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CLÍNICA DE AVES E SUÍNOS

Doenças respiratórias: Pneumonia Enzoótica,


Pleuropneumonia Suína, Rinite atrófica, Influenza
Suína e Circovirose Suína
Sistema Respiratório Suíno:

* doenças infecciosas causam grandes prejuízos à cadeia produtiva


de suínos em todos os países com produção intensiva

* respiratórias as mais prevalentes

* no Brasil: características dos atuais sistemas de produção, nos quais os


animais são criados confinados em altas densidades, além das misturas de
animais de várias origens nas diferentes fases da produção
* principais agentes infecciosos respiratórios dos suínos:

são enzoóticos na maioria das granjas

alguns deles fazem parte da microbiota normal do trato respiratório

* a ocorrência de doença é variável, sendo influenciada pela presença, em


maior ou menor grau, dos fatores de risco ambientais e de manejo que
predispõem os animais às infecções
Particularidade anatômica pulmonar:

* predispõem os suínos às pneumonias

pleura visceral relativamente espessa


poucos bronquíolos respiratórios

resultando em pobre ventilação colateral e limitada interdependência

* esta característica reduz a efetividade da eliminação


de partículas das vias aéreas distais, favorecendo o
desenvolvimento de pneumonias
Características clínicas e epidemiológicas das doenças respiratórias:

* suínos nas fases de creche, crescimento e terminação

* taxa de morbidade fica entre 15 e 40% e a mortalidade entre 2 e 10%


Sinais respiratórios: respiração de batedeira

* tosse, dispneia, elevação da temperatura corporal, redução do consumo de ração


e perda da condição corporal, respiração abdominal (batedeira), cianose de
extremidades e até morte súbita dependendo do agente envolvido

* quadros mais severos têm sido observados em crechários ou terminações que,


no momento da formação dos lotes, recebem animais de várias origens, ou em
sistemas de criação com fluxo contínuo, onde não são realizados os períodos de
vazio das instalações entre os lotes conforme orientações técnicas

https://www.google.com/search?q=su%C3%ADno+respira%C3%A7%C3%A3o+batedeira&
source=lmns&tbm=vid&bih=687&biw=1525&client=firefox-b-d&hl=pt-
BR&sa=X&ved=2ahUKEwjs7bTA69L-
AhUGBrkGHXcgBqUQ_AUoA3oECAEQAw#fpstate=ive&vld=cid:c34e32df,vid:igEuvqi_2W
Y
Lesões Respiratórias:

* macroscópicas variam de acordo com os diferentes agentes infecciosos


envolvidos e com a evolução dos quadros:

* infecções bacterianas: áreas de consolidação pulmonar de


coloração rosada a vermelha, localizadas na maioria das vezes na região
cranioventral. Pulmão colabado, aspecto cárneo.

* infecções virias: não colabamento do tecido pulmonar e a presença


de áreas de consolidação mais difusas.
área de consolidação pulmonar Consolidação e hemorragia
Pneumonia bacterianas (macro)
* agentes virais de maior incidência no Brasil:

Circovirus Suíno (PCV2)

Vírus da Influenza Suína (SIV)

-> SIV passou a ter uma grande importância nas produções de suínos
pelo fato de contribuir diretamente ou indiretamente com o estabelecimento
e agravamento de doenças respiratórias secundárias
* origem bacteriana mais comuns nos planteis brasileiros

Mycoplasma hyopneumoniae (Mh)

Pasteurella multocida

Streptococcus suis

Actinobacillus suis

Actinobacillus pleuropneumoniae

Haemophilus parasuis

Bordetella bronchiseptica

Salmonella choleraesuis
1. Pneumonia Enzoótica:

* altamente contagiosa

* cosmopolita

* alta morbidade

* baixa mortalidade

* agente etiológico o Mycoplasma hyopneumoniae


bactéria
sem parede celular
G+
Mycoplasma hyopneumoniae

* encontrado na mucosa respiratória


* aderido ao epitélio ciliado da traquéia, brônquios e bronquíolos
* difícil isolamento

* transmissão do agente pode ocorrer pelo contato direto das secreções


respiratórias do suíno portador ou por aerossóis (tosse), a partir de animais
infectados em um rebanho livre

reprodutora transmite aos leitões

esses leitões, quando misturados com outros, no desmame ou no


início do crescimento, também transmitem a doença
Cílios do trato respiratório superior dos suínos danificados pela ação do
M. hyopneumoniae. A esquerda no topo dos cílios iniciando a
destruição e a direita já com alto grau de destruição ciliar.
* micoplasma: dissemina rapidamente sob condições ambientais favoráveis
em suínos na fase de crescimento e terminação

* práticas inadequadas de manejo


incluindo alta densidade
falta de higiene das instalações
fatores ambientais associados como ventilação inadequada

aumento na concentração de contaminantes aéreos, o que


potencializa os impactos da pneumonia suína
Epidemiologia

* suíno: único hospedeiro do Mycoplasma hyopneumoniae


fonte mais importante de infecção

* infecção restringe-se ao sistema respiratório

* agente não sobrevive por mais de 12 horas fora do mesmo

* transmissão passiva da infecção: utensílios usados nas granjas infectadas ou


mesmo outros veículos

* suínos de todas as idades são susceptíveis à doença

* forma clínica da doença é mais comum nos animais em crescimento e terminação

em rebanhos sem imunidade, a doença pode afetar leitões já a partir


de duas semanas de idade, bem como em animais em fase de reprodução
* taxa de morbidade atinge seu nível mais elevado entre quatro a seis
meses de idade, declinando em seguida

* taxa de mortalidade pode chegar a, no máximo, 5%

* leitoas nulíparas se infectam e permanecem portadoras com maior


frequência que as adultas

* transmissão por aerossóis, em clima frio e úmido, pode ocorrer a


distâncias de até 3,5 Km entre granjas com mais de 500 suínos
Fatores predisponentes

* galpões muito largos que impedem uma boa circulação de ar

* temperaturas variáveis ​e isolamento deficiente

* fluxo ​do ar frio

* altos níveis de dióxido de carbono e amônia


* altos níveis de poeira e bactérias no ar

* movimentação de suínos, estresse e mistura de animais, especialmente animais de


diferentes idades

* alojamento em sistemas contínuo (sem vazio sanitário)


Sinais clínicos

* tosse seca e crônica

* corrimento nasal mucoso

* animais com pouco desenvolvimento

* pêlos arrepiados e sem brilho

* dispneia grave

* desuniformidade de peso entre leitões da mesma idade

* o quadro clínico geral do rebanho é influenciado pela presença de outras


infecções respiratórias e pelos fatores de risco existentes no rebanho.
Frequentemente o sintoma mais evidente é a desigualdade dos lotes de animais
provocados por um atraso no crescimento, diretamente relacionado com o grau de
lesão. Fonte: Site 3tres3.com.pt.
Lesões

* áreas de consolidação pulmonar

cor púrpura a cinza

lobos apical, cardíaco e diafragmático anterior

bem delimitadas

consistência carnosa
aspecto típico de pulmões com pneumonia
enzoótica. Os lóbulos pulmonares antero-
ventrais escurecidos encontram-se
consolidados pela infecção.
Fonte: Site 3tres3.com.pt
Diagnóstico

* baseia-se em sinais clínicos e necropsia, às vezes combinados com a histologia


das lesões

* lesões nos abatedouros

* vários testes de laboratório

Tratamento

* ATB – amplo espectro

* medicar estrategicamente suínos em períodos de risco máximo

injetar antibióticos nos suínos mais afetados


Prevenção/ controle

* vacinas inativadas contra o Mycoplasma hyopneumoniae

muito eficazes se administradas precocemente (antes das 5


semanas de idade)

* convivência com a doença


2. Pleuropneumonia Suína:

* infectocontagiosa

* lesões graves no pulmão e pleura

* alta mortalidade: forma aguda

* baixo desenvolvimento dos leitões: forma crônica


* bacteriana

Actinobacillus pleuropneumoniae

* vários sorotipos

* gram-negativa

* encapsulada

* morfologia de cocobacilo
Transmissão

* portador da infecção dissemina a bactéria

nódulos (abcessos) pulmonares ou amígdalas

* transmissão

aerógena
contato com suínos da mesma baia
botas e utensílios
Sintomas

* suínos de 70 a 100 dias de idade

* formas

1. superaguda

2. aguda

3. crônica
1. superaguda

* animais encontrados sem sintomas prévios nas terminações

* sangue saindo pela boca e narinas


2. aguda

* anorexia

* prostração

* hipertermia

* dificuldade respiratória

* posição de cão sentado

* fluxo sanguíneo nas narinas e boca antes do óbito

*** doença na forma crônica nos sobreviventes


3. crônica

* falta de desenvolvimento

* acessos esporádicos de tosse

* condenações de carcaças nos abatedouros por aderência de pleura


Lesões

* aderência da pleura e pneumonia hemorrágica

* grande número de condenações de carcaças nos abatedouros

* encontradas somente na cavidade torácica

* consolidação pulmonar de aspecto hemorrágico


cobertas por camada de fibrina

* exsudato fibrino sanguinolento nas cavidades pleural e pericárdica

* nódulos pulmonares encapsulados no parênquima

* abcessos pulmonares
Diagnóstico

* cultivo do agente

* imunofluorescência para identificar o microorganismo nos tecidos

* sorologia
identificação de animais infectados
ELISA

Tratamento

* evita a mortalidade mas não a infecção

cloranfenicol, trimetropim + sulfa, penicilinas e tetraciclinas

via parenteral ou fixação de complemento


Prevenção

* vacinação em porcas
AC para os leitões

* vacinar leitões – 2 doses


30 e 50 dias de idade

* corrigir superlotações

* evitar variações/ flutuações de temperatura

* sistema all in all out

* vazio sanitário
convivendo com a doença:

* reduzir os efeitos das medidas de manejo

* correção do meio ambiente e terapêuticas

* utilização do sistema all in all out

* higiene e desinfecção das instalações

* erradicação: eliminação total do rebanho


3. Rinite Atrófica:

* infectocontagiosa

* hipoplasia e destruição dos cornetos nasais

* progressiva/ crônica
* multifatorial

Bordetella bronchiseptica, Pasteurella multocida tipo D

* produção de toxina dermonecrótica

*G–

* bastonete
Fatores predisponentes

* excesso de amônia

* ventilação inadequada

* superlotação

* mistura de animais de diversas idades

* presença de níveis elevados de poeira


Transmissão

* de suíno a suíno

* contato

* aerossóis

* porcas transmitem aos leitões


amamentação

* leitões transmitem aos outros

leitões infectados nas primeiras semanas de vida apresentam


lesões mais graves
Patogenia

* diminuição da resistência da mucosa nasal

fatores ambientais
infecção pela B. bronchiseptica (doença não progressiva)
colonização por P. multocida (doença progressiva)

* produção da toxina

* interferência no processo de osteogênese


Sinais clínicos

* leitões lactentes
espirros
corrimento nasal
olheiras (placas escuras ao redor dos
olhos pela obstrução do canal lacrimal)

* retardo no crescimento

Lesões

* destruição dos
cornetos nasais

* desvio do focinho
para um dos lados
Diagnóstico

* sinais clínicos

* exame dos cornetos nos abatedouros

* exames bacteriológicos

Tratamento

* sulfametazina e tetraciclina

na ração

leitões: período mínimo de 35 dias


Prevenção

* colheita de material nas granjas

* identificar e correção dos fatores predisponentes

* exame dos focinhos nos abatedouros

* identificação da (s) bactéria (s)

* antibiograma

* Vacinação
bacterinas contendo bordetella e pasteurella

vacinas as reprodutoras aos 60 e 100 dias de gestação

leitões aos 7 e 28 dias de idade


4. Influenza Suína:

* grande importância

rápida transmissão

potencial zoonótico

* Gripe suína, influenza suína, influenza tipo A

* vírus: família Orthomyxoviridae

contém 5 gêneros: influenza vírus A, B e C, Togotovirus e


Isavirus
influenza A são zoonóticos, sendo que os influenza B e C são
patógenos humanos e o influenza C é capaz de infectar cães e suínos
* cada sorotipo é identificado por proteínas de superfície chamadas "H" e
"N“

suínos são H1N1, H1N2 e H3N2.

* período de incubação da doença é muito curto

12 a 48 horas
principal manifestação afeta o sistema respiratório

* vírus pode infectar uma granja em questão de alguns dias

alta transmissão serve como uma indicação quase diagnóstica


da influenza
Epidemilologia

* alta morbidade – 100%

* baixa mortalidade – 2%

* o vírus não é sistêmico e não atravessa a placenta; portanto, os fetos não


são infectados

* três períodos importantes em que a infecção produz infertilidade: todos os


três são devido à febre e suas consequências
primeiro período:

porcas doentes durante os primeiros 21 dias de gestação:

poderá impedir a implantação dos embriões em desenvolvimento, o que


produz um aumento nas repetições de cio no dia 21.

segundo período:

infecção ocorrer nas primeiras cinco semanas de gestação:

morte embrionária e reabsorção completas

porcas pseudo-grávidas
terceiro:

no varrão:

aumento da temperatura corporal pode afetar o sêmen

reduzir a fertilidade por 4-5 semanas.

* para grandes granjas, a gripe pode se tornar endêmica com surtos


intermitentes de sintomas clínicos e infertilidade. Cepas diferentes podem
afetar consecutivamente a mesma granja.
Causas/ fatores que contribuem

* pessoas infectadas

* suínos portadores

* aves, principalmente aves aquáticas, são reservatórios da doença;


Infecções bacterianas secundárias

* flutuações de temperatura

* estresse

* cama e piso úmidos

* ambientes inadequados e má ventilação aumentam a gravidade da


doença
Sinais clínicos

* febre

* dispneia

* espirros

* tosse

* descarga nasal mucopurulenta

* perda de peso

* recuperação em 6 a 7 dias
Doença aguda:

* os suínos ficam prostrados repentinamente

* dificuldade para respirar

* tosse severa

* maioria dos animais parece estar morrendo, mas sobrevive sem


tratamento, a menos que a granja já tenha um problema respiratório

influenza causa pneumonia grave por si só, mas quando


combinada com outras infecções, como Actinobacillus pleuropneumoniae,
pode ocorrer uma síndrome respiratória crônica difícil de tratar

* suínos gravemente afetados devem ser tratados com antibióticos para


evitar o desenvolvimento de pneumonia secundária.
Lesões

* na necropsia: limitadas aos lobos apical e cardíaco

* mais da metade do pulmão pode ser acometida em casos de infecção


severa

* linha bem demarcada entre o tecido pulmonar


normal e o afetado

* áreas vermelho-escura

* edema interlobular

* vias aéreas repletas de espuma e sangue

* aumento de linfonodos bronquiais e do mediastino


* achados de necropsia dificultam o diagnóstico clinico, devido às
características das lesões serem bem parecidas com outras patologias e
infecções do “Complexo de Doenças Respiratórias dos Suínos”

* lesões macroscópicas podem ser indistinguíveis daquelas causadas por


Mycoplasma hyopneumoniae

* casos mais graves: pleurite fibrinosa


Pleurite fibrinosa
Diagnóstico

* sinais clínicos, devido ao fato de não haver outras doenças com transmissão e
efeitos clínicos tão dramáticos

* vírus da gripe pode ser identificado a partir de swabs nasais analisadas por PCR

* fluidos orais também podem ser utilizados

* doença endêmica pode ser difícil de diferenciar de outras doenças virais

* sequenciamento é essencial para estabelecer a cepa da vacina


Tratamento

* antibióticos de amplo espectro

* medicação via água por 3 a 5 dias

uso de medicamentos anti-inflamatórios para minimizar os


danos no sistema respiratório
Controle/ prevenção

* vacinas (cepa apropriada para cada granja)

* para prevenção da maioria das patologias que afetam a saúde dos suínos
é necessário tomar medidas de biosseguridade, nutricionais, ambientais e
vacinais do rebanho

* como medidas de biosseguridade devemos avaliar:

– introdução de novos animais nas granjas, através de quarentena e do


controle da origem desses animais

– limpeza e desinfecção das instalações antes da entrada de novos lotes


– vazio sanitário, que somado à desinfecção, permite a destruição dos
patógenos não eliminados no processo de lavagem

– dispor de um sistema de desinfecção para a introdução de materiais e


equipamentos na granja (ex.: fumigação), ajuda a prevenir a entrada de
patógenos

– métodos de pulverização ou arcos de desinfecção, com uso de


desinfetantes (ex.: rodolúvio), são procedimentos capazes de evitar que
veículos entrem com patógenos na granja
Carne suína NÃO é fonte de disseminação

A gripe suína foi reconhecida pela primeira vez como uma


doença dos suínos durante a pandemia de gripe espanhola de
1918 a 1919.

Em 1974, o vírus influenza de suínos foi diagnosticado pela


primeira vez em humanos.

A carne suína produzida a partir das boas práticas de


higiene recomendada pela Organização Mundial da Saúde não é
fonte de disseminação do vírus da influenza.
5. Circovirose Suína:

* Síndrome Multisistêmica do Definhamento de Suínos Desmamados


(SMDS)

* Síndrome da Nefropatia e Dematite Porcina (SNDP)

* Tremor Congênito Suíno (TCS)

* não é zoonose
* imunossupressora: facilita entrada de outras doenças

* Porcine circovírus - PCV 2 – circovírus tipo 2

* mortalidade significativa (25 – 60%)

* alto índice de refugagem de leitões

* afeta principalmente leitões entre 5 a 12 semanas de idade

* altamente contagiosa (meses frios)


* difícil controle

* o PCV 2 é resistente ao ambiente


praticamente imune à maioria dos desinfetantes convencionais

* diagnosticada pela primeira vez no Canadá, em 1990

* Europa, causou prejuízos de cerca de 600 milhões de euros, em 2006

* Brasil o primeiro diagnóstico foi feito em 2000, pela EMBRAPA/CNPSA,


em SC
O circovírus suíno.....

* vírus de DNA circular

* fita simples

* não envelopado

* família Circoviridae

* vírus estáveis no ambiente, e extremamente resistentes a desinfetantes

* Circovírus suíno tipo 1 (PCV1), Circovírus Suíno tipo 2 (PCV2) e o


Circovírus suíno tipo 3 (PCV3)
O circovírus suíno.....

Tipo 1:

* identificado como contaminante comum de células dos rins

* não é considerado patogênico para suínos

Tipo 2:

* circovirose suína

* até os dias de hoje segue sendo uma enfermidade que causa impacto
econômico relevante na suinocultura mundial

* classificado em cinco diferentes genótipos (A-E)


mutação e recombinação genética
O circovírus suíno.....

Tipo 3:

* primeira identificação do PCV3 em suínos ocorreu em 2015


análise de metagenômica
estudos retrospectivos demonstram a presença do agente
desde 1990

* identificado em órgãos de animais que apresentavam falha reprodutiva,


síndrome dermatite e nefropatia suína, tremor congênito, miocardite e
vasculite

* no Brasil o vírus está circulando em várias regiões e está sendo


identificado em porcas com falha reprodutiva, causando abortos, natimortos
e fetos mumificados
Transmissão:

* vertical e horizontal

* oronasal

* vírus infecta células do sistema imunitário

* espalha-se pelo organismo do suíno

* animal com o sistema imune debilitado: vírus infecta os órgãos-alvo

órgãos linfóides (linfonodos, amígdalas, placas de Peyer e baço),


fígado, rins e pulmões

causando lesões e, consequente agravamento do quadro clínico


Causas / fatores que contribuem

* fezes infectadas

* propagação mecânica através de roupas, equipamentos, caminhões, etc

* produção contínua (sem vazio sanitário)

* altas densidades
Sinais clínicos

* observados na creche e engorda (6 – 8 semanas de idade)

atraso no crescimento dos leitões

emagrecimento progressivo

febre

perda de apetite

pelagem áspera e pele amarelada

diarreia crônica
animais pálidos (ictéricos)

problemas respiratórios – desconforto (pneumonia)

morte súbita

incoordenação
Sinais clínicos

* agravamento

dermatite

nefropatia

distúrbios reprodutivos - abortos

pneumonias

enterites

doenças do sistema nervoso - meningoencefalite e tremores


congênitos
Sinais clínicos

* Matrizes:

Abortos

Falha reprodutiva geral


Lesões

* post-mortem

linfonodos aumentados,
pulmões não colabados
rins com manchas esbranquiçadas (nefrite intersticial)
* aumento do tamanho dos gânglios linfáticos periféricos, especialmente entre
as patas traseiras

* taxa de mortalidade pós-desmame seja de 6-10%, embora às vezes seja


muito maior (20%)

* em alguns casos: aparecem manchas extensas,


oleosas, marrons, vermelho-púrpuras, levemente
elevadas, de diferentes tamanhos e formas no peito,
abdômen, coxas e pernas da frente

maioria dos suínos que desenvolvem manchas extensas na pele


morre
Diagnóstico

* observação dos sinais clínicos

* achados de necrópsia

* exames complementares = histopatologia, PCR, imunoperoxidase e a


imunofluorescência

* vírus: encontrado em amostras de secreções nasais, bronco-traqueais,


colostro, sêmen, amostras fecais e da urina dos suínos

* sorologia: monitoramento (granjas apresentam AC circulante)


coleta e envio de amostras suspeita

* linfonodos, pulmão, coração, rins, fígado, fragmentos de pele, caso haja


lesão

* natimortos e fetos abortados, nos casos de falhas reprodutivas

enviar refrigerado e fragmentos de órgãos devem sem


enviados em formol a 10%
Tratamento

* não existe

* combater as infecções secundárias

* medidas de biossegurança para diminuir a persistência do vírus e


estimular a resposta imunológica dos animais
Controle / prevenção

biosseguridade

manejo

nutrição

imunização dos suínos

* vacina indicada para imunização de leitões no desmame e produz


consistente e duradoura resposta ativa.

* marrãs e matrizes adultas (otimização da transferência de imunidade


passiva e/ou redução de perdas reprodutivas)
Biossegurança:

* não misturar leitegadas diferentes na maternidade

* usar o sistema all in / all out

* eliminar manejos traumáticos

* realizar as vacinações das matrizes

* reduzir densidade de animais / baia

* remover os animais doentes para baias separadas

* controle de visitantes, de veículos, do acesso de animais

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