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A MENTE DE CRISTO

(Com base nas classes de George Reid)

Os costumes e tendências generalizadas em uma sociedade refeletem um modo de

pensar em evidência na época. Por sua vez, o modo de pensar de uma sociedade

geralmente surge como reação a uma mentalidade em evidência anteriormente. Esse

artigo pretende fazer uma rápida avaliação da mentalidade atual, chamada pós-moderna,

como reação a modos de pensar anteriores e como causa de mudanças no comportamento

social, profissional e principalmente, religioso da sociedade em especial em nossas

igrejas.

Para entendermos melhor o pensamento Pós-moderno, devemos retroceder na

história até à Idade Média (476 a.d - 1453 a.d.). Nesse período, o comportamento das

pessoas era influenciado pelo sentimento religioso. É sabido de todos que a Igreja

controlou todos os setores da vida humana, desde o nascimento (com o batismo),

passando pela educação, até à morte e o destino pós-motor (com a venda das

indulgências e a doutrina da imortalidade da alma).

Por pretensão e por aceitação dos reis e do povo, a igreja era considerada

guradiã da verdade, mas não da verdade religiosa simplesmente. A igreja era

autoritativa em todos os níveis de conhecimento. E durante boa parte da Idade

Média, através do tribunal da Santa Inquisição, a Igreja julgou persegue todo

conhecimento religioso, filosófico, científico ou político que contrariasse suas

idéias. Os exemplos mais clássicos são os dos cientistas Galileu e

Coopérnico. ???????
O resultado desse domínio intelectual da igreja foi o título dado à Idade Média

como “Idade das Trevas”, devido ao escasso progresso científico nela encontrado.

O princípio que regia as açãoes da Igreja é o de que o homem é totalmente

incapaz de chegar a qualquer verdade, a não ser que DEUS lhe revele, clara influência da

teologia do monge Stº Agostinho, que pregava a maldade inerente do homem e sua

incapacidade de melhorar. A ênfase dessa idéia era em DEUS e Sua absoluta soberania.

Isso na prética do homem simples, redundou em misticismo, fome, falta de higiene,

descontrole da natalidade, etc; tudo era visto como a vontade de DEUS. E se “DEUS

quis”, ninguém poderia contrariar e a igreja era a guardiã dessa idéia.

A Reação Racional - O Mordenismo com a paulatina decadência do poderio da

igreja, em parte pela Reforma Protestante, em parte por cismas políticos, os eruditos

empreenderam um movimento de reação às idéias da Idade Média. O relacionamento.

Extremos geralmente levam a extremos. Se na Idade Média a ênfase era

extremamente na religião, em DEUS, no sobrenatural e na incapacidade humana, no

Racionalismo a ênfase se extremava em negar a DEUS, refeitas a religião e todo o seu

sobrenaturalismo; enaltecer o valor do homem, principalmente sua razão; promover a

ciência como meio de se descobrir a verdade.

Essas proposições são do racionalismo, justamente, as bases da mentalidade

Moderna, anterior à ênfase atual. As idéias do Modernismo; tão fortemente pregadas na

universidades do mundo inteiro, podem ser resumidas como segue.

1- Os seres humanos tem capacidade ilimitada.

2- O conhecimento resolve os problemas morais e sociais.


3- Individualismo - cada ser humano tem sua importância pessoal, mas vive em

competição com os outros.

4- A verdade é algo que está fora do homem (objetivo);

5- Só a ciência, pelo método científico, pode descobrir a verdade.

6- A capacidade racional do homem explica todos os fenômenos com base na

premissa de que a realidade é igual a matéria mais energia. Não há sobrenaturalismo.

7- A ciência e a razão humanas levarão o homem a um inevitável progresso.

- Essas idéias modernistas não tardaram a cair em descrédito. As sucessivas fomes

e pestes, as 2 guerras mundiais e o caos social e moral do mundo são testemunhas

incontestáveis de que o extremo de uma mentalidade puramente humana, sem DEUS,

não resolve os problemas da humanidade, muito menos leva o homem a um progresso

inevitável.

A MENTALIDADE PÓS-MODERNA

Como é de praxe no desenvolvimento da mentalidade das sociedade humanas,

surge uma nova mentalidade reagindo a frustração das promessas da mentalidade

anterior.

Nessa abordagem, chamada Pós-Modernista, destacam-se dois nomes atuais

Michael Foucault e Jacques Derridá. A pregação básica desses homens é o abandono de

toda a idéia de objetividade. Nada é verdade por si só.

Sobre esse alicerce, constroem-se as demais idéias pós-modernas, resumidas a

seguir. Isso leva a afirmação:


1- Rejeição de valores históricos de que valores de uma outra geração não

necessitam ser úteis hoje.

2- Rejeição da visão do mundo exterior ao próprio indivíduo - isso implica que

você é quem determina como vê o mundo.

3- Não há verdade absoluta. A verdade é diferente para cada pessoa - se cada um

determina sua verdade, não há regras morais, ou religiosas. Você é livre.

4- A realidade e a verdade são subjetivas, isto é, são construídas dentro de cada

pessoa - é uma ênfase da premissa anterior.

5- Qualquer pregação de uma verdade é tirania - eliminam-se o proselitismo e os

padrões morais ou espirituais, ou de qualquer tipo

6- Preocupação extremada com a auto-estima. Não se pode julgar, pois ninguém

pode avaliar a construção da realidade e da verdade de outra pessoa - isso gera o

multiculturalismo.

7- Reação à poderes - anti-tirania.

Entre os vários resultados das idéias acima, destacam-se:

*O crescimento do apoio aos índios do mundo inteiro, pois não se pode afirmar

que eles sejam primitivos;

*A tendência à não recuperação nas escolas - o aluno é que sabe o que é melhor

para ele, além do mais, reprovar é atentar contra a auto-estima de alguém.

*A libertinagem moral. Os padrões familiares são cada vez menos evocados;

casamento por conta dos seus compromissos, é visto como repressivo e

descontextualizado.

*Cultura trasch - Reação à censura e moralismo.


*Defesa dos oprimidos. Essa é uma grande ênfase da literatura pós-modernistas.O

poder, quer governamental ou empresarial, é tirania, o que promove manifestações e

protestos constantes; Citação p. 23 da Apostila.

*Sincretismo religioso. A mistura de princípios religiosos e surgimento de novas

seitas, especialmente com elementos orientais;

*Rejeição da cultura científica e retorno ao misticismo. Várias universidades já

inseriram em seus currículos demonstrações e estudos do esoterismo.

IMPLICAÇÕES RELIGIOSAS

E quanto a DEUS? Existe DEUS? O Pós-modernista afirma que isso é uma

questão individual, pois cada indivíduo é livre para construir sua realidade.

Podemos aceitar isso? Há alguma possibilidade de harmonização entre a

mentalidade pós-modernistas e os princípios cristãos?

Com as suas premissas o Pós-modernismo nega alguns princípios básicos do

cristianismo:

- Unidade - um ensino amplo no Novo Testamento. O Pós-modernismo rejeita o

pensamento coletivo, cada um pensa o que quer. Em contrapartida, o ensino bíblico é :

*Realidade Objetiva - A Bíblia ensina que DEUS criou um mundo real,

objetivo, fora do homem, e do qual o homem faz parte como elemento distinto e

superior, criado para usufruir desse mundo. Como usufruir de algo que não é objetivo?

*Família e Casamento - Idealizados pelo próprio DEUS, para proteção,

educação, prática do amor e outros sentimentos construtivos, fonte de prazer e felicidade.

Todos os seus compromissos visam esses resultados. Representam, em muitos aspectos, a


dinâmica do relacionamento entre DEUS e os homens - DEUS chama o Seu povo como

uma família de irmãos, usa o simbolismo do casamento e até do sexo para representar

Seu trato com o homem; a figura de mãe; DEUS é chamado de Pai, os homens de filhos,

etc. O Pós-modernismo despreza tudo isso e nada coloca no lugar, a não ser o prazer sem

responsabilidades ou compromissos que no fundo, é egoísta e desestruturaliza a

sociedade.

*Existência de DEUS - O Pós-modernismo nega assim como não nega o

misticismo oriental. Na verdade, DEUS não é relevante para o Pós-modernismo. Não

podemos harmonizar essa idéia com a idéia Bíblica Cristã. Para o cristianismo, DEUS é

real, fora do homem (objetivamente), revela-se a ele de fora para dentro através de Sua

presença e de um conjunto de princípios escritos e conservados na Bíblia (verdades

objetivas).

Aqui subfaz o maiores confronto entre o Cristianismo e o pós-modernismo. A

questão da verdade objetiva. A Bíblia declara-se a Palavra de DEUS ao homem, e

portanto, um conjunto de verdades para o homem em todas as épocas. Ela é o padrão

para a humanidade, um padrão objetivo que deve ser pregado a todos os homens, sem

deixar espaço para que cada um determine suas próprias verdades.

Não há como harmonizar isso com o subjetivismo da realidade e da verdade do

pós-modernismo.

INFLUÊNCIAS NO MEIO CRISTÃO

Infelizmente, apesar de todos os contrastes entre o pós-modernismo e os

princípios bíblicos. Cristãos, o pós-modernismo já conseguiu ameaças a integridade da


Bíblia. Por sua influência, desenvolve-se hoje, nos meios teológicos liberais, um novo

método de interpretar a Bíblia: O Método Leitor. Resposta:

A regra de interpretação desse método é a seguinte:

Um texto só apresenta o seu significado na resposta do leitor. Não importam a

história ou teologia, o que importa é o impacto do texto no leitor.

Dessa forma, o texto não tanto valor, e muito menos é visto como a “palavra que

vem de DEUS”, pois cada leitor será afetado de forma diferente.

A Bíblia é relegada a um mero livro originado culturalmente e, por isso, pode ser

rejeitada culturalmente. Fica claro que essa abordagem não aceita que a Bíblia contenha

declarações absolutas, pelo contrário, ela insere na interpretação bíblica a idéia de que a

verdade é subjetiva (cada indivíduo cria a sua).

O FERMENTO NAS IGREJAS

De que forma essas idéias pós-modernismo chegam à igreja?

As possibilidades são variadas, começando com relativismo dos princípios cristão,

passando pela desconsideração para com o ministério, chegando até à identificação com

os padrões de comportamento secular, quer no vestuário, nas diversões ou na conduta

sexual.

Cada vez mais frequentemente ocorrerão, em vez de “exegeses” (estudo do texto

nos seus vários contextos para extrair o seu real significado), “EISEGESES” (colocar

uma idéia já existente dentro de um texto).


Essa postura, que se traduz comumente no “eu acho”, respeita a autoridade bíblia,

reinterpretou da suas doutrinas, rebaixando os princípios bíblicos à uma interpretação

pessoal e conveniente.

Isso já está ocorrendo em nossas igrejas. É comum encontrarmos reinterpretações

de textos bíblicos. Com conclusões de que não são mais autoritativos hoje, por que o

contexto social é outro.

AVALIAÇÃO BÍBLICA

O que a Bíbllia diz de tudo isso? A Bíblia deixa espaço para uma mentalidade

subjetiva? A Bíblia aceita, ao menos em parte, a idéia de uma verdade subjetiva?

No Velho Testamento os profetas já tinham problemas com pessoas que só

queriam mensagens agradáveis. Essas pessoas sustentavam uma legião de falsos profetas,

especialistas em bajulação, como o rei Acabe que, segundo I Reis 22:6, sustentava 400

profetas que só falavam mensagens conforme o seu coração. No entanto, ao ser inquirido

pelo rei Jeosafá, de Judá, se havia um profeta do Senhor, sua resposta foi: “...ainda há um

homem por quem podemos consultar ao Senhor, porém eu o odeio, porque nunca

profetiza o bem a meu respeito, mas somente o mal...” (I Reis 22:8)

Nesse mesmo caminho seguiam o frágio rei Zedequias, e seus princípios, que

chegaram ao ponto de prender Jeremias o profeta de DEUS, por não aguentarem ouvir a

verdade (Jeremias cap. 38). Alem disso, o povo de Israel recebeu várias advertências por

virarem as costas a DEUS em busca de falsos profetas;

Hoje, nos últimos dias da história desse mundo vemos cumprir-se a palavra

inspirada escrito pelo apóstolo Paulo a Timóteo, dizendo: “Porque virá tempo em que
não suportarão a sã doutrina, mas tendo coceiras nos ouvidos, cercar-se-ão de Mestres,

segundo as suas próprias cobiças; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando às

fabulas” (I Tim.4:3 e 4).

O apóstolo, amais de 1.900 anos atrás, conseguiu sintetizar a essência dos

resultados da mentalidade pós-modernismo, tão em moda hoje em dia - o abandono do

padrão bíblico.

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