Você está na página 1de 18

0

SOCIEDADE EDUCACIONAL PINHALZINHO – HORUS FACULDADES


CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

DAYMON MARICAL

LESÕES MAIS COMUNS NO VOLEIBOL E O PILATES


COMO FORMA DE TRATAMENTO
1

PINHALZINHO/SC
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................02
2. DESENVOLVIMENTO....................................................................................02
2.1 VOLEIBOL E SUA HISTÓRIA......................................................................02
2.2 PRINCIPAIS LESÕES NO VOLEIBOL........................................................02
2.3 O MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DAS LESÕES......................02
3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................02
4. CONCLUSÃO....................................................................................................02
5. REFERêNCIAS..................................................................................................02
2

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema lesões mais comuns no voleibol e os benefícios do
Pilates como forma de tratamento. O vôlei é um esporte que mistura potência muscular,
rápidas mudanças de direção e saltos repetitivos, exige muita aptidão física do atleta. É uma
das modalidades mais populares do mundo, é praticado por atletas profissionais e por
amadores, no Brasil houve um aumento de jogadores profissionais que sofrem de dor no
ombro. A grande incidência dessa lesão é acarretada pela própria exigência do esporte, que
obriga os atletas a uma carga excessiva de treinos.
Sendo assim, o presente trabalho levanta a seguinte problematização: O Pilates
proporciona benefícios para o tratamento de lesões em atletas que praticam voleibol? O
Pilates envolve respiração, concentração, controle, ritmo, equilíbrio muscular, além de
integração e saúde do corpo como um todo. Os atletas de voleibol, precisam usar sua energia
e intensidade durante a atuação, buscando melhor rendimento, resultado e segurança.
Nesse sentido, é fundamental a abordagem de métodos terapêuticos como o Pilates
para a realização de um melhor condicionamento físico e mental, com a finalidade de
trabalhar a força, alongamento e flexibilidade, mantendo as curvas do corpo, tendo o abdômen
como o centro da força. Sendo assim, o objetivo do trabalho é investigar por meio da
literatura quais os benefícios do Pilates para o tratamento de lesões em atletas que praticam
voleibol.
A pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica descritiva e o levantamento de dados
será por meio de livros, revistas, sites da internet como Scielo, ABEPRO, RAE e FGV,
Google acadêmico, e artigos científicos. Na estrutura do trabalho conta primeiramente uma
introdução sobre o tema, tópicos no referencial teórico sobre o voleibol e sua história,
principais lesões no voleibol, e o método Pilates no tratamento das lesões, por fim.
Após todo o desenvolvimento da pesquisa pode-se dizer que as lesões esportivas são
provocadas por métodos inadequados de treinamento, alterações estruturais que
sobrecarregam mais determinadas partes do corpo do que outras e por fraqueza muscular,
tendinosa e ligamentar, isso, pode ocorrer em atletas profissionais ou amadores e o Pilates
além de trazer os benefícios fisiológicos básicos, torna-se indispensável para evitar lesões, sejam elas
articulares ou musculares.
3

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 O VOLEIBOL E SUA HISTÓRIA

O voleibol é um esporte coletivo praticado no mundo todo. Para Marques (2012) o


voleibol foi criado no de 1895, pelo norte americano William Morgan, com o nome de
Mintonette, e após uma Conferência na Universidade de Springfield ocorreu uma
demonstração do jogo onde foi sugerido trocar o nome Mintonette para Volleyball. No início
o jogo acontecia somente nos ginásios e com o passar do tempo foi adaptado na praia e em
quadras de areia.

Quadro 1: Principais fatos após a invenção do voleibol


Ano Fato Histórico
1900 Voleibol chega ao Canadá, primeiro país fora dos Estados Unidos.
1908 O esporte vai para o continente asiático e começa a ser praticado na China e no
Japão.
1910 O esporte chega ao Peru, primeiro país da América do Sul a praticar o esporte
1942 Morre, aos 72 anos, o criador do voleibol, William George Morgan
1947 Fundada na França a FIVB (Federação Internacional de Voleibol).
1949 Realizado o primeiro campeonato mundial masculino na Tchecoslováquia (foi
vencido pela Rússia
1951 Realizado o primeiro campeonato sul-americano de voleibol, na cidade do Rio de
Janeiro. O Brasil tornou-se campeão masculino e feminino.
1952 Realizado o primeiro campeonato mundial feminino
1964 O esporte passa a fazer parte do programa oficial das Olimpíadas, realizadas em
Tóquio no Japão.
Fonte: CARVALHO (2013)

Nos primeiros anos, o voleibol ainda não contava com uma bola específica, sendo
praticado com uma câmara da bola de basquete, a rede era improvisada, a mesma usada nas
partidas de tênis. De acordo com a Confederação Brasileira de Volei –CBV (2013, p. 258): as
principais regras do voleibol de quadra são:

1. Estrutura da equipe: cada equipe é composta por seis jogadores. Os jogadores


estão dispostos na quadra em duas fileiras de três. 2. Pontuação: uma equipe marca
um ponto quando a bola cai na quadra da equipe adversária, a equipe adversária
acerta a bola "fora" ou comete uma falta. 3. Partidas: As partidas são normalmente
disputadas em melhor de cinco sets. A primeira equipe a vencer três sets vence a
partida. Os primeiros quatro sets vão para 25 pontos, mas uma equipe deve vencer
4

por pelo menos dois pontos. Se for necessário um quinto set (decisivo), ele é jogado
até 15 pontos, mas, novamente, o time deve vencer por pelo menos dois pontos. 4.
Saque: o sacador deve ficar atrás da linha final para sacar e pode sacar a bola em
qualquer método ou direção. Se a bola sacada atingir a rede, mas ainda assim passar
por cima, ela será considerada em jogo. 5. Rotações: os jogadores giram no sentido
horário ao redor da quadra e devem estar na ordem correta de saque. 6. Os jogadores
podem bater na bola com qualquer parte do corpo. Eles não devem bater na bola
duas vezes seguidas. A bola não pode ser pega ou lançada. 7. Faltas: as faltas
incluem pisar sobre ou além da linha em um saque, deixar de sacar a bola por cima
da rede, bater a bola fora de campo, tocar a rede durante o jogo ou bater na bola
ilegalmente. 8. Líbero: este é um jogador de defesa que pode substituir qualquer
jogador da linha de trás, sem contar para o número total de substituições da equipe.
Eles não podem sacar, atacar ou girar para as posições da primeira linha. 9.
Intervalos: cada equipe pode fazer dois intervalos de 30 segundos por set. 10.
Substituição: um total de seis substituições são permitidas por set.

As regras do voleibol variam de acordo com as suas adaptações. Costa (2015)


descreve que o jogo de voleibol tem como base os seus fundamentos que são: saque, recepção
de saque, levantamento, ataque, bloqueio e defesa. Todos estes fundamentos devem ser
executados, treinados e entendidos pelos atletas.
Os fundamentos do voleibol de quadra são: Saque: é o primeiro movimento do jogo;
Recepção: o primeiro toque na bola que vai receber do saque da equipe adversária;
Levantamento; levar a bola na melhor posição para o jogador que fará o ataque; Ataque:
também chamado de cortada no qual o jogador levara a bola ao campo do adversário para
fazer ponto; Bloqueio: é feito por um ou, mas jogador que se prepara para defender o ataque
do time adversário (CARVALHO, 2013). Vale destacar que o bloqueio é uma das jogadas
mais importantes no jogo.
O voleibol na areai tem os mesmos fundamentos que o voleibol de quadra, mudando
somente a sua dinâmica, no jogo só tem 02 jogadores em cada equipe sem substituição de
atleta, os fundamentos do voleibol de dupla na areia possuem um objetivo na sua execução
durante o saque, o fundamento é para não deixar o atleta fadigar, mais sim fazer com que eles
trabalhem em equipe (MARQUES, 2015).
A recepção e o levantamento atuam na construção e no desenvolvimento ofensivo,
enquanto o ataque tem a meta de executar o ponto e o bloqueio, evitar ou dificultar o ponto do
adversário através da bola amortecida nas mãos do bloqueador que facilita a defesa ou
ocasiona erro do atacante. Também pode ser utilizado para fazer o ponto. A defesa tem o
intuito de evitar o ponto e permitir o início do contra-ataque. Portanto, a execução de cada
fundamento está interligada, ocasionando através das suas ações um melhor ou pior modelo
de jogo para a dupla de voleibol na areia (MARQUES, 2012).
5

No voleibol sentado os fundamentos se diferenciam muito pouco do voleibol de


quadra e área, de acordo com Carvalho (2013, p. 82) os fundamentos são:

Toque: que é utilizado no ataque; manchete: utilizada como recepção de um saque;


saque: é a forma que se dá o início de cada jogada, é utilizada para marca ponto;
cortada: o atacante golpeia a bola para que ela ultrapasse a rede e toque no chão
adversário; Bloqueio: O atleta tem que impedir a passagem da bola quando o
adversário faz o ataque; Deslocamento: é o fundamento que diferencia o voleibol
sentado do convencional, é feito através dos membros superiores que conduz o
tronco até o local intencionado.

Por fim, destaca-se que uma das principais características do voleibol é o mínimo
contato direto entre os atletas de equipes opostas, tais contatos ocorrem entre as mãos e os pés
daqueles jogadores mais próximos à rede e, raramente, entre outras partes do corpo em
eventos acidentais. As lesões são atribuídas aos movimentos vigorosos realizados pelos
braços, aos saltos e aos mergulhos durante os treinos e os jogos.

2.2 PRINCIPAIS LESÕES NO VOLEIBOL

No voleibol os jogadores usam repetidamente os ombros para sacar, golpear e


bloquear e isso acaba provocando lesões por uso excessivo do ombro, assim como as entorses
de tornozelo e muitas outras lesões. Para Simplício (2016) as lesões esportivas são provocadas
por métodos inadequados de treinamento, alterações estruturais que sobrecarregam mais
determinadas partes do corpo do que outras e por fraqueza muscular, tendinosa e ligamentar,
muitas dessas lesões também podem ser causadas pelo desgaste crônico e por lacerações, os
quais são decorrentes de movimentos repetitivos (overuse) que afetam os tecidos suscetíveis.
Segundo Costa (2015, p. 56):

As lesões no esporte podem ser definidas através da dor ou dano físico que ocorra
com resultado do esporte, exercício ou atividade física. Porém o termo lesão no
esporte só pode ser empregado para definir quando é confirmada como lesão
decorrente da prática de uma determinada modalidade do esporte. Nos esportes estão
associadas a lesões do sistema musculoesquelético como músculos, ossos, tendões,
cartilagem e tecidos associados. Podem ser agudas ou crônicas de acordo com a
gravidade ou ponto onde acometeu a lesão. São consideradas lesões agudas aquelas
que ocorrem em instantes, já as crônicas são definidas como lesões que estão
presentes por um tempo já prolongado, tanto na aguda tanto na crônica o atleta tem
dor, inchaço, dor na palpação incapacidade de executar um movimento ou de força
no membro acometido.

O micro traumatismo consiste no primeiro nível da lesão, caracterizada como um


micro trauma, posteriormente apresentam-se as distensões, logo, as quebras de fibras na
6

junção músculo-tendínea, dessa maneira, é de suma importância a manutenção da


resistência e o aquecimento adequado para proteger a unidade músculo-tendínea de lesões
(SIMPLÍCIO, 2016).
No que concerne as lesões articulares as mais frequentes em atletas encontram-se as
que afetam de forma direta a capacidade da articulação funcionar ao longo do movimento e
as lesões ósseas são caracterizadas por lesões traumáticas mediante ao alto teor de força
exercida no mecanismo de trauma (CORDEIRO, 2019). As tendinopatias e as bursites são
micro traumas repetitivos caracterizados por inflamação, estas estão entre os problemas
mais frequentes do aparelho locomotor, gerando por diversas vezes o afastamento do atleta
da competição ou do treinamento (AAGARD et al., 2017).
As lesões no esporte podem ser acometidas em qualquer etapa do exercício e podem
surgir tanto no treinamento quanto nas competições, sendo que 75% destas ocorrem em
treinamentos e 22% em competições. O esporte profissional gera carência de tratamento em
determinados setores e uma sobrecarga em outras, isto acontece mediante a realização dos
movimentos com manobras (COSTA, 2015).
As lesões mais específicas variam de modalidade para modalidade, por exemplo, no
voleibol, as lesões predominantes são nas articulações de ombro, cotovelo, joelho e
tornozelo, com a prevalência maior em joelho e tornozelo, sendo elas entorses, luxações,
lesões ligamentares e estiramento muscular foram as mais frequentes. Os mecanismos de
lesão mais citados foram trauma, salto e queda com as lesões ocorrendo principalmente
durante os treinamentos (CORDEIRO, 2019).
O alongamento excessivo das fibras musculares, ou alongamento além dos limites,
resultam em estiramento muscular. É uma lesão frequente nos esportes em geral, e pode
gerar modificações nos treinamentos habituais dos praticantes (CORDEIRO, 2019). No
voleibol, as principais lesões são no tornozelo, no joelho, ombros e contusões nas mãos.
Para Chiappa (2021) as lesões no tornozelo ocorrem em 15 a 60% nos voleibolistas,
principalmente quando tocam no solo após um salto, as contusões mais comuns após o
bloqueio acontecem por supinação e no ataque por inversão.
As lesões mais comuns no tornozelo acontecem por entorse, que é uma distensão
articular, podendo ser por um simples estiramento até uma ruptura do ligamento, as lesões no
tornozelo nos atletas de voleibol também ocorrem por causa de instabilidade, ruptura de
ligamento, dor no tornozelo e outras (BRINER JUNIOR e KACMAR, 2019).
Um dos motivos da instabilidade do tornozelo são as várias entorses ocorridas nos
desportistas do voleibol proveniente do impacto da queda do salto, o principal motivo de
7

todas as contusões dos voleibolistas no tornozelo, é o uso excessivo (overuse) desses


componentes anatômicos durante sessões e jogos (AAGARD et al., 2017).
Sobre as lesões no joelho Briner Junior e Kacmar (2019, p. 96);

Os saltos são os maiores causadores nas lesões do joelho nos voleibolistas, a fase de
impulsão é a que exige mais esforço da musculatura do atleta de voleibol. A lesão no
joelho está associada com a fadiga e com o impacto no momento da impulsão. A
fadiga dificulta o amortecimento do impacto, gerando maior sobrecarga nos
membros inferiores. As lesões no joelho também são frequentes após a queda do
salto, proveniente do impacto e ocasionadas par torção do joelho.

Nota-se que as tendinites e os problemas de ligamentos são as principais lesões no


joelho. As lesões mais comuns a jogadores de voleibol dão-se nos membros inferiores
(joelhos e tornozelos) pelo grande impacto do atleta com o solo, devidos aos saltos para fazer
o bloqueio, ataque, cortada e defesa (SOUZA, SANTOS, 2017).
As lesões anatômicas mais frequentes no joelho e tornozelo dos atletas profissionais
do voleibol seda pela quantidade de salto que o atleta faz numa partida de 3 Sets, num
estudo feito por ele e seus colegas na cidade de São Caetano do Sul-SP e José Bonifácio-
SP, com 12 jogadoras amadoras e 12 atletas profissionais pode se observar que em
diferentes posições em fundamentos que exigem saltos as atletas de alto rendimento
fizeram 328 saltos já as jogadoras amadoras só fizeram 164 saltos concluindo que a
predominância de lesões no tornozelo e joelho, é mais alta nas atletas profissionais pela
contida de saltos realizados pelas mesmas (MARÉS, 2012).
Sobre as lesões no ombro Chiappa (2021) descreve que as mais frequentes dos
membros superiores acontecem no ombro dos jogadores de voleibol. O ombro é a segunda
região anatômica mais acometida por lesões no esporte de voleibol variando de 08% a 20%
das lesões no voleibol, sendo que a maioria dessas lesões ocorre de maneira progressiva
evoluindo para um quadro crônico sendo atribuídas por adaptações especifica do esporte,
alterações de força, flexibilidade e postura (SOUZA, SANTOS, 2017).
As principais lesões acometidas no ombro são tendinopatias no manguito rotador da
porção longa do bíceps braquial e da síndrome do impacto subacromial, sendo assim
associada a fatores de risco como pouca mobilidade escapular, desequilíbrio muscular e
assimetria do movimento escapular (MARÉS, 2012).
A síndrome do ombro doloroso é a terceira lesão mais comum no voleibol, que está
associada à sobre carga muscular dessa articulação, que é responsável por 20% das lesões
no voleibol. Podendo afastar a atleta das atividades esportiva por seis a nove meses. A
8

síndrome do ombro doloroso definida pela dor e perda da funcionalidade em graus variados
(CORRÊA, 2020).
Sobre as contusões nas mãos Bhairo (2022, p. 125) descrevem que:

Representam pequena porcentagem nos jogadores de voleibol, os jogadores


recreacionais machucam mais as mãos no bloqueio e no levantamento por causa da
hiperextensão dos dedos, geralmente a mão esquerda e a mais lesionada em todos os
fundamentos. Enquanto que os profissionais contundem-se mais as mãos no
bloqueio e no levantamento em virtude de uma inadequada técnica das mãos na
execução do fundamento. Nos atletas, a atitude direita é a lesionada com mais
frequência em qualquer fundamento, sendo assim, os jogadores recreacionais e
competitivos contundem-se as mãos nos respectivos fundamentos: 37% no
levantamento, 36% nas bolas batidas no bloqueio, 18% na defesa de peixinho e 8%
na cortada.

Nota-se que as lesões fazem parte das várias práticas desportivas profissionais e no
voleibol não poderia ser diferente, mas são mais frequentes e mais graves nas práticas
recreacionais, aonde não se tem um preparo físico adequado e os jogos não acontecem com a
mesma frequência e intensidade que as práticas profissionais. Muitas são as formas de
tratamento se tratando das lesões no voleibol, habitualmente é o repouso, fisioterapia e
treinamento muscular e nos últimos anos o Pilates vem ajudando atletas tanto na melhora de
performance quanto na recuperação de traumas.

2.3 MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DAS LESÕES

O Pilates é um método de exercícios criado pelo alemão Joseph Pilates, que tem se
tornado cada vez mais popular por seus benefícios físicos e mentais. A
melhora de performance nos jogadores de vôlei acontece devido ao trabalho de consciência
corporal realizado, voltado para a eficiência de movimento, como demostra a figura 1.

Figura 1: Exercício para melhorar a performance do atleta (Pilates)


9

Fonte: GOUVEIA (2019).


Os benefícios no voleibol dependem diretamente da execução dos exercícios
obedecendo seus princípios e corroborando no treinamento esportivo, atuando no sentido de
prevenção as lesões geradas, também é eficaz para proporcionar o equilíbrio estático e
postural promovendo um controle melhor da coordenação, agilidade e equilíbrio, fatores
fundamentais que corroboram na prevenção de lesões, reduzindo a sobrecarga e o gasto de
energia durante a realização dos movimentos (BERNARDES, 2019).
No método Pilates, os músculos mais fracos são fortalecidos, e os músculos maiores
aumentam a força e mobilidade, gerando um corpo em equilíbrio, flexível e integrado.
Procura-se proporcionar o alongamento ou relaxamento dos músculos encurtados ou
tensionados e o fortalecimento ou aumento do tônus daqueles que estão estirados ou
enfraquecidos, isso se reduzem os desequilíbrios musculares que acontecem entre agonistas e
antagonistas, sendo responsáveis por alguns desvios posturais (GOUVEIA, 2019). A figura 2
demostra o que acontece com os principais músculos agonistas e antagonistas do braço.

Figura 2: Músculos agonistas


10

Fonte: GOUVEIA (2019).

O músculo agonista é o principal musculo, na realização do movimento, contrai-se


ativamente para produzir um movimento. E o musculo antagonista é o músculo que se opõe á
ação do agonista, isto é, antagônico ao trabalho do músculo principal. A figura 3 demostra o
que acontece com principais músculos antagonistas da perna no momento da flexão e
extensão.

Figura 3: Músculos antagonistas flexão e extensão


11

Fonte: GOUVEIA (2019).

Portanto, destaca-se que o agonista é o músculo responsável diretamente pelo


movimento desejado e o antagonista é o musculo que oferece resistência à ação muscular,
também responsável por frear ou tornar mais lento o movimento gerado pelo agonista.
Segundo Costa (2017, p. 63):

Faz-se necessário a abordagem do Método Pilates como técnica de exercícios de


condicionamento físico e mental, visando objetivamente trabalhar força,
alongamento e flexibilidade, tendo o abdômen como centro de força em todos os
exercícios. Todo atleta que tem a vantagem de ter um bom fisioterapeuta que usa o
método Pilates, tem a vantagem de melhora do condicionamento físico, amplitude
muscular, flexibilidade, alinhamento e equilíbrio postural, melhora da coordenação
motora, alívio de dores crônicas, têm por objetivo prevenir lesões, adquirir força e
correção postural. Este método de condicionamento corporal contempla à realidade
de praticantes de qualquer idade, sexo ou nível de aptidão física e tem a vantagem de
não ter contraindicações.

A literatura mostra que o método possui diversos benefícios que podem contribuir para
prevenção de lesões e alívio das dores crônicas, como melhora do condicionamento físico, da
flexibilidade, do alongamento, da circulação, do alinhamento postural, podendo melhorar a
coordenação motora e a consciência corporal e que esses benefícios dependem da fidelidade
dos princípios na execução dos movimentos (BALDINI, 2019).
No voleibol em membros superiores, membros inferiores, para Costa (2017) com o
treino o atleta diminui a força concentrada no braço e pernas para atacar uma bola, por
exemplo, e concentra essa força no abdômen que junto com a expiração, potencializa a força
12

do ataque, diminuindo a sobrecarga na articulação exigida e protegendo a coluna dos


movimentos desnecessários.
O Pilates é uma prática de exercícios físicos que combina o treino de força e
flexibilidade, para obter-se um bom programa para flexibilidade, primeiramente são
planejados exercícios através de uma avaliação, que deveram ser realizados de forma regular,
em que os exercícios podem ser aumentados de forma progressiva a amplitude de movimento
conveniente à capacidade do indivíduo (POLETTO, 2017).
O Método Pilates, em qualquer modalidade desportiva sejam com membros superiores
ou membros inferiores, diminui a força concentrada no seguimento para atacar uma bola, por
exemplo, e concentra essa força no abdômen que junto com a expiração, o atleta potencializa
a força do ataque, diminuindo a sobrecarga na articulação exigida (JUNIOR, 2017).
Por fim, no esporte de voleibol por exemplo utilizam este método pois incluem
fortalecimento dos membros inferiores e superiores, exercício de flexibilidade, coordenação,
equilíbrio associados à respiração, isso associa a estabilização da coluna vertebral evitando
algias e lesões (MARQUES, 2017). Portanto o Pilates está associado a inúmeros benefícios
como aumento a resistência física; tonifica os músculos, melhora a flexibilidade e muitos outros;
voltados a saúde física e mental.

3 RESULTADOS E ANÁLISES

Após a elaboração de todo o trabalho pode-se dizer que o voleibol é um esporte que
proporciona qualidade da vida e benefícios para o corpo e a mente, mas, como toda atividade
física, sua prática pode apresentar riscos de algumas lesões. Para Hollanda (2023) o vôlei é
um esporte que mistura potência muscular, rápidas mudanças de direção e saltos repetitivos e
em função disso, jogadores estão expostos a lesões traumáticas principalmente na mão,
entorses nos tornozelos e joelhos e, também, a lesões por esforços repetitivos acometendo o
ombro, cotovelo, coluna e joelhos.
Percebeu-se que grande parte das lesões está relacionada a saltos, bloqueio e golpes de
ataque e de acordo com Oliveira (2022, p. 58):

Se tratando dos saltos, muitos jogadores de alto rendimento apresentam uma


mecânica de salto inadequada, isso faz com que 60% das lesões que ocorrem no
vôlei estão associados à aterrissagem de saltos, como por exemplo dores no joelho
ou na coluna estão associados ao estresse repetitivo da aterrissagem dos saltos e
também quando acontece o entorse de tornozelo ao pisar sobre o pé de outro jogador
durante a aterrissagem de saltos, ainda que possam ocorrer em qualquer movimento
de mudança de direção. Sobre os golpes de ataque, destaca-se a hiperextensão da
13

coluna durante a preparação para o saque ou para cortar a bola, quando feita de
forma repetitiva, pode levar a um tipo de fratura por estresse, denominado de
espondilólise, no arco posterior das vértebras. A desaceleração do ombro após cortar
a bola leva a um estresse repetitivo sobre a cápsula posterior e um consequente
encurtamento desta cápsula. Este encurtamento gera uma mudança no eixo de
rotação e, com isso, a uma lesão por impacto no ombro. Além da dor, é possível
observar uma limitação do movimento de rotação do ombro destes atletas, por fim
ao atacar a bola, o jogador precisa manter o punho bastante estável, o que é feito por
meio da contração da musculatura que estabiliza o punho. Esta musculatura se
origina a partir de duas proeminências localizadas no cotovelo, os epicôndilos
medial e lateral. O estresse repetitivo sobre estas estruturas pode levar a uma
inflamação bastante característica, denominada de epicondilite.

Percebe-se que os atletas profissionais apresentam maior média de prevalência de


lesões comparado com os atletas amadores. Beneka (2017) destaca que as lesões geralmente
acontecem mais nos atletas profissionais por conta da maior exposição dos atletas
profissionais a jogos e treinos, mas, por outro lado destaca-se uma negligência maior dos
atletas amadores quanto a lesões menos significantes, já que o voleibol não é seu trabalho e
não precisam performar como os profissionais.
Sendo assim, é válido destacar que as lesões esportivas são provocadas por métodos
inadequados de treinamento, alterações estruturais que sobrecarregam mais determinadas
partes do corpo do que outras e por fraqueza muscular, tendinosa e ligamentar.
Alguns estudos diferenciaram o índice de lesões entre os sexos. Bahr (2017) cita que
os jogadores profissionais do sexo masculino se lesionam mais em jogos do que em treinos, o
que não foi identificado nas atletas do sexo feminino. Já Augustsson (2016) relata que as
mulheres têm uma média de 0,86 lesões/ jogadora/ ano, enquanto os homens apresentam a
média de 0,68 lesões/ jogador/ ano.
Bere (2015) mostrou por outro lado que não há diferenças entre o local da lesão mais
afetada, nem quanto a gravidade das lesões entre os gêneros. Em relação à taxa de lesões em
treinamentos. Baugh (2018) mostrou que as mulheres amadoras apresentam 6,91 lesões/1000
horas enquanto a taxa dos homens é de 4,16 lesões/ 1000 horas.
No decorrer da pesquisa, pode-se observar que em esportes com bola 89,8% dos
atletas de sua amostra já haviam sofrido algum tipo de lesão esportiva (BAHR, 2017). Para
Bere (2015) o voleibol foi o esporte com bola que mais relatou lesões esportivas, e o local
mais acometido são os membros inferiores (73,1%), e as principais lesões são as articulares
(43,6%), entretanto o voleibol com relação a outros 9 esportes teve uma taxa de lesão no
ombro baixa, principalmente em competições.
Há muitos anos o Pilates vem ajudando atletas, tanto na melhora de performance
quanto na recuperação de traumas, devido à manutenção de força, flexibilidade e estabilidade
14

no período de recuperação da parte lesionada, há também um desgaste muscular menor,


devido ao aumento da potência e da resistência, diminuindo os movimentos compensatórios
responsáveis pela maioria das lesões, além disso, o Pilates vai fortalecer o centro do corpo, o
abdômen e os músculos de sustentação da coluna (MARÉS, 2012).
O vôlei é um esporte de alto impacto composto por jogadas aéreas e de movimentos
bem coordenados, nesse sentido Beneka (2017, p. 83):

Para ter um melhor desempenho durante as partidas de vôlei, seja de quadra ou de


praia, atletas amadores ou profissionais e ficar mais protegido contra possíveis
lesões, o Pilates, pode ser um bom complemento de treino, proporcionando, mais
atenção e prontidão para cada jogada, por meio da concentração; um melhor
desempenho nas jogadas aéreas, por meio do controle, da precisão e da fluidez;
domínio do centro do corpo e controle de onde colocar a força para cada gesto, por
meio da centralização (que é o uso do power house), o que também aumentara a
potência dos ataques e redução do cansaço, por meio da respiração; um corpo mais
equilibrado, forte e alongado, diminuindo os riscos de lesões nos joelhos, tornozelos
e coluna (que são mais comuns de acontecer neste esporte), ao utilizar todos os
princípios harmoniosamente.

Na seleção brasileira de vôlei feminino a jogadora Fernanda Garay usa o Pilates


clássico em sua preparação para os campeonatos de vôlei de quadra, em poucas aulas,
percebeu a diferença na consciência corporal, no sentido de colocar a força no lugar certo, de
permanecer em uma boa postura, a atleta também observou que está saltando melhor,
sentindo-se como se estivesse mais leve (RODES, 2021).
Por fim, de acordo com os resultados pode-se dizer que a maior parte das lesões nos
atletas que praticam o voleibol são provocadas por treinamentos mal executados, e o Pilates
proporciona movimentos seguros e eficientes, melhora o foco e a capacidade de concentração
e autocontrole e também ajuda a reduzir o estresse dos jogadores.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a conclusão de todo o trabalho, pode-se dizer que o objetivo foi atingido, pois,
pode-se afirmar que as principais lesões no voleibol acontecem nas articulações e membros
como tornozelo, joelho, ombro e mãos. No tornozelo acontecem mais entorse e rupturas
ligamentares, no joelho são as lesões ligamentares, no ombro são as tendinites e lesões por
excesso de treino, nas mãos o número de lesões é bem reduzido, mas quando ocorrem, são por
hiperextensão dos dedos.
Nesse sentido, percebeu-se que é possível evitar as lesões e também fazer
acompanhamento com profissional especializado. O Método Pilates pode ser uma ferramenta
15

eficaz na reabilitação, pós reabilitação e na prevenção de lesões, apresentando benefícios


variados, quando aplicado de acordo com seus princípios e exige algumas alterações e
cuidados, enfatizando que o método seja individualizado e isso permitirá a obtenção de
resultados expressivos por longo tempo, sem lesionar o corpo e limitar essa prática.
Por fim, conclui-se que o presente trabalho contribuiu para a formação e capacitação
profissional, também foi possível adquirir novos conhecimentos sobre o tema, pois percebeu-
se que existem poucos estudos científicos relacionados ao Pilates como forma de prevenção e
tratamento nas lesões em atletas que praticam o voleibol.

REFERÊNCIAS

AGAARD, H; Epidemiological analysis of the injury pattem in indoor and beach


volleyball. International Journal of Sports Medicine, v. 18, n. 3, p. 217- 219, 2017.
16

AUGUSTSSON, S.R. et al. Injuries and preventive actions in elite Swedish volleyball.
Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports, v. 16, n. 6, p. 433–440, dez. 2016.

BALDINI, Lara. Método Pilates do Clássico ao Contemporâneo: vantagens do uso. Revista


InterCiência-IMES Catanduva, v. 1, n. 2, p. 66-66, 2019.

BAHR, R. Incidence of acute volleyball injuries: a prospective cohort study of injury


mechanisms and risk factors. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, v. 7,
n. 3, p. 166–171, 30 jan. 2017.

BAUGH, Christine M. Descriptive Epidemiology of Injuries Sustained in National


Collegiate Athletic Association Men’s and Women’s Volleyball, 2013-2014 to 2014- 2015.
Sports Health: A Multidisciplinary Approach, v. 10, n. 1, p. 60–69, 6 jan. 2018.

BENEKA, A. A prospective study of injury incidence among elite and local division
volleyball players in Greece. Journal of Back and Musculoskeletal Rehabilitation, v. 20, n.
2–3, p. 115–121, 23 nov. 2017.

BERNARDES, Rodrigo. A Teoria o Método Pilates: da História à Biomecânica. Porto


Alegre: Ideograf, 2019.

BERE, Tone. Injury risk is low among world-class volleyball players: 4-year data from the
FIVB Injury Surveillance System. British Journal of Sports Medicine, v. 49, n. 17, p. 1132–
1137, set. 2015

BHAIRO, N. H., Hand injuries in volleyball. International Journal of Sports Medicine.


v. 13, n. 4, p. 351354, 2012.

BRINER JUNIOR, w., BENJAMIN, H. J. Volleyball injuries. Physician and Sportsmedicine.


v. 27, n. 3, p. 1-8, 2019.

CARVALHO, Camila Lopes. Voleibol sentado: do conhecimento à iniciação da prática.


Conexões, v. 11, n. 2, p. 97-126, 2013.

CHIAPPA, G. R. Fisioterapia nas Lesões do Voleibol. São Paulo: Robe, 2021.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL. Vôlei Brasil. Disponível em:


http://2016.cbv.com.br/. Acesso em: 01 de dez. de 2023.

CORDEIRO, Nuno Filipe Seixas. Prevalência de lesões músculo-esqueléticas em atletas de


formação de voleibol: associação com os fatores de risco. 2017.

CORRÊA, Ignácio Luan. A incidência de lesões em atletas de voleibol. 2020.


COSTA, Yago Pessoa. Análise da qualidade e desempenho técnico das ações no voleibol
feminino escolar. ACTA Brasileira do Movimento Humano, v. 5, n. 4, p. 80-93, 2015.

COSTA, Ingrid de Castro. Os benefícios do Método Pilates na prevenção de lesões de


atletas de alto rendimento. Universidade de Cambury S.P, 2017.
17

GOUVEIA A.M. Efeitos do Método Pilates em atletas de alto rendimento. Minas Gerais:
Centro Universitário de Lavras; 2019.

MARÉS, Gisele et al. A importância da estabilização central no método Pilates: uma


revisão sistemática. Fisioterapia em movimento, v. 25, n. 2, p. 445-451, 2012.

MARQUES, Nelson. História do voleibol, parte 1. Lecturas: Educ Fís Dep 17 (169): 1-13.
2012.

MARQUES, Nelson. Estudo no voleibol master: análise da performance dos fundamentos e


do desempenho físico durante o jogo. Revista Observatorio del Deporte, p. 07-95, 2017.

OLIVEIRA, R. Lesões nos jovens atletas: conhecimento dos fatores de risco para melhor
prevenir. Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto, v. 3, n. 1, p. 33-38, 2022.

POLETTO, Regina. Efeitos da prática do Método Pilates em atletas de diferentes


modalidades. Saúde e Desenvolvimento humano v. 5, n. 2, p. 59-65, 2017.

RODES, Caroline. Pilates no voleibol. Ed. Zuz, São Paulo, 2017.

SIMPLICIO, T. Análise do movimento de LABAN-LMA aplicada aos fundamentos


básicos do Voleibol. In. Anais do 2° SIMP6sI0 MINEIRO DE CIENCIAS DO ESPORTEI.
Revista Mineira de Educação Física. v. 4, n. 2, p. 99, 2016.

SOUZA, Vinícius de; SANTOS, Marco Aurélio Gonçalvez Nóbrega dos. Prevalência de
lesões em atletas de voleibol feminino e possíveis relações com treinamento inadequado e
estresse. HÓRUS, v. 7, n. 1, p. 57-69, 2017.

Você também pode gostar