Você está na página 1de 27

CAE (Artrite encefalite caprina)

(Caprine Arthritis-Encephalitis)

Prof. Igor Mansur


Conceito
A CAE é uma enfermidade infecciosa viral específica de
caprinos, de difícil controle, sobretudo pela indisponibilidade
de vacinas e pela ampla distribuição da doença em plantéis de
excelente qualidade zootécnica e grande valor econômico.
Agente etiológico
Vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV),
Vírus RNA
Pertencente à família Retroviridae
Gênero Lentivirus,
Epidemiologia
CAE é considerada cosmopolita

Causa enormes prejuízos à pecuária de inúmeros países


produtores de laticínios de excelente qualidades.

A enfermidade tem evolução crônica, caracterizando-se por


apresentar longo período de incubação, com evolução clínica
lenta, progressiva

Todos os tipos raciais de caprinos susceptíveis à infecção e à


doença.
Epidemiologia
O controle da CAE pode ser considerada, relativamente, difícil
em decorrência da indisponibilidade de vacinas e ao fato de
estar amplamente disseminada nos rebanhos em todo o
Brasil.
Epidemiologia
A CAE apesar de não causar uma mortalidade expressiva,
sobretudo nos animais adultos, determina alta morbidade.

Animais jovens, filhos de fêmeas soropositivas, eleva o


número de mortes, após o nascimento e nos dois meses
subsequentes por problemas nervosos, como tremores,
paresias e paralisias.
Fontes de infecção
A infecção dos caprinos pelo vírus da CAE foi considerada como
um estado vital permanente, pois o vírus persiste no organismo
por toda a vida do animal, havendo a possibilidade da viremia
ser permanente.(transmissão direta ou indireta)
Fontes de infecção
Transmissão do vírus, por meio de:
fômites,
agulhas,
tatuadores,
Ordenhadeiras,
aplicadores de brincos ,
material cirúrgico contaminado com sangue de
animal infectado.
Líquidos corporais
Fontes de infecção
A transmissão da infecção pelo vírus causador da CAE, por via
transplacentária ou por monta natural, em caprinos, ainda não
foi comprovada.
O aleitamento coletivo adotado em criações intensivas, foi
relatado como uma forma de manejo que favoreceria a
disseminação da infecção viral.
Patogenia
O vírus da CAE possui uma particular afinidade pelas células de
linhagem mononuclear fagocitária (monócitos e macrófagos).

Esse vírus é introduzindo no organismo dos animais na maioria das


vezes pela via digestiva.

Em seguida o vírus infecta as células do sistema monocítico-


fagocitário produzindo a infecção persistente do hospedeiro

Processos inflamatórios em outros locais promovem o


recrutamento desses macrófagos infectados; desse modo, facilitam
a disseminação do vírus ao pulmão, SNC, articulações e à glândula
mamária.
Sinais clínicos
Caracteriza-se por quatro formas clinicamente
distintas:
Nervosa,
Articular,
Respiratória,
Mamária.
Ocorre artrite, encefalite, mastite, pneumonia e
emagrecimento crônico.
Sinais clínicos
Os prejuízos econômicos decorrentes de qualquer uma das
quatro formas clínicas da CAE foram considerados significativos:

Diminuição do período de vida produtiva do animal

Diminuição gradativa da produção de leite, predispondo a


glândula mamária às infecções, causando agalaxia e
endurecimento da mama, desvalorizando comercialmente os
animais de criatórios considerados infectados
Sinais clínicos
Cabras enfermas podem apresentar mastite aguda ou crônica.

A forma aguda apresenta-se no inicio da lactação, com


endurecimento do úbere, sem inchaço e a fêmea apresenta
produção leiteira baixa ou nula.

Já a forma crônica se apresenta durante a lactação com


endurecimento do úbere com assimetria e produção de leite
com aspecto normal.
Sinais clínicos
A forma mamária é frequente e tem
grande significado econômico devido
ao comprometimento da produção
leiteira e predisposição a infecções
secundárias da glândula mamária

Em ambas as formas, aguda e crônica


há hiperplasia persistente de
linfonodos retromamários que
apresentam-se com aumento de
volume e consistência dura.
Sinais clínicos
A forma pulmonar de infecção pelo CAEV é mais rara em caprinos
e ocorre com menos gravidade.

Assim como a forma nervosa que é encontrada com maior


frequência em cabritos até os 4 meses de idade.

Os animais podem apresentar ataxia e paresia uni ou bilateral dos


membros posteriores.
Sinais clínicos
A forma artrítica é a mais importante e é geralmente observada
em animais com mais de oito meses de idade.

As alterações clínicas afetam frequentemente as articulações


carpianas, sendo observado aumento da consistência e
tamanho das articulações
Sinais clínicos
A apresentação pulmonar é mais rara e de pouca gravidade,
pode seguir ou acompanhar a forma encefálica e é percebida
apenas quando o animal é exitado

Seus sintomas são: tosse, taquipneia, consolidação pulmonar,


som úmido à auscultação e comprometimento do estado geral
Sinais clínicos
A forma encefálica é mais comum em
cabritos de um a quatro meses de idade ou
mais raramente em caprinos mais velhos
em associação com a artrítica

Os animais mesmo mantendo o apetite e o


estado ativo, apresentam ataxia e paresia
uni ou bilateral dos membros posteriores,
que evoluem para
tetraparesia

A marcha do animal é curta e inconsciente,


seguida
por fraqueza e por fim decúbito lateral.
Diagnóstico
Direto pelo isolamento ou comprovação da
presença do vírus causador da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico da infecção determinada pelo vírus da CAE pode
ser estabelecido por métodos indiretos (detecção de
anticorpos no soro sanguíneo)

Métodos sorológicos são largamente usados na detecção de


anticorpos contra os lentivírus caprinos (LVC), sendo a
imunodifusão em gel de agarose (IDGA) o mais usado.

ELISA

PCR
Diagnóstico
Tratamento
Nenhuma das formas clínicas da CAEV é curável.

O emprego de medicamentos, na tentativa de um


tratamento sintomático dos animais infectados, contribui
somente para uma melhora clínica temporária.

A utilização de antibióticos para a prevenção ou combate


de processos infecciosos secundários não é recomendada,
tanto por razões econômicas quanto pelo fato de
promover o surgimento de cepas bacterianas resistentes.
Controle
Isolamento e/ou eliminação dos animais infectados,
Manter banco de colostro e leite para os cabritos filhos de cabras
infectadas.
Manejo de desinfecção de instalações e material de uso comum
aos animais
Diagnóstico dos animais recém adquiridos.
Controle
O controle da CAE baseia-se no teste sorológico dos animais,
seguido de separação ou sacrifício dos soropositivos,

Separação precoce das crias, alimentadas artificialmente com


colostro e leite tratados termicamente (56°C por 60 minutos)
ou sucedâneos do colostro e leite.
Profilaxia
Não existem vacinas

A profilaxia é realizada por medidas de controle.


Legislação
A CAE faz parte das doenças de notificação
obrigatória da OIE.

Programa nacional de sanidade dos ovinos e


caprinos (PNSOC)

GTA – resultado negativo.

Você também pode gostar