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DESAFIOS DO ENSINO BÍBLICO

AO HOMEM DE HOJE
Como comunicar a Palavra de Deus considerando o perfil do homem contemporâneo
O Ensino Bíblico
Atribuição essencial da igreja desde o seu princípio.
Desafio renovado ao longo dos séculos. – LEITURA BÍBLICA: II TM 3:1-5
Atos 2.42: primeiros cristãos perseveravam em ouvir, apreender
Muita coisa mudou desde aqueles primeiros dias da Igreja.
Conforme Paulo escreve a Timóteo, nos últimos tempos, a humanidade seria composta por
indivíduos marcados por características biblicamente condenáveis.
Esse perfil é o resultado de uma profunda mudança na estrutura do pensamento, ao longo dos
últimos séculos, que afetou a forma do homem perceber-se a si mesmo, a Deus, o mundo, a
eternidade... MUDA SUA COSMOVISÃO.
Podemos atestar várias das qualidades negativas profetizadas por Paulo em muitas das
pessoas com as quais nos deparamos no cotidiano O homem contemporâneo é chamado por
muitos - pós-moderno
Ele pensa, vive e age de forma muito diferente daqueles do passado, dos tempos antigos,
medievais e modernos. Essa mudança na estrutura do pensamento tem implicado em notável
desafio didático para a igreja.
DA ANTIGUIDADE À PÓS-MODERNIDADE
IDADE MÉDIA
Igreja, como portadora da Palavra, detinha a autoridade de falar sobre Deus e, a partir daí,
explicar a realidade- visão teocêntrica da realidade – DEUS É CENTRO É O CENTRO DO
UNIVERSO - TODA MANIFESTAÇÃO CULTURAL RESPEITAVA PRINCÍPIOS - ENTENDIA-
SE QUE DEUS REGIA TODO O FUNCIONAMENTO DO UNIVERSO.
Padrões rígidos - Crenças definidas - Valores absolutos
MODERNIDADE
- Religião passa a ser reputada como superstição daninha; - RELIGIÃO ÓPIO DA SOCIEDADE
– Karl Marx – fundador do comunismo
- Ciência e razão são vistas como únicas regentes da verdade;
- Homem emancipado de Deus, sonha com um mundo erigido sobre pressupostos científicos.
Visão antropocêntrica da realidade – HOMEM É O CENTRO DO UNIVERSO
Contestação de valores - Abandono de crenças - Redenção pela razão - Rejeição de padrões
PÓS- MODERNIDADE - Dias atuais á partir de 1989
Desencanto - Pessimismo - Grandes incertezas - Morte das ideologias - Esperanças arruinadas -
Caos moral
Visão egocêntrica da realidade – INDIVÍDUO É O CENTRO DO UNIVERSO

RESULTADOS DESSAS TRANSFORMAÇÕES


Sem Deus e sem a esperança utópica na razão, enraizou-se o individualismo, através do
acúmulo
constante de bens materiais e de uma vida centrada nos prazeres.
O pós-moderno escolhe no que crer, no que se tornar e que verdade adotar.
Vive num vazio de referenciais. NÃO EXISTE REFERÊNCIA – O REFERNCIAL DÁ LUGAR
AOS FORMADORES DE OPINIÕES. ATORES, ASTROS DA MÚSICA E DO CINEMA -

VALORES DA PÓS-MODERNIDADE:
SECULARIZAÇÃO
França Séculos XVII XVIII
- exacerbação da razão
- anti-clericalismo
- buscava- se esmagar a Igreja
- Processo de ruptura de todas as atividades da vida humana (arte, política, ciência, ética) com
o sagrado. FILME SUPERMAN O RETORNO
- Ciência assume papel de nova religião, com respostas para todas questões da vida
(cienticifismo).
-Se a criação é fruto de uma lógica matemática que pode ser explicada, por que crer num
Criador? Teoria da evolução - darwin
-Idéias e as instituições religiosas em contínuo processo de perda de relevância social e
individual. SER CRISTÃO JÁ NÃO QUER DIZER NADA.
-Aumento do Ateísmo. PROPAGANDA DA ATEA : 1900 0,2% pop. mundial - 1980 20,8%
pop. Mundial
-Ruptura entre a crença religiosa a prática cotidiana.
- As Igrejas são visitadas nos dias de domingo.
- Religião torna-se preferência ou sentimento religioso. Censo cristão não praticante.
- Perde a dimensão pública (sociedade), limitando-se aos assuntos particulares (pessoal). Serve
apenas como efeito analgésico: conforto, alívio ou curiosidade espiritual. Lei de proibição de
pregação nos trens da supervia

COMO ISSO TEM NOS AFETADO?


IMPLICAÇÕES NO MEIO CRISTÃO:
Forte apelo pela busca de bens materiais, fundamentado em pressupostos bíblicos. O discurso
da teologia da prosperidade é secularizante, pois vê no prêmio desse mundo um GALARDÃO a
ser perseguido,
(Mt 6.24; 13.22; Mc 10.23);
Crescente ceticismo que tem banalizado o sagrado e relativizado a Palavra e os valores bíblicos;
Necessidade de enfatizar a realidade e o valor de temas transcendentes como eternidade,
volta de Cristo, juízo divino, soberania de Deus, reino dos céus, bodas do Cordeiro, etc.
(Mensagem sem ibope)

RELATIVISMO

Prega a relatividade do conhecimento e de todos os valores morais, estéticos, culturais e éticos.


A Verdade é relativa a princípios e padrões de um sistema de regras.
Não há um sistema absoluto e Universal em relação ao qual a verdade possa ser Julgada.
O Bem e o Mal são apenas construções culturais, tanto quanto a culinária ou a indumentária de
um certo povo. (ex. pedofilia)
Não há padrões fixos (nomos) ou absolutos em que se baseiem os conceitos de certo ou errado,
bem ou mal. (PRINCIPIOS DIVINOS IMUTÁVEIS – ETERNOS) o que certo pra vc pode não ser
pra mi e vice e versa.
O paradigma relativista: os padrões são regidos por normas sempre mutáveis ou voláteis. O que
é certo hoje pode não ser amanhã. Daqui um segundo.
Absolutamente tudo é relativo. Cada um é juiz do que é certo ou errado.
RELATIVISTAS: “Somos mais tolerantes” – Ex. Tolerância religiosa – ensino religioso nas
escolas, sexual
Mas, a tolerância é sempre benéfica? Isso também é relativo!

IMPLIÇÕES PARA O ENSINO CRISTÃO:

Necessidade de se esclarecer que a tolerância moral apregoada pelos relativistas nem sempre é
um bem, especialmente no que se refere àquilo que contradiz a Palavra. DEUS É ABSOLUTO A
VERDADE É ABSOLUTA – É JESUS.

Postura didática resoluta em reafirmar a inspiração divina da Bíblia (2Tm 3.16), ressaltando que
seus valores não são relativos, pois transcendem a toda cultura e tempo e, por serem divinos,
devem ser vistos como a referência maior pela qual julgamos todos os demais valores humanos.

INDIVIDUALISMO EGOCÊNTRICO – CADA MACACO NO GALHO – CADA UM POR SI E


DEUS POR TODOS – CADA UM NO SEU QUADRADO.
Privatização da vida: a ruptura entre a esfera do privado e do público. Perda da visão de vida
comunitária e compartilhada.
A verdade e o certo é aquilo que é conveniente, útil, agradável. A única forma de conduta é
definida pelo ponto de vista individual: ‘ NORMA DESTE SÉCULO: é bom tudo o que for útil, é
adequado tudo que for lucrativo, é moralmente confortável tudo o que for vantajoso. AGRIDE A
AMIZADE so se for conveniente
Fragilidade, instabilidade e precariedade emocional ante a falta de lastro moral “eu penso
assim, dá licença?”
Solidão e impessoalidade.

Implicações para a igreja: Oportunidade de se resgatar o ensino da mensagem cristã com foco
no viver solidário e comunal, e na suma importância da Koinonia cristã, frisando a idéia de igreja
como família de Deus (Ef 2.19) e o senso de pertencimento a ela como fonte de impacto
transformador para o indivíduo e a sociedade.FAZ SOLITÁRIO HBITAR EM FAMÍLIA/ AMEM
UNS AOS OUTROS NISTO CONHECERÃO QUE SÃO MEUS DISCIPULOS. AMOR E
UNIDADE – MARCA DO CRISTIANISMO

HEDONISMO
Hedone Prazer;
Grécia antiga: único bem possível;
Hoje: essência da felicidade, suprema norma moral (dispensa justificativa), bem-estar social
(wellness), lazer;
Máximo de utilidade das coisas com um mínimo de restrições pessoais;
Repúdio à dor, ao sofrimento e ao castigo.
Busca pelo prazer como alívio das dores humanas e do trabalho extenuante;
Sociedade de consumo e midiática apela intensamente ao prazer e ao comodismo;
O prazer da adrenalina: a auto-experimentação;
Drogas: uma batalha perdida pela sociedade.
IMPLICAÇÕES PARA A IGREJA:
Urge um ensino cristão que resgate a metáfora da peregrinação no deserto, onde valores como o
sacrifício, a abnegação e o martírio necessitam ser reencontrados, e onde o prazer e os bens
desse mundo sejam reafirmados como efêmeros.
É necessário resgatar, na Palavra, o lugar e do sentido do sofrimento na vida cristã,
como parte integral de nosso crescimento como discípulos do Senhor, conforme Jo 16.33; Rm
5.3-5; Fp 3.8; 1Pe 2.19-22; 3.14-17; 4.12-14; 5.9 etc...

IMEDIATISMO – A PRESSA NÃO É MAIS INIMIGA DA PERFEIÇÃO


Nos últimos 40 anos houve mais mudanças que nos 400 anteriores!
Quebra sucessiva de recordes:
Nas comunicações:
Rápido e constante desenvolvimento dos meios de comunicação de massa:
imprensa, telégrafo, rádio, televisão, internet (senso de aldeia global)
Mudanças e grandes eventos em escala global são agora acompanhados em tempo real...
Sociedade orientada para a produção e o consumo em massa torna o tempo insuficiente para as
obrigações do homem contemporâneo. Ex.: alimentação – comida que não precise pensar muito
– que possa numerá-la ao invés de nomeá-la – e que não espere além de 1 minuto.
Enorme pressão por produtividade.
Pressa, angústia, ansiedade: “Tempo é dinheiro...” – Ansiedade doença do século
Cuidado: não esqueça o seu bebê no carro!
Almoce no Mc Donalds em 5 minutos - geração fast food
IMPLICAÇÕES PARA A IGREJA:
O ensino bíblico deve incluir uma visão transformadora e pacificadora sobre nossa relação com o
tempo.
Deus não está sujeito à nossa urgência, não se move pela nossa impaciência e não pode ser
pressionado por orações imaturas de crentes que não entendem a fé que se esperam (Hb
11.1a).
Deus é Senhor do tempo, tanto quanto de nossas vidas. Nossa pressa não é a de Deus, nem
nosso tempo o dEle. Esperar confiantemente no Senhor em meio à pressa da Pós-modernidade
é um dos grandes contrapontos que o homem atual tem a aprender na igreja. (Sl 27.14; 33.20;
37.34; 31.24; 40.1; 42.5,11; 43.5; 62.1,5). Talvez uma da lições mais difíceis de aprender na
caminha cristã é ESPERAR. Não estás anciosos por coisa alguma....
SUPERFICIALIDADE/SUPERFLUIDADE
Sociedade do parecer ser, da aparência (ninguém sacia sua fome labendo pão pintado); da
falsificação da realidade; -
Predomínio constante da aparência (estética) sobre a essência;
Valor concentrado na „imagem ;
Obsessão pelo físico perfeito, culto ao corpo (narcisismo); sociedade das academias, dos
garotos “bombados” e das jovens anoréxicas; ESTERIÓTIPO DE BELEZA
Adoração de ídolos ocos e vazios;
Hipercompetição dos ambientes corporativos favorece a bajulação, a perda da autenticidade e
a infidelidade; CARISMA AO INVÉS DE CARÁTER
Superficialidade no pensar: geração de preguiçosos mentais; (CULTURA- MÚSICA E
FILMES)
Cultura de massa: rasa, nivelada por baixo.
Sociedade altamente mutável, inconstante e rápida; coisas novas ficam velhas cada vez mais
rapidamente;
Geração do descartável: o mundo precisa que você consuma mesmo aquilo que não lhe é
necessário; - PRECISAS TER – POSSUIR – PRECISAS DE TUDO, A QUALQUER CUSTO,
DE QUALQUER MODO! ORA, PROMESSAS VÃS, ALEGRIAS MOMENTÂNEAS,
SENTIDOS DESCARTÁVEIS, É O REINO DAS APARÊNCIAS.
Necessidade constante de novas trocas, novas aquisições e novas experiências.
Bens relacionais, amizades e compromissos também passam a ser supérfluos e dispensáveis;
Aprende-se na própria experiência familiar a não aprofundar os relacionamentos;
Aprofundamento exige constância, compromisso, fidelidade e permanência. Aumento de
divórcios – divórcio em meia hora por 267,00 reais
Grande dificuldade em se estabelecer uma relação histórica e duradoura com a realidade
cotidiana.
Implicações para a igreja:
Oportunidade de impactar a realidade do homem atual, mudando sua visão de vida
descartável, superficial e sem compromisso, para uma pautada no compromisso comunitário
(At 2.42a), onde a koinonia não se resuma a um encontro de final de semana, mas represente
uma parceria de vida. Resgate do sentido de concerto e fidelidade.
Retorno à uma mensagem focada na família como projeto de Deus para homem também
auxilia na restauração de valores essenciais que têm sido perdidos ou afrouxados nesses dias
pós-modernos.
CAMPANHA DA ATEA – Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos Londres – A campanha ateísta é da British
Humanist Association (BHA) e tem o apoio do académico britânico Richard Dawkins, autor do livro “The God
Delusion” e conhecido pelos seus documentários que questionam o papel das religiões. O objectivo da campanha
do BHA é “promover o ateísmo na Grã-Bretanha, encorajar mais ateístas a assumirem publicamente a sua
posição e elevar o moral das pessoas a caminho do trabalho”.
Com o dinheiro obtido através de doações, o grupo quer colocar cartazes em dois grupos de 30 autocarros por
quatro semanas.
A frase completa é: “There`s probably no God. Now stop worrying and enjoy your life” (“Provavelmente, Deus não
existe. Agora, páre de se preocupar e curta a vida”, em tradução livre). “Nós vemos tantos cartazes que divulgam
a salvação através de Jesus ou que ameaçam com condenação eterna, que eu tenho certeza que essa
campanha será vista como um sopro de ar fresco”, disse Hanne Stinson, presidente da BHA. “Se fizer com que as
pessoas sorriam, além de pensar, melhor”, concluiu.
Como os organizadores conseguiram arrecadar mais do que planeavam, pretendem colocar os cartazes também
do lado de dentro dos autocarros.A BHA também estuda a possibilidade de estender a campanha a outras
cidades, incluindo Birmingham e Manchester, na Inglaterra, e Edimburgo, na Escócia.“A religião está acostumada
a usufruir de benefícios tributários, respeito não merecido, o direito de não ser ofendida e o direito de fazer
lavagem cerebral nas crianças”, disse Dawkins.
“Mesmo nos autocarros, ninguém pensa duas vezes quando vê um `slogan` religioso. Esta campanha fará com
que as pessoas pensem – e pensar é um anátema perante a religião”, concluiu. Surpreendentemente, a Igreja
Metodista agradeceu Dawkins por incentivar um “interesse constante em Deus”.“Esta campanha será uma coisa
boa se fizer com que as pessoas pensem nas questões mais profundas na vida”, disse Jenny Ellis, reverenda
metodista. “O Cristianismo é para pessoas que não têm medo de pensar sobre a vida e o seu significado”,
concluiu a religiosa.

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