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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE MEDICINA E CIÊNCIAS DA VIDA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GASTRONOMIA

PROFESSOR HAROLDO OSMAR DE PAULA JUNIOR

ALUNOS:

LEONARDO HENRIQUE KARAS SINHORINI


1. TEMA
Conceito princípio responsabilidade do ser humano com o futuro do meio ambiente.

2. TESE
Responsabilidade e dever do ser humano com as próximas gerações e a
necessidade de um desenvolvimento técnico cientifico com a ética.

3. NOÇÕES
Tecnica – integração de um desenvolvimento tecnológico com a ética.

Homem e tecnologia – a necessidade da técnica para discutir sobre o problema.

Ética – necessidade de uma atualização no pensamento ético.

Sine qua non – cuja condição é indispensável e essencial, sem a qual não pode
ser.

Heurística do medo – uso do medo como um meio de conhecimento.

Egocentrismo – caráter de egoísmo.

Princípio responsabilidade – pensar nas futuras gerações.

Finalidade – necessidade do ser vivo buscar sua autoconservação.

Cultura – conjunto de costumes.

Humanidade – conjuntos de todos os seres humanos que existem ou já existiram.

Futuro – tempo que ainda não aconteceu, mas pode ser precipitado.

Precaução – atitude de evitar algo.

Natureza – conjunto de todos os seres e fenômenos que existem.

Liberdade – capacidade de agir por si só.

Responsabilidade – dever de responder pelas próprias ações.

Ciência – visa explicar todos os fenômenos naturais e sociais de forma precisa.

Tecnologia – conjunto de técnicas, conhecimento e processos que permitiram uma


revolução do modo de viver humano.
Ética do futuro – ética proposta por Hans Jonas pensando nas gerações futuras.

Hiperconsumismo – sociedade com excesso de consumo.

Cidade – artefato social onde homens lidam com homens.

Vulnerabilidade – natureza submetida as ações humanas.

4. ARGUMENTO

O livro de Hans Jonas “O princípio responsabilidade. Ensaio de uma ética para a


civilização tecnológica” foi seu terceiro livro e é constituído por 3 mais importantes partes:
A primeira em que Jonas apresenta o problema ético gerado pela técnica moderna e a
necessidade de uma nova fundamentação para a ética. A segunda, a qual ele desenvolve
os conceitos de ser, dever, valor, liberdade e responsabilidade, a partir de uma análise da
natureza e da condição humana. E por último é aplicado o princípio de responsabilidade às
questões práticas da ecologia, da biotecnologia, da política e da religião.

Ele defende no livro a criação de um novo pensamento ético, pois a ética tradicional,
segundo ele, fundava-se nas limitações humanas. Jonas não pensa muito no simples perigo
físico da humanidade, mas sim na reconstrução tecnológica do homem e ambiente, ele
aponta para uma interação entre pesquisa e poder, tornando um dos objetivos da
humanidade a busca pela qualidade de vida humana. Essa nova busca de acordo com ele,
é tão grande quanto nós fazendo com que deva existir algo que limite o uso. Pode-se
mencionar o criador da bomba nuclear, “Oppenheimer” que após anos trabalhando no
projeto, quando concluído, se deu conta da criação do pecado, ele pensava que havia
criado ali o começo da destruição da humanidade. Essa associação é feita pois a tecnologia
e os meios de produção usados de forma incorreta começam a dar início a diversos
problemas ambientais. A necessidade do ser humano de buscar desesperadamente uma
vida digna faz com que se deva ser criado uma responsabilidade de princípios primordiais,
para que as gerações futuras consigam ter uma tal “vida digna” não cheia de luxurias, mas
sim, sem o meio ambiente devastado pela ganancia e o acelerado processo de
industrialização.
Jonas argumenta que o poder tecnológico do ser humano é um fenômeno
relativamente recente. Nas sociedades tradicionais, os seres humanos estavam limitados
em seu poder de ação, ou seja, eram dependentes da natureza. No entanto, com o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia, o ser humano passou a ter o poder não de
controlar o mundo natural, mas sim usá-lo. Jonas afirma que o ser humano agora tem a
capacidade de criar e destruir em uma escala que nunca foi possível antes, devido a
evolução tecnológica. Assim, Jonas afirma que esse poder tecnológico traz consigo uma
grande responsabilidade para o ser humano, pois agora ele tem a capacidade de destruir
a vida no planeta. Diante desse cenário, Jonas defende que o ser humano deve adotar
uma nova ética, baseada na responsabilidade. Esta ética deve se preocupar com o futuro
da humanidade e com o bem-estar das futuras gerações.

A necessidade de uma ética da responsabilidade: Nesta parte, o autor expõe o


problema ético gerado pela técnica moderna, que ampliou o poder do homem sobre a
natureza, mas também aumentou as preocupações com o futuro. Ele critica a ética
tradicional, que se baseia na relação entre indivíduos ou entre meios e fins, e que se mostra
insuficiente para orientar o agir humano diante das consequências de longo prazo e de
grande escala do hiperconsumismo humano. Jonas então defende a necessidade de uma
nova ética, que considere o bem-estar das gerações futuras e a preservação da vida no
planeta como valores fundamentais. A teoria de Hans Jonas então, está pautada na
necessidade de uma nova abordagem ética decorrente da tecnologia, visto que as éticas
tradicionais estavam centradas no sujeito, e no cenário contemporâneo o poder
desencadeado pela técnica moderna tornou-se um grave problema, pois colocou o homem
como objeto da técnica. A técnica é, portanto, a complexa referência a abordagem ética
com os avanços da tecnológica. Hans Jonas afirma que essa responsabilidade é uma
responsabilidade moral. O ser humano tem o dever moral de agir de forma a garantir o bem-
estar e até a sobrevivência para as futuras gerações.

A ética tradicional, baseada no princípio da autonomia, não é suficiente para


enfrentar os desafios da sociedade contemporânea. A ética da autonomia afirma que os
seres humanos são livres para agir de acordo com sua própria vontade. No entanto, na
teoria defendida por Jonas, é afirmado que essa ética é insuficiente para lidar com a
responsabilidade pelo futuro da humanidade. O ser humano não pode mais agir livremente,
sem levar em conta o impacto de suas ações no futuro.
O autor apresenta então os fundamentos de uma ética da responsabilidade
desenvolvendo os conceitos de ser, dever, finalidade, valor, liberdade e responsabilidade,
a partir de uma análise da natureza e da condição humana. Jonas afirma que todo ser vivo
possui uma finalidade intrínseca, que é a sua autoconservação e a sua reprodução, e que
isso implica em um valor e em um dever. Jonas distingue entre os diferentes graus de
finalidade e de valor dos seres vivos, de acordo com a sua complexidade e a sua
capacidade de percepção e de ação. Jonas destaca a singularidade do ser humano, que
possui uma liberdade e uma racionalidade que lhe permitem transcender a sua finalidade
natural e criar uma cultura e uma história. Jonas argumenta que a liberdade humana, devido
a sua racionalidade, implica em uma responsabilidade, que é a capacidade e o dever de
responder pelas próprias ações e pelas suas consequências, assumindo as obrigações e
as sanções decorrentes delas. Jonas reformula o imperativo categórico de Kant, que define
o dever moral como uma lei universal e incondicional, e propõe uma “atualização”, que
considera o contexto da ética: “Age de tal modo que os efeitos da tua ação sejam
compatíveis com a permanência de uma vida humana autêntica”.

O princípio da responsabilidade tem implicações importantes para a política, a


economia e a vida cotidiana. Ele defende que o ser humano deve repensar seu modo de
vida e suas prioridades, de modo a garantir um futuro sustentável para a humanidade. O
princípio da responsabilidade é um desafio para ser discutido. Faz o ser humano repensar
a relação com o mundo natural e com o futuro da humanidade. No entanto, também é uma
oportunidade para construir um futuro mais sustentável e justo para todos.

Hans Jonas também aplica o conceito princípio responsabilidade às questões


práticas da ecologia, da biotecnologia, da política e da religião. Ele analisa os desafios e os
dilemas que a humanidade enfrenta diante do avanço da tecnologia e da crise ambiental,
que podem afetar irreversivelmente a natureza e a humanidade. Jonas defende uma atitude
de precaução e de respeito para com o mundo e para consigo mesmo, evitando as ações
que possam contribuir para o pior cenário possível, sugerindo então um método de
orientação moral diante da incerteza e da complexidade dos problemas ecológicos e
sociais, que ele chama de heurística do medo, que consiste em imaginar o pior cenário
possível e evitar as ações que possam contribuir para ele. Jonas também discute o papel
da política e da religião na promoção de uma ética da responsabilidade, defendendo a
necessidade de uma democracia participativa e de uma espiritualidade que reconheça a
sacralidade da vida.

A natureza ficou vulnerável pela intervenção do homem, o que ocasionou em


problemas jamais conhecidos pelos seres humanos, levando até a criação de uma nova
ciência que estuda o meio ambiente a “ecologia”. O ser humano deve ser responsabilizado
pela natureza, e Hans Jonas diz que a situação de um agir e existir posterior não vai ser
como a atual e isso vai se somando distintamente fazendo com que o resultado obtido seja
causado por algo já feito no passado ou aqui no presente. O hiperconsumismo humano
trará consequências de extremas magnitudes que podem ser até irreversíveis para o meio
ambiente, todo o consumo exagerado, que na época do livro de Hans Jonas começou a ser
pensado e elaborado, hoje estamos tendo parte das consequências do hiperconsumismo
humano como o aquecimento global pela queima exagerada principalmente de
combustíveis, um bom exemplo de se pensar, é a quantidade de carros que trafegam em
determinada rua e geram congestionamento além da queima do combustível gerando CO2.
Grande parte desses carros se observado, vão ter no máximo 2 passageiros, por exemplo,
um carro popular cabe 5 pessoas, então caso tenha 50 pessoas em uma rua tecnicamente
falando elas caberiam em apenas 10 carros, ou todas elas poderiam ir em um simples
ônibus. O ponto que quero chegar é, obviamente as pessoas não levariam desconhecidos
em seus carros, mas porque não pegar um ônibus ou ir de bicicleta para trajetos curtos, as
pessoas se acostumaram com o conforto e não abririam mão dele por consequências ao
meio ambiente que elas nem sequer entendem como funciona corretamente.

Um bom exemplo disso, pode ser encontrado com base na palestra “Humanidade
em Foco: I.A. e meio ambiente”, nesse vídeo o professor Kleber Candiotto fala sobre como
a I.A. tem interação com o meio ambiente em questão do desgaste de agua e também do
descarte de materiais, em média , de acordo com ele, 500ml de agua por pesquisa são
usados para refrigerar o processamento dos computadores da base da OPENAI -
desenvolvedora do CHATGPT. Pode-se concluir então que é inegável que a humanidade
deva entender o que cada instrumento gera e degrada no meio ambiente, pois, as pessoas
ficam conversando com as IAs, por exemplo, sem entender como realmente funciona a
máquina e o que isso gera no planeta.
O ser humano virou um ser individualista e consumista que possui um pensamento
egoísta e intrínseco, então, é inegável que para o continuamento do que se considera como
uma qualidade de vida mínima, deve-se abrir discussões dos impactos que o excesso
dessa “qualidade” de vida proporciona ao meio. Ademais, é inevitável que o ser humano
deve abrir mão de alguns lazeres ou pelo menos diminuir um pouco o pensamento
individualista e começar a pensar em um pensamento mais ético, para assim no futuro ter
que abrir mão desses lazeres pelo fato de não ser mais possível desfruta-los, tantos em
nossas gerações quanto futuras.

5. COMENTÁRIOS
Em conclusão, Hans Jonas “atualizou” a noção da ética normativa com seus
pensamentos, pois a consequência do consumismo humano e a degradação do meio
ambiente causada por isso caso continuem piorando do modo que está atualmente trará
danos irreversíveis ao modo de viver humano. Hans Jonas diz “Age de tal maneira que os
efeitos de tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma vida humana autentica”,
isso quer dizer que a ação humana no presente deve considerar as consequências para o
futuro. O modo de viver consumista que temos hoje trará danos irreversíveis ao planeta no
futuro. De acordo com a declaração dos direitos humanos, todos devem possuir os
mesmos direitos e qualidade de vida, pois todos são iguais independentemente de sua
nacionalidade, etnia, gênero e religião. Os direitos humanos são baseados na dignidade e
na liberdade do ser humano, e visam garantir a sua proteção e o seu desenvolvimento. A
ética do princípio e responsabilidade, defende os direitos humanos não apenas dos
indivíduos no presente, mas também dos futuros indivíduos que existirão na Terra, dando
continuidade as várias gerações da humanidade. Também é importante incluir os direitos
dos demais seres vivos e dos elementos da natureza para a sustentação da vida no planeta.
Então, cabe assim, a “nos” seres humanos presentes na terra procurar entender e
compreender os ensinamentos de Hans Jonas, para assim buscarmos minimizar os
impactos ambientais causados pelo nosso egocentrismo, fazendo com que as futuras
gerações possam, além de existir, usufruir do que consideramos como qualidade de vida
atualmente.
Bibliografia

ESCOLA, B. Princípio responsabilidade, de Hans Jonas - Brasil Escola.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YIN4vmV-XZ0>. Acesso em: 18 nov.
2023.

JONAS, H. O princípio responsabilidade. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC.


Disponível em:
<.https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5537243/mod_resource/content/1/Jonas
%2C%20Hans%20%282006%29.%20O%20princ%C3%ADpio%20responsabilidade.%
20Rio%20de%20Janeiro-%20ContrapontoPUC.pdf >

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