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Ensinamentos do mês de Setebro

APERFEIÇOE-SE CONSTANTEMENTE

O ser humano deve sempre buscar desenvolver-se e


aperfeiçoar-se, sobretudo aqueles que possuem fé. Todavia, na
sociedade, quem menciona assuntos religiosos ou relacionados à fé,
é julgado como antiquado e ultrapassado. Não podemos negar que
essa é uma tendência dos fiéis das religiões de até agora. Com os
nossos membros, dá-se justamente o contrário, ou melhor, eles
têm o dever de almejar ser o oposto.
Observemos a Grande Natureza. Ela se renova e se
desenvolve ininterruptamente: ano a ano, a população humana
aumenta, e as terras vão sendo exploradas. Os meios de transporte,
as construções, as máquinas, nada permanece estagnado. As ervas
e as árvores crescem em direção ao céu e nenhuma delas está
voltada para baixo. Assim sendo, uma vez que tudo na Natureza
está em constante desenvolvimento e aperfeiçoamento, o ser
humano deve aprender com ela. Esta é a Verdade.
Nesse sentido, eu me esforço ao máximo para não
negligenciar meu desenvolvimento e aperfeiçoamento: este mês,
mais do que no mês anterior; este ano, mais do que no ano
passado.
Todavia, progredir somente na parte material, isto é, nos
negócios, na profissão e na posição social, assemelha-se a algo sem
solidez, que flutua como uma planta sem raiz. Portanto, torna-se
indispensável a busca pelo desenvolvimento espiritual, ou seja, o
aperfeiçoamento da personalidade. Tendo isso em mente, o ser
humano deve procurar aperfeiçoar a si mesmo, um passo de cada
vez, sem pressa. É importante não se impacientar. Mesmo que esse
aperfeiçoamento ocorra aos poucos, com o tempo, certamente, ele
se tornará uma pessoa admirável. Na verdade, só pelo fato de
buscar praticar, significa que já o é. Agindo dessa forma, sem
dúvida, ganhará a confiança dos outros, tudo correrá
satisfatoriamente, e ela se tornará feliz.
Falar desse modo pode soar para os jovens da atualidade
como moral antiquada e já superada, mas muito pelo contrário:
quem consegue fazer isso é, de fato, um ser humano em constante
renovação e desenvolvimento. Quando observo as pessoas,
baseando-me nesse critério, sinto que muitas são retrógradas.
retrógradas. Seus pensamentos e assuntos são sempre os mesmos
e permanecem sem apresentar qualquer mudança ou progresso.
Encontrar-me com pessoas assim não me desperta nenhum
interesse, pois elas se limitam a assuntos triviais, não falando de
religião, de política, de filosofia e muito menos de arte.
Notamos que, no mundo, a maioria das pessoas é assim. Não
é nossa intenção condená-las, mas espero que, pelo menos, nossos
fiéis não tenham um comportamento antiquado, pois não aprecio tal
postura. Aliás, parece-me que estes são em pequeno número.
Como é do conhecimento de todos, neste momento de
transição do mundo, nossa religião, visando à salvação da
humanidade, empenha-se em despertá-la para sua cultura
equivocada e também em construir um mundo novo e ideal. Por
conseguinte, faz-se necessário que todos busquem tornar-se
pessoas que se renovam e se desenvolvem constantemente. Eis o
sentido do meu costumeiro conselho: é preciso tornar-se uma
pessoa possuidora da cultura própria do século XXI.

Jornal Eiko, nº. 73, 11 de outubro de 1950

O DEVOTAMENTO NA MINISTRAÇÃO DO JOHREI

Johrei é o nome dado à comunicação de energia espiritual – a


Luz Divina – para a purificação do corpo espiritual do ser humano e
o despertar de sua natureza Divina. O Johrei prepara o ser humano
para que ele possa atravessar o próximo período crucial, algumas
vezes chamado Juízo Final.
O poder do Johrei varia de certo modo, de pessoa para pessoa.
Ainda que todos os messiânicos usem o Ohikari, através do qual é
emanada a Luz Divina, quando a Luz é transmitida por alguém de
compreensão espiritual mais elevada, ela é mais forte e eficaz.
Mesmo sua atuação, no caso de um mesmo ministrante, poderá
variar, de tempo em tempo.
A Luz do Johrei é sempre poderosa, mas é influenciada pela
dedicação, sinceridade, humildade, amor e fé daquele que o
ministra.
Nunca é demais enfatizar o quanto a postura e o pensamento
(sonen) durante a ministração do Johrei são essenciais. É
importante que o ministrante esteja totalmente à vontade, com os
cotovelos e mãos descontraídos ao máximo, e a mente serena, de
maneira a não impedir o fluxo da Luz. (...)
A maneira como a pessoa trata o Ohikari determina, também,
diferenças na eficácia da Luz. Devemos ter muito cuidado para que
não ocorram interferências em seu poder vibratório.
NÃO TRANSGRIDA A ORDEM

Desde os tempos antigos, existe a máxima: “Deus é ordem.”


Essa afirmação é de vital importância para tudo em nossa vida. Por
esse motivo, é preciso que tenham consciência disso.
Observando os movimentos de todas as coisas da natureza,
podemos notar que estas se movem dentro de uma perfeita ordem.
Por exemplo, as estações do ano seguem determinada sequência:
do inverno passa para a primavera, depois para o verão e,
finalmente, para o outono. As flores também desabrocham seguindo
essa mesma ordem: primeiramente as das ameixeiras, depois as
das cerejeiras, seguidas das glicínias e das íris. A criação e o
desenvolvimento na natureza ocorrem todos os anos sem nenhuma
falha. Assim, ela nos ensina a ordem. Se o ser humano desconhecer
o que é ordem e lhe for indiferente, nada se passará em harmonia.
Os obstáculos serão frequentes, e o caos se estabelecerá facilmente.
No entanto, até hoje, a maioria dos seres humanos não têm
respeitado a ordem, o que é compreensível, pois não há quem os
ensine a fazê-lo. Buscarei apresentar um panorama sobre ordem
que deve ser conhecido por todos.
Primeiramente, é necessário saber que os fenômenos do
Mundo Material são “transferências” vindas do Mundo Espiritual e,
ao mesmo tempo, se refletem no Mundo Espiritual. Uma vez que
ordem significa caminho e lei, transgredi-la significa desviar-se do
caminho, violar a lei e não manter a civilidade. O termo budista
doho-reisetsu expressa esses aspectos a respeito da ordem.
Há uma ordem a ser respeitada pelo ser humano em suas
atividades cotidianas bem como no comportamento entre os
familiares. Por exemplo, quanto à disposição das pessoas em um
aposento, a parte principal deste é o tokonoma e, na sua ausência,
essa parte será o local mais afastado da entrada. Nessa ordem,
deve sentar-se o pai, depois a mãe, o primogênito, a primogênita, o
segundo filho, a segunda filha e assim por diante. Procedendo-se
assim, as conversas em família transcorrerão em harmonia. Por
mais que se preze a democracia, se estivermos em desacordo com
a lei, evidentemente não há razão para que os resultados sejam
positivos. Vejamos: suponhamos que haja uma ponte que só pode
ser atravessada por uma pessoa de cada vez. Se muitas pessoas
tentarem atravessá-la ao mesmo tempo, obviamente o tumulto se
estabelecerá, e todas se precipitarão no rio. Não haverá outra forma,
senão atravessar uma de cada vez. Nessa ocasião é que se observa
a necessidade da ordem.
Outro exemplo: suponhamos que alguém venha nos visitar. O
assento a ser ocupado pelo visitante e sua localização no aposento
obedecem a uma ordem que depende da relação do visitante com o
dono da casa: se é a primeira vez que se encontram, se são amigos
ou conhecidos; se é um superior ou subalterno. Da mesma forma,
as saudações devem ser adequadas ao momento, pois de acordo
com a pessoa, há diferença. Por conseguinte, se atentarmos para
esses pontos, tudo correrá bem e não haverá nenhum mal-estar.
Mesmo em relação às senhoras, aos idosos e às crianças, é
igualmente importante levar em consideração a atitude e a maneira
de conversar. O essencial é, na medida do possível, causar-lhes
uma impressão agradável. Este deve ser o critério principal.
Existem famílias que reservam os aposentos dos filhos e dos
empregados nos andares superiores da casa e o dos pais no andar
inferior, mas esse procedimento não está correto. Nessas famílias,
os filhos e os empregados passam a não mais dar ouvidos aos
respectivos pais e patrões. E quando, ao invés do marido, a esposa
dorme na parte principal do aposento, ela deixa de ser gentil.
Há pessoas que cultuam budas e divindades em altares
entronizados no andar térreo e dormem no andar superior. Uma vez
que a divindade fica em posição inferior em relação ao ser humano,
ela não consegue manifestar forças para a concessão de graças.
Além disso, trata-se de uma grande falta de respeito, sendo até
preferível deixar de entronizá-los. O mesmo se aplica ao altar dos
antepassados: posicionar-se acima dos antepassados é uma grave
falta de respeito por parte dos descendentes. Afinal de contas,
como os eventos ocorridos no Mundo Material se refletem no Mundo
Espiritual, o equilíbrio existente entre os dois mundos é rompido.
Esta lógica também se aplica ao país e à sociedade, sendo
que a consequência mais grave é o conflito no setor industrial, entre
capitalistas e trabalhadores. Nenhuma ação é mais transgressora à
ordem do que o controle dos meios de produção que é, em especial,
o pior de tudo. Vamos supor o caso de uma empresa. Para
administrar e fazê-la progredir, é preciso que a ordem seja
observada em todos os sentidos. Em outros termos, o presidente
deve assumir o controle geral; os membros da diretoria devem
tomar parte na deliberação dos assuntos de maior importância; os
técnicos devem empenhar-se em suas especialidades e os
trabalhadores, naquilo que lhes compete. Se todos se organizarem
em forma de pirâmide, com certeza, a empresa não deixará de
prosperar. No entanto, uma vez que aquele que controla os meios
de produção inverte a pirâmide, fica evidente que o negócio acabará
entrando em colapso. Já que o conflito entre capitalistas e
trabalhadores acaba por arruinar ambas as partes, isso constitui
uma tolice. É necessária, portanto, uma administração que concilie
as partes, observe a ordem e priorize a paz. Não há outro meio
para que todos alcancem a felicidade.
Creio que o primeiro passo para se obter a prosperidade
consiste em eliminar a desagradável desagradável palavra “conflito”
do setor industrial. No entanto, no passado, a administração
excessivamente egoísta dos capitalistas e a exploração da classe
trabalhadora acabaram originando o comunismo. Hoje, como reação
à reação, o comunismo passou dos limites, e a indústria entrou em
decadência, causando a redução da produção. Por esse motivo,
desejo que despertem o quanto antes para essa realidade e
manifestem, ao máximo, o espírito de colaboração com vistas à
construção de um novo Japão. Eis o sentido das minhas palavras:
“Respeite a ordem.”
Durante a Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro
japonês Hideki Tojo conclamou os presidentes de empresas a tomar
a dianteira e a liderar seus trabalhadores, assim como ele agia em
seu governo. Contudo, não existe erro maior nesse procedimento,
pois, desde os tempos antigos, antigos, o termo keirin – que
significa administrar negócios – também tem o sentido de “fazer
girar uma roda”. Ou seja, o líder corresponde ao eixo de uma roda.
Quanto menos o eixo se mover, melhor a roda gira. Quanto mais
próximo do eixo, menor o giro. Quanto mais distante, maior o giro.
Se o eixo estiver frouxo, é natural que a roda não gire bem.
De acordo com essa lógica, quanto mais próximo do eixo,
menor é o número de pessoas encarregadas. À medida que se
afasta do centro, cresce o número de pessoas envolvidas. Em torno
da roda do carro, há os pneus que, por estarem em contato direto
com as ruas e estradas, executam uma tarefa mais árdua. Creio
que, por meio desse exemplo, puderam compreender o que significa
ordem. Assim sendo, se os líderes se mantiverem na retaguarda,
comandando por meio de sua inteligência, todos os seus
empreendimentos se desenvolverão a contento.

Coletânea Assuntos sobre Fé, 5 de setembro de 1948

UMA CONSIDERAÇÃO SOBRE O PARAÍSO TERRESTRE

O Paraíso Terrestre a que costumamos nos referir é, em


termos mais claros, o mundo do belo. Em relação ao ser humano, é
o belo dos sentimentos, ou seja, a beleza interior. Naturalmente,
tanto suas palavras quanto seu comportamento devem ser belos.
Isso vem a ser o belo individual e, de sua expansão, nasce o belo
social, isto é, o relacionamento entre as pessoas se torna
harmonioso. As casas, as ruas, os meios de transporte e as praças
públicas se tornam ainda mais belos. É natural que a limpeza
acompanhe o belo. Portanto, em uma escala maior, tanto a política
como a educação e as relações econômicas devem tornar-se belas e
transparentes, da mesma forma que as relações diplomáticas entre
os países.
Pensando desse modo, podemos perceber o grau de fealdade
da sociedade contemporânea. O belo é por demais escasso,
principalmente nas classes sociais mais baixas. A causa reside no
fato de serem extremamente desfavorecidas economicamente.
Ademais, isso gera a decadência da Educação e a precariedade das
instituições sociais. Daí, nasce a intranquilidade social.
Gostaria de falar, em especial, sobre as diversões. Nesse
campo, o belo precisa ser muito mais estimulado, pois a consciência
do belo é o que há de mais útil para a melhora dos sentimentos
humanos18. Por esse motivo, sempre incentivamos a arte. Nem é
preciso mencionar o quanto a arte vulgar e imoral da época atual
está degradando o sentimento humano.
Dessa maneira, o poder econômico é o fator essencial para a
criação do mundo do belo. Não poderemos sequer sonhar em
concretizar esse mundo, enquanto a população permanecer na
pobreza. Como devemos proceder para fortalecer o poder
econômico? O povo deve trabalhar com afinco, visando ao aumento
da capacidade de produção. A condição básica para tanto é, sem
dúvida, a saúde de cada indivíduo.
E a saúde é o principal foco da nossa religião, o que se torna
evidente pelo grande número de pessoas perfeitamente saudáveis
que estamos formando por meio do inigualável poder de cura de
doenças por nós manifestado.
Portanto, devemos dizer que somos a primeira religião à qual
Deus atribuiu a qualificação para estabelecer o mundo do belo.
Concretizá-lo é uma questão de tempo. Para se certificarem dessa
verdade, basta observar atentamente a atuação de nossa religião
daqui em diante.

Jornal Kyusei, nº 65, 3 de junho de 1950

AS CINCO INTELIGÊNCIAS

Apesar de se dizer simplesmente “inteligência”, há vários


tipos. Em linhas gerais, existem cinco níveis: a mais elevada é a
divina: em seguida, vêm a sagrada, a superior, a astuta e a ardilosa,
as quais denomino de “cinco inteligências”. A seguir, comentarei a
respeito de cada uma delas.
A inteligência divina é a mais elevada e não pode ser
alcançada pelo ser humano comum. Trata-se da inteligência
concedida por Deus a pessoas especiais que receberam d’Ele uma
importante missão. É como afirma o ditado: “A inteligência é
humana, quando o conhecimento é aprendido; quando não é
aprendido, a inteligência é divina.”
A inteligência sagrada (myochi) é também conhecida como
“poder da inteligência sagrada de Kannon”. Comparada à
inteligência divina, ela pode ser chamada de inteligência búdica. Se
considerarmos a inteligência divina de natureza masculina, a
inteligência sagrada seria de natureza feminina. Acho isso
interessante, pois o ideograma myo é composto pelo radical onna,
que significa “mulher”.
A inteligência superior é aquela manifestada pelas pessoas
lúcidas e prudentes. No budismo, denomina-se tieshokaku.
Entretanto, no mundo atual, é ínfimo o número de pessoas dotadas
dessa inteligência. Nem é preciso dizer que a causa são os maus
pensamentos, que dificultam o correto discernimento das coisas.
Por exemplo, não só os políticos, mas também os intelectuais da
atualidade, ao realizarem uma reunião, mesmo no caso de
pequenas questões, só conseguem chegar a uma conclusão após
muitos participantes gastarem longas horas de discussão. Quando
se trata de um problema um pouco mais complexo, dezenas de
pessoas passam a debatê-lo por várias horas, durante dias e dias,
muitas vezes sem chegar a uma conclusão. Isso prova a lentidão
mental dessas pessoas.
Sabemos, pois, que todo problema só apresenta uma solução.
Jamais haverá mais de uma. Como é lamentável ver tantos
cérebros levando vários dias para encontrar a solução de um
problema... A causa disso é a escassez de inteligência superior. A
escassez de inteligência superior se dá porque o cérebro se
encontra nublado. O cérebro acha-se nublado porque isso é causado
pelos pensamentos malignos. E os pensamentos malignos são
decorrentes da devoção ao materialismo. A devoção ao
materialismo provém do não reconhecimento da existência de Deus.
Supondo que o não reconhecimento da existência de Deus ocorre
porque falta uma religião capaz de fazer as pessoas acreditar n’Ele,
temos de admitir que a religião que tem a capacidade de mostrar
claramente a existência de Deus, é verdadeiramente viva. Ter que
insistir tanto nessa explicação comprova a lentidão mental do
homem moderno.
Nesse sentido, quem possui inteligência superior consegue
encontrar a solução para qualquer problema em poucos minutos. A
respeito disso, oriento meus auxiliares para que, diante de qualquer
questão, limitem seus debates a cerca de trinta minutos. Quando
sentirem que se prolongarão por mais de uma hora, aconselho que
interrompam a reunião, deixando-a para outro dia ou que me
consultem sobre o assunto.
Fico constrangido por falar sobre minha pessoa, mas é que
consigo encontrar a resposta para qualquer problema complicado
em poucos minutos, por mais difícil que ele seja. Às vezes, há casos
que não consigo resolver rapidamente. Nessas ocasiões, deixo para
depois, sem forçar a situação. Passado algum tempo, infalivelmente,
a solução vem à minha mente em forma de inspiração.
Vejamos, a seguir, a inteligência astuta. Como todos sabem,
trata-se de uma inteligência superficial; por isso, seu sucesso é
passageiro, resultando sempre em fracasso e descrédito. Em outras
palavras, trata-se de uma inteligência inteligência tola.
A inteligência ardilosa, tal como o próprio nome já diz, é a
inteligência do mal, e o número de pessoas que a possui é muito
grande, inclusive entre as que pertencem à classe de líderes e à dos
intelectuais e, por esse motivo, não há como a sociedade melhorar.
Portanto, somente quando as pessoas conseguirem livrar-se desse
tipo de inteligência, é que surgirá uma feliz e grandiosa sociedade.
E como erradicar essa inteligência? É muito fácil: basta destruir o
terreno em que ela nasce, por intermédio da ação de uma religião
que tenha força para fazer as pessoas acreditar na existência de
Deus.
Coletânea Série Jikan, vol. 12, 30 de janeiro de 1950

A MÁ CONDUTA DAS CRIANÇAS

Atualmente, a má conduta das crianças é considerada um


problema social, mas ainda não tivemos nenhuma resposta
adequada a esse respeito. As atuais e variadas teorias para prevenir
a má conduta ainda são muito superficiais, e o fato de que
nenhuma delas tenha tocado o âmago da questão é lamentável.
Vou apresentar o que creio ser o método absoluto de prevenção.
Antes de tudo, é preciso deixar bem clara a causa
fundamental do problema. Para tanto, temos de pensar na relação
entre pais e filhos. Em termos mais claros, se o pai é o tronco da
árvore, o filho é o galho; por conseguinte, não há nada mais
absurdo que esforçar-se para não deixar apodrecer o galho
enquanto negligenciamos o tronco. É uma atitude insensata. Ter
plena consciência de que a causa está nos pais é a condição básica
para solucionar o problema da má conduta das crianças.
Em primeiro lugar, vamos fazer uma análise da parte
espiritual.
Como sempre tenho dito, pais e filhos estão ligados por elos
espirituais. Consequentemente, se os espíritos dos pais estiverem
maculados, através desses elos, os espíritos dos filhos também
estarão. Essa é a causa da má conduta das crianças. Sendo assim,
o melhor método para evitar tal conduta é fazer com que o espírito
do filho não seja maculado e, para isso, é preciso que os pais não
maculem os próprios espíritos. Por desconhecerem esse princípio,
os pais adotam pensamentos errados e, conscientemente ou não,
cometem pecados que dão origem a nuvens espirituais e as
transferem aos filhos. Portanto, é necessário que eles pensem
constantemente em fazer o bem e ajam corretamente,
preocupando-se sempre em moldar o próprio caráter. Afirmo que,
além deste, não há outro método eficaz.
Apresentei a interpretação fundamental no aspecto espiritual.
Agora, explicarei sob o ângulo material.
Os filhos aprendem com os pais e procuram copiá-los. Por
essa razão, se os pais pensarem e praticarem a desonestidade e a
maldade, por mais habilmente que escondam esses pensamentos e
práticas, como moram sob o mesmo teto, é certo que um dia os
filhos vão ficar sabendo. É óbvio, portanto, que passem a pensar:
“Se nossos pais fazem essas coisas, que mal há em que nós
também façamos?”
Em suma, não é errado dizer que a má conduta dos filhos
provém da má conduta dos pais. Visto por esse ponto de vista, só
podemos afirmar que a má conduta dos filhos revela a má conduta
dos pais.
Senhores pais, reflitam sobre esta lógica: se desejam que
seus filhos sejam bons, tornem-se bons pais, primeiro.

Jornal Kyusei, nº 59, 22 de abril de 1950

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