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Participaram Grã -Bretanha, França, Rú ssia, Alemanha, Á ustria-Hungria e Itá lia.
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econó mica mundial pelo seu volume de exportaçõ es e pela sua participaçã o no comércio
internacional.
A Rú ssia era um país atrasado, muito embora com importantes bolsas industriais.
Também a Á ustria-Hungria e a França, revelavam poder militar e naval muito embora, em
termos econó micos se mantivessem muito atrá s da Grã -Bretanha ou da Alemanha.
Deste modo, a futura guerra seria um facto decisivo a vá rios títulos (permitia
manter a ordem interna mais coesa, reforçar o poder e a posiçã o internacional das
potências vencedoras2).
O estatuto de grande potência também se definia com a sua relação com os Estados
fracos, os quais esperavam protecçã o e solidariedade face à ameaça das potências hostis. A
sua defesa dependia destas alianças e o prestígio das potências media-se pela sua
capacidade de cumprir com estes requisitos, da manutençã o duma relaçã o de patronage.
Embora a Itá lia almejasse o estatuto de grande potência, o seu valor real como
aliado militar de peso era duvidoso. O conflito social e a crise do parlamentarismo
acentuava-se, o deficit do Estado aumentara grandemente com a guerra contra a Turquia,
em 1911, que levara à ocupaçã o da Líbia. Os seus interesses dividiam-se entre a fidelidade
à Tripla Aliança no qual a Austria-Hungria aparecia com interesses rivais e o alinhamento
pela Entente. Daí que no inicio das hostilidades, a Itá lia tivesse optado pela neutralidade.
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Houve um movimento pela paz apoiado sobretudo por sociais-democratas e liberais que se
opunham ao aumento das despesas militares e ao controlo da diplomacia por profissionais. As
tentativas de limitaçã o da corrida aos armamentos vieram da Rú ssia, tendo sido realizada uma
conferência internacional em 1907. Todas estas iniciativas mostraram-se sem consequências
práticas.
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A Grã-Bretanha era uma potência atlâ ntica com interesses hegemó nicos globais,
era o centro do capitalismo financeiro mundial e a maior potência naval do mundo. Do
ponto de vista militar, nã o tinha nenhuma obrigaçã o formal de apoiar a França e nã o tinha
interesses directos na questã o que opunha a Á ustria à Rú ssia. A sua principal preocupaçã o
era travar e escalada militarista alemã e a emergência da Alemanha como a maior potência
europeia. Desse ponto de vista, a fragilizaçã o dos seus aliados no continente europeu nã o
lhe interessava.
Apó s a derrota da Espanha em Cuba, os EUA que tinham já uma forte influência na
América Central e do Sul assumiram um maior protagonismo nas questõ es do Extremo-
Oriente4. Theodore Roosevelt (1858-1919) e o seu sucessor William Howard Taft (1857-
1930) trouxeram um maior protagonismo dos EUA na esfera internacional, começando
esta a jogar como grande potência nas questõ es extra-europeias. No entanto, o seu
potencial foi dramaticamente subestimado pelas potências europeias. Os EUA tinham
força naval mas o seu pequeno exército de voluntá rios parecia torná -los de menor
importâ ncia como aliado num conflito europeu.
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Ver também http://br.geocities.com/vinicrashbr/historia/geral/guerrarussojaponesa.htm.
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Recorde-se a política dos E.U.A. face à China.
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Na sequência do assassinato do príncipe herdeiro ao trono do Império Á ustro-
Hú ngaro, o Arquiduque Francisco Fernando, por nacionalistas sérvios, o ultimatum dado
pela Á ustria à Sérvia levou a Rú ssia a intervir em defesa do seu aliado. Para a Rú ssia, nã o
intervençã o em defesa da Sérvia significaria, na prá tica, que deixaria de aparecer na
Europa como grande potência. A Rú ssia nã o podia, pois, deixar de actuar desta maneira.
A mobilizaçã o russa, por sua vez, obrigou a Alemanha a intervir em defesa da Á ustria.
O jogo das alianças militares tinha entrado em funcionamento. Assim, a Alemanha exigiu
que a Rú ssia desmobilizasse o seu exército, considerando essa acçã o como um acto de
agressã o contra a Alemanha. A Rú ssia recusou-se a desmobilizar.
1º. Que seria uma guerra total (i.e. envolveria tanto a populaçã o civil como os
militares no esforço de guerra).
2º. Que nã o seria uma guerra fulminante. Pelo contrá rio, o conflito seria duradouro
(guerra de trincheiras a Ocidente e de movimentos a Leste), dada a capacidade da
diplomacia para chegar a acordos.
4º. Que terminaria com a ameaça de colapso do sistema social vigente, como viria
efectivamente a suceder.
Apenas com o apoio dos EUA, a Tríplice Entente conseguiu derrotar as potências
centrais. Efectivamente, os EUA tiveram um papel decisivo antes, durante e depois do
conflito. Como resultado, no final da guerra todos os países aliados estavam endividados
face aos EUA e tinham dívidas entre si.
Depois de 1918, tanto a Rú ssia como a Alemanha estã o fora do sistema internacional.
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Ao entrar na guerra (como parceiro e nã o como aliado), o presidente Wilson tornava
claro que nã o só que pretendia derrotar a Alemanha como redesenhar as relaçõ es
internacionais. Devido à sua posiçã o, os EUA iriam dominar a Conferência de Paris, apesar
do isolamento crescente de Wilson nos EUA. Por seu turno, Clemenceau, Orlando e Lloyd
George nã o partilhavam das suas ideias radicais.
A guerra que teve início em Agosto de 1914, segundo se pensava, seria curta e decisiva.
Pelo inverno, os vitoriosos estariam capazes de impor as suas condiçõ es aos vencidos. Tal
nã o seria assim: a Alemanha, embora ocupasse a Bélgica e parte do Nordeste da França,
nã o tinha sido capaz de derrotar as forças aliadas de forma decisiva.
A posiçã o da Alemanha face à Bélgica foi em grande parte responsá vel pelo malogro dos
entendimentos que poderiam ser firmados com os aliados. A invasã o da Bélgica foi
responsá vel pela entrada da Grã -Bretanha no conflito e a Alemanha reclamava para si uma
Bélgica sob sua esfera de influência ou mesmo com possíveis anexaçõ es territoriais, que
iriam até ao territó rio Francês. A França, por seu turno, recusava-se a encetar negociaçõ es
enquanto houvesse um soldado alemã o em solo francês. A França entendia que entrar em
negociaçõ es em tal posiçã o seria um sinal de evidente fragilidade que a impediria de
reivindicar a Alsácia-Lorena. Para os alemã es, esta questã o nã o iria entrar em negociaçõ es,
a falta de flexibilidade por parte da diplomacia conduzia à intensificaçã o dos esforços no
campo de batalha na frente ocidental.
Na frente oriental, a situaçã o era igualmente pouco clara no Inverno de 1914. Os alemães
tinham conseguido uma vitó ria em Tanneaberg mas os russos tinham derrotado os
austríacos na Galicia. A Á ustria nã o tinha ainda conseguido vencer os Sérvios e o Império
Otomano só entra no conflito em finais de Outubro. Um conjunto de estados do Danubio e
do Bá ltico ainda nã o tinham declarado o seu alinhamento (Roménia, Bulgá ria, Grécia e
Itá lia). A entrada da Itá lia na guerra nos finais de 1914 apenas conseguiu abrir mais uma
frente de guerra contra os austríacos. A Batalha de Jutland tinha mostrado que a
supremacia naval dos britâ nicos estava ainda em discussã o, pois os alemães ainda nã o
tinham sido derrotados decisivamente. O bloqueio econó mico à Alemanha e a guerra
submarina mostrar-se-ia mais importante que as batalhas navais.
No Inverno de 1916 nã o se vislumbrava ainda um fim para a guerra. Esta tinha-se tornado
total, já que o gigantesco esforço de guerra em homens, matérias-primas, equipamentos e
armamentos tinha conduzido a uma mobilizaçã o da populaçã o civil para as fá bricas e para
a guerra. A sociedade civil sofria com cortes profundos no abastecimento de alimentos e
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de matérias-primas, mesmo apó s os governos encetarem medidas de controlo da
economia sem precedentes nos países liberais.
As potências centrais apenas podiam combater com os seus pró prios recursos. A guerra
química tinha sido já uma resposta ao bloqueio econó mico, assim como a base de
“sintéticos” de substituiçã o de matérias-primas, enquanto os aliados podiam recorrer a
empréstimos aos EUA apó s a autorizaçã o dada pelo Congresso de 1918.
A propaganda tornou-se mais importante à medida que ambos os lados percebem que a
moral e os objectivos da guerra nã o eram claros. A guerra parecia ser uma enorme
monstruosidade absurda e, para os socialistas, era alimentada pela ganâ ncia dos
capitalistas que estavam a lucrar com ela.
Em 1917, a França esperava obter uma paz separada com a Á ustria-Hungria enquanto os
Alemã es desde 1915 que procuravam chegar a um acordo com a Rú ssia. Outro ênfase era
colocado na busca de aliados cujo valor militar foi subestimado como sucedeu com a
Roménia e com a Itá lia.
Também nenhum dos aliados tinha experiência na gestã o de coligaçõ es. A coordenaçã o
das operaçõ es na logística e na frente mostrou-se um problema magno para ambas as
partes. Só em Novembro de 1917 foi criado o Conselho de Guerra Supremo dos Aliados e
os países centrais nunca tiveram um ó rgã o equivalente.
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Até ao inicio de 1917 todos os países colocavam os seus objectivos de guerra em termos
de anexaçã o territorial, esferas de influência e compensaçõ es num quadro em que as
negociaçõ es viviam da satisfaçã o a velhas aspiraçõ es capazes de garantir a paz por um
longo período de tempo. A “diplomacia secreta” mostra que se pensava ainda que a vitó ria
completa seria possível.
Nos dois campos, a discussã o sobre os objectivos de guerra foi abafada com receio da
desagregaçã o da coesã o das forças aliadas e mesmo com a perda dos consensos internos.
Os objectivos de guerra da Rú ssia foram fixados por Sazonov, Ministro dos Negó cios
Estrangeiros. A Rú ssia pretendia anexar territó rio alemã o e austríaco e via o nascimento
de uma Sérvia grande sob a sua alçada que incluiria a Bó snia, a Herzegovina, a Dalmatia e
parte da Albâ nia. Deveria nascer um reino Checo que faria parte do Império Austro-
hú ngaro.
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O Japã o declara guerra à Alemanha a 23 de Agosto de 1914, já que cobiçava as possessõ es
alemã s no Extremo Oriente e uma influência predominante na China. A sua entrada no
conflito deu-se contra a vontade dos britâ nicos. A “Questã o de Shantung” tem esta
problemá tica central: obter dos aliados assentimento sobre as pretensõ es hegemó nicas do
Japã o sobre a China. A Grã -Bretanha estava desejosa de aplicar a sua frota naval
estacionada no Extremo Oriente (no Pacifico) no mar Mediterrâ neo e acabou por
concordar com as pretensõ es japonesas.
As potências centrais também tentaram realizar uma campanha mas nã o havia acordo
entre os alemã es e os austríacos sob as concessõ es que poderiam ser feitas e nã o foi
possível fixar uma agenda de negociaçõ es sequer. A Alemanha decide obrigar a Grã -
Bretanha a ceder sob a ameaça da fome devido ao bloqueio, imposto pela guerra
submarina, mesmo correndo o risco de precipitar a entrada dos EUA no conflito, o que
efectivamente viria a suceder. Mas os alemã es consideravam que a Grã -Bretanha
capitularia antes que o apoio americano se começasse a fazer sentir no palco nas
operaçõ es militares.
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em Abril de 1917 como um “associado” e nã o como um “aliado”, marcando assim as
distâ ncias.
Os aliados continuavam em busca de uma paz separada, ao mesmo tempo que eram
empurrados para apoiar a questã o das nacionalidades (Note-se que os polacos e os checos
tinham sido recrutados pelos franceses para combater na frente ocidental).
Para o ministro inglês Lloyd George e para o presidente Wilson, o discurso sobre as
nacionalidades (Janeiro de 1918) visava a situaçã o de autonomia dentro dos impérios e
nã o a sua desintegraçã o. Mas algumas das posiçõ es de Wilson (a liberdade dos mares, por
exemplo), nã o eram bem aceites pelos britâ nicos e seus aliados, assim como a ausência de
mençã o à s indemnizaçõ es de guerra nos seus 14 pontos.
“Paz sem Vitó ria”. Através desta fó rmula, Wilson está também na disposiçã o de
reconhecer o governo soviético e de o trazer à “Comunidade” dos Estados. Pretendia
também garantias internacionais do cumprimento dos princípios da nova ordem, o que
passava pela criaçã o da Liga e por um maior protagonismo dos EUA na Europa. Tanto
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Lloyd George como Wilson concordavam redesenhar a Europa Central e o Pró ximo
Oriente sob os escombros dos dois impérios vencidos (o Império Austro-hú ngaro e o
Império Otomano) .
A 3 de Outubro de 1918, a Alemanha pede o armistício aos EUA na base dos 14 pontos.
Note-se que também os aliados tinham aceitado os 14 pontos como base para as
negociaçõ es de paz. A partir daqui o desfecho da guerra estava traçado. A 30 de Outubro
de 1918, a Turquia assina o Armistício e, a 3 de Novembro, é a vez da Á ustria–Hú ngria.
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CRONOLOGIA:
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BIBLIOGRAFIA:
GILBERT, Marting ‘A Primeira Guerra Mundial’, Esfera dos Livros, Lisboa, 2007
SALVADORI, Massimo ‘Histó ria Universal, volume 14’, Planeta de Agostini, /l 2005
RECURSOS NA WEB
http://pt.wikipedia.org/wiki/I_Guerra_Mundial
http://pt.en.wikipedia.org/wiki/Entente_Cordiale
http://pt.en.wikipedia.org/wiki/Triple_Aliance_(1882)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Balc%C3%A3s
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Otomano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra _Russo-japonesa
http://www.geocities.com/ibnkhaldoun_2000/jovensturcos.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%c3%a7%C3%A3o_Chinesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Hispano-Americana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manch%C3%BAria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Theodore_Roosevelt
http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Howard_Traft
http://www.geocities.com/vinicrashbr/historia/geral/gerrarussojaponesa.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Fernando
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Paz_de_Paris_(1919)
http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Clemenceau
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vittorio_Emanuele_Orlando
http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Lloyd_George
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_das_Na%C3%A7%C3%B5es
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