Filosofia I IFES campus Linhares CONTEXTUALIZANDO u A ética aplicada consiste em um ramo contemporâneo da filosofia que tem por objetivo deliberar sobre problemas práticos que exigem justificação racional tendo em vista decisões morais.
u As guerras mundiais e os totalitarismos do século XX trouxeram consigo
questões relativas ao uso de armas nucleares, às práticas de massacres e genocídios.
u Nesse contexto, a possibilidade de manipulação genética, a degradação
ambiental, a pobreza e a exploração do trabalho levantaram a necessidade de discussões éticas inéditas. u Estas questões exigiram um diálogo multidisciplinar que pudesse auxiliar na lida com estas questões. ÉTICA AMBIENTAL: ECOÉTICA
u É um ramo da ética dedicado à relação do ser humano com a natureza e, por
isso, possui uma estreita relação com a ideia de sustentabilidade que entra em contradição com a exploração predatória de recursos naturais.
u Este âmbito de problematização pode ser relacionado com aspectos sociais
como a má distribuição de renda, que implicam em miséria, fome, moradias em condições insalubres, etc.
u Fazer a análise de dados da página 77.
ÉTICA DA RESPONSABILIDADE
u Diante da iminência de desastres ambientais, ainda existem aqueles que duvidam
desta possibilidade, são chamados de céticos ou negacionistas climáticos. A pergunta que se coloca é: vale a pena arriscar? u No final da década de 60 a Alemanha adotou o princípio da precaução que acabou difundido para outros países e posteriormente foi incorporado ao direito internacional. u “O princípio da precaução é um princípio de ação pública que autoriza os poderes públicos a tomar as medidas necessárias para enfrentar riscos eventuais, mesmo que não se disponha ainda dos conhecimentos científicos necessários para estabelecer a existência desses riscos”. LARRÊRE. C. Precaução. In: CANTO- SPERBER. M. Dicionário de ética e filosofia moral. São Leopoldo: Unisinos, 2003. v. 2. p. 388. PERSPECTIVAS SOBRE A RESPONSABILIDADE u A noção de responsabilidade deixou de se restringir ao campo das relações intersubjetivas e passou às relações entre agentes coletivos, comunidades, empresas, administrações, governos, junto aos quais se espera a defesa da sustentabilidade.
u O princípio da responsabilidade foi cunhado pelo filósofo alemão Hans Jonas que empregou o conceito como título de obra de sua autoria publicada em 1979.
u Existem tendências atuais da filosofia africana que impõe resistência ao pensamento
hegemônico de exploração dos recursos naturais, postulado desde a modernidade, isso ocorre, entre outros modos, através dos teóricos da filosofia Ubuntu, que possui como um dos seus expoentes o filósofo congolês Jean-Bosco Kakozi Kashindi que defende o enlaçamento de um sujeito ao outro e da humanidade com a natureza através de conceitos includentes. u Na perspectiva Ubuntu a constituição de um ser depende do outro e do conjunto de elementos do entorno do indivíduo. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
u Na ética ambiental a ideia do desenvolvimento sustentável possui uma grande
relevância e exige uma mudança na atuação predatória da economia contemporânea e a orientação para os cuidados com a preservação do meio ambiente. u Esta expressão surgiu na década de 1980 na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas visando conciliar o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. u Há quem tome o desenvolvimento tecnológico como o vilão responsável pelos efeitos catastróficos experimentados a partir da apropriação do humano diante da natureza. Mas é importante não deixar de considerar os benefícios e o bem estar que experimentamos com o progresso da ciência. u Segundo os filósofos espanhóis contemporâneos Adela Cortina e Emílio Martínez: “Existe um amplo acordo em que o problema ecológico, como ocorre também no problema da fome, não é de caráter técnico, mas moral. Sabemos em grande medida tudo o que é necessário para evitar a contaminação da ecosfera, assim como sabemos os meios adequados para fazê-lo. A questão, do ponto de vista ético, é bem clara: a consciência moral alcançada nas sociedades democráticas modernas (o que vimos chamando de ética cívica) inclui o imperativo moral de progredir no reconhecimento efetivo dos direitos humanos, incluído o direito a usufruir de um meio ambiente saudável, que faz parte dos chamados ‘direitos da terceira geração’.” CORTINA, A. MARTÍNEZ. E. Ética, São Paulo: Loyola, 2005, p. 169. u Devemos lembrar que não precisamos de medidas mirabolantes para melhorarmos as condições do meio ambiente, atitudes simples como descartar corretamente os resíduos, evitar o consumismo, incentivarmos a reciclagem e o reaproveitamento podem fazer muita diferença. u UMA CONTRADIÇÃO: o Brasil produz tanto lixo quanto países desenvolvidos mas o descarte correto está próximo aos níveis de países pobres, 59,5%. u Escolher o que, quando, de quem e como consumir pode fazer muita diferença.