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Periodontite: fatores locais podem predispor a doença periodontal e fatores sistêmicos podem
modificar a resposta do hospedeiro ao biofilme, aumentando a severidade da doença. A boca
fornece o ambiente perfeito para a colonização de bactérias, uma temperatura estável,
umidade constante, abundante suprimento de nutrientes e exclusivamente, as superfícies
duras dos dentes. Para que ocorra a doença periodontal precisa ocorrer um desequilíbrio nessa
microbiota que é chamado de disbiose, a doença dos tecidos periodontais pode ser vista como
comprometimento da homeostase entre os tecidos do hospedeiro e a microbiota residente, os
microorganismos presentes na doença periodontal tem a capacidade de manipular com
sucesso elementos da resposta inata e inflamatória. Estudos mostram que as bactérias que
compõem significativamente a placa subgengival dos locais doentes com frequência estão
presentes também, embora em níveis reduzidos, em amostras supragengivais e vice-versa. P.
gingivalis, A. actinomycetemcomitans, T. forsythia e T. denticola são normalmente encotrados.
É necessário deixar o paciente ciente do quadro e explicar sobre o prognóstico dos dentes, a
importância de mantê-los em boca e sobre as opções de tratamento. Explicar para o paciente a
importância do controle de placa para manter os elementos dentários em boca.
Uma das etapas mais importantes da terapia periodontal é a motivação do paciente para
cuidados com sua higiene bucal, uma das técnicas que pode ser aplicada é o uso de
evidenciadores de placa, tornando o biofilme visível ao paciente, deixando mais claro os
movimentos que precisam ser realizados e as regiões que requerem mais atenção. Pode ser
realizado em todas as consultas juntamente com índice de Olery (onde o resultado entre 25 e
30 % são aceitáveis).
Etapas do tratamento:
Primeiro realizar diagnóstico, boa anamnese e prognóstico dos dentes. Avaliar higiene bucal,
características gengivais, sangramento a sondagem, presença de supuração, profundidade
clínica de sondagem, mobilidade, envolvimento de furca, nível de inserção, nível do osso
aveolar e atividade da doença. Verificar condições sistêmicas dos pacientes, verificando se há
fatores modificadores como a diabetes (pode ser feito teste de hemoglobina glicada, glicemia
em jejum. Para verificar outras condições pode ser feito hemograma completo, proteína C
reativa, teste para sífilis, HIV...).
Duas técnicas são muito faladas, a desinfecção da boca toda em 24h e a terapia periodontal
por quadrantes, onde há consultas agendadas semanalmente.
Algumas regiões são mais susceptíveis a formação de cálculo, como a lingual dos incisivos
inferiores, onde tem a saída do ducto da glândula sublingual e a região vestibular dos molares
superiores onde tem a saída do ducto da glândula parótida, nesses locais há a presença de uma
saliva rica em cálcio, a qual acaba não sendo tamponada, sua precipitação na matriz proteica
da película adquirida ocorre de forma mais fácil, não precisando de uma grande quantidade de
placa para formação de cálculo, o cálculo formado nessas regiões é mais rugoso e acumula
bactérias em seu interior, mas um paciente com boa higienização consegue manter o equilíbrio
dessas bactérias o que coincide com a saúde, sendo assim é possível a gengiva apresentar um
padrão saldável, sem sangramento, mesmo com a presença de cálculo.