Você está na página 1de 6

SEMINÁRIO TEOLÓGICO DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS DO CEARÁ

LIDERANÇA CRISTÃ

PROFESSOR: ISRAELITO
ALUNOS: JOZAFAR G. C. FILHO

PRINCIPAIS DESAFIOS DE UM LÍDER ECLESIÁSTICO


CONTEMPORÂNEO

Fortaleza, 2013
Principais desafios de um líder eclesiástico contemporâneo

Ser pastor nos dias atuais é mais difícil do que em qualquer outra época de que
se tem lembrança. Este século testemunhou o colapso do consenso cristão que manteve
a cultura ocidental coesa durante séculos. A sua secularização empurrou as igrejas para
as margens da consciência de nosso país. O relativismo moral, que acompanha uma
visão secular da realidade, afeta profundamente a obra da Igreja e o seu ministério.
Não nos causa admiração que o ministério inserido nessa cultura e a ela dirigido
seja mais complexo do que nunca. Não nos causa admiração que os pastores e as igrejas
sejam cada vez mais considerados curiosidades e até mesmo ameaças ao público.
Mac Arthur diz que “A influencia da pós-modernidade claramente infecta a
Igreja”. E assim muitos cristãos tem baixado o tom da sua mensagem para que as
grandes verdades absolutas do cristianismo não soem mais como desagradáveis aos
ouvidos pós-modernos.
Os líderes religiosos são um anacronismo em uma cultura secular. Até as nossas
congregações nos estranham. Os cristãos contemporâneos estão afetados pela natureza
secular do nosso mundo mais do que podemos imaginar. Nós, pastores, somos
diferentes por vocação, por treinamento e, com bastante frequência, pela personalidade
e pelos interesses. Trabalhamos e falamos das coisas divinas em um mundo que não
reconhece o Senhor, em uma época em que não é politicamente correto falar
abertamente de Deus. Cada vez mais somos empurrados para a marginalidade. O que é
ser um pastor cristão em nossa sociedade? Quem somos nas igrejas neste final do século
vinte?
Sabemos que existem inúmeros desafios que cercam um líder eclesiástico, mas
existem aqueles que são os geradores de vários outros, alguns deles estão aqui abaixo.

I. Alguns desafios existentes para lideres cristãos de uma Igreja contemporânea:

1. O desafio do antropocentrismo

Esta é uma época onde muitas pessoas divinizam a vontade do homem e


humanizam Deus. A pós-modernidade faz com que muitos destronem Deus, como
autoridade absoluta, e entronizem ao próprio homem. Exemplo disto é a recente visita
do novo Papa ao Brasil, onde moveu massas de pessoas para verem um simples homem.
Somos desafiados por um cristianismo centrado no homem, onde Deus se
transforma num instrumento secundário que trabalha para realizar todos os gostos e
vontades soberanas do homem. Muitos se acham no direito de viver determinando. É
comum ouvirmos frases assim: “Eu determino, ou eu decreto…”. Muitos se sentem
como “Senhores ou senhoras do destino”.
Como lideres somos desafiados a falar da soberania Deus. Era isto que Paulo
anunciava aos filipenses no capitulo 2: 9-11: “Pelo que também Deus o exaltou
sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de
Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse
que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.”
Nosso grande desafio é declarar a esta geração que Deus permanece em seu
trono, e que Ele reclama por ser entronizado dentro dos nossos corações, assim como a
nação israelita foi alertada várias vezes para voltar-se para Deus.

2. O desafio do individualismo

Nunca houve na história da humanidade uma época de tanta produção de


alimentos, mas muitas crianças continuam morrendo com fome em muitos países da
África, e outros países subdesenvolvidos.
O Capitalismo estimula o individualismo, pois para alguém ter, certamente outro
terá que perder. E assim muitas pessoas se tornam centradas em suas ambições pessoais
e inertes às necessidades alheias.
Convêm lembrar aos irmãos, que o cristianismo em sua origem não celebrava o
individualismo. Os primeiros cristãos tinham alegria tanto em receber como em dividir.
Hoje, muitos só querem receber. Até mesmo na forma de orar, muitos só priorizam
pedir para si mesmos.
Tiago diz no capitulo 2: 17, que “também a fé, se não tiver obras, por si só está
morta.” Nesse contexto, ele esta falando sobre a necessidade de dividir com aqueles que
necessitam.
O grande desafio para um líder é portanto, ensinar a esta geração que precisamos
ter alegria tanto em receber como compartilhar, precisamos ter prazer tanto em nossas
conquistas pessoais como nas conquistas dos outros.
3. O desafio do hedonismo

Como movimento filosófico, o hedonismo teve sua origem nos ensinos dos
epicureus, cuja máxima era “comamos e bebamos e amanhã morreremos”. Assim os
hedonistas ensinavam que o certo é aquilo que é prazeroso e agradável. O hedonismo
considera que o prazer individual é o único bem responsável.
Temos visto o reflexo do hedonismo na apologia do sexo livre e na disseminação
da pornografia nos meios de comunicação, onde até mesmo crianças e adolescentes tem
acesso livre. Ouvi falar de uma criança que estava conectada em um jogo virtual que
tem se tornado uma febre. De repente algum usuário entrou no ambiente virtual
propondo-se a falar imoralidades.
Gastaldi diz que a geração da era pós-moderna "tem prazer no efêmero, no
fragmentário, no descontínuo e no caótico. Viver é experimentar sensações; quanto mais
fortes, intensas e rápidas, melhor. Nada de sentimentos, de culpa, nada de bem e de mal,
nada de valores: o que importa é o que me agrada, ou o que me traz prazer”.
Somos desafiados a dizer a esta geração que seu verdadeiro prazer deve estar na
palavra de Deus: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não
se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes,
o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Salmos
1:1-2 RA)

4. O desafio do relativismo

O relativismo tem sua gênese no pensamento de Hegel, filosofo alemão. Em sua


dialética Hegel ensinava que “… todo certo tem um pouco de errado, e todo errado tem
um pouco de certo”. Essa forma de pensar foi evoluindo e chegou ao que chamamos de
relativismo.
Segundo o relativismo, não há verdades absolutas, e assim, o padrão do certo ou
errado esta vinculado a consciência de cada um. Influenciados pelo relativismo muitas
pessoas passam a relativizar as verdades do cristianismo, mas contraditoriamente
tornam absolutas muitas das suas próprias convicções.
O relativismo nos desafia a dizer a esta geração que Jesus é a sua verdade
absoluta. Foi Ele quem disse em João 14: 6: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim”.
5. O desafio do materialismo

O materialismo é uma filosofia que superestima o material, o físico e o palpável


em detrimento do espiritual e do eterno. Os materialistas julgam o mundo espiritual
como abstrato, secundário e como algo sem relevância, e acreditam que a essência da
vida esta em acumular ou ter.
O materialismo estimula as pessoas a viverem para ter. Porem, a ênfase do
cristianismo bíblico esta em viver para ser. Somos desafiados a viver para sermos
santos, luz do mundo e sal da terra em meio a uma geração que vive para ter.
Jesus encontrou pessoas materialistas, como o jovem rico, que preferiu suas
próprias riquezas em vez das riquezas do reino. Mas ele também encontrou pessoas
como Zaqueu, que foram capazes de trocar o materialismo pelos valores do reino.
O materialismo tem influenciado muitos discursos religiosos, fazendo com que
muitas pessoas busquem em Deus recompensas meramente materiais.
Vivemos hoje testemunhando o auge da teologia triunfalista e da teologia da
prosperidade. Estamos vendo adesões em massa, e provavelmente poucas conversões.
Temos visto que muitos estão em busca das bênçãos materiais de Deus e não de Deus.
Somos desafiados pelo materialismo a anunciar para esta geração que seu estilo
de viver para ter, não lhe trará satisfação interior. Esta geração necessita saber através
de nós que sua sede e sua busca só serão satisfeita quando ela aprender a desejar o
Senhor como a corça suspira pelas águas. É esta sede que o salmista tem em seu coração
no salmo 42: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus,
suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me
verei perante a face de Deus?”.
Somente a sede por Deus nos satisfaz, e não a sede por suas bênçãos. Assim
meus irmãos, a sede por intimidade com Deus é a grande arma que temos para
evangelizar uma geração que procura satisfação em coisas materiais.
Conclusão

O antropocentrismo, o individualismo, o hedonismo, o relativismo e o


materialismo são alguns dos grandes gigantes que desafiam os lideres nesta geração.
Porem, encontramos na história bíblica, o exemplo de que um grande gigante já
foi derrubado com apenas uma pedrinha. Precisamos crer no poder do evangelho, pois
esta é a nossa “pedrinha” para derrubar os gigantes ideológicos desta geração que
cercam os membros da comunidade evangélica contemporânea.
Como Davi se dispôs para enfrentar Golias, que nós sejamos capazes de nos
dispor para servir ao Senhor da Seara. Ele esta conosco e nos ajudará a vencer os
desafios desta época que esta entregue aos prazeres do mundo.

Você também pode gostar