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INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR – FANORTE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA


DISCIPLINA DE ODONTOLOGIA PREVENTIVA

MORGANA STACHOVSKI – 21097601

RESUMO: CONTROLE QUÍMICO DO BIOFILME DENTAL ATRAVÉS DE


DENTIFRÍCIOS

CACOAL

2022
Introdução ao uso de dentifrícios
A utilização de dentifrícios é o método mais comum para obter uma boa higiene oral.
No entanto, uso de agentes químicos não substitui os mecânicos, o ideal é a redução da
quantidade de instrumentos e materiais usados, para simplificar a higiene oral. Esse agente,
comparado a alguns métodos mecânicos não exigem destreza ou conhecimento. Em forma de
pastas ou géis, são inceridos na escovação inibindo a formação do cálculo, reduzindo a placa,
previne caries, clareia o esmalte e dessensibiliza as superfícies expostas.

Importância em prevenir e tratar a gengivite


Levando em conta que a doença periodontal advém da gengivite crônica a principal
prevenção deveria ser o controle da gengivite. Os dentifrícios antiplaca se mostram eficazes em
casos de gengivite, mas não se enquadram na prevenção da periodontite. O controle da placa
supragengival é feito através do uso doméstico de produtos de higiene oral, sendo inexistente
um agente químico para controle da placa. Em muitos casos apenas a limpeza mecânica não é
suficiente, e o uso de agentes químicos específicos contra microorganismos poderia ser
introduzido para otimizar a limpeza, buscando prevenir e tratar doenças periodontais.

Qualquer sinal de cálculo subgengival pode facilitar o alcance da placa bacteriana,


levando a injúria periodontal. Sua formação é resultado da petrificação do biofilme dental, com
os íons minerais advindos da saliva, mas pode ser controlado por inibidores químicos da
mineralização, presente em dentifrícios e bochechos, que agiriam evitando a calcificação da
placa. Pode ser tratado com a retirada da placa e desse cálculo subgengival.

Quais características devem ter o agente químico ideal?


A primeira coisa ao analisar um agente químico antiplaca deixa microflora em um nível
saudável nas superfícies gengivais, reduzindo a microbiota ou o número total de patogenos da
superficie. Seria interessante que os antibacterianos inativassem as bactérias na placa existente
ou prevenissem a colonização. Pesquisas apontam que 99% das bactérias na cavidade oral
possivelmente são eliminadas e a formação da placa é inibida por 6 h depois da escovação,
porém, a cavidade oral é um sistema aberto, e a chance de reinfecção é alta.
Um agente antiplaca e antibacteriano efetivo precisa que sua ação seja ampla,
substantividade à superficie oral, não altere o paladar, seja compatível com o dentifrício, não
tóxico e que perturbe a microflora saudável, inocuidade aos tecidos bucais, diminuir
significativamente a placa bacteriana e a gengivite, inibir a calcificação da placa bacteriana, e
não proporcionar o desenvolvimento de bactérias resistentes.
Existem formas para avaliar a ação do antisséptico:
 substantividade - habilidade do agente de estar presente nas superficies dos tecidos e ser
liberado a medida do tempo levando dose adequada do ingrediente principal que possui.
 b) penetrabilidade - capacidade de penetrar profundamente na matriz da placa formada.
 c) seletividade - testagem do agente em uma população mista de bactérias que simula a
formação da placa, in vivo.

A seletividade descrita, implica em como a droga tem a habilidade de afetar bactérias


especificas dentro de uma população mista. A substantividade ou a persistência é a variável de
maior influência na inibição da placa e pode ser medida pela duração e magnitude da supressão
de bactérias salivares, gerada pelos agentes antimicrobianos.

Cuidados no uso de agentes químicos


A abordagem no biofilme deve ser cuidadosa para não alterar o equilíbrio natural do
biofilme, buscando o controle da placa, não sua eliminação, já que a placa bacteriana não é
inteiramente patogênica. Embora a quimioterapia possa ser benéfica ao prevenir e reduzir a
doença, precisa de cuidado e evitar a manipulação excessiva da microflora, podendo romper o
equilíbrio da comunidade bacteriana. O crescimento de cepas patogênicas ou oportunistas é um
perigo em potencial sendo considerado um grave efeito adverso.

A ação dos agentes químicos


Os adjuntos químicos devem ser usados para manter a placa ou inflamação sob controle,
tratar a gengivite, facilitar o debridamento, simplificar a higiene, reduzir a necessidade de meios
de higiene desconfortáveis e complicados para controlar a placa bacteriana.

Métodos químicos podem ser usados para modificar a placa em qualquer estágio, e é
possível alterando a película, adsorvendo as bactérias ou no processo de mineralização da placa.
Medidas iniciais para controlar o cálculo seriam estratégias voltadas a componentes minerais e
matriz orgânica, interferência com a adesão do cálculo, com o início da formação da placa e
com a mineralização da placa, usando pirofosfato, difosfonatos e sais de zinco. Agentes
antimicrobianos e antimetabólicos como fluoreto, clorexidine e triclosan/citrato de zinco podem
suprimir microorganismos, ou inibir proteases bacterianas presentes na destruição tecidual.

Clorexidine
O Clorexidine tem mostrado possuir mais potência que o fenol. A incorporação de
clorexidine em dentifrícios é impedida pela sua inativação por ions cálcio e surfactantes
aniônicos como o lauril sulfato de sódio. O clorexidine é seguro e eficaz quando usado como
enxaguatório, mas possui efeitos adversos como manchamento dos dentes e mucosa, formação
de cálculo e alteração no paladar; incorporá-lo a um dentifrício pode reduzir seus efeitos
adversos e oferecer beneficios quimioterópicos. Um dentifrício contendo clorexidine
demonstrou eficiência na redução da placa e da gengivite, mas causou manchamento dental,
aumento do cálculo, sensação de queimação e dor na mucosa oral.

Agentes oxigenantes
Os agentes oxigenantes, atuam nos microorganismos anaeróbios da boca levando uma
liberação local de oxigênio e formando radicais hidroxila que afetam a membrana lipidica, o
DNA e outros componentes bacterianos. Organismos anaeróbios não contém mecanismos que
recuperam as estruturas e não sobrevivem em meio oxigenado. Estão envolvidos na patogênese
da gengivite são ainda mais sensíveis. Assim, uso de agentes oxigenantes como o peróxido de
hidrogênio, o peróxido de uréia e enzima gluco oxidase são mais eficazes.

O peróxido difosfato tetrapotássico (KPDP) é bom agente químico e é um dos peróxidos


mais estáveis, altamente substantivo nas superficies do esmalte e libera lentamente o oxigênio
na presença de fosfatases salivares e da placa.

Triclosan, citrato de zinco, copolimero de ácidomaliico e polivinil metil etileno, pirofosfato

Triclosan é um bisfenol (2, 4, 4 tricloro - 2- hidroxidifenil éter ), gerrnicida não iônico,


baixa toxicidade, sem efeitos colaterais maiores, compatível com os dentifricios e não provoca
desequilíbrio na microbiota da cavidade oral. É o primeiro agente antimicrobiano modificado
que realmente auxilia na adsorção e liberação de agentes químicos no meio oral. Possui baixa
substantividade e rápida liberação dossítiosde ligação. Interfere com o metabolismo bacteriano,
afetando a produção deácidospelos estreptococos e a atividade das proteases do Porphyromonas
gingivalis, e tem seletividade contra fungos e bactérias CrE e G-. Não possui efeitos colaterais
e é compatível com surfactantes aniónicos sem alterar a eficácia anticárie do fluoreto de sódio.
Também tem a capacidade de inibir o metabolismo da glicose e modifica a virulência dos
patogenos.

O citrato de zinco tem pode diminuir a formação de cálculo e a combinação deste


salmetálicocom o triclosan leva a resultados mais favoráveis, pois o citrato de zinco é mais
efetivo na placa bacteriana já existente. O zinco tem maior efeito sobre superficies onde há certa
quantidade de placa bacteriana, já que a sua maior ação é diminuir a taxa de proliferação
bacteriana na placa existente.
Para efetividade do triclosan é necessário um sistema de entrega, sendo um polimero do
polivinil metil etileno e ácido maléico regiando com superficies duras e moles da cavidade oral.
A formulação contendo copolimero apresentou a maior redução de placa viável.

Fluoretos
1. Fluoreto estanhoso
O fluoreto estanhoso é um sal metálico, antimicrobiano, na membrana celular, alterando
o metabolismo. Devido a formação de sulfito de estanho pode ocorrer o aparecimento de
manchas amareladas e podem ser removidas com o uso de agentes oxigenantes O dentifrício
com fluoreto estanhoso é eficiente em casos de gengivite a longo prazo. Também pode ter um
possível efeito antiplaca. Alguns estudos indicaram que o gel anidro estável do fluoreto de
estanho tem maior efetividade na redução da placa e da gengivite

2. Fluoreto de amina/fluoreto estanhoso


Houve um estudo com bactérias do tipo: Actinobacillus actinomycetemcomitans,
Porphiromonas gingivalis, Bacteroides forsythus, Prevotella intermedia, Prevotella negrescens
e bactérias acidogênicas, onde o número de hospedeiros do P.gingivalis diminuiu drasticamente
e outras bactérias mantiveram-se no mesmo nível, o que pode indicar melhora na condição
periodontal.

Novos agentes
Existem agentes não bactericidas, que interferem na adesão das bactérias nos dentes,
feita através de interações eletrostáticas ou hidrofóbicas.

Existem dois agentes testados em humanos: o álcool amina e o homopolimero do ácido


polivinil fosfônico. O PVPA é um polímero que tem ação topica, mas não é absorvido, e
mostrou redução significativa na formação da placa e afinidade nas superficies do esmalte.
Existem novas formulações como um dentifrício solubilizante de cálculo, e outro com lactato
de cálcio que mostraram eficácia na prevenção do cálculo. Outras enzimas como dextranase e
lactoperoxidase são misturadas aos dentifricios buscando aumentar as propriedades
antibacterianas da saliva.

REFERENCIAS:

Kalsi. Kamaljeet K. CONTROLE QUÍMICO DO BIOFILME DENTAL ATRAVÉS DE


DENTIFRÍCIOS. Florianopolis, 2002

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