Você está na página 1de 33

COMPLEXO DOENÇAS

RESPIRATÓRIAS DE
BEZERROS
M.V. Giovanna Mondadori Avila
Residente de Clínica Médica de Grandes Animais
Mestranda em Ciência Animal – CAV/UDESC
CDRB
Broncopneumonia: é uma inflamação dos bronquíolos, parênquima
e pleura, decorrentes da invasão pulmonar por agentes infecciosos
(bacterianos e virais), transportados pelo ar.
CDRB
 Acomete mais comumente bezerros de rebanhos leiteiros;
 Pode ocorrer de forma endêmica ou na forma de surtos;

 No Brasil a Pneumonia Enzoótica dos Bezerros é a mais frequente em


sistemas intensivos de produção;

 Nos rebanhos de corte (EUA e Europa) a enfermidade mais frequente


é a Febre dos Transportes ou Pasteurolose Pneumônica (Mannheimiose
Pneumônica);
 Fatores estressantes podem levar ao aparecimento da enfermidade.
CDRB
 A intensificação na produção de bovinos tem favorecido o
aumento das enfermidades respiratórias;

 Perdas econômicas expressivas: queda no ganho de peso,


mortalidade, custos com mão de obra, medicamentos e
veterinário;

 Manejo preventivo é a forma mais eficaz de diminuir a


incidência de enfermidades respiratórias e otimizar o ganho do
produtor.
MECANISMOS DE DEFESA PULMONAR
FATORES DE RISCO
 ETIOLOGIA MULTIFATORIAL:

Condições ambientais desfavoráveis aos animais + práticas de manejo inadequadas

Falhas no mecanismo de defesa dos bezerros, possibilitando a sobrecarga


pulmonar com agentes infecciosos virulentos.
FATORES DE RISCO
RELACIONADOS AO PATÓGENO

 Várias espécies de bactérias, vírus e micoplasmas contribuem para a


patogênese, gravidade e natureza das broncopneumonias.

 O estresse infeccioso causado pelas infecções do trato respiratório


por micoplasmas ou vírus ( VSRB, VDBV, IBR), criam condições para
que as bactérias comensais do sistema respiratório se multipliquem
de forma exacerbada, determinando o quadro de broncopneumonia.
FATORES DE RISCO
RELACIONADOS AO PATÓGENO
 Os vírus reduzem a capacidade do trato respiratório de eliminar
patógenos bacterianos, pois causam uma lesão no epitélio ciliado das
vias respiratórias, diminuindo a capacidade de fagocitose ou o
potencial bactericida dos macrófagos alveolares, reduzindo a resposta
imune local.

 O nível de exposição aos agentes infecciosos é um fator de risco


complexo e de difícil manejo preventivo.
 Reduzir carga bacteriana e viral;
 Controlar o momento da exposição (cargas elevadas de patógenos x
estresse ambiental ou de manejo).
FATORES DE RISCO
RELACIONADOS AOS
ANIMAIS
 Incidênciadas afecções do CDRB
aumenta entre 2 semanas a 4
meses de vida;

A medida que os anticorpos


colostrais diminuem a
susceptibilidade ao CDRB
aumenta.
FATORES DE RISCO RELACIONADOS
AO AMBIENTE E MANEJO
 Instalações de bezerros – mais deficientes da propriedade.
 O ambiente é essencial para assegurar a sanidade do
rebanho;
 As instalações devem ser limpas, arejadas, secas, livres de
correntes de ar, confortáveis e eficientes.
FATORES DE RISCO RELACIONADOS
AO AMBIENTE E MANEJO
 A ventilação adequada é fundamental para reduzir o número de
patógenos aerógenos;

 O excesso de umidade favorece a sobrevivência das bactérias,


podendo estas ficarem suspensas em aerossóis. O excesso de umidade
também pode prejudicar a termorregulação dos bezerros.

 O excesso de calor pode elevar demais a temperatura dos animais e o


estresse térmico pode predispor ao aparecimento de enfermidades.
FATORES DE RISCO RELACIONADOS
AO AMBIENTE E MANEJO
 Se não houver uma troca gasosa adequada, pode ocorrer o
acumulo de gases tóxicos e substancias voláteis eliminadas
pelos animais através das fezes e urina;
 Monóxido de carbono;
 Metano, dióxido de carbono e amônia;

 As instalações dos bezerros deve ser distante da instalação


dos animais adultos, possuindo ventilação própria.
FATORES QUE PREDISPÕE O
APARECIMENTO DE CDRB
PNEUMONIA
ENZOÓTICA
PNEUMONIA ENZOÓTICA
 Acomete bezerros entre 2 semanas a 5 meses de idade;
 Mais comum em raças leiteiras criadas de forma intensiva;
 A manifestação clínica é variável:
 Depende da idade do animal;
 Agente envolvido;
 Estágio da doença;
 Broncopneumonia aguda:
 Secreção nasal e ocular;
 Febre elevada
 Toxemia
 Depressão e anorexia;
 Taquicardia;
 Aumento dos ruídos respiratórios normais – presença de crepitação grossa e
sibilos;
BRONCOPNEUMONI
A CRÔNICA
BRONCOPNEUMONIA CRÔNICA

 Sinais clínicos:
 Temperatura normal ou febre moderada e persistente
 Taquicardia e taquipneia;
 Deficiência e debilidade crônica (pelagem áspera e aspecto descarnado);
 Secreção nasal e ocular mucopurulentas ou purulentas
 Tosse crônica, produtiva e úmida;
 Ruídos respiratórios de normais à aumentados e crepitações.
DIAGNÓSTICO
 Difícil de estabelecer diagnóstico etiológico e definitivo, pois a maioria dos agentes é
comensal do trato respiratório de bovinos e muitas vezes a enfermidade é multifatorial;

 Resenha;
 Anamnese;
 Sinais clínicos;
 Exames complementares:
 Hemograma;
 Swabs e lavados;
 Toracocentese;
 RX e ultrassonografia;
 Coproparasitologia;
 Sorologia;
 Necrópsia.
TRATAMENTO
 Osprincípios básicos do
tratamento para as
broncopneumonias em
bezerros são:
 Controle das infecções
 Manutenção da pressão
intrapleural e do fluxo de ar
nas vias aéreas
 Conservação das trocas gasosas
 Remoção de agentes irritantes
TRATAMENTO
TRATAMENTO

 Os antibióticos mais recomendados para as enfermidades


respiratórias são as fluorquinolonas, penicilina associada a
estreptomicina e as tetraciclinas;

 NUFLOR® (florfenicol 15-20mg/kg - IM);


 CEFTIOFUR- 2mg/kg IM;
 Oxitetraciclina – 20mg/kg IM;
 PENCIVET® PLUS PPU (penicilinas procaína e benzatina 20-40.000UI/kg IM);
 FLOXIVET® PLUS (enrofloxacina 10mg/kg IV ou IM);
TRATAMENTO
 AINES – auxiliam na redução
da inflamação e da febre:
 Flunixin meglumine
2,2mg/kg;
 Meloxican 0,1 – 0,6 mg/kg;
 Ketoprofeno 3mg/kg
TRATAMENTO

 Dependendo do agente infeccioso e da copetencia imunológica do bezerro, a morte


pode ocorrer dentro de 24/36 horas ou a infecção pode se tornar crônica;
 O tratamento precoce é um fator determinante para o sucesso da cura do CDRB.

 Se a doença regredir mas deixar sequelas como fibroses, aderências, abscessos...


Nenhum tratamento corrigirá o problema e o animal sobreviverá porém com
baixo desempenho
PRÁTICAS DE MANEJO
 Garantir boa nutrição à vaca gestante;
 Evitar ocorrência de partos distócicos;
 Oferecer ambiente adequado à
parturiente;
 Evitar FTIP (colostro 8-10%pv 2l +2l
(12h);
 Curar umbigo corretamente;
 Boas práticas de alimentação;
 Evitar superlotação;
 Evitar manejos estressantes;
 Isolar animais doentes e monitorar os
demais;
 Vacinas;
 Antimicrobianos
preventivamente?????????
PERGUNTAS??????????

Você também pode gostar