Você está na página 1de 3

IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE FAMÍLIA DA IEADPE


Pastor Presidente: Ailton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP 50.040-000 – Fone: 3084 1526

TEMA CENTRAL: A FAMÍLIA CRISTÃ SOB INTENSOS ATAQUES DO MAL

A FAMÍLIA CRISTÃ SOB ATAQUE DO SECULARISMO – Palestra II


Texto: (1 João 2.15-16)

INTRODUÇÃO
O testemunho da história atesta que até o século XVIII, na transição da Idade Moderna para a Idade
Contemporânea, a forma de pensar e os preceitos culturais eram respaldados nos princípios da fé judaico-
cristã, tendo a Bíblia como autoridade finnal e Suprema. A partir de então, com o advento do movimento
denominado Iluminismo, somado a eclosão da Revolução Industrial, a compreensão do universo e da vida
humana deixa de ser restrita a revelação contida nas Escrituras, sendo substituída pela racionalidade, que,
somada a ciência, torna-se autoridade última. Com a queda do predomínio da influuência da Igreja, a Bíblia
passa a ser questionada, e o modo de vida estruturado nos princípios cristãos é abandonado, enquanto a
sociedade ajusta-se à cosmovisões naturalistas.
Finalmente, com a chegada da pós-modernidade, o mundo segue na implementação de uma nova
civilização, dissociada de Deus. Com a tal Revolução Sexual, iniciada a partir da década de 1960, principia-se
o período de uma nova concepção humana. A verdade deixa de ser absoluta, os valores são relativizados e o
homem passa a ser autoridade de si mesmo. Este é o processo gradual da secularização que vem afetando
muitos cristãos desavisados e, particularmente, as Famílias Cristãs. É preciso, portanto, conhecimento e fé
arraigada na palavra de Deus, para gerarmos uma barreira de contenção ao avanço do Secularismo. Esta é a
proposta desse nosso estudo.
I. O QUE É O SECULARISMO?
1.1 O CONCEITO ETIMOLÓGICO. As palavras Secularismo, secularidade e secularização vêm do
termo latino saeculāris, e signifinca: secular, relativo a século, pertencente a esta era, mundano, etc., desta
forma secular se traduz por “aquilo que pertence ao mundo de nosso tempo” (Champlin, p.123), ou seja, que
não tem relação com o sagrado e com o que é espiritual. Logo, Secularismo é um movimento que propõe um
estilo de vida mundano, fundamentado naquilo que é meramente material, profano e temporal.
1.2 A CONCEPÇÃO BÍBLICO/TEOLÓGICA. Teologicamente, Secularismo ou secular é a definnição da palavra grega
aiõn, originalmente com o sentido de “era”, “ciclo temporal”, “uma geração”, etc. (Cf. 1Co 2.7; Ef 1.21; Tt
2.2,12, etc.), porém, com signifincado mais restrito, o termo é correlato de outra palavra, a saber, kosmos (gr.
mundo), referente ao sistema mundano que consiste numa forma de pensar e de agir promovido por Satanás,
sem referência a Deus e a espiritualidade. É neste contexto que o Diabo é chamado de “deus deste século”
(2Co 4.4) e, os demônios, “príncipes das trevas deste século” (Ef 6.12). O apóstolo Paulo afinrmou que Demas o
desamparou, amando “o presente século” (2Tm 4.10) e, que o tal sistema, dissociado de Deus, é o ‘mundo
mau’, (gr. aiõn põneros)” (Gl 1.4 – NVT). Em outras palavras, aiõn pode se aplicar a mundanização do sagrado
ou a abordagem da vida humana onde, por opção do próprio homem, Deus não pode fazer parte dela.
1.3 O SECULARISMO NA PRÁTICA. A Bíblia deixa claro que o secularismo consiste num padrão de vida baseado
por prazeres pecaminosos deste mundo (1Jo 2.15,16), todavia, abrange ainda, “ao espírito de rebelião contra
Deus, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua revelação” (STAMPS, 1991). Como resultado, o Secularismo
não passa de um estilo vida, cujo padrão moral, inclina-se ao profano, em detrimento da fé em Deus, da moral
e da sacralidade.
Desse modo, as instâncias sociais e os saberes humanos se põem debaixo da égide de Satanás. Ex: o Estado
promove políticas públicas anticristãs; a educação dissemina finlosofinas humanistas; a música e as artes em
geral, promovem a depravação; a medicina é usada para agredir a vida; o Direito é aplicado para
institucionalizar o pecado; a agricultura e química se aliam para produção de drogas e, muitas mentes
brilhantes se colocam à disposição do “deus deste século” a finm de garantir a secularidade.
II – OS IDEAIS DO SECULARISMO
2.1 A EXALTAÇÃO DO RELATIVISMO MORAL. Sendo o Diabo, o “deus do deste século” (2Co 4.4), o principal
promotor do Secularismo, o seu grande intento é estabelecer uma forma de vida concentrada numa
perspectiva cem por cento antropocêntrica, na qual, o homem possa construir um mundo independente de
Deus e da espiritualidade (proposta humanista). Assim, os valores morais, os hábitos relacionados à cultura,
não passam de convenções sociais; o conceito de certo e errado não é embasado na autoridade da palavra de
Deus, mas, o parâmetro é o próprio homem, ressurgindo a antiga máxima finlosófinca: “o homem é a medida de
todas as coisas”.1
Com isso, mesmo existindo o certo e o errado, tal conceito não tem validade universal, ou seja, cada um
decide o que é bom para si, sem se prender a nenhum padrão externo de moralidade. Essa é a essência do
relativismo moral, onde os valores são relativizados e pervertidos (Is 5.20; 2Rs 16.10-20). Logo, virgindade,
casamento monogâmico, separação dos prazeres mundanos e outros valores da Família Cristã são,
insolentemente vilipendiados (Cp. Jo 15.19; 17.14).
2.2 A NEGAÇÃO DA VERDADE ABSOLUTA. A vida secularizada, por estar centrada no existencialismo ateu e no
materialismo, não admite a existência da realidade influexível, ou seja, de fatos finxos e inalteráveis. Isso é um
manifesto ateísta, pois, negar a Verdade Imutável é negar a Divindade e o que é espiritual e eterno e, por
conseguinte, uma forma de buscar viver sem culpa ou de ofuscar a certeza de que um dia haver de prestar
contas ao “Deus da Verdade”. (Sl 31.5). Sob a ótica secularista, a Verdade é um conceito inacabado e parcial,
assim, cada um tem sua opinião sobre o que é verdadeiro para si.
Isto posto, o indivíduo passa a não ter compromisso com a Palavra de Deus, já que, em tese, não existem
absolutos morais e sim, percepções particulares da realidade. Eis a razão por que alguns líderes religiosos
sugerem que a Bíblia deve ser revista, atualizada e, alguns textos, suprimidos. A Família Cristã, portanto, deve
preservar a convicção de que a Verdade bíblica (hb. emeth; gr. elétheia) traz consigo a marca moral e
personalista da veracidade e findelidade de um Deus, que é, em si mesmo, a Verdade (Dt 32.4) e de Cristo que é
a personifincação da Verdade (Jo 14.6), logo, seu conceito é único, genuíno e absoluto, pois está embasado na
Revelação promovida pelo “Espírito da verdade” (Jo 14.17).
2.3 A REJEIÇÃO AO PADRÃO ÚNICO. As ideias do secularismo defendem que, uma vez não havendo valores
absolutos e universais, uma pessoa não deve se sentir melhor do que outra; nenhum valor deve ser sobreposto
em detrimento de outro e, todos devem ser aceitos do mesmo jeito. Nessa perspectiva, não se deve adotar um
padrão único que sirva de paradigma de moralidade para todos; não é certo dizer que uma coisa é certa ou
errada; que determinado comportamento não deve ser adotado, etc. A regra de sustentação é o chamado
“politicamente correto”, onde a secularização é posta acima da moral, da ética e da Bíblia, para não ofender os
integrantes dos chamados “grupos minoritários” ou minorias, sob pena de ser considerado preconceituoso e
incitador de ódio. No entanto, a Palavra de Deus atesta que há um padrão de vida que é modelo de moralidade
em oposição ao padrão secularizado (2Co 6.14-17; Ef 4.17,18). A Família Cristã deve seguir o protótipo
estabelecido por Deus.
III – A RESISTÊNCIA AO SECULARISMO
3.1 A RESISTÊNCIA ESPIRITUAL. “Na verdade, que já os fundamentos se transtornam; que pode fazer o justo?”
(Sl 11.3). Resistir! Eis a reposta. A Igreja é o baluarte e a finrmeza da verdade (1Tm 3.15), logo, deve se
posicionar como agente de resistência ao Secularismo. Uma das maneiras para se resistir o Secularismo é
através da conservação e exposição da doutrina bíblica ortodoxa. Os membros da Família Cristã devem seguir

1 Protágoras de Abdera (480 – 411 a.C.), finlósofo sofinsta da Grécia Antiga.


a orientação de Paulo a Timóteo: “…permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de
quem o tens aprendido” (2Tm 3.14). Um crente que possui a mente de Cristo (1Co 2.16) jamais se deixará
ludibriar pelas inovações e propostas secularistas, mesmo aquelas que pareçam inofensivas como a sugestão
do sincretismo religioso e da finlosofina da igualdade. Tenhamos como lição a conduta da Igreja primitiva que
perseverava na doutrina dos apóstolos (At 2.42).
3.2 A RESISTÊNCIA MORAL. A Igreja deve andar na contramão do mundo, através da sacralidade da vida cristã.
Os ideais secularistas devem ser rejeitados, pois, “o mundo jaz no maligno” (1Jo 5.19) e jamais devemos nos
adequar a ele (Rm 12.2). Os “finlhos deste mundo” (Lc 16.8) adotaram um estilo de vida desassociado de Deus e
da moralidade. O cristão, como “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5.13,14) deve resistir, moralmente, às
investidas pós-modernistas.
3.3 A RESISTÊNCIA IDEOLÓGICA. As ações secularistas não são atos isolados, são maquinações do “espírito do
mundo” (1Co 2.12) que organiza um sistema com ideologias anticristãs, com objetivo de escravizar a mente
das pessoas com finlosofinas mundanas e diabólicas (Cp. Cl 2.8 – NVI). Dessa forma, a Igreja e a Família Cristã
devem persistir em defender as verdades do Evangelho não apenas vislumbrando à cidadania celestial, mas,
intencionando clarifincar a cosmovisão cristã, a finm de que os crentes estejam aptos a resistir as influuências do
Secularismo, dando testemunho do evangelho, mesmo em ambientes hostis à fé.
IV – CONCLUSÃO
Os ataques à Família Cristã são uma realidade! Estejamos vigilantes, e nos preparemos para contra-atacar.
As pretensões secularistas nos são oferecidas, mas não podemos aceitá-las! Resistamos na fé! O mundo passa
com as suas concupiscências, por isso, a recomendação apostólica é que não devemos amá-lo, nem jamais nos
ajustarmos a ele. Quee a nossa Família permaneça à sombra da cruz e resplandeça como astro neste mundo de
trevas. Amém!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• BÍBLIA, Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 1995.
• BÍBLIA, Bíblia Palavra Chave. Rio de Janeiro, CPAD, 2009.
• CARVALHO, César Moisés. Novos Tempos, Novos Desafinos. Lições da Escola Bíblica Dominical: Rio
de Janeiro, CPAD, 2015.
• CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofina. Rio de Janeiro, Hagnos, 13ª Ed. 2015.
• GILBERTO, Antônio. Os Perigos da Secularização nas Igrejas. Disponível em:
• <httpp://www.cpadnews.com.br/blog/antoniogilberto/?POST_1_26_OS+PERIGOS+DA+SECULARIZA
%E7%E3O+NAS+IGREJAS+(1%AA+PARTE)>. Acesso em 25 Nov. 2022.
• TAYLOR, Charles. Uma Era Secular. São Leopoldo: Unisinos, 2010.
• ULTIMATO. Secularismo – Religiosidade sem Deus e morte espiritual. Estudos Bíblicos Ultimato,
2013. Disponível em:
• <httpps://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/etica/secularismo-religiosidade-sem-deus-e-
morte-espiritual/>. Acesso em: 25 nov. 2022.

Depto. de Família – IEADPE – 2023

Você também pode gostar