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do obreiro
Introdução
A devoção tem a ver com a nossa dependência de Deus;
Ser uma pessoa devota nada mais é do que colocar Deus e todas
as suas coisas em primeiro lugar;
Uma vida devocional saudável revelará uma espiritualidade
produtiva, forte e abençoadora;
O plantador de igrejas, mais do que qualquer outro, necessita
desenvolver uma vida espiritual pautada pelos ensinos bíblicos;
Ele precisa estar totalmente alimentado por todos os meios de
graça oferecidos por Deus;
Uma vida devocional saudável necessita de disciplina séria e
rígida;
Não é a disciplina que vai produzir espiritualidade saudável, mas
ela se faz necessária.
Definições
“Espiritualidade significa a busca e a própria
experiência da comunhão com Deus. Inclui a
expressão dessa convivência a partir de
práticas que agradam ao criador. À medida que
alguém se aproxima de Deus, a espiritualidade
torna-se mais intensa e real. A distância e o
descaso por Deus mitigam a comunhão e
subtraem o brilho e a cor da espiritualidade. É
por isso que o legalismo e a religião formal
fincam suas raízes em uma espiritualidade
defeituosa ou deficiente” (Russell Shedd).
“Espiritualidade é algo de cunho
pessoal, que cada um experimenta a
sua maneira, em seu cotidiano. Ela
se evidencia através de formas
religiosas distintas, como jejum,
reunião de oração, serviço cristão e
leitura da Bíblia, e se expressa de
maneiras igualmente diversas, de
acordo com o grupo religioso em
questão” (Joyce Every-Clayton).
“A dimensão espiritual e a pessoal
possuem entre si um ligação profunda.
Particularmente, entendo espiritualidade
como a busca de maior intimidade e
amizade com Deus. O coração
quebrantado, a alma apegada ao Senhor,
o encontro em silêncio com a face
amorosa de Deus no secreto, a leitura
meditativa das Escrituras e o mistério da
comunhão com Deus no íntimo são
dimensões da espiritualidade cristã que
curam as feridas humanas” (Isabelle
Ludovico).
“O desejo é o impulso vital da vida
humana. Nossos anseios ditam a
abrangência de nossas experiências,
e a profundidade determina os
padrões que usamos para julgar e a
responsabilidade com que
escolhemos nossos valores. Por isso
é tão importante desejarmos coisas
que ultrapassam o simplesmente
material, que sejam transcendentes”
(James Houston).
“O que entendemos por
espiritualidade é nada menos que os
valores pelos quais vivemos e que
demonstramos no estilo de vida que
seguimos – como utilizamos nosso
tempo, gastamos nosso dinheiro,
como nos vestimos e aonde vamos
de férias” (Dom Laurence Freeman).
“Desta forma espiritualidade está
relacionada a uma atitude, a um
movimento interno, a uma ampliação
da consciência, a um contato do
indivíduo com sentimentos e
pensamentos superiores e ao
fortalecimento, ao amadurecimento
que este contato pode resultar para
a personalidade” (Ana Catarina de
Araújo Elias).
A superficialidade devocional
Hoje talvez, mais do que em qualquer outro tempo,
percebe-se um esvaziamento na prática devocional na
vida dos crentes em geral;
Tanto o cristão comum como os líderes religiosos
desenvolvem pouco ou quase nada uma vida
devocional saudável;
Muitos acham mais importante desenvolver trabalhos,
tarefas, planos e projetos, correm o dia todo e se
esquecem do seu momento a sós com Deus;
As razões para uma prática devocional fragilizada e
superficial podem ser justificadas em função das
correntes filosóficas que embasam nossa cultura pós-
moderna:
Secularismo: “O cosmos é tudo o
que existe”
É aquilo que Paulo denuncia em Romanos 12.2, quando afirma:
“Não vos conformeis com este século”. Século aqui se refere ao
modelo que o mundo apresenta;
O secularismo afirma que tudo o que existe está preso àquilo que
o cosmos é. Carl Sagan afirmou: “O cosmos é tudo que existe,
existiu ou existirá”;
Os slogans são: “Você só vive uma vez”, “Somos a geração
agora”;
Se o agora é tudo o que temos, se o cosmos é tudo o que existe,
logo não há porque nos preocuparmos com o futuro, com a vida
depois da morte, muito menos com Deus, pois ele não existe
mesmo;
Não há salvação, pecado, julgamento, castigo, etc.;
Só há o aqui e o agora;
Diante de tudo isso por que deveríamos nos preocupar com a
devoção?
Humanismo: “Você será como Deus”
Significa olhar para o ser humano, à parte
de Deus;
O melhor exemplo de humanismo que
temos é o de Nabucodonozor (Dn 4.30);
Quando o humanismo assumiu sua posição
no início do Iluminismo ou da Renascença a
frase que se tornou célebre foi: “Os céus
não reinam mais”; O humanismo nos
remete às palavras de Satanás no Éden:
“Sereis como Deus” (Gn 3.5);
Se tudo isso é verdade como encontrar
espaço para a prática devocional?
O Manifesto Humanista escrito em 1933 e reeditado
em 1973 afirma: “O deísmo tradicional,
especialmente a fé no Deus que ouve orações, que
se supõe amar e se importar com as pessoas, ouvir
e entender suas orações, e ser capaz de fazer algo a
respeito delas, é uma fé não comprovada e
antiquada. O salvacionismo, baseado em mera
afirmação, também parece prejudicial, distraindo as
pessoas com falsas esperanças de um céu por vir.
Mentes razoáveis procuram outros meios para
sobreviver”.
“Não encontramos evidências suficientes para a
crença na existência do sobrenatural. Não há
evidência crível de que a vida sobrevive à morte do
corpo”;
Relativismo: “Um pântano moral”
Visto que não há um Deus, nem julgamentos futuros,
nem céu e nem inferno, nem galardão ou castigo, logo
não há absolutos em qualquer área da vida;
Allan Bloon afirma que todo estudante universitário
afirma que a verdade é relativa; logo fica impossível
educar alguém nesse ambiente;
Como formar o caráter, estabelecer regras, princípios
de certo e errado, verdadeiro e falso, justo e injusto,
com tal filosofia?
Isso aplicado à moral, à ética, à religião torna-os num
verdadeiro pântano, lodoso e escorregadio;
Numa sociedade governada por uma filosofia relativista
como encontrar motivação para a prática devocional?
Materialismo: “A garota material”
É o secularismo na prática, pois se o cosmos é tudo o
que existe, logo só existe o que é material e
mensurável;
Os nossos próprios ídolos passam a ser todos os heróis
que tiveram sucesso material;
Madona foi chamada de: “A garota material”;
Todo o nosso esforço humano é voltado para as coisas
materiais;
Investimos tudo no material e o pouquinho que sobra
nas coisas espirituais;
Isso é tão evidente que pouco ou quase nenhum tempo
é deixado para as coisas materiais;
As igrejas estão vazias, a Escola Dominical fracassada,
as reuniões de oração nem existem mais;
Se tudo é materialismo por que se preocupar com
coisas espirituais que poderiam resultar de uma vida
devocional?
Pragmatismo: “Isto funciona para mim”
É medir a verdade por seu valor utilitário;
É viver em função da famosa máxima que diz:
“Os fins justificam os meios”;
Se isto implica em resultados bons, positivos,
logo, só podem estar corretos;
O alvo do pragmatismo é a eficiência e não a
qualidade;
O alvo da Revolução Industrial é encontrar a
maneira mais rápida e barata de fabricar os
produtos e de alcançar os objetivos, sem levar
em conta qualidade, perícia profissional ou
estética;
Diante disso, qual o valor da oração, do jejum,
da leitura da Bíblia?
Desatenção: “divertindo até a morte”
É a inabilidade ou indisposição de olhar para a vida de
forma cuidadosa;
Somos ativistas ao extremo; corremos por todos os
lados;
Temos nos esquecido de viver;
Paulo afirma: “Mas transformai-vos pela renovação da
vossa mente” (Rm 12.2);
Pessoas nascem e morrem e não se dão conta de que
passaram por aqui, elas se quer sabem que viveram;
É um mundo apressado, um mundo de megas e rápidos
processadores;
Toda essa correria do dia-a-dia, esse ativismo
desenfreado, produz uma sociedade desatenta, vazia,
despreocupada.
Como essas correntes
filosóficas influenciam a vida
devocional?
Secularismo
Como desenvolver uma prática de oração diária diante de uma
sociedade que não acredita mais em Deus e nas doutrinas
bíblicas?
Por isso trocamos a oração, a profundidade bíblica, o jejum
profundo e verdadeiro por mensagens superficiais, louvorzão,
agitos, etc.;
O que importa é entreter o povo e não transformá-lo, pois não
há razão para transformação;
Não conseguimos mais distinguir um cristão de um ímpio;
Em muitos casos é difícil distinguir um culto numa igreja
evangélica de uma sessão num terreiro de umbanda ou de um
show de uma banda qualquer;
Por que tudo se resume no aqui e agora, logo as igrejas precisam
proporcionar prazer ao ser humano aqui e agora;
Não é essa a ênfase nas igrejas de corrente neopentecostal?
Humanismo
Como desenvolver vida de oração, de quebrantamento,
de arrependimento, de confissão, de jejum, numa
sociedade onde o homem é o seu próprio deus?
Os próprios temas das pregações mudaram e o foco é
sempre a satisfação do cliente;
As mensagens versam sobre conquistas e vitórias; em
como vencer a depressão, formar famílias excelentes,
ser feliz, etc.;
Somente às necessidades humanas precisam ser
satisfeitas, e isso não inclui devoção;
Não há temas que versem sobre como ajustar suas
contas com um Deus ofendido; a pecaminosidade
humana, a carência do homem, etc.
Relativismo
As verdades bíblicas não são mais pregadas como
verdades absolutas, logo, tudo aquilo que a Bíblia
ensina sobre a necessidade de vigilância e oração, de
buscar a Deus de todo o coração não tem mais valor
nenhum;
Aqueles que afirmam que a Bíblia é a Palavra de Deus e
que suas verdades são absolutas são vistos como
arrogantes;
É politicamente incorreto afirmar que só Jesus é o
Salvador;
As verdades não são mais afirmadas, elas são
compartilhadas. Percebem a sutileza;
Tudo o que acontece tem se tornado em mera opinião.
Não existem mais fatos, só opinião;
Isso é bem contrário ao que Paulo afirmou em
Filipenses 4.8;
Acabamos nos convencendo de que a devoção não é
necessária.
Materialismo
Por se acreditar que tudo é material, logo tudo
tem que ser vendido ou comprado, logo, a
existência se transforma num grande negócio;
Aqueles que se atiram a prática devocional
fazem como se fosse uma barganha com Deus,
em que a quantidade de tempo gasto em
oração tem que valer tantas bênçãos;
Toda a devoção se transforma em mero
negócio: faço isso para ganhar aquilo;
A devoção se dá por interesses pessoais como:
saúde, prosperidade, segurança e gozo (Elben
Lenz César);
Não há mais prazer na comunhão com Deus,
mesmo porque para muitos Deus nem existe e
se existe é somente para dar-nos aquilo que
queremos; não há temor de Deus, nem
reconhecimento de sua santidade;
Não é mais Deus quem determina o que o
povo precisa, mas é o povo que determina
aquilo que Deus tem que dar;
Muitas igrejas transformaram a mensagem em
amuletos, colares, pulseirinhas, lenços, etc.
para serem vendidos;
As bênçãos são barganhadas;
O culto que deveria ser o espaço de adoração
transformou-se em show gospel e em
supermercado da fé, onde tudo pode ser
comprado.
Pragmatismo
A devoção só deve ser praticada se implicar em resultados
imediatos, caso contrário ela tem que ser abolida, pois o
ministério precisa de resultados rápidos;
Transformou o espaço que deveria ser usado para a pregação em
espaço para o testemunho de casamentos refeitos, pessoas
libertas das drogas, empresários bem sucedidos, músicos que
trocaram o mundo artístico secular pelo evangélico, esses se
transformaram em pregadores deste século;
É mais vantajoso fazer um grande evento com o testemunho de
uma pessoa famosa, do que colocar o povo para orar e jejuar e
depois pregar a genuína Palavra de Deus;
As bandas evangélicas se multiplicam e vendem o seu ministério a
peso de ouro;
Temos até pirataria, contrabando e adulteração de produtos
evangélicos;
Os preletores de congressos são convidados como meio de atrair
público e não pela relevância daquilo que eles ensinam.
Desatenção
Por sermos desatentos, temos transformado o
cristianismo em algo trivial, sem significado,
logo, não encontramos relevância nos ensinos
bíblicos e nem tempo para as coisas mais
importantes da vida espiritual;
Ser evangélico, pastor, apóstolo, reverendo,
não significa mais nada, pois todos são
empacotados na mesma sacola;
Isso nos leva a perder a fibra, o caráter, a
identidade e, acima de tudo, o poder e a unção
de Deus.
Exemplos bíblicos
O cultivo de uma vida devocional saudável e
de uma espiritualidade produtiva tem que se
fundamentar nos ensinos bíblicos;
Somente nas escrituras encontraremos os
exemplos, os ensinos, os meios e os recursos
para uma vida devocional abençoada;
Outros escritos são importantes, exemplos
de homens e mulheres de Deus têm
relevância, mas a Bíblia deve ser a última
palavra.
Enoque
Enoque teve uma vida de profunda
intimidade com Deus, sua comunhão
com Deus era tão grande que o próprio
Deus o tomou para si (Gn 5.24). Mais
importante do que o fato dele ter sido
transladado por Deus, foi o seu
testemunho de ter agradado a Deus,
caminhando diariamente com ele;
Moisés
Moisés foi outro homem que manteve
uma profunda experiência de devoção
para com Deus; era um homem que
vivia constantemente em atitude de
oração por ele mesmo, mas
principalmente intercedendo em favor do
povo (Dt 34.10-12);
Teve uma vida intensa de ocupações,
Salmo 1.1-6
Este homem tem uma vida com
propósitos
Ele afirma: “Ele é como árvore plantada junto
à corrente de águas”;
Todos sabem como as árvores se espalham e
se multiplicam num processo natural de
desenvolvimento;
Elas nascem dado ao processo natural
desenvolvido pela natureza;
Suas sementes podem ser levadas pelo
vento, pelas correntes de águas, no bico de
uma ave, nas penas de outra, elas nascem ao
acaso;
Uma árvore plantada é diferente, ela
tem propósito, tem uma finalidade
estabelecida; um objetivo;
A semente é preparada, a muda é feita
frutos;
Devemos ser canais da bênção de
família;
É uma maneira especial de dar
testemunho;
É uma das melhores formas de
teológico;
Sacia a fome e a sede espiritual da
alma.
O melhor horário para o Culto
Doméstico
noite;
Quando todos podem participar.
O procedimento para o Culto
Doméstico
O pai sempre deve comandar – Efésios
5.23;
Deve ser criativo;
mensagem e orações;
Podem ser usadas outras literaturas:
apropriado.
Alguns exemplos
Isaque era um homem de meditação –
Gênesis 24.63;
Davi insiste sobre o fato de meditar na