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A estranheza na normalidade no Memorial do Convento

O Memorial do Convento é uma obra de José Saramago, cuja história está centrada
sobre duas personagens, Baltasar e Blimunda. A ação situa-se no século XVIII, durante
o reinado de D. João V, marcado pela ostentação e pela promessa e construção do
convento de Mafra. No memorial, o que eu considerei mais interessante foi a maneira
como Saramago retratou a relação de Baltasar e Blimunda ao longo do livro e a figura
do padre Bartolomeu Lourenço e como ela contrasta com a época do século XVIII.

Eu considerei a relação de Baltasar e Blimunda ao longo do livro um dos aspetos mais


interessantes da obra, pela maneira como é tão atípica ao século XVIII. Tendo em conta
a minha interpretação da obra, é um romance que é fora do normal social, não só pelo
amor que ambos nutriam um pelo outro e pelas capacidades únicas de Blimunda, mas
quando comeram a sopa com a mesma colher, eles conseguiram ter a inteligência
emocional para consolidar o seu amor e declararem-se “casados” com a bênção do
padre Lourenço.

Outro aspeto que achei cativante foi a figura do padre Bartolomeu Lourenço, porque
também não se enquadrava na “normalidade social” da época. Pessoalmente, eu acredito
que acrescenta uma originalidade fantástica e particular ao livro. No romance de
Saramago, ele é o completo oposto do clero. Bartolomeu era uma luz num mundo
religioso caído na ganância e obscuridade. A maneira como ele casou Baltasar e
Blimunda e a construção e voo da passarola mostra o seu génio e o seu pensamento
alternativo.

Em suma, os aspetos mais cativantes da obra são, na minha opinião, a relação amorosa
das personagens principais e a figura do padre Bartolomeu Lourenço, que apresenta
uma perspetiva muito particular sobre ser padre no século XVIII.

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