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Guião de Estudo
História A
12º Ano de Escolaridade Ano letivo 2023-2024
Módulo 8.1. DA II GUERRA MUNDIAL À DEFINIÇÃO DE UMA NOVA REALIDADE GEOPOLÍTICA:
A AFIRMAÇÃO DA URSS E DOS EUA NO PÓS-GUERRA
Desde 1942, antes do final do conflito, sucederam-se várias cimeiras entre as várias potências aliadas para
delinear estratégias de guerra/coordenar as operações militares e para preparar a paz que se
aproximava/reconstituir o mundo após a guerra.
1943 – Casablanca, Washington, Quebeque, Moscovo (reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos
EUA, Grã-Bretanha e URSS para preparar a Conferência de Teerão: tribunal internacional para crimes de
guerra, organização supranacional, desarmamento geral), Cairo e Teerão (reunião com a presença dos Três
Grandes, Churchill, Roosevelt e Estaline: preparar o desembarque na Normandia, ponderar a divisão da
Alemanha, discutir as fronteiras da Polónia e propor a construção de uma paz duradoura);
1944 – Bretton Woods (criar uma nova ordem económica e financeira internacional no pós-guerra);
Dubarton Oaks (apresentar propostas para uma nova organização supranacional) e Moscovo (encontro
entre Churchill e Estaline para propor a delimitação de zonas de influência Leste/Oeste);
Contexto
- Associação das potências que lutavam contra o Eixo, consideradas “nações unidas”;
- Avanço triunfante do Exército Vermelho pelos territórios ocupados a leste pelos Nazis (Polónia, Roménia,
Bulgária, grande parte da Hungria e da Jugoslávia), impondo pesadas derrotas à Alemanha;
- Apesar da libertação da França e da Bélgica, os exércitos das democracias ocidentais mostravam algumas
dificuldades, progredindo lentamente em direção à Alemanha.
Objetivo
- Estabelecer as regras que deviam sustentar a nova ordem internacional do pós-guerra.
Consequências
- Estaline saiu claramente vencedor desta cimeira. Churchill tentou travar a sua influência, mas não contou
com o apoio firme de Roosevelt, enfraquecido pela doença e sensível aos argumentos de Estaline – as
enormes perdas humanas da URSS e o contributo decisivo do Exército Vermelho para a progressiva
derrota alemã.
- Foi a mais importante das cimeiras interaliadas, pelos reflexos que teve na definição da nova ordem
internacional – evidenciou os interesses opostos entre as grandes potências aliadas, vencedoras da
guerra, divididas num mundo capitalista e num mundo comunista.
Contexto
- Capitulação da Alemanha;
- Prossecução da guerra contra o Japão;
- Pretensões expansionistas de Estaline e do regime comunista;
- Explosão da primeira bomba atómica americana, a 16 de julho (teste nuclear bem-sucedido realizado no
deserto Jornada del Muerto, no sul do Novo México).
↓
CLIMA MAIS TENSO ENTRE AS PRINCIPAIS POTÊNCIAS ALIADAS
(divergências ideológicas e diferentes interesses geoestratégicos)
Consequências
- A Conferência de Potsdam refletiu o renascer da desconfiança das democracias ocidentais face ao
comunismo e às ambições expansionistas de Estaline. O clima de tensão, então surgido, irá instalar-se e
caracterizar os anos seguintes.
- Por isso, não alcançou uma solução definitiva para os países vencidos, apenas conseguindo confirmar e
pormenorizar aspetos já antes acordados em Ialta (sobretudo relativos à Alemanha, na condição de
derrotada).
Estas conferências interaliadas foram determinantes para a definição de uma nova realidade geopolítica
europeia, no contexto de uma nova ordem internacional marcada pela emergência de duas grandes
potências, vencedoras da guerra, face a uma Europa enfraquecida, destruída e desorganizada.
Embora nada tenha sido escrito nestas cimeiras sobre a definição de zonas de influência, nelas parece ter
surgido o esboço da divisão da Europa em duas áreas distintas:
- uma zona ocidental, destruída pela guerra e reconstruída graças à ajuda dos EUA, em cuja esfera de
influência acabará por cair;
- uma zona oriental, libertada da ocupação nazi graças à ação do Exército Vermelho, cujos países
optam por soluções políticas pró-comunistas, seguindo o modelo soviético.