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BÁRBARA GESKE
JAGUARIÚNA – SP – 2017
FACULDADE DE JAGUARIÚNA
INSTITUTO BRASILEIRO DE VETERINÁRIA - IBVET
BÁRBARA GESKE
JAGUARIÚNA – SP – 2017
ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO EM CÃES:
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E RELATO DE CASO
BÁRBARA GESKE
Declaro para os devidos fins ter orientado, corrigido e aprovado esse trabalho.
Telefone: 47 99601-1953
E-mail: elanzai@hotmail.com
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................7
2. DESENVOLVIMENTO: REVISÃO DE LITERATURA...................................9
2.1 Classificação das Anemias..........................................................................9
2.2 Anemia por deficiência de ferro: regenerativa ou arregenerativa?............11
2.3 Ferro, seu metabolismo e testes diagnósticos em cães............................13
2.4 Diagnósticos diferenciais da anemia por deficiência de ferro....................15
3. RELATO DE CASO.....................................................................................17
3.1 Resultados e discussão.............................................................................17
4. CONCLUSÃO..............................................................................................25
5. REFERÊNCIAS............................................................................................26
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1. INTRODUÇÃO
possam levar a um aumento de CHCM, que por sua vez é considerado falso,
como por exemplo: hemólise, lipemia, icterícia, corpúsculos de Heinz,
esferocitose, entre outras razões (STOCKHAM & SCOTT, 2011).
Em resumo, o tipo de anemia é classificado com o uso da interpretação
de índices hematimétricos, com isso, são estabelecidos diversas denominações
como as já citadas (microcítica, normocítica, macrocítica, hipocrômica e
normocrômica), portanto, “os índices hematimétricos sugerem o tipo de eritrócito
que está sendo produzido pela medula” (STOCKHAM & SCOTT, 2011, p. 130).
A classificação da anemia com base na resposta da medula óssea é
realizada com a observação de eritrócitos imaturos na circulação, porém,
praticamente toda e qualquer medula pode responder no início de um quadro
anêmico, principalmente por conta da produção de eritropoietina em maior
escala, que envolve também o tecido renal, a questão é se essa resposta vai se
manter ou se vai se tornar um quadro arregenerativo (JERICÓ, ANDRADE
NETO & KOGIKA, 2015).
Por outro lado, em um estudo realizado por Naigamwalla, Webb e Giger
(2012), constatou-se que 2.087 análises de hemogramas de cães realizados no
período de janeiro a dezembro de 2012, 74% dos animais que apresentavam
anemia caracterizavam-se por ser arregenerativa. Porém, o estudo traz que é
importante considerar que esse tipo de anemia pode ser frequentemente
constatada em respostas primárias a diversas doenças, quando a medula ainda
não teve tempo de responder, dependendo da doença e da intensidade do
quadro clínico.
Abordando um pouco mais o conceito de fisiopatogênese no quadro
anêmico, a anemia arregenerativa pode ainda se encaixar nos termos: aplásica
ou hipoplásica (nesses casos é interessante avaliar a produção de neutrófilos e
de plaquetas), que podem ser originadas por problemas primários, como os de
medula ou secundários, como doença renal, doença endócrina, doença
infecciosa, doença inflamatória ou crônica, vírus ou distúrbios importantes
induzidos por medicamentos ou substâncias e raramente deficiências
nutricionais (THRALL et al., 2015). Já na anemia regenerativa, estão incluídos
basicamente distúrbios hemorrágicos e hemostáticos, doenças nutricionais,
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3 RELATO DE CASO
limite inferior precisam ser avaliados dentro de um contexto para que assim
possam ser interpretados adequadamente (THRALL et al., 2015).
Com isso, todos os fatores mensurados no relato de caso corroboram
com as alterações constantemente observadas em cães com anemia por
deficiência de ferro conforme descrito por outros autores citados neste trabalho.
É importante destacar que a mensuração de ferro e da CTLF são
exames que deveriam ser feitos com mais frequência, uma vez que, quando o
clínico se depara com um quadro anêmico, é imprescindível determinar a
causa primária para estabelecer o tratamento ideal (MEDEIROS, 2013).
O caso deste animal descrito no presente trabalho foi desvendado por
outro Médico Veterinário Clínico no qual o animal foi examinado cerca de dois
meses depois. O paciente manteve os sinais clínicos e foi submetido a uma
avaliação clínica, anamnese e ultrassonografia completa. Na palpação
abdominal percebeu-se tensão e uma massa profunda dentro da cavidade. Ao
realizar a anamnese, a proprietária relatou que o animal tinha acesso à rua, era
um animal semi domiciliado e que, portanto, o tutor não costumava ver o
aspecto das fezes e da urina do animal.
O exame de Ultrassonografia confirmou a presença da massa medindo
cerda de 17 cm no intestino grosso. O proprietário não quis dar continuidade ao
tratamento e solicitou a eutanásia do paciente.
Acredita-se que este animal tinha perda de sangue crônica através da
lesão ocasionada por uma possível neoplasia maligna localizada no intestino
grosso, porém, o diagnóstico não foi confirmado.
Infelizmente, no presente relato não foi possível aprofundar o
diagnóstico com outros exames recomendados como, por exemplo, o
mielograma. O mielograma seria utilizado para verificar o ferro medular, que
possivelmente estaria alterado. Esta técnica seria muito válida para fechar o
diagnóstico de deficiência de ferro e excluir a possibilidade de anemia
ocasionada por inflamação (ALENCAR, KOHAYAGAWA & CAMPOS, 2002).
A provável presença de uma neoplasia no intestino grosso, além de
ocasionar perda de sangue crônica e consequente anemia por deficiência de
ferro, pode ainda justificar a leucocitose com neutrofilia e linfopenia observada
24
nos dois exames, visto que, essas alterações são comuns em síndromes
paraneoplásicas e em quadros inflamatórios que possam estar sendo
ocasionados na mucosa intestinal (THRALL et al., 2015).
No presente trabalho pode-se perceber que o tratamento com
suplementação de ferro no qual o animal foi submetido não foi eficaz. Isso pode
ser justificado pelo motivo de que a causa primária da anemia não foi
solucionada e, portanto, de nada adianta repor o ferro se o problema que está
ocasionando a sua deficiência não foi resolvido. Com isso, mais uma vez
ressalta-se a seriedade do tratamento baseado na causa e não apenas na
apresentação clínica laboratorial do paciente.
De qualquer forma, independente da técnica de diagnóstico escolhida, a
investigação da causa é realizada impreterivelmente por um exame clínico
minucioso e, acima de tudo, por uma anamnese realizada detalhadamente
(TOSO, 2014). Neste trabalho, podemos perceber que é indispensável
averiguar o quadro clínico do paciente como um todo, fazendo uso de todas as
informações fornecidas pelo proprietário em conjunto com os detalhes
reparados no exame clínico e nos exames específicos (ALENCAR,
KOHAYAGAWA & CAMPOS, 2002).
4 CONCLUSÃO
5 REFERÊNCIAS