Você está na página 1de 18

A IMPORTÂNCIA DA

SAÚDE BUCAL
EM PACIENTE HOSPITALIZADOS
Existe uma relação importante entre o
estado de saúde bucal e saúde geral. Os
nossos pacientes, vêm com múltiplos
problemas bucais.
Grande parte deles não recebem cuidados
de um dentista periodicamente, chegando ás
vezes, a nunca terem feito nenhum tipo de
tratamento dentário.
E as hospitalizações,
principalmente as longas,
colaboram para um quadro de
piora da saúde bucal e da saúde
geral.

Esses indivíduos, muitas vezes,


estão fragilizados e incapazes de
realizar uma higiene bucal
adequada.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária


preconiza a higiene bucal como uma das medidas de
prevenção das infecções relacionadas à assistência à
saúde. Dessa forma, o estabelecimento de um
PHBH para as atividades diárias de higiene bucal
deve ser uma preocupação nos cuidados em saúde.

Os PHBH fundamentam-se, principalmente, na


remoção de biofilme dos dentes ou das próteses
dentárias ( ou ambos ), limpeza da mucosa bucal e
contínua hidratação da cavidade bucal.
Para fins didáticos, o presente documento está subdividido em cinco
tópicos, sendo eles:

·Pneumonia comunitária e nosocomial

·A colonização do biofilme por patógenos respiratórios presentes na


cavidade bucal e a ocorrência de infecções do tipo Pulmonar

·Técnicas para o controle / diminuição do biofilme presente na


cavidade bucal

·Protocolos de higiene bucal para pacientes internados em hospitais


(PHBH)

·Medidas de resultado/ controle/ gerenciamento/ monitoramento/


avaliação dos PHBH
PNEUMONIA COMUNITÁRIA
E NOSOCOMIAL
A pneumonia é definida como uma infecção do
parênquima pulmonar, causada por fungos, vírus, infecção
parasitária ou bacteriana e que se inicia através de colonização
da cavidade bucal e da mucosa da faringe por patógenos
respiratórios potenciais, da aspiração dos patógenos pelo trato
aéreo inferior e pelo fracasso dos mecanismos de defesa do
hospedeiro.
A pneumonia pode
ser classificada em ADQUIRIDA NA COMUNIDADE
dois tipos, em
relação aos seus ADQUIRIDA NO HOSPITAL
agentes causais:
A COLONIZAÇÃO DO BIOFILME POR PATÓGENOS
RESPIRATÓRIOS PRESENTES NA CAVIDADE BUCAL E A
OCORRÊNCIA DE INFEÇÕES DO TIPO PULMONAR

A cavidade bucal abriga mais de 500 espécies de microrganismos e estão


presentes bactérias, fungos, micoplasmas, protozoários e vírus.
O crescimento e o metabolismo da microbiota são determinados por
vários fatores, como dieta alimentar, microambiente bucal, anatomia,
presença de doenças sistêmicas, antibioticoterapia, corticoterapia,
extremos de idade, higiene bucal insatisfatória e atividade do sistema
imune, proporcionando a colonização por outros agentes infeccioso.
O QUE É UM BIOFILME?

O termo biofilme pode ser definido como uma comunidade


microbianaembebida por uma matriz aglutinante e firmemente
aderida sobre os dentes ou outras superfícies sólidas, tais como
próteses, aparelhos ortodônticos, restaurações, tubos e sondas.
A higiene bucal deficitária pode resultar em maior acúmulo de biofilme na cavidade bucal que está
associada ao aparecimento da cárie, da doença periodontal e de lesões na mucosa. Além do
comprometimento da saúde bucal, as bactérias dos biofilmes bucais podem ser aspiradas para o
trato respiratório e influenciar o início e a progressão de condições infecciosas sistêmicas. A
colonização bucal por potenciais patógenos respiratórios e por bactérias específicas da cavidade
bucal podem contribuir para infecções pulmonares

A cavidade bucal deve ser vista como


parte integrante do corpo, não devendo
ser desconsiderada no cuidado do
paciente hospitalizado. A eficácia das
medidas de higiene bucal depende da
integração da equipe assistencial
responsável pelo cuidado do paciente
gravemente enfermo
A remoção do biofilme pela escovação é considerada uma
das mais importantes estratégias de promoção da saúde
bucal.

Escovação Mecânica Tem sido considerado de extrema importância no declínio


da prevalência de cárie ( especialmente com o uso
concomitante de dentifrícios fluoretados), bem como
gengivite e periodontite.

O uso de escovas dentais com cerdas macias tem sido


recomendado, pois permite a redução do biofilme,
quando associado à utilização de uma técnica adequada,
e minimizam danos aos tecidos gengivais.

É importante destacar que as escovas dentais não devem


ficar expostas aos aerossóis provenientes do vaso
sanitário, visto que poderão tornar-se contaminadas e
servirem como veículo de doenças transmitidas por via
oral.
Digluconato de Clorexidina
É enxaguatório mais estudado para o controle de biofilme
dentário em ambiente hospitalar, pois apresenta
substantividade por até 12 horas e amplo espectro sobre as
bactérias gram-positivas, Gram-negativas, fungos e leveduras,
diminuindo significativamente o biofilme, pois afeta a
aderência microbiana, aumentando a permeabilidade celular
por meio do rompimento da bactéria ou agindo através da
coagulação e precipitação dos seus constituintes
citoplasmáticos.

Pode ser utilizada em concentrações de 0,12% e 0,2%, sendo o


digluconato de clorexidina a 0,12% o mais indicado para o
enxaguatório bucal, devido à asssociação da eficácia contra os
microorganismos e a diminuição dos efeitos adversos.
DENTIFRÍCIOS
O uso de dentifrício fluoretado é considerado um dos métodos mais
racionais de prevenção da cárie porque aumenta a concentração de
flúor na saliva após a escovação.

Para apresentar efeito anticárie, o flureto deve estar presente numa


formulação quimicamente ótima, garantindo uma concentração
mínima que tenha potencial para o controle da cárie dentária.

A recomendação é que o dentifrício a ser utilizado na escovação tenha


uma concentração mínima de 1.000ppm (mg/Kg) e, no máximo,
1.500ppm (mg/Kg) de Flúor para que ocorra o benefício anticárie da
escovação dental.

Os dentifrícios fluoretados são apontados como um dos fatores


responsáveis pelo declínio da cárie dentária nos países desenvolvidos e
no Brasil.
PROTOCOLOS DE HIGIENE BUCAL PARA
PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAIS (PHBH)

5.1 PHBH – PARA PACIENTE ADULTO


INTERNADO CONSCIENTE E COLABORATIVO

5.2 PHBH – PARA PACIENTE ADULTO


INTERNADO INCONSCIENTE E NÃO
COLABORATIVO
PROTOCOLOS DE HIGIENE BUCAL PARA
PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAIS (PHBH)
OBJETIVO:
Implementar a rotina de higiene bucal em pacientes internados nos leitos hospitalares clínicos,
oncológicos, obstétricos e cirúrgicos
Sistematizar o processo de higiene bucal
Controlar e reduzir o biofilme bucal EXECUTANTES:
Técnico ou Auxiliar de Enfermagem; ou
REGISTROS: Estagiário dos cursos de Odontologia,
Evolução de Enfermagem Técnico em Saúde Bucal ou Auxiliar em
Passagem de plantão do enfermeiro Saúde Bucal.
Incluir registros no prontuário do paciente ( obrigatório )

OBSERVAÇÕES:
O NQASB designará o responsável pelo processo de avaliação dos registros nos prontuários e a sua frequência.
O Núcleo de Qualidade da Atenção à Saúde Bucal para Paciente Internados designará o responsável pelo
processo de avaliação dos registros nos prontuários e a sua frequência.
Materiais necessários: 5.2 PHBH – PARA PACIENTE ADULTO INTERNADO
INCONSCIENTE E NÃO COLABORATIVO

5.1 PHBH – PARA PACIENTE ADULTO EPI completo para cada profissional envolvido
(luvas, avental/capote impermeável de mangas
INTERNADO CONSCIENTE E COLABORATIVO
longas, máscara cirúrgica, óculos de proteção com
vedação lateral e gorro)
01 tubo de dentifrício com flúor
02 pacotes de gaze estéril
01 escova dental com cerdas macias
Abridor de boca
01 cuba rim ou recipiente descartável
Água filtrada
01 copo
01 sistema de aspiração a vácuo montado (sondas
Água destilada ou filtrada
de aspiração n° 10, 12 ou 14) ou 01 seringa
01 pacote de gaze estéril
descartável
Lubrificante extrabucal a base de ácidos
06 espátulas de madeira
graxos essenciais, dexpantenol creme
Esparadrapo ou micropore
5% ou lubrificante à base de água
10 ml da solução aquosa de digluconato de
clorexidina a 0,12%
Lubrificante extrabucal a base de ácidos graxos
essenciais, dexpantenol creme
5% ou lubrificante à base de água
FREQUÊNCIA

5.1 PHBH – PARA PACIENTE ADULTO 5.2 PHBH – PARA PACIENTE ADULTO INTERNADO
INTERNADO CONSCIENTE E COLABORATIVO INCONSCIENTE E NÃO COLABORATIVO

A frequência da higiene bucal do A frequência de higiene bucal deverá


paciente consciente e colaborativo manter o intervalo de 12 horas entre as
está relacionada com a via de aplicações da solução aquosa de
alimentação utilizada e a necessidade digluconato de clorexidina a 0,12%
de cada paciente, sendo indicada, (manhã/noite). Se for necessário realizar a
preferencialmente, após cada refeição higiene bucal do paciente em um intervalo
e, no mínimo, duas vezes ao dia menos que 12 horas, deverá ser utilizada a
água destilida ou filtrada.

DÚVIDAS

Você também pode gostar