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Triagem neonatal: Testes do olhinho,

orelhinha e coraçãozinho

Turma E - Gabriel Pessoa, Guilherme Bueno,


Gustavo Santana, Ingrid Ramos e Pedro Othon
Teste do olhinho ou
Teste do Reflexo Vermelho
Importância do exame

Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) - 06 de junho de 2001

Deficiência visual na infância afeta o desenvolvimento motor,


psicoemocional e cognitivo da criança

Desenvolvimento visual: período crítico nos primeiros 7 anos de vida,


especialmente os primeiros meses

Falhas na estimulação visual da retina => danos nas conexões da via óptica
até o cérebro e causar deficiência visual permanente
Epidemiologia

AIPC: 26 mil crianças cegas por doenças oculares preveníveis ou tratáveis no Brasil

40% das causas de cegueira infantil são evitáveis ou tratáveis

Deficiência visual na infância: retinocoroidite por toxoplasmose, catarata infantil,


glaucoma congênito, retinopatia da prematuridade e alterações do nervo óptico.

Cerca de 90% da visão se desenvolvem durante os dois primeiros anos de vida


Teste do Reflexo Vermelho (TRV)

Feito em todos recém-nascidos, nas primeiras 48 horas de vida ou antes da alta


hospitalar

< 32 semanas ou peso inferior a 1,5 Kg => teste deve ser feito entre a 4ª e 6ª semana de
vida

Repetir o exame => anormalidades em estágio inicial

Oftalmoscópio direto a cerca de 50-100 cm de distância dos olhos da criança para


observar o reflexo que sai da retina

Ambiente com pouca iluminação


Teste do Reflexo Vermelho (TRV)

Ambulatório
Berçário da
maternidade
Retinoblastoma

Exame normal: Reflexo vermelho


homogêneo e simétrico em
Catarata
ambos os olhos
congênita
Leucocoria em OD

Exame normal: Reflexo vermelho


homogêneo e simétrico em
ambos os olhos Opacidade corneana
congênita
Causas de TRV alterado

● Catarata congênita ● Vascularização fetal persistente


● Glaucoma congênito ● Hemorragia vítrea
● Retinoblastoma ● Estrabismo
● Leucoma ● Anisometropia
● Inflamações intraoculares da retina ● Altas ametropias
e vítreo ● Luxações de cristalino
● Retinopatia da prematuridade ● Coloboma de polo posterior (disco
(ROP) no estágio 5 e retina)
● Uveíte (Toxoplasmose, Toxocaríase)
● Descolamento de retina
Anatomia do olho humano
Manifestações clínicas

Perda da fixação visual central

Dificuldade para seguir o movimento de


objetos oferecidos

Estrabismo (desvio ocular)

Nistagmo (tremor dos olhos)

Leucocoria (pupila branca) a olho nu ou fotos


com flash
Tratamento

Varia de acordo com o diagnóstico

Acompanhamento

Registrar o resultado do TRV na Caderneta da


Criança

Informar aos pais ou responsáveis sobre a


necessidade de repeti-lo

SBOP => 3x ao ano, nos primeiros 3 anos de


vida
Teste da orelhinha
Incidência de perda auditiva na população infantil

1-6 para cada 1000 nascidos vivos

1-4 para cada 100 RN em UTI neonatal


50% das perdas auditivas são idiopáticas

Sem riscos identificáveis

Triagem auditiva neonatal universal

Deve ser realizada no primeiro mês de vida


INDICADORES DE ALTO RISCO DE PERDA AUDITIVA

História familiar de surdez congênita

Anomalias craniofaciais

Espinha bífida

Síndromes genéticas

Intercorrências neonatais
Intercorrências Neonatais

Muito baixo peso ao nascer <1500g

Anóxia neonatal grave

Uso de ventilação assistida

Permanência em UTI > 5 dias

Sepse/Meningite neonatal
Intercorrências Neonatais

Infecções congênitas (TORCHS)

Uso de drogas ototóxicas

Hiperbilirrubinemia importante
Métodos de Triagem Auditiva Neonatal

Emissões Otoacústicas Evocadas


RN sem fatores de risco

Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico


RN com fatores de risco
Emissões Otoacústicas Evocadas
Registro da energia sonora gerada pelas células
da cóclea em resposta aos sons emitidos no
conduto auditivo externo.

Teste objetivo, rápido e barato

Não requer sedação

Falso positivo: vérnix ou secreções no canal auditivo

Avalia apenas sistema auditivo pré neural


Emissões Otoacústicas Evocadas
Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico

Registro das ondas eletrofisiológicas geradas em


resposta a um som.

Avalia a integridade neural das vias auditivas até tronco


cerebral.

Teste mais complexo e dispendioso

Necessita de sedação

Falso positivo: imaturidade do SNC (até 4 meses)


Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico
Protocolo da Triagem Auditiva Neonatal

RN sem fatores de risco EOAE

1ª FALHA Repetir EOA antes da alta

2ª FALHA PEATE antes da alta

1ª FALHA
Repetir em 1 mês
PEATE

2ª FALHA
Avaliação clínica e audiológica
PEATE
Protocolo da Triagem Auditiva Neonatal

RN com fatores de risco PEATE

1ª FALHA Repetir em 1 mês


PEATE

2ª FALHA
PEATE Avaliação clínica e audiológica
Acompanhamento do Desenvolvimento da Audição e da Linguagem
Teste do coraçãozinho
Cardiopatias Congênitas

Definição - Defeitos estruturais geneticamente


orientados que se apresentam na vida fetal e
ao nascimento
30% de todas as
malformações congênitas

9,4 casos a cada 1000


nascidos vivos
Epidemiologia
Maioria dos óbitos por
malformações congênitas
10 a 15% dos óbitos
infantis
Principais cardiopatias no período neonatal

Cardiopatias congênitas críticas

Hipóxia

Insuficiência cardíaca

Baixo débito
Cardiopatias com fluxo pulmonar dependente do
canal arterial

● Clínica
➔ Cianose
➔ Sem sinais de baixo débito sistêmico ou de desconforto
respiratório significativo
➔ Sem melhora significativa de saturação periférica após uso
de oxigênio
● Achados radiográficos
➔ Trama vascular pulmonar reduzida
➔ Sem velamentos pulmonares significativos
➔ Podendo ou não haver cardiomegalia
Cardiopatias com fluxo pulmonar dependente do
canal arterial

● Principais
➔ Atresia pulmonar com septo ventricular íntegro
➔ Síndrome de hipoplasia do coração direito
➔ Estenose pulmonar valvar crítica
➔ Atresia pulmonar com comunicação interventricular
➔ Tetralogia de Fallot com atresia pulmonar ou com estenose
pulmonar crítica
➔ Ventrículo único com atresia pulmonar ou estenose
pulmonar crítica (ex.: atresia tricúspide)
➔ Anomalia de Ebstein da valva tricúspide
Cardiopatias com fluxo sistêmico dependente do
canal arterial

● Clínica
➔ Taquipneia e baixo débito sistêmico
➔ Taquidispneia progressiva que culmina com sinais de
choque (má perfusão periférica, taquicardia, palidez
cutânea, redução da amplitude dos pulsos arteriais,
hipotensão, acidose metabólica e falência
cardiopulmonar)
● Achados do exame cardiológico
➔ Precórdio hiperdinâmico com impulsões palpáveis
➔ Hiperfonese de bulhas, podendo ou não apresentar sopro
cardíaco
Cardiopatias com fluxo sistêmico dependente do
canal arterial

● Achados radiográficos
➔ Cardiomegalia discreta com aumento significativo da
trama vascular pulmonar
● Principais
➔ Síndrome de hipoplasia do coração esquerdo
➔ Estenose aórtica crítica
➔ Coarctação de aorta crítica ou hipoplasia do arco aórtico
➔ Interrupção do arco aórtico
➔ Ventrículo único funcional com coarctação ou interrupção
do arco aórtico (ex.: atresia tricúspide com coarctação de
aorta; dupla via de entrada de ventrículo esquerdo com
coarctação de aorta)
Cardiopatias com circulação em paralelo e
circulação dependente de comunicação interatrial

● Clínica
➔ Cianose precoce associada a taquipneia e desconforto
respiratório
● Achados radiográficos
➔ Área cardíaca normal ou um pouco aumentada
➔ Aumento da trama vascular pulmonar
Cardiopatias com circulação em paralelo e
circulação dependente de comunicação interatrial

● Principais

➔ Transposição das grandes artérias


➔ Transposição das grandes artérias com CIV
➔ Dupla via de saída de ventrículo direito com CIV
subpulmonar
➔ Conexão anômala total de veias pulmonares forma
obstrutiva (CIA restritiva ou infradiafragmática)
➔ Ventrículo único funcional com atresia de valva
atrioventricular e CIA restritiva
Principais cardiopatias no período neonatal

Cardiopatias congênitas graves

Não críticas

Sinais de insuficiência cardíaca

Hipóxia
Cardiopatias com shunt misto

● Clínica
➔ Taquidispneia, insuficiência cardíaca e discreta cianose

● Exame físico

→Precórdio hiperdinâmico
→Bulhas hiperfonéticas
→Sem sopros significativos

● Achados radiográficos
➔ Área cardíaca aumentada
➔ Aumento da trama vascular pulmonar
Cardiopatias com shunt misto

● Principais

➔ Conexão anômala total de veias pulmonares

➔ Tronco arterial comum

➔ Ventrículo único funcional com ou sem estenose pulmonar


Cardiopatias com shunt esquerda-direita exclusivo

● Clínica
➔ Taquidispneia e insuficiência cardíaca, sem cianose

● Exame físico

→Precórdio hiperdinâmico
→Hiperfonese de segunda bulha na área pulmonar

● Achados radiográficos
➔ Área cardíaca aumentada
➔ Aumento da trama vascular pulmonar
Cardiopatias com shunt esquerda-direita exclusivo

● Principais

➔ Conexão interventricular grande

➔ Defeito do septo atrioventricular forma total

➔ Persistência do canal arterial de grande tamanho

➔ Janela aorto-pulmonar

➔ Origem anômala da artéria pulmonar da aorta


Detecção de Cardiopatias Congênitas

Ideal → realizar diagnóstico fetal

Utilização de ultrassonografia e
ecocardiograma fetais

Planejamento adequado da conduta


pós-natal
Diagnóstico fetal das Cardiopatias Congênitas
Teste do Coraçãozinho

Teste da oximetria neonatal para triagem de


CCC no RN

Sensibilidade de 76% e especificidade de 99%

IG ≥ 35 semanas

Clinicamente bem,
Todos os RN
assintomáticos

Entre 24 e 48 horas de vida


extra-uterina
Teste do Coraçãozinho

Equipamento de oximetria
adequado

Protocolo de realização

Medida em dois sítios: mão


direita e membro inferior
Interpretação do teste do coraçãozinho
Diagnóstico Definitivo das Cardiopatias Congênitas

Diagnóstico definitivo e
diferencial

Ecocardiograma com Informações precisas sobre


mapeamento de fluxo em anatomia e funcionalidade
cores cardíacas

Não invasivo, baixo custo,


fácil reprodutibilidade
Tratamento

O tratamento não pode esperar o diagnóstico


definitivo

Dependendo da CCC, o tratamento inicial


pode envolver oxigenoterapia, ventilação
mecânica e utilização de PGE1
Referências bibliográficas
● https://portal.secad.artmed.com.br/artigo/problemas-oftalmologicos-na-infancia-a-ab
ordagem-na-atencao-primaria-a-saude
● https://www.sbteim.org.br/teste-do-olhinho.aspx
● https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/__20958d-DC_No1_set_2018-_Teste_do
_reflexo_vermelho.pdf
● Manual de Orientação Departamento Científico de Cardiologia e Neonatologia
(2019-2021), Sistematização do atendimento ao recém-nascido com suspeita ou
diagnóstico de cardiopatia congênita. Jorge Yussef Afiune.
● Zaeyen E. Triagem auditiva universal no recém-nascido In: Followup do recém-nascido
de alto risco. Ed. Lopes, JM e Lopes, SM. MEDSI Editora Médica e Científica Ltda; 1999.
Obrigado!

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