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Nutrição Humana

EXPEDIENTE

DIREÇÃO GERAL: PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:


PROF. ME. CLÁUDIO FERREIRA BASTOS FRANCISCO ERBÍNIO ALVES RODRIGUES /
DIREÇÃO GERAL ADMINISTRATIVA: LUCIANA RODRIGUES R. DUARTE / SÁVIO
PROF. DR. RAFAEL RABELO BASTOS FÉLIX MOTA
DIREÇÃO DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: CAPA:
PROF. DR. CLÁUDIO RABELO BASTOS FRANCISCO ERBÍNIO ALVES RODRIGUES
DIREÇÃO ACADÊMICA: TRATAMENTO DE IMAGENS:
PROF. DR. VALDIR ALVES DE GODOY FRANCISCO ERBÍNIO ALVES RODRIGUES
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA:
PROF. ME. GIL CAMELO NETO
AUTORIA DE LEITURA COMPLEMENTAR:
COORDENAÇÃO NEAD: LORENA PARENTE MENEZES DE ARAÚJO /
PROFA. ME. LUCIANA R. RAMOS DUARTE PRISCYLA MARIA DE VASCONCELOS /
LUCIANA RODRIGUES RAMOS DUARTE
FICHA TÉCNICA
REVISÃO TÉCNICA:
AUTORIA:
EMANUELLE OLIVEIRA DA FONSECA /
NATÁLIA QUEIROZ LIMA
JOÃO CARLOS RODRIGUES DA SILVA
DESIGN INSTRUCIONAL:
REVISÃO METODOLÓGICA:
JASSON MATIAS PEDROSA /
FRANCISCO JAHANNES DOS SANTOS RODRIGUES
JOÃO PAULO S. CORREIA / ANTÔNIA
SUYANNE LOPES / SÁVIO FÉLIX MOTA REVISÃO ORTOGRÁFICA:
KAREN BOMFIM HYPPOLITO

FICHA CATALOGRÁFICA
Índice para Catálogo Sistemático
1. Educação Ensino Superior I. Nutrição humana

FATE : Faculdade Ateneu. Educação superior – graduação e pós-graduação:


Fortaleza, 2017.

Para alunos de ensino a distância – EAD.

1. Educação Superior I. Nutrição humana

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deverão ser dirigidos à Direção.
Natália Queiroz Lima

Seja bem-vindo!

O nosso organismo necessita de combustível para bom fun-


cionamento, e este se dá através de uma alimentação balanceada
com todos os nutrientes, fornecido em quantidades adequadas.
Um pequeno descontrole nesses fatores é suficiente para que o or-
ganismo não funcione adequadamente, ocasionando sérios danos.

Os profissionais de enfermagem devem também prestar as-


sistência ao paciente sabendo qual a importância da nutrição em
sua rotina, pois poderá usar os conhecimentos adquiridos na práti-
ca, para promover a saúde ou na forma curativa.

Vamos aprender no decorrer da disciplina a importância


de uma alimentação saudável, com a presença de todos os nu-
trientes, vitaminas, sais minerais. Além de diferenciar os tipos
de dietas hospitalares existentes e suas indicações clínicas e
vias de administração das dietas.
SUMÁRIO DIETOTERAPIA

02
1. Conceito..............................................................8
2.Principais alterações alimentares ..........8
2.1. Anemias ...................................................89
2.2. Desnutrição ............................................ 12
2.3. Diabetes Mellitus ................................. 14
2.4.Obesidade................................................ 17
2.5. Hipertensão Arterial........................... 18
02
Dietoterapia
• Conceituar dietoterapia e seu emprego no dia-a-dia

• Identificar as principais alterações alimentares

• Diagnosticar os diferentes tipos de anemias e


Objetivo de
Aprendizagem
seus respectivos tratamento

• Aprender sinais e sintomas e prevenção de


doenças prevalentes como: diabetes mellitus,
obesidade e hipertensão arterial

1. CONCEITO
A dietoterapia é a parte do tratamento do paciente
nas enfermidades agudas ou crônicas que envolve modifica-
ções na dieta diária que deve ser seguida pelo paciente. Esta
tem por finalidade de usá-la como tratamento único da doen-
ça, como por exemplo, diabetes tipo 2 ou mesmo fazer parte
do tratamento junto ao fármaco ajudando na recuperação do
organismo do doente.
A finalidade básica da dietoterapia é ofertar ao organis-
mo nutrientes adequados ao tipo de doença, condições físicas,
nutricionais e psicológicas do paciente, mantendo ou recupe-
rando o estado nutricional.
Alimentação balanceada é aquela que contém todos os
nutrientes: carboidratos, proteína, gordura, sais minerais e vita-
minas, mantendo entre si um equilíbrio. Ela é utilizada para ma-
nutenção da saúde ou para prevenir alguma doença.

2.PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ALIMENTARES


2.1. Anemias
Conceitua-se anemia como uma constatação clínica e la-
boratorial de um paciente com hemoglobina abaixo dos valo-
res de normalidade. Conforme tabela abaixo:

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Faixas Etárias HB ( g/dl)

Sangue do cordão do RN 13 a 20

1º ano de vida 15- 23

Crianças de 1 mês a 6 anos 10,5-14,5

06 anos a 14 anos 11,5- 14,5

Homem acima de 14 anos 12,5- 16,5

Mulheres acima de 14 anos 11,5- 15,5

As causas que induzem a anemias são diversas, entretan-


to podemos citar como os principais: hemorragias, neoplasias,
aplasia da medula, alterações biológicas na eritropoiese (proces-
so de produção dos glóbulos vermelhos), dentre outros.
Para obter material necessário à produção de glóbulos ver-
melhos do sangue, o organismo depende do aporte de alimen-
tos. Para tanto é necessária uma dieta bem balanceada na qual
forneça os seguintes nutrientes essenciais: Ferro, vitamina B6
(piridixina) e cobre, para a síntese de hemoglobina; Ácido Fólico
e vitamina B12 (cianocobalamina), para a maturação dos glóbu-
los vermelhos; Proteínas, para a formação da globulina; Vitamina
C (ácido ascórbico) para auxiliar a absorção de ferro.

Classificação fisiopatológica das anemias

• Anemia Resultante de Hemorragia Aguda ou crônica


A hemorragia aguda é caracterizada por sangramento
volumoso, interno ou externo; enquanto a hemorragia crônica
possui sangramento contínuo, de pequeno volume, nos tratos
gastrointestinal, urinário ou reprodutivo.
Na anemia aguda, causada pela perda súbita de sangue
ou pela destruição aguda dos glóbulos vermelhos, a falta de
volume no sistema circulatório é mais importante que a falta

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de hemoglobina. Os sinais e sintomas mais proeminentes con-
sistem em queda da pressão arterial devido à diminuição do vo-
lume sanguíneo total, com tonteira e desmaio subseqüentes, ta-
quicardia e palpitação, sudorese, ansiedade, agitação, fraqueza
generalizada e possivelmente uma diminuição da função mental.
Na anemia crônica, o volume sanguíneo total está normal,
mas ocorre uma diminuição dos glóbulos vermelhos e hemo-
globina. A falta de hemoglobina causa descoramento do sangue,
com palidez do paciente, e falta de oxigênio em todos os órgãos,
com os sinais clínicos decorrentes desta alteração. Portanto, os
principais sinais e sintomas são: fadiga generalizada, anorexia
(falta de apetite), palidez de pele e mucosas (parte interna do
olho, gengivas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de
aprendizagem nas crianças, apatia (crianças muito “paradas”).
Os líquidos são necessários para repor os fluidos perdi-
dos através da hemorragia e, consequentemente perdidos dos
tecidos. Em casos de hemorragia muito séria, pode ser necessá-
ria a restauração do volume do sangue através de transfusões.

• Anemia por Deficiência de Ferro ou Anemia Ferropriva


Esta forma de anemia é caracterizada pela quantidade
reduzida de hemoglobina no sangue e uma diminuição do
conteúdo total de ferro no organismo. As três causas de Ane-
mia Ferropriva são: perda crônica de sangue, Ingestão ou ab-
sorção deficiente de ferro e necessidade aumentada de ferro
por aumento do volume de sangue, como infância, puberdade,
gestação e lactação.
O tratamento mais eficiente e adequado, nos casos de ane-
mia ferropriva, é a ministração de ferro medicamentoso, sob a
forma de sais ferrosos, visando uma melhor absorção. Quando a
terapia pela via oral se mostrar inapropriada ou pouco efetiva, as
preparações à base de ferro serão ministradas por via parenteral.
Uma dieta bem balanceada fornece quantidade suficiente
de ferro para a maioria das pessoas. As melhores fontes naturais

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de ferro são os alimentos de origem animal – fígado e carne de
qualquer animal – por possuírem um tipo de ferro melhor apro-
veitado pelo nosso organismo.
Entre os alimentos de origem vegetal, destacam-se as le-
guminosas (feijão, grão-de-bico, fava, lentilha, ervilha), os grãos
integrais ou enriquecidos, nozes, castanhas, rapadura, açúcar
mascavo e as hortaliças (couve, agrião, taioba, salsa).

• Anemia falciforme
É uma doença hereditária caracterizada pela alteração dos
glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma
foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana
alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia.
A anemia falciforme pode se manifestar de forma diferente
em cada indivíduo. Os sintomas geralmente aparecem na se-
gunda metade do primeiro ano de vida da criança. O sintoma
mais freqüente da doença falciforme causado pela obstrução de
pequenos vasos sanguíneos pelos glóbulos vermelhos em forma
de foice. A dor é mais freqüente nos ossos e nas articulações,
podendo, porém atingir qualquer parte do corpo. Essas crises
têm duração variável e podem ocorrer várias vezes ao ano. Ge-
ralmente são associadas ao tempo frio, infecções, período pré-
-menstrual, problemas emocionais, gravidez ou desidratação.

• Anemia por Deficiência de Ácido Fólico ou Anemia Megaloblástica


A anemia megaloblástica representa a principal anemia
macrocítica e resulta da deficiência de vitamina B12 e/ou ácido
fólico. Esses dois nutrientes são muito importantes, pois atuam
como coenzimas em reações que ocorrem na síntese de DNA. É,
portanto, um distúrbio, ocasionado por uma alteração na síntese
do DNA que se caracteriza por um estado em que a divisão celu-
lar se torna lenta, a despeito do crescimento citoplasmático. Esta
anormalidade nada mais é do que uma assincronia da maturação
do núcleo em relação ao citoplasma. As células se preparam para
uma divisão que não ocorre, e, como resultado, acabam se tor-
nando maiores (FAILACE e FERNANDES, 2009)

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Esta anemia está presente em algumas gestantes e em be-
bês nascidos de mães que tenham a deficiência. A deficiência
pode ainda resultar de uma dieta inadequada. É vista também,
com freqüência, no alcoolismo crônico, porque altos níveis de
álcool no sangue bloqueiam a resposta da medula óssea ao ácido
fólico e interferem na formação dos glóbulos vermelhos.
O tratamento da anemia megaloblástica consiste na mi-
nistração de ácido fólico através de medicamentos, até que
a deficiência seja corrigida. O consumo dos demais nutrientes
indispensáveis à produção de glóbulos vermelhos (vitamina C,
proteínas, ferro, cobre e vitamina B12), além do consumo de ali-
mentos fontes de ácido fólico, ajuda no tratamento.

• Anemia por Deficiência de Vitamina B12 (cianocobalamina)


A anemia perniciosa é uma doença que impede o cor-
po de absorver a vitamina B12. São raras outras causas para
a carência de vitamina B12. No entanto, essa carência pode ser
causada por fatores como falta de vitamina B12 na alimentação,
um problema gástrico ou intestinal que impeça a absorção de
vitamina B12 ou alguns tipos de medicamentos.
A vitamina B12 é necessária para a maturação dos glóbulos
vermelhos do sangue, assim como o ácido fólico. Na sua ausência,
os glóbulos vermelhos não amadurecem e se desenvolve a anemia.
O tratamento da anemia perniciosa é feito por injeções
intramusculares de vitamina B12 para o resto da vida. Quando
o organismo começa a regenerar os glóbulos vermelhos, em res-
posta à terapia medicamentosa, necessitará de alimentos fontes
de outros nutrientes exigidos pela eritropoiese.

2.2. Desnutrição
É uma doença causada pela dieta inapropriada com a
carência de nutrientes essenciais. Podemos identificar como
principais causas: má alimentação como principal. Ainda, outras
patologias podem desencadear má absorção ou dificuldade de
alimentação e causar a desnutrição.

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Dificuldades econômicas, inflação, guerras e falta de op-
ções alimentares diversificadas também é um problema sério
mesmo em alguns países desenvolvidos.
Crianças com desnutrição calórico-protéica apresentam
retardo no crescimento e desenvolvimento, enquanto outros
sintomas clínicos variam com a idade e o estado da criança, além
da intensidade dos fatores causais.
• Kwashiorkor
O  kwashiorkor  é caracterizado por atrofia muscular
marcante, com gordura corporal total normal ou aumentada. Tem
como causa a ingestão inadequada de proteínas, com conteúdo
razoável a bom de calorias totais ingeridas. Ocasiona diminuição
de proteínas em diversos setores do organismo: sangue, tecidos
periféricos, músculos, fígado, entre outros (Fontes, 2015).
O kwashiorkor tende a aparecer com mais freqüência em
crianças com mais de um ano de idade. A presença de edema é sua
característica mais distinta. Invariavelmente o crescimento é retarda-
do, embora a existência de edema possa mascarar o grau de inanição.
O kwashiorkor é uma afecção aguda de curta duração, em
que a recuperação ou morte ocorrem de modo relativamente
rápido. A taxa de mortalidade, mesmo entre crianças hospitali-
zadas é elevada e a criança apresenta-se apática e triste.

• Marasmo
O  marasmo  é caracterizado como a perda de massa
muscular e a depleção do conteúdo corporal de lipídeos. É a
forma mais comum de desnutrição protéico-energética e é cau-
sada pela ingesta inadequada de nutrientes, especialmente ca-
lorias totais. Essas crianças demonstram, classicamente, cons-
tipação grave e são extremamente famintas. O exame físico vai
mostrar: peso e altura diminuídos para a idade, aparência de
fraqueza, bradicardia, hipotensão, hipotermia, pele seca e fina,
dobras cutâneas redundantes por perda do panículo adiposo,
cabelo fino e esparso, de queda fácil. Normalmente, são crian-
ças irritadiças (Fontes, 2015).

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É mais provável que o marasmo se desenvolva em crianças
com menos de um ano de idade, quando a alimentação materna
falha ou não é realizada por um período suficiente de tempo e os
alimentos aconselháveis para o desmame não são disponíveis, ou
as práticas de alimentação desencorajam o uso de tais alimentos.
A criança marasmática parece um velho, com a cabeça e
olhos muito grandes, face enrugada e corpo diminuto. Essas
crianças são muito suscetíveis à doença infecciosa, e sua taxa de
mortalidade é elevada.
Não existe um único padrão de dieta que possa ser con-
siderado ideal para determinada patologia. O que deve existir
é um padrão ideal para cada paciente em cada situação. Assim
como a ingestão de alimentos varia individualmente, variam tam-
bém as necessidades nutricionais.
Por causa destes três fatores – diferença nos requerimentos
nutricionais individuais, diferenças nas condições de ingestão e
variação na composição dos alimentos – torna-se praticamente
impossível a generalização de um plano de alimentação que seja
adequado a todos os pacientes. Como conseqüência, a caracte-
rística mais importante das dietas oferecidas em um hospital
deve ser sua flexibilidade, ou seja, a possibilidade de variações e
adequações individuais, tornando, então, a dieta individualizada.
Apesar da individualização da dieta ser meta prioritária,
e independente desta individualização, é necessário que sejam
estabelecidas, em nível hospitalar, condutas gerais a partir das
quais maiores especificações possam ocorrer. Assim, é preciso
que dietas com nomenclatura própria e composição conhecida
estejam disponíveis à população de pacientes.

2.3. Diabetes Mellitus


O Diabetes Mellitus é uma síndrome decorrente da falta
de insulina ou da incapacidade da insulina exercer adequada-
mente seus efeitos metabólicos. Caracteriza-se pela presença
de hiperglicemia e freqüentemente por complicações crônicas

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microvasculares, macrovasculares e neurológicas. O Diabetes
tem recebido especial atenção entre a comunidade médica por
vários motivos, tais como:

• Problema de saúde pública que atinge 5 milhões de


pessoas no Brasil;

• Tem prevalência similar entre os sexos;

• A prevalência aumenta com a idade: 30-69 anos – 7,6%


da população > 70 anos – 20% da população;

• É a 6ª causa mais comum de internação hospitalar;

• É a 4ª causa mais comum de morte;

• 50% dos diabéticos não sabem que têm a doença;

• 25% dos diabéticos, que sabem que têm a doença, não


se tratam;

• O diabetes aumenta o risco de desenvolvimento de do-


enças cardiovasculares;

• É a principal responsável por amputações de membros


inferiores e de cegueira adquirida.

• Classificação:
• Insulinodependente (Tipo 1)

• Não- insulinodependente (Tipo2)

• Outros tipos

• Diabetes Mellitus Gestacional

A educação alimentar é um dos pontos fundamentais do


tratamento do diabetes, ou seja, não é possível um bom controle
metabólico sem uma alimentação adequada. As recomendações
nutricionais dos pacientes com diabetes sofreram consideráveis
modificações nos últimos anos. Isso gerou muita divergência de
condutas e surgimento de tabus alimentares que terminaram por
tornar o plano alimentar muito restritivo e de difícil adesão.

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Os objetivos da conduta nutricional do paciente com dia-
betes são: contribuir para normalização da glicemia; diminuir fa-
tores de risco cardiovascular; fornecer calorias suficientes para
obtenção e manutenção do peso saudável, pois a obesidade pro-
move alterações estruturais e metabólicas nos sítios receptores
de insulina do adipócito; prevenir complicações agudas e crôni-
cas e promover saúde através da nutrição adequada.
Para que o plano alimentar do paciente diabético seja
adequado, recomenda-se atualmente a mesma alimentação
saudável e equilibrada que todo indivíduo deveria seguir, ou
seja com calorias suficientes para sua atividade e manutenção do
peso, além de adequada em proteínas, minerais, gorduras, vita-
minas e carboidratos. A única diferença é a restrição de sacaro-
se, encontrada no açúcar, no mel de abelha, nos doces em geral,
no caldo de cana, na rapadura. Uma atenção especial é dada às
fibras (cereais integrais, frutas e vegetais crus), que tem a capa-
cidade de reduzir o tempo de absorção da glicose, favorecendo
o controle da glicemia.
Os alimentos dietéticos podem ser recomendados consi-
derando-se o seu conteúdo calórico. Vale ressaltar a importân-
cia de se diferenciar alimentos “diet” (isento de sacarose, mas
que podem ter valor calórico elevado devido ao teor de gordura)
e “light” (de valor calórico reduzido em relação aos convencio-
nais, porém nem sempre isentos de sacarose). De uma forma
geral é importante que o paciente seja treinado a ler o rótulo do
alimento para saber qual o mais indicado.
Os adoçantes podem ser utilizados considerando-se o seu
valor calórico. O aspartame, o ciclamato, a sacarina, o acessulfa-
me K, a stévia e a sucralose são praticamente isentos de calorias.
No entanto a frutose, a dextrose, a maltose, a lactose, o sorbitol e
o xilitol possuem valor calórico considerável e devem ser usados
esporadicamente. Os efeitos danosos dos adoçantes artificiais
não possuem fundamentação científica. A Organização Mundial
de Saúde recomenda evitar o uso excessivo e alternar os diferen-
tes tipos de edulcorantes.

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2.4.Obesidade
A obesidade é, atualmente, um dos mais graves proble-
mas de saúde pública. Sua prevalência vem crescendo acentua-
damente nas últimas décadas, inclusive nos países em desenvol-
vimento, o que levou a doença à condição de epidemia global.
Há 20 anos, calculava-se que 20% da população brasileira era
obesa, enquanto que estudos recentes mostram que esse núme-
ro está chegando aos 40%. Nos Estados Unidos, a estatística é
de que 1 em 2 americanos está acima do peso.
A situação é preocupante, pois os quilos a mais estão
entre os principais fatores de doenças mortais, sobretudo
cardiovasculares, como infarto, acidentes vasculares cerebrais,
diabetes, hipertensão colesterol elevado. Sem contar com os
problemas psicológicos, ortopédico (como hérnia de disco) e
orgânicos (como pedras nos rins e vesícula). Até mesmo alguns
tipos de câncer estão associados à obesidade. O de cólon, por
exemplo, é mais freqüente em obesos.
Define-se obesidade como um acúmulo excessivo de gor-
dura de magnitude tal que compromete a saúde. Na origem
da obesidade existem fatores genéticos, psicossociais, culturais,
nutricionais, metabólicos e endrócrinos que lhe conferem um ca-
ráter multifatorial. A técnica mais utilizada para seu reconheci-
mento é o IMC (Índice de Massa Corporal). Na literatura médica
o IMC é comumente usado para classificar o baixo peso, o peso
normal, o sobrepeso e a obesidade em adultos.
Atualmente se reconhece que não se deve levar em con-
sideração apenas a quantidade total de gordura corporal, mas
também a sua localização. Devido ao fatos de que o aumento
da gordura visceral (abdominal) se relaciona com um alto risco
de morbidade e mortalidade, principalmente cardiovascular, sua
determinação é necessária.
• Obesidade Andróide (em forma de maçã): pessoa
que possui maior quantidade de gordura acumulada no
tronco; os braços e pernas são mais finos. Estes indiví-

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duos estão mais sujeitos a coronariopatias, como infar-
to e arteriosclerose.

• Obesidade Ginecóide (em forma de pera): caracteriza


indivíduos com quadris largos. Forma mais comum em
mulheres e na população masculina negra.

Não é possível estabelecer um tratamento dietoterápico


rotineiro, uma vez que este é o principal responsável pelos gran-
des fracassos no tratamento de obesos. A experiência mostra
que dois obesos, da mesma idade, sexo e altura, com o mesmo
peso e tratamento alimentar iguais, apresentam valores de per-
da de peso diferentes. O tratamento deve ser individualizado, e
após a prescrição do programa alimentar é necessário observar
atentamente a evolução do obeso para efetuar a adequação de
acordo com a resposta obtida.
De uma forma geral o plano alimentar apresenta as seguin-
tes características: baixa densidade calórica com restrição de
gorduras; aumento do fracionamento do cardápio, oferecendo no
mínimo 04 refeições por dia; carboidratos em todas as refeições;
estímulo ao consumo de alimentos ricos em fibras como: grãos
e cereais integrais, frutas, verduras e legumes; uso moderado e
esporádico de açúcares simples, doces, bebidas alcoólicas e gor-
duras, principalmente as de origem animal; participação ativa do
paciente na elaboração dos cardápios e escolha dos alimentos.
Ainda é importante a adoção de um estilo de vida mais sau-
dável, que inclui não somente a mudança dos hábitos alimentares,
como também prática de uma atividade física que favorecerá tanto
a perda como a manutenção do peso. Em casos mais severos de
obesidade pode estar indicado a utilização de medicamentos ou
até mesmo de cirurgias para redução da capacidade gástrica.

2.5. Hipertensão Arterial


A hipertensão arterial, uma entidade clínica multifatorial,
é conceituada como síndrome caracterizada pela presença de
níveis tensionais elevados, associados a alterações metabóli-

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cas hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofia cardíaca e
vascular). A prevalência da hipertensão arterial é elevada, esti-
mando-se que de 15 a 20% da população brasileira adulta possa
ser rotulada como hipertensa. Após aferição criteriosa da pres-
são arterial, aceita-se como normal para indivíduos adultos (com
mais de 18 anos de idade) cifras inferiores a 85 mmHg de pressão
diastólica e inferiores a 130 mmHg de pressão sistólica.
O tratamento da hipertensão arterial compreende dois ti-
pos de abordagem: o farmacológico, à base de drogas anti-hi-
pertensivas, e o não-farmacológico, que se baseia fundamen-
talmente em mudanças de estilo de vida, nas quais o manuseio
nutricional tem papel fundamental.
Dentre as modificações alimentares que comprovadamen-
te reduzem a pressão arterial, podemos citar: redução na inges-
tão de sal. Do ponto de vista prático, deve-se evitar a ingestão
de alimentos processados industrialmente, tais como enlatados,
conservas, embutidos e defumados. Deve-se ainda orientar os
pacientes a utilizar o mínimo de sal no preparo dos alimentos,
além de evitar o uso do saleiro à mesa, durante as refeições.
Deve-se incentivar o aumento da ingestão de potás-
sio, essa indicação se justifica pela possibilidade de o potás-
sio exercer efeito anti-hipertensivo, ter ação protetora contra
danos cardiovasculares, e servir como medida auxiliar em pa-
cientes submetidos a terapia com diuréticos, desde que não
existam contra-indicações.
Redução do consumo de bebidas alcoólicas o consumo de
álcool eleva a pressão arterial, aumenta a prevalência de hiper-
tensão, é fator de risco para acidente vascular encefálico, além de
ser uma das causas de resistência à terapêutica anti-hipertensiva.
Além dessas medidas dietéticas, ainda é aconselhado que
o paciente reduza o peso corporal, pois o excesso de peso tem
forte correlação com o aumento da pressão arterial. A atividade
física também é capaz não só de regular a pressão arterial, como
também de reduzir o peso corporal.

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