britânica para o orçamento comunitário
Conferência de Haia, 1 e 2 de dezembro de 1969:
o Conscientes da estagnação europeia e dos impasses resultantes da recusa gaulista da adesão do Reino
Unido, os dirigentes presentes na conferência decidiram um programa de ação expresso em três «A»:
acabar, alargar e aprofundar
Acabar o Mercado Comum era concluir um regulamento definitivo e eficaz para o
financiamento da PAC, perturbada por um aumento galopante das despesas de garantia dos
preços e dos rendimentos e agravada ainda pela instabilidade recente na paridade de moedas;
Alargar a comunidade era encontrar uma plataforma confortável que permitisse a entrada de
novos candidatos e os comprometesse na aceitação e no cumprimento do acervo comunitário;
Aprofundar a unificação europeia era chegar a acordo sobre um plano de união por etapas,
em particular no comprometimento de uma união económica e monetária.
o É aceite pelos estados-membros o estabelecimento de uma união económica e monetária (UEM) num
prazo de 10 anos. O objetivo final consistia em alcançar uma plena liberalização dos movimentos de
capitais, uma convertibilidade total das moedas dos Estados-Membros e uma fixação irrevogável das
taxas de câmbio
o O colapso do sistema de Bretton Woods e a decisão do Governo dos EUA, em 1971, de deixar o
dólar flutuar provocaram uma onda de instabilidade cambial, que colocaram seriamente em causa as
paridades entre as moedas europeias. Nessa sequência, o projeto da UEM parou bruscamente
o Marca o renascer da vontade política de construir uma Europa unida: as suas resoluções tendem para
consolidar, reforçar e alargar a Comunidade
o Acordo sobre a integração do Reino Unido nas Comunidades, iniciando a política externa e a
cooperação (a Cooperação Política Europeia), tendo integração para além da economia
O primeiro alargamento:
A 22 de janeiro de 1972, são assinados, em Bruxelas, os tratados de adesão da Dinamarca, da
Irlanda, da Noruega e do Reino Unido às Comunidades Europeias
Edward Heath assina o tratado de adesão do Reino Unido às Comunidades Europeias (Bruxelas, 22
janeiro de 1972)
Heath, o verdadeiro protagonista da adesão britânica, que facilitou as negociações,
mostrando-se pouco exigente e bastante colaborante.
Existiam, contudo, dificuldades relevantes e razoáveis a resolver, entre as quais a matéria
complexa da contribuição para o orçamento comunitário. Não sendo um país agrícola e
estando historicamente dependente de importações de países terceiros, da Commonwealth e
não só, a preços baixos, dificilmente poderia suportar o aumento considerável dos preços
finais, acrescido das taxas agrícolas, dos direitos alfandegários e dos impostos sobre o valor
acrescentado (IVA).
Nesta condição, não sendo o Reino Unido beneficiário da PSC, previa-se que colhesse
benefícios reduzidos do orçamento comunitário, em contraste com a entrega de encargos
contributivos pesados, solicitava, por conseguinte, um justo retorno. O acordo sobre esta
matéria foi conseguido através de um duplo compromisso: o RU disporia de um período
contributivo progressivo; as compras aos parceiros da Commonwealth ficariam dependentes
da aceitação de acordos com as Comunidades
As negociações com os restantes candidatos. A especificidade norueguesa:
As negociações com os restantes parceiros não foram, em geral, complicadas. Para a Irlanda,
país rural, pouco desenvolvido, a adesão era vital, apesar das dificuldades previsíveis da
adaptação. Para a Dinamarca, país com uma agricultura moderna, exportadora, tendo como
clientes principais a RFA e o RU, a integração era proveitosa.
Para a Noruega, os benefícios presumíveis não eram assim tão evidentes: a sua agricultura era
irrelevante, subvencionada e pouco produtiva, com preços altos, a exigir um longo período de
adaptação; a pesca, em contrapartida, era um setor vital, representava cerca de 50% do total
da CEE
Ora, a Noruega protegia zelosamente as suas riquezas marítimas e o acesso irrestrito às suas
águas territoriais estava fora de questão. O entendimento foi conseguido através de um
compromisso.
O segundo alargamento, a sul:
A 1 de janeiro de 1981, a Grécia tornou-se oficialmente um dos Estados-Membros das então
Comunidades Europeias. Assim, materializou-se o segundo alargamento. O Tratado de
Adesão havia sido assinado a 28 de maio de 1979
A 12 de junho de 1985, são assinados os Tratados de adesão da Espanha e de Portugal às
Comunidades Europeias.
Consequências decorrentes do alargamento:
Com estes dois alargamentos, criou-se uma Europa comunitária muito heterogénea:
Por um lado, a estrutura das receitas e das despesas do orçamento comunitário criava
desigualdades acentuadas de benefícios entre os montantes entregues e os valores recebidos;
Por outro, ao clube dos países ricos, da primeira comunidade dos Seis, acrescido de outros do
primeiro alargamento, vem contrapor-se, com o segundo alargamento sobretudo, um núcleo
de países mais carenciados, com patamares inferiores de desenvolvimento, que acentua
grandemente as disparidades regionais dum vasto e descontínuo conjunto territorial
heterogéneo
Aprofundar a integração
A perspetiva da união económica monetária:
A ideia de uma unificação monetária vinha de longe. Mas foi a iniciativa alemã, na cimeira da Haia
de 1969, que, num contexto de crise monetária internacional, determinou a apresentação do plano
Werner, no qual se propunha a realização da união económica e monetária por etapas.
Considerado demasiado ambicioso por alguns, apenas se conseguiu uma primeira experiência
malsucedida de coordenação das paridades das moedas, a «serpente monetária». Na sequência deste
falhanço, é posto em funcionamento um sistema monetário europeu (SME), primeira etapa bem-
sucedida dum efetivo processo de unificação que resultará mais tarde, no final da década de 90, na
moeda única europeia
A cimeira de Paris de 1972:
A 19 de outubro são definidos novos campos de ação para as Comunidades, nomeadamente a política
regional do ambiente e da energia
A CEE tentou imprimir um novo impulso à integração monetária com a criação da “serpente no
túnel”: um mecanismo de flutuação controlada das moedas (a “serpente”) dentro de margens de
flutuação estreitas em relação ao dólar (o “túnel”)
Incapaz de resistir à crise petrolífera, à debilidade do dólar e às divergências na política económica, a
“serpente” perdeu a maioria dos seus membros em menos de 2 anos, ficando reduzida a uma “zona
do marco”, que incluía a RFA, os países do Benelux e a Dinamarca
A 22 de julho de 1975: é assinado um tratado que reforça os poderes orçamentais do Parlamento Europeu e
cria o Tribunal de Contas Europeu. Entra em vigor a 1 de junho de 1977.
A 1 de dezembro de 1975: é decidida a eleição do Parlamento Europeu por sufrágio universal. Foram
necessários 25 anos para que a Comunidade tomasse esta decisão, muito embora a eleição já estivesse
prevista nos tratados de Roma.
Na Cimeira de Bremen, que ocorre entre 6 e 7 de julho de 1978, a França e a RFA propõem o relançamento
da cooperação monetária através da criação de um Sistema Monetário Europeu (SME), que deverá substituir
a “serpente”. O SME começa a funcionar a 13 de março de 1979.
O Sistema Monetário Europeu (SME):
Com o fracasso da serpente monetária, os responsáveis europeus procuram fórmulas alternativas para
cuidarem da estabilidade das respetivas moedas. É neste contexto que o presidente da Comissão
Europeia lança uma proposta tendente à união monetária. Considerava-se importante sair da
hegemonia monetária americana, estabilizar as moedas comunitárias e fazer convergir a economia
europeia
Todos os Estados comunitários, com exceção do RU, participaram, embora se tenham verificado
desistências (Portugal, Grécia). Obteve um sucesso incontestável, garantiu uma razoável estabilidade
económica e encorajou a disciplina financeira
O SME foi capaz de resistir ao segundo choque petrolífero de 1979-80, à alta do dólar e das taxas de
juros de 1980-85. Teve a vantagem acrescida de funcionar como mecanismo de pressão sobre os
governos para procederem a alterações das suas políticas económicas e se comprometerem nas
obrigações resultantes do sistema monetário comum
Apesar de ser por vezes designado como a serpente melhorada, a verdade é que comportava uma
novidade importante em relação à versão anterior: tinha uma unidade de conta própria (ECU) e não
se correlacionava diretamente com uma divisa externa (o dólar americano)
Baseava-se no conceito de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis
As moedas de todos os Estados-Membros, exceto o Reino Unido participaram deste mecanismo de
taxas de câmbio
As taxas de câmbio eram baseadas em taxas centrais em relação ao ECU (“European Currency
Unit”), a unidade de conta europeia, que consistia numa média ponderada das moedas participantes
Ao longo de dez anos, o SME contribuiu muito para reduzir a variabilidade das taxas de câmbio:
A flexibilidade do sistema, aliada à vontade política de atingir uma convergência económica,
permitiu alcançar a estabilidade monetária
A 28 de fevereiro de 1984 foi lançado o European programme (EEC) for research and development in
information technologies (ESPRIT). O seu objetivo era promover a investigação e o desenvolvimento no
domínio das tecnologias da informação.
7 de janeiro de 1985, Jacques Delors assume a presidência da Comissão Europeia (1985-1995).
1) sucesso ou insucesso do ato único europeu:
A nível de sucesso, o Ato Único Europeu, através de medidas concretas e pragmáticas, permitiu a
transformação do mercado interno num mercado comum, reformou as instituições, criou competências,
preparou o terreno para a integração política e, mais tarde, para a unificação monetária. Para além disso,
executou a reforma da PAC e reestruturou o orçamento comunitário.
A nível de insucesso, foi o facto de o Ato Único Europeu não ter conseguido realizar os seus objetivos no
tempo predeterminado.
2) tratado de Maastricht linhas principais:
O Tratado de Maastricht está assente em três pilares: a Comunidade Europeia; a Política Externa e de
Segurança; Justiça e Assuntos internos. Insere-se ainda em duas vertentes fundamentais, que são o início da
união política e a realização de uma união económica e monetária.
3) justificar porque é que os processos de negociação eram tão complicados:
Ato Único Europeu (AUE):
Entre 2 e 4 de dezembro de 1985, no Conselho Europeu do Luxemburgo, os Dez acordaram rever os
Tratados de Roma que instituíram a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade
Europeia da Energia Atómica
O objetivo era relançar a integração europeia e realizar o mercado interno (um espaço sem fronteiras
internas, em que existe livre circulação de mercadorias, pessoas, serviços e capitais) até 1 de janeiro
de 1993
O AUE alterou as regras de funcionamento das instituições europeias e alargou as competências da
então Comunidade Europeia em vários domínios políticos
Mediante a definição de novas competências comunitárias e a reforma das instituições, o AUE
preparou o terreno para o reforço da integração política e para a União Económica e Monetária, que
seriam posteriormente instituídas pelo Tratado da União Europeia (Tratado de Maastricht).
O AUE foi assinado a 17 de fevereiro de 1986, por 9 Estados-Membros das então CE: Bélgica,
Espanha, França, Irlanda, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido e República Federal da Alemanha. A
cerimónia de assinatura decorreu na cidade de Luxemburgo. O segundo momento de assinatura
aconteceu a 28 de fevereiro de 1986, com a Dinamarca (após o resultado positivo de um referendo
nacional), a Grécia e a Itália. Teve lugar em Haia, nos Países Baixos
PPT Pascoal:
Anos finais da guerra fria:
Crescentes dificuldades económicas da URSS
Impasse no Afeganistão
Strategic Defense Initiative (EUA)
Liderança Gorbatchev na URSS a partir 1985: perestroika (reestruturação) e glasnost (transparência)
Aproximação gradual dos EUA e da URSS
1987 – Referência a uma “Casa Comum Europeia” por Gorbatchev
Passagem da “Doutrina Brejnev” à “Doutrina Sinatra”
Gradual liberalização dos regimes políticos nos estados-satélite da URSS ao longo de 1989 (Polónia,
Hungria)
Queda do Muro de Berlim (1989); efeito-dominó nos restantes estados da Europa Central (RDA,
Checoslováquia, Bulgária, Roménia)
Planos imediatos de reunificação alemã
Alguma resistência sistémica ao surgimento deste novo ator no centro da Europa (FR, UK)
Assinatura de um Tratado de Unificação (e tratado 2+4) em 1990; plena soberania do Estado alemão
Acordo de fronteiras com a Polónia
Território da RDA passa a fazer parte das CE
Extinção do Pacto de Varsóvia e do COMECON em1991
Dissolução da URSS e da Jugoslávia em 1991
Guerras nos Balcãs Ocidentais
Conselho Europeu de Estrasburgo (1989); reunificação alemã requer algumas condições:
Feita de acordo com os princípios da Ata Final de Helsínquia;
Contrapartida ao nível comunitário: aprofundamento da integração europeia, tanto económica
(UEM) como política
Como reorganizar o espaço europeu com o fim da bipolaridade política que dividiu o continente?
O que estava em jogo?
o Renascimento da ideia de uma Europa “do Atlântico aos Urais”, numa organização pan-europeia
o O que fazer à OTAN? Extingue-se? Continua? Muda-se? Alarga-se? Até onde?
o Pressão para integração dos estados da Europa Central nas estruturas existentes (OTAN, CE como
modelos de estabilidade e prosperidade e polos de atração)
o Disparidades políticas, económicas e sociais a terem conta
Planos imediatos - I
Primeira proposta por Mitterrand (1989): Confederação Europeia com todos os estados europeus
Primeiro passo para a adaptação (política, social, económica) antes da adesão à CE
EUA céticos (não envolvidos)
Estados da Europa Central rejeitam (retardamento da adesão)
Planos imediatos - II
Segunda proposta por Gorbatchev (1989)
Ideia de antecipação da Cimeira da CSCE para 1990 (prevista para 1992)
Cimeira de Paris (1990) de onde sai a “Carta para uma Nova Europa”
Medidas para criação de instituições permanentes
Que se transforma em Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na
Conferência de Budapeste (1994)
OSCE – Instituições I:
o Conselho de Ministros
o Conselho Permanente
o Assembleia Parlamentar
OSCE – Instituições II
Gabinete para os Assuntos Democráticos e Direitos Humanos (ODHIR): monitorização de eleições;
apoio à consolidação de instituições e do estado de direito; respeito pelos DH e liberdades; apoio à
sociedade civil
Alto-Comissário da OSCE para as Minorias Nacionais: mecanismos de alerta precoce de
instabilidade, tensão e conflito; recolha de informação e produção de relatórios
Centro de Prevenção de Conflitos: planificação e estabelecimento de missões no terreno
Tribunal de Conciliação e Arbitragem
Importância da OSCE
Prevenção de conflitos/diplomacia preventiva
Construção de instituições
Consolidação da democracia
Gestão de crises
Resolução de disputas/mediação
Reconstrução pós-conflito
Fórum para o diálogo e troca de informação
Papel como norm setter e promotora da estabilidade regional
Limites da OSCE
o Não está dotada de um sistema de supervisão forte e efetivo
o Não tem poder de impor sanções ou aplicar decisões, estando dependente da vontade dos atores
políticos em implementar compromissos e acordos
o Carácter vago e ambíguo das decisões adotadas
o Fosso entre necessidades e capacidades reais (meios financeiros e recursos humanos limitados)
Forças da OSCE:
O seu alcance regional muito abrangente
Tanto EUA como Rússia estão presentes
Fórum de segurança comum (mas não de segurança coletiva) onde são discutidos problemas comuns
O seu envolvimento num conjunto de ações de prevenção e (re)-construção pós-conflito em antigas
repúblicas soviéticas e jugoslavas
O facto de não ter meios de imposição potência a aplicação voluntária de decisões (elas mesmas
tomadas por consenso) e o seu envolvimento ativo visto como imparcial
A OTAN no pós-Guerra Fria
“Crise existencial” da OTAN
Como reorganizar a segurança coletiva na Europa? OSCE, UEO, UE
Complementaridade, cooperação, subordinação, competição, duplicação de meios?
Como articular a criação de uma Identidade Europeia de Segurança e Defesa com os parceiros
transatlânticos?
Como lidar com os PECO e as antigas repúblicas soviéticas?
OTAN sobrevive
Evolução do conceito estratégico da OTAN na Cimeira de Bruxelas (1994) e na de Washington
(1999)
Deixa de estar orientada pelos princípios da defesa avançada e de resposta flexível para adotar um
conceito de intervenção fora de área
Identificação de novas ameaças e revisão de objetivos
Alargamento da OTAN em três vertentes:
área de responsabilidade operacional (novos membros)
área de interesse operacional (intervenções fora de área – “globalização da OTAN”)
Parceria para a Paz (acordos de parceria com estados não-membros da OTAN (atualmente, a
totalidade dos estados europeus com exceção de Chipre)
Contexto – As CE
o Início 1980s
o Estagnação económica; desemprego, inflação
o “Eurosclerose”
o UA não tinha tido sequência no projetado MC
o Ainda havia barreiras não-aduaneiras (normas técnicas diferenciadas, controlos de qualidade, normas
de saúde e de segurança, tributação indireta)
o Regresso da ideia do MC em torno das quatro liberdades
o Comissão reassume alguma iniciativa política: Jacques Delors (1985)
o Conjunto de propostas legislativas num Livro Branco da Comissão (1983)
o Convocação de uma Conferência Intergovernamental (CIG) em 1985
o 1986: assinatura do Ato Único Europeu com expansão poderes das CE; mercado único até 1992
o Ressurgem planos de concretização de uma “União Política”; como dar-lhe substância?
o Como uma das últimas fases do processo gradualista da integração europeia (a metáfora da “bicicleta
em andamento permanente”; concretização do spill over)
o Tendo em conta também o desanuviamento do fim da GF
o E algum ceticismo em relação à reunificação alemã