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Cardiologia Veterinária
Introdução
Valva Atrioventricular Esquerda, Mitral
Anatomia ou Bicúspide
Veias Pulmonares
Aorta
Tronco Pulmonar
Cranial Caudal
Cordas Tendíneas
Desenho demonstrativo
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Válvula/Folheto Não Coronariano
Válvula/Folheto Coronariano
Esquerdo
Válvula/Folheto Coronariano
Direito
Valva Semilunar Aórtica
-Coronárias
Artéria Circunflexa
Ramo Intraventricular
Paraconal
Sulco Interventricular
Vista Esquerda
Aorta Aorta
Válvulas Semilunares
Abertas Válvulas Semilunares Artéria Coronária
Artéria Coronária Fechadas Esquerda
Esquerda
Feixes Nodais
Nodo Atrioventricular
Feixe de His
Rede de Purkinje
Ramo Direito
Ramo Esquerdo – Fascículo Anterior
- Fascículo Posterior
-O átrio direito recebe o sangue proveniente das veias cava caudal e cranial,
passando-o ao VD pela valva tricúspide.
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Fisiologia Cardíaca
-Ciclo Cardíaco: compreende o período entre o final de uma contração e o final
da próxima contração. É iniciado pela ativação elétrica do nodo sinoatrial, propagando-
se o estímulo pelos átrios e ventrículos. O ciclo começa pela diástole e depois sístole. O
ciclo é composto por um relaxamento (diástole) e um período de contração (sístole).
-Sístole:
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Propriedades do Coração
-Automatismo (cronotropismo): o nodo sino-atrial é o marca-passo primário do
coração, porém qualquer célula do sistema de condução pode iniciar seu próprio
impulso.
-Distensibilidade (leusitropismo);
Bulhas Cardíacas
1ª bulha (S1): fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide), som
que precede a sístole.
Sístole Diástole
S1 S2 S3 S4
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Conceitos
Volume Sistólico (VS): corresponde a quantidade de sangue bombeada por cada
ventrículo a cada batimento.
DC = VS x FC
Normal: 100ml/kg/min
É dependente de:
-Produção de ATP;
-Pré-carga;
-Complacência ventricular;
Volume Sistólico Final (VSF): volume restante em cada ventrículo após a sístole.
VSF = VDF - VS
Freqüência Cardíaca (FC): refere-se a freqüência de despolarização do nodo sinusal e
determina o número de batimentos por minuto.
Pressão Arterial (PA): é a pressão exercida pelo sangue sobre as paredes das artérias.
P.A. = DC x RP*
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*RP (resistência periférica): determinada pela impedância aórtica, complacência aórtica,
resistência vascular periférica (vasoconstrição);
-Aórtica: 90 – 160mmHg
-Pulmonar: 15 – 25mmHg
-Aórtica: 60 – 100mmHg
-Pulmonar: 5 – 15mmHg
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Eletrofisiologia
-Contração (lei do tudo-ou-nada):
O músculo cardíaco não é organizado com base em uma unidade muscular, não
possui junções mioneurais e se comporta como um sincício fisiológico, de modo que
todas as células miocárdicas são ativadas durante a contração.
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-Fase 1: repolarização transitória: este processo é mediado pela redução gradual da
entrada de Ca++ acoplado ao aumento da saída de K+.
Fonte: Bolton,
1975.
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Eletrocardiografia
-Definição: registro da atividade elétrica do coração. É um recurso auxiliar na
detecção de sobrecargas, hipóxia do miocárdio, distúrbios eletrolíticos e endócrinos.
-Quando Solicitar:
-Sopros cardíacos;
-Dispnéia;
-Síncope;
-Cianose;
-Exame pré-anestésico;
-Monitoramento trans-operatório;
-Distúrbios eletrolíticos;
-Pericardiocentese;
-Marcapasso;
-Aparelhos:
-Cabos:
-Sistema Nacional:
-MAE: amarelo;
-MPE: verde;
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-MAD: vermelho;
-MPD: preto;
-Sistema Americano:
-MAE: preto;
-MPE: vermelho;
-MAD: branco;
-MPE: verde
-Colocação do Aparelho:
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-Ondas Cardíacas Normais:
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Derivações
-Derivações Bipolares: D1, D2 e D3. Registram a diferença de potencial entre
os pólos.
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Fonte: Tilley, 2002.
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-D1 (lead 1): derivação D1 possui amplitude menor em relação a D2 em condições
normais. Caso a derivação D1 apresente maior amplitude em relação a D2, significa que
coração esta posicionado mais horizontalmente.
-D2 (lead 2): derivação mais utilizada. Apresenta as maiores ondas de todas as
derivações, com ondas positivas.
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-D3 (lead 3): derivação positiva tendendo a ser bifásica.
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-aVL (left): derivação com ondas bifásicas pois o vetor está perpendicular.
-aVF (foot): derivação com ondas positivas. Caso o coração esteja localizado
horizontalmente a onda torna-se bifásica e caso esteja localizado verticalmente a
amplitude é maior que D2.
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Calibragem
0,1 mV (amplitude/altura);
1 mm = 0,02 s
0,02s (duração/extensão);
1 cm = 0,2 s
Velocidade:
15 cm = 3s
50mm/s (0,02s/mm)
25mm/s (0,04s/mm)
Padrão:
2N = 2 cm = 1 mV
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Leitura do Eletrocardiograma
01-Frequência Cardíaca:
-Contagem do número de batimentos (intervalo R-R) entre dois conjuntos de
marcas fixas (geralmente na distância de 15cm) nas margens do papel de ECG (3s em
50mm/s), multiplicado por 20.
02-Ritmo:
-Normal: ritmo sinusal (intervalo entre ondas R-R iguais), porque o impulso
nasceu no nodo sinusal. Se nasceu no nodo sinusal obrigatoriamente deve conter onda P
seguido de QRS.
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**Onda P pequena e depois onda P grande, significa marca-passo migratório e
geralmente está associado à arritmia sinusal respiratória.
Cães:
Gatos:
3.1-Onda P:
-Medição da onda P (largura e amplitude): representa a despolarização do
átrio e sua duração indica o tempo necessário para um impulso atravessar o nodo
sinoatrial até o nodo atrioventricular.
Cães:
Amplitude: 0,4mV
Extensão: 0,04s
Gatos:
Amplitude: 0,02mV
Extensão: 0,04s
Cães:
0,06 – 0,13s
Gatos:
0,05 – 0,09s
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3.3-Complexo QRS:
-O complexo QRS representa a despolarização dos ventrículos. É medida
do início da primeira deflexão até o final da última deflexão do complexo.
Cães:
Amplitude: 3mV
Gatos:
Amplitude: 0,9mV
Extensão: 0,04s
3.4-Segmento S-T:
-Representa o intervalo de tempo do final do QRS até o início da onda T
(fase inicial da repolarização ventricular).
Cães:
Gatos:
Isoelétrico
3.5-Onda T:
-Representa a repolarização dos ventrículos.
Cães:
Gatos:
Até 0,3mV
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3.6-Intervalo Q-T:
-Representa a somatória da despolarização e repolarização ventriculares,
representando a sístole ventricular.
Cães:
0,15 – 0,25s
Gatos:
0,12 – 0,18s
04-Estudo do Eixo:
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Cães:
40º - 100º
Gatos:
0º - 160º
02-Triangulação:
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Derivação D1 positiva e D3 positiva:
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Derivação D1 negativa e D3 negativa
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Alterações Eletrocardiográficas
-Causas:
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02-Sobrecarga Atrial Esquerda:
-Observações: onda P com duração prolongada (> 0,04 – 0,05s) – P mitrale
-Causas:
-Cardiomiopatia dilatada;
-Estenose aórtica;
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03-Sobrecarga Ventricular Direita:
-Observações: depressão da onda S (> 0,35mV), desvio de eixo à direita e onda
Q (> 0,5mV).
-Causas:
-Hipertensão pulmonar;
-Tetralogia de Fallot;
-Displasia de tricúspide;
-Dirofilariose;
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04-Sobrecarga Ventricular Esquerda:
-Observações: onda R com aumento de amplitude (> 3,0mV) e duração do
complexo QRS (> 0,05s em raças pequenas e médias e > 0,06s em raças grandes) e
desvio de eixo à esquerda.
-Causas:
-Cardiomiopatia dilatada;
-Degeneração mitral;
-Estenose aórtica;
-Hipertireoidismo;
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05-Complexo de Baixa Voltagem e Alternância Elétrica:
-Observações:
-Condições:
-Efusão pericárdica;
-Efusão pleural;
-Pneumotórax;
-Obesidade;
-Neoplasias;
-Edema pulmonar;
-Pneumonia;
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06-Supranivelamenteo de Segmento S-T:
-Observações: elevação do segmento (> 0,15mV) em relação a linha base.
-Causas:
-Infarto do miocárdio;
-Pericardite;
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07-Infradesnivelamento do Segmento S-T:
-Observações: depressão do segmento (> 0,2mV) em relação a linha base.
-Causas:
-Infarto do miocárdio;
-Hipercalemia e hipocalemia;
-Trauma cardíaco;
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Arritmias:
-Ritmo Sinusal Normal:
*INSP: inspiração;
*EXP: expiração
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01-Bradicardia Sinusal:
-Observações: todos os critérios de um ritmo sinusal normal, exceto a freqüência
cardíaca a qual está abaixo de 70 bpm em cães (abaixo de 60bpm em raças gigantes) e
abaixo de 120bpm em gatos.
-Causas:
-Hipotermia;
-Insuficiência renal;
-Hipercalemia;
-Tratamento:
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02-Bloqueio/Parada Sinusal (Sinus Arrest):
-Observações: a freqüência cardíaca varia e está freqüentemente correlacionada
com bradicardia. O ritmo é regularmente irregular ou irregular com pausa. Pausas com
distâncias de dois intervalos R-R normais.
-Causas:
-Desequilíbrio eletrolítico;
-Tratamento:
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03-Bloqueio Atrioventricular de 1º grau:
-Observações: intervalo P-R (P-Q) maior que 0,13s em cães e maior que 0,09s
em gatos, na presença de ritmo sinusal normal.
-Causas:
-Hipotireoidismo;
-Tratamento:
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04-Bloqueio Atrioventricular de 2º grau:
-Observações: verifica-se presença de onda P com ausência do complexo QRS.
-Tipos:
-Mobitz tipo II: com PR regular, sendo mais grave que Mobitz tipo I, pois
a freqüência e a gravidade do bloqueio não são previsíveis. Os intervalos PR são
constantes (isto é, não variam antes dos batimentos bloqueados). Produz QRS mais
largo.
-Causas:
-Taquicardia supraventricular;
-Hipertireoidismo (gatos);
-Desequilíbrios eletrolíticos;
-Neoplasia;
-Tratamento:
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Fonte: Tilley, 1999.
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05-Bloqueio Atrioventricular de 3º grau:
-Observações: não há condução entre átrios e ventrículos. As ondas P não têm
relação constante com os complexos QRS.
-Causas:
-Cardiomiopatia hipertrófica;
-Endocardite bacteriana;
-Infarto do miocárdio;
-Hipercalemia;
-Tratamento:
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06-Silêncio Atrial:
-Observações: baixa freqüência cardíaca (< 60bpm) e com ritmo regular. Não
são observadas ondas P. Não há o aparecimento de ondas P após a aplicação de atropina
ou após exercício.
*Impulso nasce no nodo sinusal, não contraí o átrio e impulso se propaga para o
ventrículo, onde há contração.
-Causas:
-Insuficiência renal;
-Obstrução urinária
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07-Doença do Nó Sinusal:
-Observações: bradicardia sinusal severa e persistente. Tem-se momentos de
bradicardia alternando com taquicardias supraventriculares (síndrome bradicardia-
taquicardia).
-Causas:
-Tratamento:
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08-Taquicardia Sinusal:
-Observações: aumento da freqüência cardíaca >160bpm em cães ( >180bpm em
raças toy, >220bpm em filhotes e >140bpm em raças gigantes) e >240bpm em gatos.
Tem-se ritmo regular e o intervalo PR é constante.
-Causas:
-Febre;
-Hipertireoidismo;
-Choque;
-Anemia;
-Infecção;
-Tratamento:
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09-Taquicardia Ventricular:
-Observações: a freqüência ventricular está acima de 150bpm com complexos
QRS largos e bizarros. Não há relação entre os complexos QRS e as ondas P, as ondas P
podem preceder, estar escondidas ou seguir os complexos QRS.
*Incomum em gatos.
-Causas:
-Torção/vólvulo gástrico;
-Miocardite traumática;
-Toxicidade digitálica;
-Neoplasias;
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10-Extra-Sístole Atrial:
-Observações: freqüência cardíaca geralmente é normal e o ritmo é irregular
devido a uma onda P prematura ectópica que interrompe o ritmo da onda P normal. A
onda P ectópica apresenta um formato diferente daquele das ondas P sinusais, ela pode
ser negativa, positiva, bifásica ou sobreposta na onda T anterior.
-Causas:
-Fibrose atrial;
-Uso de digitálicos;
-Tratamento:
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11-Extra-Sístole Juncional:
-Observações: Onda P aparece negativa na derivação II, pode estar escondida no
complexo QRS ou após o complexo.
-Causas:
-Toxicidade digitálica;
-Fibrose atrial;
-Tratamento:
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12-Fibrilação Atrial:
-Observações: freqüência atrial e ventricular rápida e totalmente irregular. As
ondas P normais são substituídas pelas oscilatórias (ondas f). Complexos QRS normais
freqüentemente variam na amplitude.
-Causas:
-Aumento atrial;
-Cardiomiopatia dilatada;
-Anestesia;
-Toxicidade digitálica;
-Trauma cardíaco;
-Tratamento:
-Desfibrilação;
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13-Flutter Atrial:
-Observações: o ritmo atrial (ondas F) é regular e com freqüência acima de
300bpm.
-Causas:
-Displasia de tricúspide;
-Fibrose mitral;
-Tratamento:
-Milrinona e quinidina;
-Desfibrilação;
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14-Extra-Sístole Ventricular:
-Observações: complexos QRS são tipicamente largos e bizarros (por terem
outro local de origem, diferente do nodo sinusal). As ondas P estão dissociadas dos
complexos QRS. Uma extra-sístole PE seguida por uma pausa compensatória.
-Causas:
-Torção/vólvulo gástrico;
-Miocardite traumática;
-Toxicidade digitálica;
-Neoplasias;
-Tratamento:
-Restrição ao exercício;
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Referências Bibliográficas
TILLEY, L.P., GOODWIN, J.K. Manual de Cardiologia para Cães e Gatos. 3 ed.
São Paulo: Roca, 2002.
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