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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES


PRÓ-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CÂMPUS DE ERECHIM
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA

LIANDRA MARIA KLOSINSKI

AFORNALI, V.I.H. et al. Análise prévia da eficácia da hidratação utilizando diferentes


formulações contendo ácido hialurônico. 2018.

[10] FIGUERÊDO, E. S. de, MACEDO, A. C. de, FIGUERÊDO, P. F. R. de, &


FIGUERÊDO, R. S. de. Aplicações oftalmológicas do ácido hialurônico. Arquivos Brasileiros
de Oftalmologia, 73(1), 92–95. 2010.

ANEMIA FERROPRIVA EM GESTANTES


1

ERECHIM/RS
2024

LIANDRA MARIA KLOSINSKI

ANEMIA FERROPRIVA EM GESTANTES

Projeto de Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do grau de Bacharel em
Biomedicina, Departamento de Ciências da
Saúde da Universidade Regional Integrada
do Alto Uruguai e das Missões – Campus de
Erechim.

Orientadora: Profª Me. Ana Caroline Tissiani


2

ERECHIM/RS
2024
LIANDRA MARIA KLOSINSKI

Projeto de Trabalho de conclusão de


curso apresentado como requisito
parcial à obtenção do título de
Bacharel em Biomedicina,
Departamento de Ciências da Saúde da
Universidade Regional Integrada do
Alto Uruguai e das Missões – Campus
de Erechim.

Erechim, _,___ de 2024.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4
2 OBJETIVOS 5
2.1 Objetivo Geral 5
2.2 Objetivos Específicos 5
3 REFERENCIAL TEÓRICO 6
3.1 Metabolismo de ferro 6
3.2 Anemia Ferropriva 7
3.3 Diagnóstico laboratorial 8
3.4 Fisiopatologia e tratamento da anemia ferropriva em gestantes 10
4 METODOLOGIA 14
5 RECURSOS 15
6 ORÇAMENTO 16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17
4
5

1 INTRODUÇÃO

O ferro é um elemento vital para o funcionamento do corpo, precisa estar na


dosagem certa para não causar danos à saúde, mas sua deficiência causa uma
patologia chamada anemia ferropriva, que é uma condição clínica causada pela
deficiência de ferro, seja por baixa ingesta ou por condições patológicas, cursando
com uma diminuição da produção de hemoglobina, a qual é uma proteína
transportadora de oxigênio.
Assim como nas demais anemias, a anemia ferropriva causa fraqueza e
palidez. Na gravidez, observa-se um aumento da demanda de ferro pelo organismo
para o crescimento do útero, do feto e da placenta. Com isso, em uma grande
porcentagem de grávidas, a falta de suplementação ou alimentação inadequada
causa anemia ferropriva.
É importante fazer um acompanhamento durante o pré-natal, fazer exames de
sangue e manter uma dieta equilibrada. Nesse sentido o presente trabalho tem
como objetivo geral apontar os novos diagnósticos e formas de tratamento de
anemia ferropriva em gestantes.
A metodologia utilizada é uma revisão integrativa bibliográfica, feitos em sites
da internet, artigos cientificas, revistas eletrônicas entre outros, publicados entre o
ano de 2018 a 2024. Por fim, acredita-se que desenvolver um trabalho nesse âmbito
contribuirá para formação e capacitação profissional e também para ampliar o
conhecimento sobre a anemia ferropriva em gestantes.
6

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Apontar os novos diagnósticos e formas de tratamento de anemia ferropriva


em gestantes.

2.2 Objetivo Específico

 Indicar as principais causas e fatores da anemia ferropriva em gestantes,


 Relacionar os diferentes tratamentos utilizados na anemia ferropriva,
 Abordar os novos diagnósticos laboratoriais para anemia ferropriva.
.
7

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Metabolismo de ferro

O ferro é uma substancia importante para o organismo humano, mas, o que


deve ser levado em conta é sua dosagem, portanto, o ferro é um metal capaz de
existir em diferentes estados de oxidação, formando complexos e agindo como um
centro catalítico para inúmeras funções metabólicas (CARVALHO 2016).
Essencial para o transporte de oxigênio aos tecidos através dos eritrócitos, o
ferro é um dos principais constituintes da hemoglobina nos eritroblastos, da
mioglobina nos músculos e dos citocromos no fígado, o organismo necessita cerca
de 40 mg de ferro por dia. Parte desta quantidade é derivada da reciclagem dos
suplementos de ferro existentes no próprio organismo (FAILACE, 2019). As
necessidades diárias de ferro para crianças, adultos e adolescentes é de 1 mg a 1,5
mg (CARVALHO, 2019). Na gestação são necessários uma dosagem maior de 4 a 5
mg diariamente.
O ferro é fornecido ao organismo por meio dos alimentos que é ingerido. Na
dieta, o ferro é encontrado na forma inorgânica ou sob forma de heme, ligada
geralmente à mioglobina da carne (LORENZI, 2020). Apresenta duas valências
livres que se ligam ao oxigênio para o seu transporte até os tecidos, no mecanismo
de 3 oxigenação, que é a função principal da hemoglobina. O ferro ligado à heme
representa a maior parte do ferro do organismo (SANTOS, 2024).
O ferro é levado à medula óssea, onde alguns precursores, como os
eritróides, captam o ferro para formar a hemoglobina, estes eritróides, maturam e
formam hemácias jovens, após a destruição das hemácias velhas, que possuem um
tempo de vida de 120 dias, o ferro é reaproveitado para formar a hemoglobina de
novas hemácias (RUBIN, 2018).
A maior parte do ferro reabsorvido é devido à degradação das hemácias
velhas, enquanto menos da metade vem de alimentos ricos em ferro. O ferro existe
sob duas formas nos alimentos: o ferro heme (Fe2+), encontrado nas carnes
vermelhas e de fácil absorção, e o ferro não heme (Fe3+), encontrado em verduras,
grãos e cereais, cuja absorção depende da conversão para Fe2+ pela ação do pH
ácido do estômago (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA).
8

O cálcio, quando ingerido normalmente na dieta, possui efeito inibitório,


agindo sobre a absorção do ferro heme e do ferro não-heme, no estômago, o ferro
se liga a várias substâncias, como proteínas, polissacarídeos, mas o suco gástrico
permite que certa porção fique sob a forma solúvel (GROTTO, 2018). O tipo de dieta
ingerida modifica a capacidade de absorção do ferro pela mucosa intestinal.
Existem alimentos que dificultam a absorção do ferro como por exemplo, os
ovos, e outros alimentos como a carne, o leite, facilitam a absorção no intestino. No
adulto existem de 4 a 5 g de ferro, desta quantidade, 60 a 70% são classificados
como essencial ou funcional e 30 a 40% como reserva ou não essencial. O ferro
essencial está incorporado à hemoglobina, mioglobina e certas enzimas respiratórias
(citocromos), que catalisam os processos de oxidação-redução dentro da célula. O
ferro não-essencial pode ser encontrado nos estoques de ferro do organismo, como
a ferritina, a hemossiderina e a transferrina (CARVALHO, 2019).
Geralmente quando a mulher não perde sangue por meio de hemorragias ou
gestação, a quantidade de ferro presente no organismo é preservada. Nesse
sentido, destaca-se que é necessário manter um equilíbrio na dosagem do ferro para
não prejudicar os tecidos, isso permite a manutenção das funções celulares
essenciais.

3.2 Anemia Ferropriva

A dosagem baixa de ferro resulta na anemia ferropriva, o ferro é uma


substancia necessária para a produção de glóbulos vermelhos. Para Braunstein
(2022) a anemia ferropriva em geral se desenvolve lentamente porque pode levar
diversos meses até as reservas de ferro do corpo serem esgotadas, a medida que
as reservas de ferro vão diminuindo, a medula óssea gradualmente produz menos
glóbulos vermelhos. Portanto, quando as reservas de ferro esgotam os glóbulos
vermelhos ficam numa quantidade menor e pequenos.
De acordo com Manual MSD Saúde da Família (2024, p. 03):

A deficiência de ferro é uma das causas mais comuns de anemia e perda de


sangue é a causa mais comum da deficiência de ferro nos adultos. Nos
homens e em mulheres após a menopausa, a deficiência de ferro em geral
indica hemorragia no trato digestivo. Em mulheres na pré-menopausa, a
hemorragia menstrual é a causa mais comum da deficiência de ferro.
A deficiência de ferro também pode resultar de escassez de ferro na dieta
9

em períodos nos quais as necessidades de ferro aumentam, como em


bebês, crianças pequenas, meninas adolescentes e mulheres grávidas. A
diminuição da absorção de ferro no trato digestivo, denominada má
absorção, pode ser resultado de uma variedade de distúrbios, dos quais
a doença celíaca é o mais comum.

Em relação aos sintomas da doença, tendem a se desenvolver de forma


gradual, se assemelham a sintomas de outros tipos de anemia. Para Soares (2022,
p. 78) a anemia ferropriva é uma condição que provoca diversos sintomas, os mais
comuns são: a fadiga e fraqueza; palidez; tontura e desmaios; falta de ar; arritmias
cardíacas; unhas quebradiças e cabelos frágeis; dificuldade de
concentração; sensação de frio. Nesse sentido destaca-se que podem variar na
intensidade.
O tratamento da anemia ferropriva visa controlar a deficiência de ferro no
organismo e geralmente, envolve a suplementação de ferro, via oral ou endovenosa,
também é importante incluir alimentos ricos em ferro na dieta como carnes
vermelhas, peixes, fígado, leguminosas (feijões, lentilhas e grão-de-bico) e vegetais,
como espinafre e couve (BRAUNSTEIN, 2022).
Em alguns casos, é necessário identificar e tratar a causa da deficiência de
ferro. Nos casos mais graves, também há a necessidade de reposição endovenosa
para evitar a necessidade de transfusão de sangue (SOARES, 2022). Mas
geralmente a reposição via oral costuma ser suficiente.
A prevenção da anemia ferropriva visa a manutenção de níveis adequados de
ferro no organismo, portanto, é importante manter uma dieta balanceada, com
alimentos ricos em ferro e evitar dietas restritivas (BRAUNSTEIN, 2022). Por fim,
recomenda-se manter em dia os exames de sangue para monitorar os níveis de
hemoglobina e ferro no organismo.

3.3 Diagnóstico laboratorial

A gestação é um período que exige bastante cuidado, portanto, é preciso


fazer um acompanhamento durante o pré-natal e fazer alguns exames laboratoriais
que são fundamentais nessa fase reprodutiva. Em relação aos indicadores da
qualidade por quantidade de exames complementares no pré-natal, considera-se
adequado a realização de 1 tipagem ABO- Rh, 2 hematócritos, 2 glicemias em
jejum, 2 hemoglobinas, 2 VDRL, 2 testes anti-HIV, 2 urinas tipo I, 1 HBsAg e 1
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sorologia de toxoplasmose, no decorrer de todo o pré-natal. Considera-se


inadequado, quando não há registro de exame de diagnóstico laboratorial; e
classifica-se como intermediário, quaisquer testes básicos feitos,
independentemente do tipo (DOMINGUES et al., 2018).
Entre os exames laboratoriais para a análise e diagnóstico da anemia
ferropriva em gestantes, tem-se os seguintes: hemograma; zincoprotoporfirina
(ZPP) eritrocitária; determinação da ferritina sérica; receptor solúvel da transferrina
(sTfR); e índices reticulocitários e porcentual de hemácias hipocrômicas. A causa
mais comum da anemia é a deficiência de Ferro, geralmente, o diagnóstico
laboratorial ocorre sem maiores dificuldades, utilizando esses testes simples e de
rotina, que são disponibilizados nos laboratórios de análises clínicas em geral
(GROTTO, 2020).
O Ferro sérico e saturações de transferrina (TSAT) serão reduzidas com
TSAT inferior a 20% necessário para o diagnóstico de anemia ferropriva, conforme
consta no Quadro 1, para detalhamento dos critérios diagnósticos dessa anemia.
É crucial notar que a deficiência de Ferro não deve ser excluída na presença de
uma Hb normal, pois uma quantidade significativa de Ferro deve ser perdida antes
que os níveis de Hb comessem a declinar. Assim, uma Hb corpuscular média baixa
com uma Hb normal, ou um aumento na largura de distribuição de glóbulos
vermelhos significa deficiência leve de Ferro sem anemia (KUMAR et al., 2022).

Quadro 1 – Critérios de diagnóstico da anemia ferropriva


Marcadores de soro Diagnóstico de anemia ferropriva
Hemoglobina <130g/L Homem
<120g/L Mulher
<110g/L Gestação
Ferritina* <30ug/L se não houver inflamação
<100ug/L se inflamação
Transferrina** Originada
Capacidade total de ligação de Ferro Originada
Ferro Reduzido
Saturações de transferrina <20%
Volume corpuscular médio Baixo
*É uma proteína de fase aguda positiva e pode ser aumentada em condições
inflamatórias.
**É uma proteína de fase aguda negativa e pode ser normal ou reduzida em
condições inflamatórias, ou doença inflamatória intestinal.
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Fonte: Kumar et al. (2022).

No diagnóstico por análises clínicas, o erro de classificação de diagnóstico


resultante do uso do critério de Hb (níveis de concentração <11,0 g/dL) na seleção
de pacientes para terapia com Ferro pode levar a uma baixa eficácia terapêutica
em conjuntos clínicos, bem como programas de controle ineficazes. Além disso,
flutuações fisiológicas em valores de Hb pode influenciar a medição com eficácia
terapêutica durante a gravidez (SALVI; BRAGA; BATISTA FILHO, 2019).
A hemodiluição homeostática ao longo da gravidez induz a uma variação
nos níveis de Hb e hematócrito, levando a uma curva em forma de U entre o
período de 24 e 28 semanas de gestação. Considerando esse fenômeno, uma
pesquisa empregou os escores z para ajustar os valores de Hb de acordo com
o período gestacional, em vários ensaios usando Ferro oral em mulheres grávidas
e mostrou de forma impressionante diferentes resultados (RODRIGUES; JORGE,
2020).
O escore z quantifica (em unidades de desvio padrão) a diferença entre um
valor de Hb observado e a média de referência para uma gestação específica em
semanas. Isso acontece devido a uma curva de distribuição de Hb, encontrada em
mulheres saudáveis que utilizam suplementos de Ferro na Europa e América do
Norte (SALVI; BRAGA; BATISTA FILHO, 2019). Portanto, após o diagnóstico
correto é necessário fazer o tratamento adequado.

3.4 Fisiopatologia e tratamento da anemia ferropriva em gestantes

Na gestação a anemia por deficiência de ferro é definida por níveis de


hemoglobina abaixo de 11g/dl. As gestantes têm maior risco de desenvolver este
tipo de anemia pela sua própria demanda fisiológica e também do feto. A anemia
ferropriva compromete, principalmente, alguns grupos mais sensíveis à escassez de
ferro devido ao crescimento rápido ou ao aumento de demanda, como crianças entre
seis meses e cinco anos de idade, adolescentes e mulheres em idade fértil,
gestantes e nutrizes (AMARANTE; 2020).
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (2021, p. 125):

Estima-se que pelo menos 4 em cada 10 gestantes, apresentam deficiência


de ferro, e metade está relacionada à anemia ferropriva. Isso porque,
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durante a gestação as mulheres sofrem algumas alterações anatômicas e


fisiológicas que causam mudanças no organismo, como o aumento do
volume plasmático que excede o crescimento do volume de glóbulos
vermelhos, gerando a hemodiluição fisiológica. No segundo trimestre a
necessidade de ferro aumenta para compensar a expansão de eritrócitos e
no terceiro trimestre para permitir o crescimento da placenta e do feto, e
para as perdas sanguíneas por ocasião do parto e puerpério, resultando em
um risco maior de apresentar a anemia ferropriva.

Com isso, percebe-se que ainda é muito baixo o número de mulheres que
iniciam a gestação com a reserva de ferro adequada para todo o período
gestacional. Este déficit compromete o crescimento fetal, resultando em efeitos
negativos na função placentária, pode gerar abortos espontâneos, restrição de
crescimento intrauterino, parto pré- termo e pré-eclâmpsia (OLIVEIRA, 2019).
Portanto, a maneira correta para corrigir a anemia é a suplementação com sulfato
ferroso e a introdução de uma alimentação adequada na gestação.
O diagnóstico da anemia ferropriva é difícil, as mulheres com esta anemia são
assintomáticas, logo se faz necessário a realização de testes laboratoriais, na rotina
do acompanhamento pré-natal, dado o resultado positivo, as gestantes anêmicas
devem iniciar o tratamento de imediato, através da modificação dos hábitos
alimentares, fortificação de alimentos e suplementação medicamentosa com sais de
ferro (SANTOS, 2022).
O combate a anemia ferropriva já está bem estabelecido, compreendendo os
seguintes pontos: modificação do habito alimentar, diagnóstico e tratamento das
causas de perda sanguínea, fortificação de alimentos e suplementação
medicamentosa (OMS, 2021).
Entretanto, estudos têm demonstrado que a suplementação férrica em
mulheres com altas taxas de hemoglobina deve ser limitada, uma vez que o
consumo excessivo de ferro pode levar a um aumento nos níveis de hemoglobina e
da viscosidade do sangue, que resultam em má perfusão placentária e desfechos
negativos para o recém-nascido e para a mãe, como baixo peso ao nascer, pré-
eclâmpsia, hipertensão materna e retardo do crescimento intrauterino. Além disso,
os efeitos colaterais da suplementação também devem ser considerados e incluem
complicações gastrointestinais como náuseas, vômitos, dor abdominal e constipação
(OLIVEIRA, 2019).
O número de mulheres que inicia a gestação com um estoque adequado de
ferro é pequeno, este déficit tem levado a um aumento da mortalidade infantil e
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materna. No período gestacional, ocorrem diversas modificações e adaptações do


organismo para poder suprir o bom desempenho do funcionamento fisiológico da
mulher, suas demandas metabólicas e proporcionar um meio favorável para o
desenvolvimento fetal (OLIVEIRA, 2019).
A inadequação do estado nutricional materno tem impacto sobre o
crescimento e desenvolvimento do recém-nascido, pois o período gestacional é uma
fase no quais as necessidades nutricionais são elevadas, ocasionadas pelos ajustes
fisiológicos da gestação e das demandas de nutrientes para o crescimento fetal
(SANTOS, 2022).
Segundo as concepções de Dias (2018, p. 73):

É natural que mulheres grávidas não manifestem sintomas quando a


anemia está no estágio leve ou comedido, fazendo assim tornarem-se
primordiais exames de rotina, para que aconteça um acompanhamento mais
correto. Todavia, se acontecer algum agravamento no quadro, ocorre o
aparecimento de sintomas como dores de cabeça, esgotamento,
abatimento, fadiga, letargia, dificuldade em realizar tarefas rotineiras. Os
sintomas ocorrem de forma gradativa, aparecendo de acordo com a sua
gravidade. Com a diminuição da Hb, ocorrem sintomas, como,
enfraquecimento, debilidade, há uma diminuição da defesa do organismo,
falta de funcionamento dos músculos, acarretando assim, maior fragilidade
ao paciente.

No organismo gestacional, várias adaptações acontecem sob as vias


metabólicas. Com isso, os principais parâmetros plasmáticos e urinários
apresentam-se alterados, principalmente nos dois últimos trimestres. Esses fatores
fisiológicos são importantes, porque exercem uma força maior sobre essas
alterações (AMARANTE; 2020).
As gestantes anêmicas que são tratadas de forma preventiva através da
modificação dos hábitos alimentares e fortificação de alimentos devem selecionar os
alimentos que constituem as principais fontes de ferro e podem oferecer dois tipos
diferentes desse nutriente: o ferro heme e o ferro não-heme. O primeiro, é melhor
aproveitado pelo organismo, e é encontrado especialmente na carne vermelha e no
fígado de todos os animais, assim como na carne das aves, peixes e nos ovos. A
absorção do ferro não-heme, presente nas verduras de folhas escuras (espinafre,
brócolis, couve, salsa, etc.), leguminosas (feijão, lentilhas, grão-de- bico, ervilhas,
etc.); frutas (uvas, maçãs, nozes, amêndoas, castanhas, etc.) é menor e menos
eficiente (DIAS, 2018).
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A atenção farmacêutica realizada no período gestacional é de suma


importância, em razão de que acompanha os diversos períodos, seus sintomas, com
intuito de aconselhar a gestante, abrangendo uma somatória de atitudes,
comportamentos, responsabilidades e habilidades na farmacoterapia, com o objetivo
de atingir resultados terapêuticos eficientes e seguros, beneficiando a saúde e a
qualidade de vida do paciente (ALLEO, 2019). Percebe-se que é fundamental as
ações para manter a saúde gestacional, principalmente em à anemia ferropriva e a
suplementação, e o acompanhamento médico durante o pré-natal e fundamental.
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4 METODOLOGIA

O método de revisão integrativa permite a combinação de dados da literatura


empírica e teórica que podem ser direcionados à definição de conceitos,
identificação de lacunas nas áreas de estudos, revisão de teorias e análise
metodológica dos estudos sobre um determinado tópico (MATTOS, 2021).
O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, da qual serão
efetuadas pesquisas em plataformas de busca de acordo com algumas palavras
chaves: anemia ferropriva, anemia ferropriva em gestantes, fisiopatologia,
tratamento da anemia ferropriva em gestantes, ferro em gestantes.
Os critérios para a inclusão serão: a) artigos e pesquisas publicados entre o
ano de 2018 a 2024, b) com o idioma em português e inglês, e c) que o assunto
principal fosse. Os critérios para a exclusão serão: a) artigos e pesquisas publicadas
antes do ano 2018, b) com idioma que não fosse em português e inglês, e c) artigos
que fujam do tema e palavras chaves utilizadas durante a pesquisa.
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5 RECURSOS

Os recursos utilizados no projeto foram: notebook, livros, xerox de materiais,


caneta, caderno, entre outros.
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6 ORÇAMENTO

Quantidade Valor
Xerox 200 folhas R$ 100,00
Livros 2 R$ 350,00
Total: R$ 450,00
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALLEO, Luciana Galve. Prevalência de anemia e relação entre a concentração


de hemoglobina em mães e crianças atendidas nas Unidades Básicas de
Saúde de Santa Isabel. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 2019.

AMARANTE, Marla Karine et al. Anemia Ferropriva: uma visão atualizada.


Biosaúde, v. 17, n. 1, p. 34-45, 2020.

BRAUNSTEIN, Evan M. Anemia ferropriva. Ed: Escola de Medicina, Rio de


Janeiro, 2022.

CARVALHO, Mirian Corrêa. Anemia Ferropriva e Anemia de Doença Crônica:


Distúrbios do Metabolismo de Ferro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.

DIAS, D. D. Anemia ferropriva na gestação. Monografia apresentada ao curso de


Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, 2018.

DOMINGUES, R. M. S. M. et al. Adequação da assistência pré-natal segundo as


características maternas no Brasil. Revista Panamericana de Saúde Pública, v.
37, n. 3, p. 140-47, 2018.

FAILACE, Renato. Hemograma: manual de interpretação. 5. ed. Porto Alegre:


Artmed, 2019.

GROTTO, Helena Z.W. Metabolismo do ferro: uma revisão sobre os principais


mecanismos envolvidos em sua homeostase. São Paulo: Manole; 2018.

GROTTO, H. Z. W. Diagnóstico laboratorial da deficiência de ferro.


Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 32, n. 2, p. 22-28,
2020.

KUMAR, A. et al. Anemia por deficiência de ferro: fisiopatologia, avaliação,


gestão prática. BMJ Open Gastroenterology, v. 9, n. 1, p. 1-9, jan. 2022.
LORENZI, Therezinha F. Manual de hematologia: propedêutica e clínica. 4. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan: 2020.

MANUAL MSD SAÚDE DA FAMÍLIA. Anemia ferropriva. Disponível me:


https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/anemia/
anemia-ferropriva. Acesso em: 14 de abr. 2024.

MATTOS, Paulo de Carvalho. Tipos de revisão de literatura. São Paulo, 2021.


19

OLIVEIRA, N. G. Diagnóstico de anemia ferropriva na gestação. Universidade


Federal da Paraíba, UFPB. 2019.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE-OMS. Anemia ferropriva: avaliação,


prevenção e controle: um guia para programa de gestantes. Geneve: a
organização. Brasilia. 2021.

RUBIN, Emanuel et al. Patologia: bases clinicopatológicas da medicina. 4. ed. Rio


de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

RODRIGUES, L. P.; JORGE, S. R. P. F. Deficiência de ferro na gestação, parto e


puerpério. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 32, n. 2, p. 53-
56, 2020.

SALVI, C. C. B.; BRAGA, M. C.; BATISTA FILHO, M. Precisão do diagnóstico de


hemoglobina para deficiência de Ferro na gravidez: divulgando resultados de um
ensaio clínico citado. Revista Panamericana de Saúde Pública, v. 36, n. 2, p.
110- 16, 2019.

SANTOS, Anna Flávia Salomão. Ferro: benefícios a saúde. Disponível em:


http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/8mostra/4/165.pdf. Acesso em:
15 abr. 2024.

SANTOS, A.U. SANTOS, Adriana Uehara. Prevalência de anemia em gestantes


atendidas em uma maternidade social: antes e após a fortificação das farinhas
com ferro. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 2022.

SOARES, Vinicius Araújo. Anemia Ferropriva: Sintomas, Causas E Tratamento.


ED: Medicina Diagnostica. São Paulo, 2022.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Anemia carencial ferropriva.


Disponível em:
http://www.sbp.com.br/documentos/doc_anemia_carencial_ferropriva.pdf. Acesso
em: 16 fev. 2011

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