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GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA MEDCEL 2024

CÂNCER DE COLO DE ÚTERO


Epidemiologia: 2º tumor ginecológico mais comum, somente atrás de câncer de mama.
• Heterogeneidade entre as regiões: Sul e Sudeste mais câncer de mama. Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste mais câncer de colo de útero.
• Mulheres acima de 40 anos: A história natural do HPV é muito lenta, 7 a 10 anos até NIC virar um câncer invasor (imunocompetentes).

Fatores de risco:
• Principais: HPV subOpos 16 e 18
• Fatores relacionados a exposição ao HPV: MúlOplas parcerias, parceria exposta, primeira relação precoce, outras ISTs, imunossupressão.
• MulOparidade.
• Tabagismo: Pior resposta à presença do vírus HPV, além de uma associação direta.
• Condições sanitárias precárias.

Manifestações clínicas: Na maioria das vezes, assintomáOco.


• Sintomas em fase avançada: Sinusorragia). Pode haver leucorreia com odor féOdo, devido a necrose do tecido.

DiagnósSco: Biópsia.
• PrevenSvo: Pode ter muitos falsos negaSvos quando já existe doença invasora.
DiagnósSco diferencial: Ectopia do tecido glândulas, comum por es[mulo estrogênico. Principal causa de sinusorragia e mucorreia. Apesar
de ser mais comum, sempre é necessário descartar neoplasia invasiva do colo.

Tipos histológicos:
• Carcinoma epidermoide ou espinocelular ou carcinoma de células escamosas (70 a 80%): Neoplasia da ectocérvice.
• Adenocarcinoma: Neoplasia da endocérvice, relacionada a pior prognósOco.

Estadiamento: O estadiamento é CLÍNICO, a parSr do toque retal para avaliar acomeSmento dos paramétrios. A RNM tem maior acurácia para a detecção de
metástase parametrial. Se possível, realizar RNM, mas se for atrasar o tratamento, realizar o toque retal.
Estadiamento e conduta:
• Estágio 0: Adenocarcinoma in situ.
o Conduta: Conização.

• Estágio I: Tumor restrito ao colo.


o IA1: Até 3 mm de invasão, carcinoma microinvasor.
§ Conduta: Piver I
§ Se desejo reproduSvo: Realizar conização com margens livres.
o IA2: 3 a 5 mm de invasão, carcinoma microinvasor.
§ Conduta: Piver II ou III.
o IB1: ≤ 2 cm, já sendo visível macroscopicamente.
§ Conduta: Piver III.

o IB2: de 2 até 4 cm.


§ Conduta: Piver III.

o IB3: a parOr de 4 cm.


§ Conduta: Radioterapia + Quimioterapia radiossensibilizante.

• Estágio II: 2/3 superiores da vagina.


o IIA1: ≤ 4 cm.
§ Conduta: Piver III.
o IIA2: > 4 cm.
§ Conduta: Radioterapia + Quimioterapia radiossensibilizante.
o IIB: Invasão de paramétrios.
§ Conduta: Radioterapia + Quimioterapia radiossensibilizante.
§ Inoperável: ‘’chegou no Paramétrio, parou, não opera mais’’.

• Estágio III: Inoperável.


§ Conduta: Radioterapia + Quimioterapia radiossensibilizante.

o IIIA: 1/3 inferior da vagina.

o IIIB: Compressão do ureter (hidronefrose ou rim não funcionante) ou paramétrios até a parede pélvica (osso ilíaco).

o IIIC: Metástases para linfonodos pélvicos e paraórScos.

• Estágio IV: Inoperável.


§ Conduta: Radioterapia + Quimioterapia radiossensibilizante.

o IVA: Invasão de bexiga ou reto.


o IVB: Metástase a distância.

Obs.: Só é possível diferenciar os carcinomas microinvasivos a parSr de uma conização com estudo histopatológico.
• Exemplo: Paciente com suspeita de NIC 2 ou 3, com resultado de carcinoma pela biópsia, ou seja, conização em estágios iniciais para estadiamento.
Cirurgias:
• Piver I: Histerectomia com reSrada de corpo e colo do útero.

• Piver II: Histerectomia com reSrada de corpo e colo de útero + ReSrada do 1/3 superior da vagina + ReSrada de paramétrios bilateralmente +
linfadenectomia pélvica.

• Piver III: Histerectomia radical. Não há necessidade de reSrada de anexos.


GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA MEDCEL 2024

Paciente sem condições cirúrgicas:


• Radioterapia + Quimioterapia radiossensibilizante.
• A eficácia da quimio e da radioterapia é semelhante à cirurgia. Após a radioterapia a vagina fica atrófica e encurtada, dificultando a vida sexual.

Paciente na emergência:
• Reposição volêmica + tamponamento vaginal (gaze).
• Transferência para biópsia.

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