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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENFERMAGEM
Enfermagem Médico-cirúrgica
Disciplina: ENC0240 - Enfermagem na Saúde do Adulto e do Idoso em
Cuidados Clínicos e Cirúrgicos

Doença Coronariana (DAC, ICo)


Insuficiência Cardíaca (IC, ICC)

Prof.ª Dr.ª REGINA CÉLIA DOS SANTOS DIOGO


São Paulo, 2022
Plano de Aula
✓ PARTE 1. Revisão da Anatomia e Fisiologia do Coração – 30 min

✓ PARTE 2. Panorama da Doença Cardiovascular (DCV) – 10 min

✓ PARTE 3. Fisiopatologia da Doença Coronariana (DAC, ICo) – 30


min
✓ Intervalo – 15 min

✓ PARTE 4. Fisiopatologia da Insuficiência Cardíaca – 30 min

✓ PARTE 5. Discussão dos Estudos de Caso – 20 min


Prof.ª Dr.ª REGINA CÉLIA DOS SANTOS DIOGO
Objetivos
Ao final da aula os estudantes sejam capazes de:

- Revisar a função do sistema cardiovascular no organismo.

- Conhecer um panorama da Doenças Cardiovasculares (DCV) no


mundo e no Brasil.

- Entender a fisiopatologia da DCA, ICo

- Entender a fisiopatologia da IC

- Reconhecer os principais sinais e sintomas ou respostas humanos


decorrentes dessas cardiopatias, que que vão auxiliar no
julgamento e raciocínio clínico, como uma das etapas do processo
de enfermagem.

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PARTE 1. Revisão da Anatomia e Fisiologia do Coração

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Caso Clínico 1

• Senhor João, 66 anos, IAM em maio de 2002, fumante


por 30 anos, parou há 10 anos. Por volta do meio dia foi
ao banco pagar umas contas, da sua casa ao banco são
10 quarteirões, quando estava voltando começou a sentir
dor em HTE (Hemitórax esquerdo) e foi encaminhado ao
Pronto Socorro do Hospital Municipal. Hábitos de vida:
Sedentário, etilismo social, obeso.
Sistema Cardiovascular
Qual é a sua principal função?
O aparelho cardiovascular, ou sistema cardiocirculatório, tem a
responsabilidade de fazer chegar o sangue (levar) a todos os tecidos
do corpo, proporcionando-lhes o oxigênio e os nutrientes necessários
para o seu metabolismo. Seu motor central é o coração.

O coração tem como função bombear o sangue para todos os tecidos


do corpo, impulsionando ritmicamente o sangue, rico em oxigénio e em
nutrientes, através de uma vasta rede de vasos sanguíneos que, por
sua vez, chegam a todo o organismo.

Além disso, remove o sangue com CO2 e metabólitos, mantendo a


homeostase dos líquidos.

A regulação vascular envolve a função cardíaca, a circulação pulmonar,


cerebral, renal, gastrointestinal e o retorno venoso.

Guyton AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. 13 ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
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Sistema Cardiovascular
Qual a sua composição?
• É composto pelo coração e pelos vasos que formam a grande e a
pequena circulação

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Pequena e Grande Circulação

PULMÃO
Artérias
4 veias
pulmonares
pulmonares
DeE
AD AE
Veia cava
superior e Valva Valva
inferior tricúspide mitral
VD VE
Valva do Valva
tronco aórtica
pulmonar Aorta

CORPO
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Pequena e Grande Circulação

- O sangue chega ao AD
pelas veias subclávias
superior e inferior, e por
meio da artéria pulmonar
chega aos pulmões para
ser oxigenado.

-O sangue oxigenado volta


ao coração pelas veias
pulmonares e por meio da
aorta é levado para o
corpo .
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Anatomia Cardíaca

Posição: O coração é um órgão oco de paredes musculosas, situado


no centro do tórax, entre os dois pulmões e por trás do osso esterno,
diante da coluna vertebral e do esôfago, sobre o diafragma, num
espaço denominado mediastino. Tem seu ápice ligeiramente voltado
para a esquerda e para frente, tocando a parede torácica a nível do 4º
ou 5º E espaço intercostal.

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Anatomia Cardíaca

Tamanho: corresponde aproximadamente ao da mão fechada da


própria pessoa, podendo variar de acordo com a idade, sexo,
características físicas e hábitos de vida. Altura entre 13 e 15 cm, largura
de 9 a 10cm e espessura em torno de 6 cm.

Peso: em média cerca de 280 a 340g


nos homens e cerca de 240 a 280g
nas mulheres. Peso médio 5g/Kg.

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Estruturas
• Órgão muscular, oco, dividido por 4 câmaras,
separadas por septos.
• Paredes musculares: epicárdio, pericárdio,
miocárdio, endocárdio
• Câmaras superiores: átrios direito e esquerdo
• Câmaras inferiores: ventrículos direito e esquerdo
• Valvas internas: tricúspide, mitral, pulmonar e aórtica
• Artérias e veias coronárias:
• Vasos: Aorta, Artéria Pulmonar, Veia Cava Superior,
Veia Cava Inferior, Veias Pulmonares
• Sistema de formação e condução do estímulo
elétrico

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Anatomia Cardíaca
Paredes Musculares

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Paredes Musculares Endocárdio

• Reveste a parte interna das


paredes atriais e
ventriculares, fina e delicada;

• Constituído principalmente por


células endoteliais;

• Possui camada
subendocárdica: vasos, filetes
nervosos e tecido condutor.

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Paredes Musculares Miocárdio
• Camada média muscular
• Formada por fibras musculares cardíacas (Músculo Estriado
Esquelético) e feixes de tecido conjuntivo fibroso interligados que
dão sustentação à musculatura cardíaca, às valvas atrio-
ventriculares e contribuem para a preservação da forma do
coração
• Grande responsável pela função de bomba o coração: Força de
contração relacionado a quantidade de fibra motoras ativadas;
• Movimentos finos:
2 a 3 fibras por neurônio;
• Movimentos grossos:
centenas de fibras por neurônio.

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Paredes Musculares Pericárdio
• Membrana dupla fibro-serosa em forma
de bolsa que recobre o coração
• A camada externa (Pericárdio Fibroso)
Fibrosa: diafragma, esterno e órgãos do
mediastino;
• A camada interna (Pericárdio
Seroso) membrana serosa: parte visceral
ou epicárdio, mais interna, reveste e
adere ao miocárdio, e a lâmina parietal,
que reveste internamente o pericárdio
fibroso.
• Entre estas duas camadas existe uma
cavidade virtual, a cavidade do
pericárdio, com uma quantidade de
líquido apenas o suficiente para
umedecê-las.

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Estrutura interna Coração

O coração é dividido verticalmente por


um septo de tecido muscular, em
duas metades, direita e esquerda,
normalmente incomunicáveis entre si .

Cada metade é formada de duas


câmaras: um àtrio (superior) e um
ventrículo (inferior).

Os àtrios e ventrículos comunicam-se


entre si através das valvas
atrioventriculares.

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Estruturas Valvares
Conjunto de estruturas que tornam possível a abertura e fechamento
dos canais de comunicação entre as câmaras e as grandes artérias do
coração. Constituídas por:
• Anel fibroso: sustentação às cúspides
• Cúspides: membranas de tecido conjuntivo, ligadas ao anel fibroso
e às demais cúspides (conjunto de cúspides = valva)
• Cordas tendíneas: filamentos de tecido conjuntivo que prendem as
cúspides aos músculos papilares
• Músculos papilares: evitam a inversão das cúspides durante a
sístole.

a = anel fibroso b = cúspide


c = cordas tendíneas
d + e = músculos papilares

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Estruturas Valvares
Entre os àtrios e ventrículos existem válvulas,
a tricúspide do lado direito, e a bicúspide
(mitral) do lado esquerdo. Estas válvulas
abrem-se em direção dos ventrículos, durante
a contração dos àtrios. Estas vávulas são
denominadas atrioventriculares, por
promoverem a comunicação entre àtrios e
ventriculos,

Válvulas semilunares, presentes nas artérias


aorta e pulmonar.
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Sons Cardíacos
Bulha cardíaca (B1)- (TUM: Sístole)
está ligada ao fechamento das
valvas mitral e tricúspide (valvas
atrioventriculares - AV)
Melhor ouvida nos focos mitral e
tricúspide

Bulha cardíaca (B2) - (TÁ: Diástole)


relacionada com o fechamento
das valvas pulmonar e aórtica
(semilunares).
Melhor ouvida nos focos aórtico e
pulmonar
focos de ausculta: Foco mitral, foco
tricúspide, foco aórtico, foco
pulmonar e ponto e ERB.
Registro: BRNF2T s/s
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Sistema Arterial
• Artérias elásticas: próximas ao coração- elastina e colágeno em
grande quantidade
• Artérias musculares ou condutoras: contém espessa camada de
músculo liso, suprido por fibras vasoconstritoras do simpático. São as
principais responsáveis pela resistência períférica total (RPT)
• Arteríolas: são artérias de pequeno calibre, com características e
funções semelhantes às artérias musculares. Também são capazes
de potente vasoconstrição, contribuindo para a Restrição Periférica.
• Próximo à extremidade capilar, o músculo liso circular das arteríolas
forma anéis, chamados de esfínteres pré-capilares, que controlam o
fluxo de sangue para os capilares.
• Capilares: paredes finas, com camada única de células endoteliais e
lâmina basal.

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Artérias Coronárias

• Tronco de Coronária Esquerda: seu tronco de origem mede


aproximadamente 1cm. O tronco de origem divide-se depois em dois
ramos terminais: ADA e ACX

• •Artéria Descendente Anterior Esquerda (ADA) emite ramos


diagonais e septais

• Artéria Circunflexa (ACX) emite ramos marginais

• Artéria Coronariana Direita dividindo-se em

dois ramos = Descendente Posterior e

Ventricular Posterior

• Ascendente: artérias coronárias,


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AORTA
• Arco ou crossa da aorta: três ramos - tronco bráquio-cefálico-
artérias carótidas e subclávias;
• As subclávias originam: torácica interna (mamaria), axilar, braquial,
radial e ulnar.
• Aorta descendente: torácica - artérias intercostais, bronquiais,
esofágicas, subcostais e frênicas superiores.

Sistema Venoso
• Tubos que apresentam forma variada, dependendo do volume de
sangue presente no vaso.
• Veias cheias: cilíndricas; pouco sangue: achatadas
• Composição da parede: pouca elastina e mais colágeno
(distensibilidade)
• Grandes vasos, médio,

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FISIOLOGIA
Inervação Cardíaca
• A inervação do coração é feita através do sistema nervoso
autônomo simpático e parassimpático:
• componente extrínseco - complexo estimulador do coração
• componente intrínseco, que participa diretamente do trabalho,
de vital importância, desenvolvido pelo coração com suas
contrações rítmicas.
• NERVO VAGO Inervação cardíaca (SNP)
• A resposta do sistema cardiovascular às influências
autonômicas é mediada por receptores (quimiorreceptores e
barorreceptores) localizados na aorta e carótida.
• SNS SNP
• Epinefrina acetilcolina
• e norepinefrina

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FISIOLOGIA
Propriedades do músculo cardíaco
• Automatismo: cronotropismo

• Condutividade: dromotropismo

• Excitabilidade: batmotropismo

• Contratilidade: inotropismo

Guyton AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. 13 ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
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Sistema de condução
Elétrico Cardíaco
• Conjunto de estruturas responsáveis pela formação e propagação
da atividade elétrica cardíaca
• As fibras musculares cardíacas só contraem mediante passagem de
estímulo elétrico.
• Formado por sistema de nós e feixes, todos constituídos por
células especializadas para determinadas funções.

1- Nódulo sinusal
2- Nódulo átrioventricular
3- Feixe de Hiss
4- Ramos direito e esquerdo
5- Fibras de Purkinje

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Ciclo Cardíaco
A excitação elétrica do miocárdio resulta em uma série de eventos
mecânicos, promovendo a ejeção do volume sistólico do coração.

As fases do ciclo cardíaco:


• Atividade cardíaca elétrica
• Pressões intracardíacas
• Abertura e fechamento das válvulas cardíacas

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Contração ou despolarização
Sístole
• fase de contração miocárdica
• propulsão sanguínea para a circulação pulmonar e sistêmica
• abertura das válvulas pulmonar e aórtica
• menor perfusão coronariana
• pressão arterial sistólica
Relaxamento ou repolarização
= DIÁSTOLE
• relaxamento” funcional (atividade elétrica) passagem passiva
sanguínea dos átrios para os ventrículos
• abertura das válvulas AV
• contração final sistólica
• fase de melhor perfusão coronariana
• pressão arterial diastólica
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Polarização e Despolarização

Potencial de membrana –
Bomba de Na (+) e K

+ - - +
+ - Na+ - + Na+
+ - - +
Nível Sérico
+ - - + K - 3,5 - 5,3 mEq/l
Na - 135 - 145 mEq/l

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Débito Cardíaco
Débito Cardíaco: volume de sangue ejetado por cada ventrículo no
espaço de um minuto;
DC= VES x FC
VES: volume de ejeção sistólico
FC: frequência cardíaca

•Sofre influência principalmente do retorno venoso


•Capacidade intrínseca ou Mecanismo de Franklin-Starling
“...dentro dos limites fisiológicos o coração irá bombear todo o sangue
que chegar a ele sem permitir represamento excessivo de sangue nas
veias.”
•Em um indivíduo em repouso, o coração bombeia de 4 a 6 litros de
sangue por minuto, para a aorta.
•Durante o exercício, o volume de sangue bombeado pode aumentar
até 5 a 6 vezes aquele valor.
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Pré-carga
• Na prática: volume de sangue que chega no ventrículo
• Na teoria: volume de sangue no ventrículo ao final da diástole.
Diretamente relacionado com o estiramento da fibra miocárdica no
final da diástole.
• Mecanismo de Frank-Starling Quanto maior o estiramento da fibra,
maior a força de contração
Pós-carga
• Na prática: força contrária à ejeção do sangue do ventrículo para a
artéria
• A pós-carga é inversamente proporcional à função ventricular

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Desempenho Cardíaco e PA

PA = DC x RVP

NEURAIS (SNSimp)
VS x FC HUMORAIS (ADR, SRA)
LOCAIS

INO CRONO
(força) (ritmo)

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PARTE 2. Panorama da Doença Cardiovascular (DCV)

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Alterações cardiovasculares

• Condução elétrica do coração: arritmias

• Doença coronariana: angina, infarto

• Valvares: insuficiência, estenose

• Infecciosas: endocardite, miocardite, pericardite

• Decorrentes de cardiopatias: edema agudo de pulmão,


insuficiência cardíaca, choque cardiogênico, parada cardíaca –
ENC 250

• Congênitas (Pediatria/ Neo)

• Vasculares e da circulação periférica

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DCV – Panorama no Mundo
• As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no
mundo: mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades
do que por qualquer outra causa.
• Estima-se que 17,7 milhões de pessoas morreram por doenças
cardiovasculares em 2019, representando 31% de todas as mortes
em nível global. Desses óbitos, estima-se que 7,4 milhões ocorrem
devido às doenças cardiovasculares e 6,7 milhões devido a
acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
• Mais de três quartos das mortes por doenças cardiovasculares
ocorrem em países de baixa e média renda.

OMS - https://www.paho.org/
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DCV – Panorama no Mundo

• Das 17 milhões de mortes prematuras (pessoas com menos de 70


anos) por doenças crônicas não transmissíveis, 82% acontecem em
países de baixa e média renda e 37% são causadas por doenças
cardiovasculares.

• A maioria das doenças cardiovasculares pode ser prevenida por


meio da abordagem de fatores comportamentais de risco – como o
uso de tabaco, dietas não saudáveis e obesidade, falta de atividade
física e uso nocivo do álcool, utilizando estratégias para a população
em geral.

OMS - https://www.paho.org/
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Fatores de Risco

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PARTE 3. Fisiopatologia da Doença Coronariana (DAC, ICo)

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Doença Coronariana
DEFINIÇÃO:
Relacionados a obstrução parcial ou intermitente da(s) coronária(s)
causada pela aterosclerose:
Aterosclerose: acúmulo anormal de substâncias lipídicas e tecido fibroso
na parede vascular
Engloba todas as situações onde o conjunto de sinais e sintomas clínicos
são compatíveis com isquemia miocárdica aguda (angina instável,
infarto agudo do miocárdio)”

Circulation 2002 - ACC/AHA Practice Guidelines

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Epidemiologia
• A cardiopatia isquêmica permanece como a principal causa de
morte no mundo ocidental;

• Cerca de 50% das mortes por IAM ocorrem na primeira hora do


evento e são atribuíveis a arritmias, mais frequentemente fibrilação
ventricular;

• No Brasil, no ano de 2000, 36,5% dos óbitos entre indivíduos com


idade maior ou igual a 55 anos decorreram de doenças do aparelho
cardiocirculatório. (DataSUS)

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Doença Coronariana

Angina - desconforto subesternal descrito como pressão ou

aperto, podendo irradiar para pescoço e braço esquerdo em situação


de esforço/estresse.
Sintomas associados: náuseas, vômitos, sudorese, palpitação,
dificuldade respiratória.
Angina estável- precipitada pelo esforço, de curta duração e de fácil
alívio com repouso e nitrato; (crônica)

Angina instável – dura por mais tempo, mais severa, sem alívio
com repouso/nitrato. (aguda)

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Fisipatologia

• Isquemia de demanda – taquicardia, exercícios


e estresse
• O fluxo coronariano não aumenta o
suficiente para suprir a necessidade local.

Angina estável crônica

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Características das placas
aterosclerótica
• Dois tipos de placas:
– Comportamento estável
– Placas vulneráveis – suscetíveis a trombose
• Causas da rotura da placa:
– Estresse mecânico
– Fatores desencadeantes:
• Espasmo coronário
• Dislipidemia
• Nicotina
• CO2 entre outros

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Infarto Agudo do Miocárdio
(aguda)
• O termo isquemia significa “desequilíbrio entre oferta e consumo de
oxigênio”, devido à diminuição da oferta e/ou aumento do consumo.
• Relacionado a obstrução total ou completa da(s) coronárias:
– ruptura da placa de ateroma instável - adesão de plaquetas –
formação de coágulo de fibrina- trombose de coronária

Infarto do miocárdio na ponta da parede


anterior do coração - um infarto apical -
após a oclusão de um ramo da art. coronária
esquerda.

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FISIOPATOLOGIA
Ruptura da placa
Placa aterosclerótica aterosclerótica
instável
Formação de trombo

Oclusão da artéria
coronária

Oferta de O2

Necrose do músculo
IAM Isquemia
cardíaco
Infarto Agudo do Miocárdio
• Manifestações clínicas: dor torácica (70-80%)
com irradiação para mandíbula/pescoço/MSE,
náuseas, vômitos, sudorese fria e pegajosa e
dispnéia; Característica: em aperto

• Idosos, mulheres e diabéticos – podem ter


sintomas atípicos;

• Fatores de risco: cigarro, DM, HAS, estresse,


alimentos ricos em colesterol e sedentarismo.

• Morte ocorre 50% dos casos antes da chegada ao


hospital;

• Ritmo inicial FV – desfibrilação precoce;

• Diagnóstico e terapia de reperfusão rápida –


diminui mortalidade e tamanho da área necrosada
– diminui a incidência de insuficiência cardíaca;
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Diagnóstico de Infarto do Miocárdio

História típica de dor precordial

Alterações eletrocardiográficas

Elevação enzimática

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Dor Torácica não coronariana

• Dissecção da aorta
▪ Pericardite
▪ Embolia pulmonar
▪ Esofagite
▪ Úlcera péptica
▪ Musculoesquelética

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ECG normal

Miocárdio Íntegro

Elevação

Inversão
Infarto

Infarto antigo Onda Q importante


Diagnóstico: Exames de sangue
• Marcadores de necrose miocárdica
– Alteração da membrana do miocárdio com passagem
das macromoléculas
– CKMB isoenzima creatinoquinase: aumento de 4 a 8
horas queda em 3 dias. Valores normais - 0 a 24 U.
– Troponina C e mioglobulina
• Músculos esqueléticos e cardíacos
– Troponina T e I (padrão-ouro atualmente)
• seqüência de aminoácidos diferentes no músculo cardíaco e
esquelético.
• Níveis elevados destes dois marcadores são fortes preditores
de morte
• Troponina I – elevação em 3 a 4 h e queda em 1 a 3 semanas.
Valores normais - abaixo de 0.5mg/ml - Troponina T - (normal: <0,1)
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Exames complementares

• ECO cardiograma (Ultrasom do coração)


• Cineocoronarioangiografia (cateterismo)
• Ergometria (teste de esforço)
• Radioisótopos
• CT coronariana (tomografia)

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Tratamento não farmacológico

• Mudança de hábitos

• Atividade física regular

• Alimentação saudável

• Acompanhamento médico e de enfermagem na atenção


básica e na assistência especializada

• Parar de beber e de fumar

• Controlar o stress

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Tratamento não farmacológico
Tratamento farmacológico/clínico
Reduzir chance de
Promover Vasodilatação recorrência
Nitratos, bloqueadores de canais
de cálcio. Repouso, controle PA, β-
bloqueio.

Reperfusão Prevenir trombose


(oclusão total) Antiagregante plaquetário,
Trombólise, antitrombínico
angioplastia

Tratar e prevenir
Remodelamento complicações da
Inibidores da ECA... isquemia / necrose
Β-bloqueadores,
antiarrítmicos

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Tratamento farmacológico/clínico
Doença Coronariana
• Ácido acetilsalicílico (AAS) 100mg (aspirina) atenção: somente
de 100mg: antiagregante plaquetário (previne coágulos sanguíneos).
Mecanismo de ação: bloqueia o troboxano A2 que é produzido nas
plaquetas, impedindo a agregação plaquetária, o que impede a
formação de coágulos.
• Clopidogrel (antiplaquetário): sua função é evitar a formação de
coágulos no sangue a partir da junção de plaquetas. Por isso, é
desenvolvido para prevenção de doenças cardiovasculares e
trombose.
• Betabloqueador: bloqueadores dos receptores de angiotensina.
(Seloken)

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Tratamento farmacológico/clínico
Doença Coronariana
• Inibidor da enzima conversora da angiotensina (ECA): bloqueiam
a ação enzimática da ECA, reduzindo a taxa de produção de
angiotensina II, potente vasoconstritor e estimulador da aldosterona.
Ex: Captopril, enalapril.
- Estatinas (Sinvastatina): Atorvastatina e Rosuvastatina. Classe de
fármacos que baixa o colesterol pelo bloqueio de sua absorção no
intestino.
Na fase aguda: Heparina é um anticoagulante que previne a
coagulação anormal de sangue.
- Nitratos: Tridil; Nitroglicerina; Dinitrato de Isossorbida (Isordil):
vasodilatador coronariano.

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Tratamento de Reperfusão
Angioplastia/cirúrgico

Angioplastia com stent (minimamente invasivo)

Revascularização do miocárdio com ponte (cirurgia)

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Aguda: Medidas Iniciais

Obtenção dos sinais vitais: PA, frequência cardíaca e exame físico;


. Oxigênio por cateter ou máscara;
. Obtenção de acesso venoso;
. Monitorização do ritmo cardíaco e da saturação de O2 não invasiva;
. Administração de 300mg de aspirina via oral;
. Nitrato sublingual 5mg; (vasodilatador coronariana)
. ECG; (Eletrocardiograma)
. Administração endovenosa de morfina quando a dor é muito intensa
e não melhora com nitrato.

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Condutas/Estratégia conservadora

MANOBRA (estratégia MONABH (conduta)


conservadora)

- M = Monitorização •Morfina
•Oxigênio
- A = Acesso Venoso e AAS
•Nitrato
- N = Nitrato Sublingual
•Aspirina
- O = Oxigenoterapia •Beta-bloqueador
- B = Betabloqueador •Clopidogrel
- R = Repouso •Heparina

- A = Analgesia

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Tratamento de Reperfusão
Fibrinólise
Trombolíticos
. Estreptoquinase (SK)

. Ativador tecidual do plasminogênio

. Trombolíticos de terceira geração


Contraindicações
>> Sangramentos abdominais,
dissecção de aorta, RCP
(ressuscitação cárdio-pulmonar)
prolongada, trauma ou cirurgias nas
2 semanas precedentes, AVC
hemorrágico prévio, gravidez.

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Complicações das doenças
Coronarianas
INSTABILIDADE HEMODINÂMICA
- Hipotensão, choque cardiogênico;
- Edema agudo de pulmão;
- Insuficiência cardíaca congestiva.

ARRITMIAS
-Taquicardias ventriculares;
- Fibrilação ventricular;
- Bloqueios atrioventriculares avançados.

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Classificação de Killip e
Kimball para pacientes com IAM
Classificação baseada em dados clínicos que permite estudar a
gravidade da insuficiência ventricular nos pacientes com IAM.
É bastante usada na avaliação da mortalidade em geral.

• Killip I – SEM REPERCUSSÕES HEMODINÂMICAS. Mortalidade =


6%.

• Killip II - dispnéia e estertoração pulmonar nos terços inferiores do


tórax. Mortalidade = 17%.

• Killip III - edema agudo de pulmão. Mortalidade = 38%.

• Killip IV - choque cardiogênico. Mortalidade = 81%.

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Assistência de Enfermagem
O Processo de Enfermagem (PE) possibilita:

✓ Utilizar o método científico

✓ Organizar a assistência com base em filosofia (teoria) e método

✓ Individualizar a assistência

✓ Aproximar o profissional de saúde do paciente/família (Utilizar


Sistema Primary Nursing)

✓ Continuidade do tratamento

✓ Melhor adesão (entendimento com o paciente/família)

✓ Aumentar a satisfação profissional Colaborar na elaboração do


corpo de conhecimentos próprios da enfermagem, projetando seu
valor social.
Caso Clínico 1

• Senhor João, 66 anos, IAM em maio de 2002, fumante


por 30 anos, parou há 10 anos. Por volta do meio dia foi
ao banco pagar umas contas, da sua casa ao banco são
10 quarteirões, quando estava voltando começou a sentir
dor em HTE (Hemitórax esquerdo) e foi encaminhado ao
Pronto Socorro do Hospital Municipal. Hábitos de vida:
Sedentário, etilismo social, obeso.

– Qual o tipo de Angina? Angina estável- precipitada pelo esforço.

– Faça o levantamento de problemas


– Estabeleça os diagnósticos, resultados e intervenção de
enfermagem
– Faça a prescrição de enfermagem para o Sr João
Levantamento de
Problemas/Agrupamento
• Dor em HTE

• 66 anos

• IAM pregresso, Fumante por 30 anos


Sedentário, etilismo social, obeso
Domínios e classe

• Dor em HTE: Domínio: Conforto; Classe: conforto


físico
• 66 anos Domínio 11: segurança/proteção
Classe: 2: lesão física
• IAM pregresso + Fumante por 30 anos+ Domínio 4:
atividade/repouso classe: respostas
cardiovasculares/pulmonares.
• Sedentário, etilismo social, obeso.
Domínio 1: Promoção da saúde, classe: controle da
saúde
Diagnósticos (Nanda)
• Dor aguda (00132) relacionado a agentes lesivos
biológicos, evidenciado por relato verbal de dor em HTE

• Risco de Queda (00155) Risco de quedas no adulto


(00303) relacionado a idade (66 anos)

• Risco de perfusão tissular cardíaca diminuída


(00200) relacionado a história de doença da artéria
coronária, tabagismo pregresso

• Controle Ineficaz da Saúde (00078) Autogestão


ineficaz da saúde (00276) relacionado a e hábitos:
Sedentário, etilismo social, obeso
Planejamento da Assistência de Enfermagem

Planejamento
Diagnósticos Resultados esperados Intervenções

(NANDA-I) (NOC) (NIC)


Dor aguda (00132) relacionado a Nível de dor (2102) Controle da dor (1400)
agentes lesivos biológicos, - 210201 Dor relatada
evidenciado por relato verbal de
dor em HTE
Risco de Quedas no adulto Comportamento de prevenção de Controle do ambiente: Segurança
quedas (1909) (6486)
(00303) relacionado a idade (66
anos) - 190903 Colocação de barreiras
para prevenção de quedas
Risco de perfusão tissular Perfusão Tissular: cardíaca (0405) Monitorização dos SSVV (6680)
cardíaca diminuída (00200) 040509 Achados do Ensino: dieta prescrita (5614)
eletrocardiograma
relacionado a história de doença Precauções cardíacas (4050)
040504 Angina
da artéria coronária, tabagismo
Conhecimento: controle da doença
pregresso e hábitos: Sedentário,
cardíaca (1830)
etilismo social, obeso. NAO
183011 Estratégias para aumentar
a adesão à dieta
Planejamento da Assistência de Enfermagem

Planejamento
Diagnósticos Resultados esperados Intervenções

(NANDA-I) (NOC) (NIC)


Comportamento de tratamento: Educação em saúde (5510)
Autogestão ineficaz da saúde
doença ou lesão (1609) Ensino: processo da doença (5602)
(00276) relacionado a inadequada
- 160902 Atendimento ao regime Ensino: medicamentos prescritos (5616)
ação para mudar o estilo de vida de tratamento recomendado Ensino: dieta prescrita (5614)
e dificuldade em controlar um
regime de tratamento complexo,
evidenciado por hábitos
inadequados de vida:
sedentarismo, etilismo e
obesidade.
Prescrição de Enfermagem
Itens de prescrição Frequência Horário
1- Controlar a dor 1/1h 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
20 21 22 23 24 01 02 03 04 05 06
07
2- Observar queixas de dor Atenção
M T N
3- Manter grades elevadas Atenção M T N
4- Orientar a família quanto a necessidade
de acompanhante 24h por dia
Orientar T
5- Repouso relativo (pode ir ao banheiro na Atenção M T N
cadeira de rodas) no leito
6- Encaminhar ao banho de aspersão na
1X/dia 8
cadeira com auxílio
7- Manter monitorização cardíaca e oximetria Atenção M T N
de pulso 8-
1/1h 8, 9, 10, 11, 12, 13, ......
Verificar SSVV
9- Encaminhar à nutricionista Atenção M
10- Orientar necessidade de atividade física Atenção M
regular
1X/dia 06
11- Controlar peso
12- Encaminhar para grupos de apoio contra
alcoolismo
PARTE 4. Fisiopatologia da Insuficiência Cardíaca

Prof.ª Dr.ª REGINA CÉLIA DOS SANTOS DIOGO


Caso Clínico
LCP, 46 anos, sexo masculino, casado, 3 filhos, foi internado para
compensação de ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva). Na entrevista
informou fazer acompanhamento ambulatorial e que estava usando
lasix, digoxina, ancoron e capoten. Não sabia para que servia essas
medicações. Referiu também ter sido orientado para ingerir no máximo
800ml de líquidos por dia, fazer repouso e usar pouco sal na
alimentação. Acredita que a água é essencial para a vida e por isso não
seguia a recomendação de restrição. Fazia o repouso pq sentia muita
falta de ar quando fazia qualquer atividade e seguia a recomendação de
usar pouco sal. Informou urinar 2 ou 3 vezes por dia em pequenas
quantidades e que no último mês ganhou 3 Kg apesar de não ter
modificado sua alimentação.
Exame Físico

Fr 35 rpm, respiração superficial e rítmica, presença de


creptações em bases pulmonares; Intolerância ao decúbito
horizontal; FC 102 bpm; arrítmico; estase jugular;
normotenso, PA: 100X60 mmHg, edema intenso de
extremidades inferiores; palidez cutânea, diminuição da
massa muscular do membro superior E e unhas dos pés
compridas e sujas.

Exames de laboratório: K= 3,4 mEq/L; Na= 148 mEq/L.


IC: Insuficiência Cardíaca
Definição: Estado fisiopatológico em que o coração é incapaz de
manter suficiente perfusão periférica para suprir necessidades
metabólicas tissulares ou o faz à custa de altas pressões de
enchimento. Doença crônica progressiva com acometimento cardíaco
e desordem circulatória.

Epidemiologia
- Grave problema de saúde pública
- Doença altamente letal
- Existem 2 milhões de portadores no Brasil
- 240 mil casos por ano: alimentos gordurosos e sedentarismo
- Custo de 150 milhões de reais
- Mortalidade de 25% para homens e 65% para mulheres

Reportagem - Insuficiência cardíaca mata 50 mil pessoas por ano no Brasil -


15/06/15 https://www.youtube.com/watch?v=HHtv3A1zq8s
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Causas - Insuficiência Cardíaca

Insuficiência cardíaca AGUDA


✓ Infarto do miocárdio extenso (Killip IV)
✓ Miocardite aguda

Insuficiência cardíaca CRÔNICA (a mais comum)


✓ Miocardiopatia dilatada (doença de Chagas)
✓ Hipertensão arterial (Hipertrofia)
✓ Valvopatias
✓ Infarto do miocárdio
✓ Doença da Artéria Coronária (DAC)

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Causas - Insuficiência Cardíaca

Causas Primárias Causas Precipitantes


• DAC
• Anemia
• HAS
• Infecção
• Cardiopatia reumática
• Tireotoxicose
• Cardiopatia congênita
• Hipotiroidismo
• HAPulmonar
• Arritmias
• Miocardiopatias
• Endocardite bacteriana
• Hipertiroidismo
• Doença pulmonar (embolia)
• Valvopatias
• Deficiência Nutricionais
• Miocardite
• Hipervolemia
Prof.ª Dr.ª REGINA CÉLIA DOS SANTOS DIOGO
Prof.ª Dr.ª REGINA CÉLIA DOS SANTOS DIOGO
Prof.ª Dr.ª REGINA CÉLIA DOS SANTOS DIOGO
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Arritmias
Eletrocardiograma
• Registro da atividade elétrica do coração;
• Proporciona informações: orientação do coração no tórax / distúrbios de
condução / efeitos elétricos de medicamentos e eletrólitos / presença de dano
isquêmico.
Eletrocardiograma
Análise do ECG

V
O
L
T

1mm
5mm
A
G
E 0,04s
M
0,2s

TEMPO
Eletrocardiograma

Despolarização Ventricular
0,06 – 0,10s
Despolarização
Repolarização
Atrial
Ventricular
0,11s
5mm

QT
0,36-0,44s

Despolarização Átrios Parte inicial repolarização ventricular


Disseminação do impulso Ponto J
0,12-0,20 Supra ST (>1mm) Infra ST(>0,5mm)
Eletrocardiograma

Análise do ECG
1 . Avaliar a onda P.
2 . Toda onda P precede o complexo QRS? Alterações: arritmias
3 . Qual a duração do intervalo PR?
4 . Avaliar o complexo QRS. Menor que 0,12s?
5 . Avaliar a onda T.
6 . Determinar o intervalo QT. É de 0,36 – 0,44s?
Alterações: arritmias
Valvopatias

Fonte:
Valvopatias
ESTENOSE: Quando o orifício de uma válvula cardíaca
apresenta um diâmetro menor do que o normal,
dificultando a passagem do sangue.

• - Estenose aórtica
• - Estenose mitral
• - Estenose tricúspide
• - Estenose pulmonar
Valvopatias
• Insuficiência: É quando as válvulas do coração não
vedam o orifício valvular, permitindo o refluxo do
sangue.

• - Insuficiência aórtica
• - Insuficiência mitral
• - Insuficiência tricúspide
• - Insuficiência pulmonar
Valvopatias
Ausculta cardíaca na estenose e insuficiencia valvares
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=KOm8e4rAaC4
Valvopatias: causas
• Febre reumática; endocardite
bacteriana

• calcificações congênitas;

• depósitos de cálcio em válvulas de


idosos;

• Insuficiência mitral: degeneração


mixomatosa, disfunção da válvula
provocada por doença ou ruptura da
cordoalha tendinosa causadas por
infarto do miocárdio e ainda por tumores
do coração (mixoma).

• Insuficiência Tricúspide: toxicômanos


que usam drogas injetáveis
Valvopatias: Diagnóstico e tratamento
Prevenção: Tratamento correto de amigdalites que podem causar a febre
reumática. Tratamento dentário, ir ao dentista.

Sinais e sintomas: Os sintomas comuns de valvulopatia são relacionados a


insuficiência cardíaca. Tontura e/ou desmaio.

Diagnóstico: Ecodopplercardiografia, ECOCARDIOGRAMA

Tratamento: Farmacológico: Como ICC, B bloqueador, diurético, cardiotônico


digitálico (digoxina), inibidores de ECA.

Cirúrgico: Valvoplastia Percutânea por catéter balão


Substituição da válvula
por uma prótese:
Comissurotomia
Avaliação: sopro, arritmia ou sintomas de insuficiência cardíaca. Dependendo do grau da disfunção, os achados podem incluir dispneia, ortopneia,
estertores, tosse, diminuição da pressão arterial, náuseas, vômitos, ascite , edema dependente , distensão venosa jugular, galope S3, baço e fígado
aumentado

A enfermeira está envolvida em todos os aspectos do cuidado integral do


paciente com doença valvar
• Cuidado direto envolvido na hospitalização e nos episódios cirúrgicos,
• o enfermeiro capacita o paciente direcionando a autogestão e colabora
com as disciplinas contribuintes.
• Os componentes educacionais incluem medicamentos, características da
doença, conformidade e recomendações dietéticas.
• A enfermeira incentiva a independência e níveis crescentes de atividade
para aumentar a aptidão cardiovascular.
• O paciente é orientado sobre a tolerância progressiva, bem como as
manifestações sobre as quais deve relatar imediatamente.
(Lee, 2019)
• O comportamento de muitos pacientes com troca de válvula cardíaca após a alta é
muito diferente de seu comportamento de saúde no hospital.
• As habilidades de autocuidado e adesão ao tratamento diminuíram com o aumento
do tempo de alta, o que resultou em deficiência ou excesso de anticoagulantes e
complicações, como embolia e sangramento, que colocaram em risco a vida do
paciente
• Objetivo explorar o valor da enfermagem contínua em pacientes após a troca da
válvula cardíaca.
• Estudo mostrou que a enfermagem contínua melhora a adesão do paciente ao
tratamento e reduz a ocorrência de complicações de anticoagulação pós-
operatórias. O paciente também recebe avaliações psicológicas adequadas, que
aliviam a ansiedade e a depressão do paciente.

(Li, Zhou e Lin, 2020)


Alterações cardiovasculares
Infecciosas

Endocardite
Miocardite
Pericardite

Endocardite
Endocardite Ocorre por infecção na boca
(odontológica), TGI, pele e TU.
Infecciosas: endocardite
Infecciosas: endocardite

Imagens google

Nódulo de Osler
Lesões de Janeway
Nódulo eritematoso sensível: atribuído à
Máculas eritematosas,
combinação de embolias sépticas e hemorrágicas, indolores nas palmas
fenômenos imunológicos das mãos e plantas dos pés
Doença cardíaca reumática (DCR) afeta ≈40 milhões de pessoas e ceifa
quase 300.000 vidas a cada ano.
A American Heart Association está empenhada em atuar como líder global em
cuidados e prevenção de DCR em 5 áreas principais:
1. Educação e treinamento de profissionais de saúde,
2. Suporte técnico para a implementação de estratégias baseadas em
evidências para a prevenção da febre reumática / DCR
3. Acesso a medicamentos e tecnologias essenciais,
4. Pesquisa
5. Defesa para aumentar a consciência global, os recursos e a capacidade de
controle de DCR
Beaton et al, 2020
• As injeções de penicilina benzatina continuam a ser a pedra angular da prevenção
secundária.
• O manejo da insuficiência cardíaca, a prevenção, o diagnóstico precoce e o
tratamento da endocardite, a anticoagulação oral para a fibrilação atrial e as válvulas
protéticas são auxiliares terapêuticos vitais.
• Pacientes com estenose mitral isolada geralmente se beneficiam da valvoplastia mitral
percutânea com balão.
• A cirurgia de válvula cardíaca oportuna pode atenuar a progressão para
insuficiência cardíaca, invalidez e morte.
• O reparo valvar é preferível à substituição para regurgitação mitral reumática, mas não
está disponível para a grande maioria dos pacientes em regiões endêmicas.

Kumar et al, 2020


Infecciosas: pericardite

Causas
• IAM
• DRC
• Imunológica
• Química ou mecânica
• Lúpus Eritematoso Sistêmico
(LES)
• Doenças Reumatóides
Complicação:
TAMPONAMENTO CARDÍACO
(Acúmulo de sangue no
pericárdio)
• A pericardite aguda é um distúrbio inflamatório que contribui para as internações por dor torácica no
pronto-socorro
• A farmacoterapia de primeira linha para tratar a pericardite aguda de origem viral ou idiopática é
fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o risco de novas
recorrências de pericardite
• Farmacoterapia: terapia combinada com ácido acetilsalicílico [AAS] ou um anti-inflamatórios não
esteroides (AINE)
• Os corticosteróides não devem ser iniciados como terapia de primeira linha na pericardite idiopática
(viral), pois aumentam o risco de recorrências.
• o profissional de enfermagem pode facilitar a administração e o monitoramento oportunos de
medicamentos, fornecer educação ao paciente, promover a adesão e auxiliar nas transições de
cuidados para pacientes com diagnóstico de pericardite idiopática (viral) aguda no pronto-socorro.
Schwier, Cannedy e Skrepnek, 2020
ICC: Insuficiência Cardíaca Congestiva

Etiologia: Pode ocorrer devido a: hipertensão arterial (HAS) 24% dos


casos, lesões no miocárdio por infartos prévios (ICO) 54%, doença de
chagas, doença valvar 16%.
Fisiopatologia:

Falência VE - diminuição da quantidade de sangue bombeada pelo


coração – congestão pulmonar (edema pulmonar) e menor irrigação
sangüínea de órgãos e tecidos.
Falência VD- acúmulo de sangue que chega no lado direito – congestão
venosa: hepatomegalia, ascite, derrame pleural, edema, estase
jugular.
Mecanismos neuro-hormonais realizam ajustes fisiológicos para manter
a perfeita interação entre o coração e a periferia. Fatores
vasoconstritores e vasodilatadores, que envolvem o sistema nervoso
simpático e o sistema renina-angiotensina-aldosterona
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Diagnóstico Clínico
• Anamnese – sintomas (queixas): dispnéia aos mínimos
esforços/ ortopnéia, inapetência e náuseas
• Exame físico (estase jugular, edema membros,
hepatomegalia, ascite) Respiração: Taquidispneico,
estertores em base pulmonares, dorme sentado;
• Rx de tórax – cardiomegalia e opacidade pulmonar
difusa-infiltrado intersticial (edema pulmonar)
• Ecocardiograma – Avalia força de contração - Fração de
ejeção VE < 50% - valores alterados; dimensões das
câmaras cardíacas, alterações valvulares
• ECG –pode ou não evidenciar arritmias devido a
sobrecarga cardíaca

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Estase Jugular
• Quando a pressão na veia jugular está mais alta que o
normal, as suas paredes podem dilatar ou distender,
resultando em um sinal no exame clínico conhecido como
estase jugular.

• Isso requer que o paciente fique deitado com a parte


superior do corpo em um ângulo de menos de 45º, com
os músculos do pescoço relaxados. Observa-se a veia
jugular na lateral com o auxílio de um feixe de luz ou com
a iluminação natural. Desse modo, ele pode observar o
grau de dilatação e a pressão venosa aumentada.
Prof.ª Dr.ª REGINA CÉLIA DOS SANTOS DIOGO
Diagnóstico da IC

Fonte: Diretriz de Insuficiência Cardíaca, 2018. p.487


Para diagnóstico: 2 critérios maiores e um menor
Comitê Coordenador da Diretriz de Insuficiência Cardíaca. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca
Crônica e Aguda. Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539
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Classificação funcional da IC

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Classificação funcional clínica do ICC

ICC classe funcional Grau I: sem limitações

ICC classe funcional Grau II: limitação discreta

ICC classe funcional Grau III: limitação acentuada

ICC classe funcional Grau IV: Incapacidade


(AHA)
Objetivo do tratamento: IC
- Reduzir o trabalho do coração

• Aumentar a força (inotropismo) e a eficiência da contração


miocárdica

DC= VESXFC

• Eliminar o acúmulo excessivo de água corporal


– Diminuir a ingesta hídrica

– Controlar a dieta

– Monitorar a terapia com diuréticos e inibidores da enzima


conversora da angiotensina

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Tratamento não farmacológico
- Mudanças na dieta (paciente e família) e hábitos

saudáveis (abolir tabagismo e alcoolismo); controle do peso;

• Restrição de sal e líquidos ingeridos diariamente

• Adaptação das atividades e monitoramento de sintomas

de piora clínica (descompensação)

• Orientação, Apoio, Educação em Saúde

• Uso de meia elástica de média compressão em viagens com + que 4


horas de duração

• Intervenções comportamentais, com técnicas envolvendo meditação e


relaxamento.

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IC: Tratamento medicamentoso
Medicamentos de uso oral: Digitálicos - ex: digoxina - aumenta a força
de contração
• Diuréticos – ex: lasix (furosemida) – diminuir líquidos circulantes e
edema
• IECA- ex: capoten - inibidores da enzima conversora de angiotensina
– diminuem a retenção de sal e água- ação diurética e indiretamente
na pressão arterial/ remodelam a contração ventricular
• Nitratos- ex: monocordil – ação vasodilatadora
• B-bloqueadores- ex: propanolol/atenolol – ação bradicárdica
melhorando a performance contrátil
Dieta: Alimentos ricos em sódio devem ser evitados (1g/dia), Restrição
Hídrica (RH) 800 a 1000 ml/dia;
Cirúrgico: Revascularização do Miocárdio (ponte de safena),
Transplante Cardíaco: ICC avançado

OBS: Medicamento de uso endovenoso nas situações de


descompensação da doença: Dobutrex ou Dobutamina
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Desafio: melhores práticas

Cuidado transicional do hospital para o domicílio na insuficiência cardíaca:


implementação das melhores práticasNakahara-Melo M, Conceição AP,
Cruz DALM, Püschel VAA.. Rev Bras Enferm. 2022;75(1):e20210123.
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2021-012
Pesquisa
Conhecimento e significado sobre a doença: as expressões de
pessoas com insuficiência cardíaca

Os resultados sugerem pouco conhecimento da doença e tratamento,


o que dificulta seu controle. Os entrevistados apresentam
dificuldades no manejo da doença e tratamento. Há necessidade de
investir na consulta de enfermagem voltada à educação do paciente
para o controle da IC. (Freitas e Püschel, 2010)

https://www.scielo.br/j/reeusp/a/zDySKLCFhMY4J9vHYktvQHR/

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Assistência de Enfermagem
Teorias de Enfermagem

– Wanda Horta: necessidades humanas básicas;


– Orem: autocuidado: definido como a decisão e as estratégias desenvolvidas
pelo indivíduo, a fim de manter a vida, a saúde e o bem estar (Orem, 1995) •
Ação de autocuidado é a capacidade do homem em engajar-se no
autocuidado (Foster, Benett, Dorothea, Orem, 2000)

Teoria da situação específica do autocuidado na Insuficiência Cardíaca


(Bárbara Riegel, 2009); O paciente será atendido na Atenção primária e
especializada (ambulatório de cardiologia); Internação devido
descompensação; Utilizar o Processo de Enfermagem e linguagem
padronizada

Prof.ª Dr.ª REGINA CÉLIA DOS SANTOS DIOGO


PARTE 5. Discussão dos Estudos de Caso – 20 min

Prof.ª Dr.ª REGINA CÉLIA DOS SANTOS DIOGO


Caso Clínico
• LCP, 46 anos, sexo masculino, casado, 3 filhos, foi
internado para compensação de ICC (Insuficiência
Cardíaca Congestiva). Na entrevista informou fazer
acompanhamento ambulatorial e que estava usando
lasix, digoxina, ancoron e capoten. Não sabia para que
servia essas medicações. Referiu também ter sido
orientado para ingerir no máximo 800ml de líquidos por
dia, fazer repouso e usar pouco sal na alimentação.
Acredita que a água é essencial para a vida e por isso
não seguia a recomendação de restrição. Fazia o
repouso pq sentia muita falta de ar quando fazia qualquer
atividade e seguia a recomendação de usar pouco sal.
Informou urinar 2 ou 3 vezes por dia em pequenas
quantidades e que no último mês ganhou 3 Kg apesar de
não ter modificado sua alimentação.
Exame Físico

• Fr 35 rpm, respiração superficial e rítmica,


presença de creptações em bases
pulmonares; Intolerância ao decúbito
horizontal; FC 102 bpm; arrítmico; estase
jugular; normotenso, PA: 100X60 mmHg,
edema intenso de extremidades inferiores;
palidez cutânea, diminuição da massa
muscular do membro superior E e unhas
dos pés compridas e sujas. Exames de
laboratório: K= 3,4 mEq/L; Na= 148
mEq/L.
Responda

1- Qual a classe funcional do ICC do caso?


2- Faça o levantamento de problemas
3- Estabeleça os diagnósticos, resultados e intervenção de
enfermagem
4- Faça a prescrição de enfermagem.
Alterações vasculares
periféricas
Doença Arterial Periférica (DAP)
• Espessamento das paredes das artérias, que resulta em estreitamento
progressivo da luz das artérias dos MMSS e MMII
• Fortemente relacionada com outros tipos de doença cardiovascular e fatores
de risco
o Tabagismo
o Hiperlipidemia
o Aumento da Proteína C-Reativa
o DM e HAS não controladas
o História familiar
o Obesidade
o Sedentarismo
o Stress
DAP de MMII

•Pode afetar as artérias aortoilíacas, poplítea, tibial


ou fibular

•Pessoas com DM podem desenvolver DAP nas


artérias abaixo do joelho, especialmente tibial
posterior ou fibular

Imagem google
DAP: Manifestações clínicas
• Claudicação intermitente: dor ou desconforto muscular isquêmico
precipitados por determinado tipo de exercício, que desaparece em
cerca de 10 min. Resultado do acúmulo de ácido lático.

• Parestesia – pode resultar da isquemia do tecido nervoso


• Neuropatia periférica: + comum diabetes e isquemia de longa data
o Diminuição gradual da perfusão dos neurônios produz diminuição
da sensibilidade à pressão e dor profunda.
DAP: Manifestações clínicas
•Exame físico
o Pele: fina, brilhante e tensionada. Perda de pelos.
o Diminuição ou ausência de pulsos (pedioso, poplíteo ou femoral)
o Palidez de elevação
o Rubor da posição pendente
• Dor em repouso: fluxo insuficiente
• Isquemia crítica do membro: Dor crônica ao repouso, ulceração ou
gangrena
• Complicações
o Atrofia da pele e dos músculos adjacentes
o Pequenos traumas: retardo na cicatrização, infecção da ferida e
necrose tecidual
o Úlceras arteriais – Gangrena e amputação do membro
Alterações vasculares
coleta de dados
• Avaliação de enfermagem: história de saúde e dos medicamentos,
identificação de fatores de risco e de Sinais e sintomas:
o Dor da claudicação
o Dor em repouso nos membros
o Palidez, rubor ou cianose
o Pulsos periféricos fracos ou ausentes
o Ruptura cutânea ou ulcerações.
o Veias varicosas
o Edema
o Pigmentação alterada
o Dermatite por estase
• Esclarecer dúvidas
• Dar suporte à família
DAP: Assistência de Enfermagem
• Avaliação: dados objetivos e subjetivos
• Diagnósticos de Enfermagem
• Planejamento
o Manter a perfusão adequada dos tecidos
o Aliviar a dor
o Aumentar a tolerância ao exercício
o Manter pele saudável e intacta nas extremidades
DAP: Assistência de Enfermagem
• Diagnósticos de Enfermagem (DE)
DE Metas da pessoa

Perfusão tissular periférica -Identificar atividades que promovem e melhoram a circulação


ineficaz - Manter perfusão tecidual periférica adequada

Intolerância à atividade - Descrever planos para um programa de caminhada


Tolerância à atividade diminuída - Demonstrar aumento da tolerância à atividade

Autogestão ineficaz da saúde - Verbalizar os elementos-chave do tratamento, incluindo


conhecimento da doença, plano de tratamento, FRisco,
cuidados com os pés/feridas

Risco de integridade da pele - Apresentar pele de membros inferiores intacta e livre de


prejudicada lesões/infecção

Risco de Sangramento
DAP: Condutas de Enfermagem
Alterações vasculares venosas

•Flebite: inflamação
(vermelhidão, dor,
calor, edema leve).
65% pacientes recebem
tratamento EV.
•Trombose venosa:
formação de trombo,
associado à inflamação
da veia
• Superficial (TVS) – Imagens: google

veia superficial
• Profunda (TVP) -
veia profunda
(ilíacas e femoral)
Trombose: Etiologia
• Tríade de Wirchow
o Estase venosa
o Danos ao endotélio (Revestimento interno das veias)
o Hipercoagulabilidade do sangue

Lewis et al, 2013


Imagem: Google
Trombose:
Fatores
de Risco

Imagem: Google

Lewis et al, 2013


Trombose: Avaliação de Enfermagem

Lewis et al, 2013


Melhores práticas
• Pacientes com acidente vascular
encefálico (AVE) identificados como
de risco para desenvolvimento de
TVP devem ser cuidados • Pacientes com AVE devem ser
adequadamente com medicamento incentivados a se mobilizarem
profilático, como heparina de baixo precocemente, nos primeiros 3 dias do
peso molecular. AVE, e manter a hidratação adequada.
• Devem ser observadas com (GRADE A)
precaução para prevenir • A terapia anticoagulação não deve ser
complicações como sangramento. iniciada em pacientes com ataque
(GRADE B) isquêmico transitório AIT até a TC ou a
RM excluir hemorragia intracraniana.
(GRADE A)
• O uso de meias antitrombóticas ou anti-
embólicas NÃO é recomendado para a
prevenção da TVP no AVE (GRADE A)
• Todos os pacientes com AVE agudo devem ser avaliados para • A compressão pneumática intermitente
determinar seu risco de desenvolver TVP considerando os FR pode ser considerada em pacientes
como sexo, idade, obesidade, câncer ativo, acidente vascular internados nos 3 primeiros dias do AVE
encefálico com subtipo hemorrágico, fibrilação atrial, infecção, (GRADE B)
câncer ativo, maior nível de LDL e escore NIHHS (National
Institutes of Health Stroke Scale) de membro inferior. (GRADE A)
Alterações vasculares:
Intervenções de Enfermagem

• Intervenções de enfermagem
• Aumentar o aporte sanguíneo arterial para
os membros
• Diminuir a congestão venosa
• Promover a vasodilatação e prevenção da
compressão vascular
• Aliviar a dor
• Obter/manter a integridade tecidual
• Estimular o autocuidado
Cuidados de enfermagem: princípios da
educação do paciente conduzida por enfermeiras
(2020) - JBI
01. As necessidades de aprendizagem dos pacientes e sua prontidão
para aprender são avaliadas antes de fornecer qualquer educação.
02. Os materiais de aprendizagem do paciente têm como objetivo
melhorar as habilidades de comunicação dos pacientes com os
profissionais de saúde.
03. Os conteúdos dos recursos informativos / educacionais são
baseados em evidências.
04. Os pacientes recebem recursos educacionais individualizados em
diferentes formatos (por exemplo, multimídia, apostilas, vídeos,
materiais online), a fim de facilitar o aprendizado.
05. Os recursos informativos / educacionais são apresentados em um
formato que atenda às necessidades dos pacientes.
06. Após a educação, os pacientes são avaliados para determinar se
suas necessidades de aprendizagem foram atendidas.
Bibliografia Consultada
Putz R, Pabst R. Atlas de Anatomia Humana Sobotta. 21. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

Guyton AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

Braunwald E. Tratado de Medicina Cardiovascular. 8. ed. São Paulo: Roca, 2012. Quilici AP
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Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. – Brasil: Ministério da Saúde,
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Bibliografia Consultada
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Bibliografia Consultada
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• Yusuf S, Hawken S, Ounpuu S, et al. Effect of potentially modifiable
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(the INTERHEART study): case control study. Lancet 2004;
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Obrigada!

regina_diogo@usp.br

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