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IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE FAMÍLIA DA IEADPE


Pastor Presidente: Ailton José Alves
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TEMA CENTRAL: A FAMÍLIA CRISTÃ SOB INTENSOS ATAQUES DO MAL

A FAMÍLIA CRISTÃ SOB ATAQUE DO RELATIVISMO – Palestra VI


Texto: (Isaías 5.20)

INTRODUÇÃO
Com a indispensável ajuda de Deus, na palestra de hoje, aprenderemos sobre o relativismo e seus
terríveis efeitos. Definniremos o termo, e falaremos também da causa e desdobramentos da teoria relativista
sobre o indivíduo, a sociedade e a família. E, por finm, indicaremos o que podemos fazer para vacinar a nossa
família contra esse terrível mal.
I – O QUE É O RELATIVISMO
Segundo o Houaiss, Relativismo é a doutrina segundo a qual “tal ideia ou tal fato depende das
condições de meio e de tempo, com as quais varia”. O pastor Elinaldo Renovato, teólogo e comentarista de
lições bíblicas da EBD, diz que o relativismo ensina “que nada é certo e nada poder ser considerado errado.
Tudo depende da subjetividade do momento” (2013, p. 18). O relativismo é a negação de que existe um padrão
estabelecido por Deus a ser seguido, na verdade, o homem e não Deus, faz o seu próprio padrão. Não há nada
errado, nem certo, depende do ponto de vista de cada um.
II – A PRINCIPAL CAUSA DO RELATIVISMO
Após a queda, o ser humano distanciado de Deus, passou a relativizar todas as coisas. E, quanto mais
este ser humano se afoga nas práticas pecaminosas, mas ele se enrola em práticas relativistas. Paulo previu
que os últimos dias serão dias trabalhos, pois o ser humano a sociedade seria abundante em vícios e escassa de
virtudes: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens
amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos,
profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (2 Tm 3.1-4).
III – ALGUMAS ÁREAS ATACADAS PELO RELATIVISMO
3.1 Ética e moral. A ideia do relativismo ético-moral, é a de que não há padrão de moralidade para o
indivíduo, ele faz a sua própria moralidade. Nesse caso, a negação de Deus é necessária para estabelecer esse
pensamento pois se “a natureza é tudo o que há, então não há uma fonte transcendente de verdade moral, e
podemos construir nossa própria moralidade. Todo princípio é reduzido a uma preferência pessoal” (COLSON,
2000, p. 39). Israel viveu um tempo assim. A Bíblia relata que logo após a morte de Josué, Israel fincou sem o
líder nacional e um líder espiritual, isto levou o povo a viver o relativismo: “Naqueles dias, não havia rei em
Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Jz 21.25). O resultado foi o desvio de grande
parte da nação (Jz 2.10-23).
3.2 Sexualidade. O relativismo sexual já está em andamento. As pessoas desviadas de Deus, estão tornando
usando a sexualidade de forma deturpada, pervertida e depravada. Atualmente já se prega que não há apenas
dois sexos: macho e fêmea, mas há uma diversidade sexual. Há em andamento através da mídia, do
entretenimento, da política, da música, o projeto de acabar com o padrão sexual binário, tal como Deus criou,
asseverando que cada um manifesta a sua sexualidade como bem desejar. Não satisfeitos em viver assim, tais
pessoas procuram todos os espaços da sociedade para disseminar sua ideia sexuais pervertidas. Paulo disse
que, quando o ser humano dá as costas a Deus, ele perde completamente os freios da moralidade e da
sexualidade e mergulha num poço de iniquidade, que o leva a fazer coisas contrárias à sua própria natureza
(Rm 1.24-32). Quaando pensou e criou o sexo, o Criador estabeleceu o padrão:
PADRÃO DIVINO PARA O SEXO REFERÊNCIA
Heterossexual: Macho e Fêmea Gn 1.27
Monogâmico: Um homem para uma mulher Gn 2.18; I Co 7.2
Monossomático: Unidos através do matrimônio Gn 2.24
Ato conjugal: Sem perversão, pelas vias naturais, Na Bíblia Sagrada encontramos duras reprovações
com equilíbrio e higiene. dirigidas a práticas sexuais pervertidas, tais como:
Zoofinlia (ato sexual com animais) (Lv 18.23); Estupro
(Gn 34.2,7; 2 Sm 13.12); Incesto (ato sexual entre
familiares próximos) (Lv 18.7-19; 1Co 5.1); Pedofinlia
(Ef 4.19-22; Gl 5.19-21); Práticas Sexuais Antinaturais
(1Co 6.19,20; 1Pd 3.7).
3.3 Religiosidade. O relativismo também tem penetrado no âmbito religioso. Hoje já há quem pregue que “não
há apenas um caminho para Deus”; que “não há salvação só em Jesus”; que “a Bíblia não é Palavra de Deus,
mas contém ou torna-se”. Não são poucos os cristãos que estão se deixando engodar por essas falsas
afinrmações. À luz da Bíblia, nossa única regra de fé e prática, podemos asseverar que tais concepções estão
totalmente desconexas. Deus se revela na Bíblia como único Deus verdadeiro (Dt 6.4; Jo 17.3). O sábio disse
que “há caminho que ao homem parece direito, mas o finm dele são os caminhos da morte” (Pv 14.12). Jesus
sendo o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5), disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.
Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Portanto não há salvação fora dele: “E em nenhum outro há
salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos
ser salvos” (At 4.12). Paulo chama a Bíblia de Sagrada Letra, que é divinamente inspirada (2 Tm 3.15,16) e
considera anátema, quem prega outro evangelho (Gl 1.8,9).
IV – EFEITOS DO RELATIVISMO
4.1 No indivíduo. O relativismo produz um tipo de ser humano que não respeita nada nem ninguém. Como
tudo depende do ponto de vista de cada um, e não há padrão, cada pessoa se comporta da forma como bem
desejar. A até uma máxima que diz: “meu corpo, minhas regras”. O apóstolo Pedro disse que neste estágio o
homem, perde os freios (1 Pd 4.4), e se comporta como animal irracional: “Mas estes, como animais
irracionais, que seguem a natureza [...]” (2 Pd 2.12). O absoluto relativismo conduz o ser humano a
autodestruição (Ec 7.17; Rm 1.32; 3.23). A Bíblia é clara em afinrmar que tais indivíduos: (a) estão em trevas (Ef
4.18); perderam a afeição natural (Rm 1.31; 2 Tm 3.3); e, acham normal pecar (Pv 10.23; 1 Pd 4.4)
4.2 Na família. Quaando a visão relativista afeta o ser humano, afeta também a sua família. Atualmente, a
família tem sido o alvo principal do relativismo. Vejamos:
4.2.1 O conceito de família. O próprio conceito de família tem sido relativizado. A ideia natural e tradicional
de que a família é composta de pai, mãe e finlhos, tem sido duramente combatida, na tentativa de substituí-la e
reconfingurá-la pelo novo conceito de que a família é composta por “pessoas que se amam”. O Supremo
Tribunal Federal do Brasil aprovou lei que considera a união homossexual “união estável”, ou, o que é pior,
“entidade familiar”, torcendo e distorcendo o sentido de família, de acordo com a Constituição do País. O
artigo 226, parágrafo 3º da Constituição Federal diz que para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a
união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento. O que estamos vendo é um total desprezo à Palavra de Deus, que considera tais uniões
“abominação ao Senhor” (Lv 18.22; 20.13).
A nossa Declaração de fé (2017, p. 203) diz que: a família é uma instituição criada por Deus, imprescindível à
existência, formação e realização integral do ser humano, sendo composta de pai, mãe e finlho(s) - quando
houver - pois o Criador, ao formar o homem e a mulher, declarou solenemente: “Portanto, deixará o varão o
seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). Deus criou o ser humano
à sua imagem e semelhança e os fez macho e fêmea: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27), demonstrando a sua conformação heterossexual. A
diferenciação dos sexos visa à complementariedade mútua na união conjugal (1Co 11.11), essa
complementariedade mútua necessária à formação do casal e à procriação. Reconhecemos preservada a
família, quando, na ausência do pai e da mãe, os finlhos permanecerem sob os cuidados de parentes próximos
(Et 2.7,15; 1Tm 5.16). Rejeitamos o comportamento pecaminoso da homossexualidade por ser condenada por
Deus nas Escrituras, bem como qualquer confinguração social, que se denomine família, cuja existência se
fundamente em prática, união ou qualquer conduta que atente contra a monogamia e a heterossexualidade
consoante o modelo estabelecido pelo Criador [...] (Mt 19.6).
4.2.2 Os diferentes papéis na família. Não tem sido pregado somente a relativização do conceito de família,
mas também os papéis dos membros da família. Vejamos:
(a) O papel da esposa. Por influuência do feminismo, o papel da mulher no lar tem sido distorcido. A esposa
para ser moderna, não pode aceitar a palavra submissão. Não deve ser do lar. Nem criar finlhos. Ela deve ter
independência finnanceira e se livrar do estereótipo de dona de casa. É preciso, em primeiro lugar, esclarecer
que submeter-se não signifinca inferioridade porque Deus criou homem e mulher à sua imagem, e ambos têm
igual valor (Gn 1.27; 1Co 11.8,9). Paulo faz uma analogia comparando o marido como a cabeça e a esposa
como o corpo, logo, a cabeça não pode viver sem seu respectivo corpo e nem o corpo pode viver sem sua
cabeça um depende do outro (Ef 5.23-24). Em segundo lugar, não há nenhum problema, caso necessário, a
esposa precisar trabalhar para ajudar o esposo nas despesas do lar, entendemos que isto é uma permissão e
não um mandamento. A tarefa de cuidar do lar e dos finlhos é uma tarefa nobre que Deus confinou a fingura
feminina, no caso da esposa sempre auxiliada pela fingura masculina, no caso do esposo. Ser do lado não
deprecia o valor e a importância da mulher, nem trabalhar fora a coloca acima do homem. É preciso entender
que diferentes papéis no lar, são indispensáveis para que a família se desenvolve de forma saudável e assim
sirva de testemunho para outras famílias (Tt 2.3-5).
(b) O papel do esposo. O relativismo também tem atacado a fingura masculina e sua importância no seio
familiar. Em alguns lares, o homem está deixando de ser cabeça, para ser cauda. Afinrmam os defensores do
relativismo que não vivemos mais numa sociedade patriarcal. Historicamente, o termo “patriarcado” signifinca
o governo autocrático do chefe de uma família. Corpo sem cabeça, não sobrevive. O homem ocupa no lar a
função de líder acompanhado de sua esposa. A confinrmação específinca pelo Senhor da liderança de Adão se
pode ver claramente no fato de: o homem ter sido feito primeiro (Gn 1.26); porque lhe foi dada a tarefa de
lavrar a terra (Gn 2.15); de nomear os animais (Gn 2.19,20); ele próprio nomeou a esposa (Gn 2.23); e, foi
chamado a responsabilidade quando pecou (Gn 3.9-12). Geisler (2010, p. 940) diz: “a ordem de autoridade no
lar e na Igreja está baseada no fato e ordem da criação”.
(c) A criação e o papel dos finlhos. Os defensores do relativismo tentam por meio da mídia e da escola, incutir
na cabeça dos finlhos e da família, a forma como devemos criar os nossos finlhos e ainda tentam determinar qual
o papel deles. Ensina-se que não se poder dizer “não aos finlhos”, isto irá frustrá-los que não se deve impor
limites; tampouco, delegar tarefas dentro do lar, isto é trabalho forçado. Tais ensinamentos tem prejudicado a
formação e desenvolvimento dos finlhos. A Bíblia diz que “o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe.”
(Pv 29.15). O fato de Davi nunca ter contraditado Adonias, fez com que ele fosse um finlho malcriado (1 Rs
1.5,6). Filhos, criados sem disciplina, sofrem o juízo divino (1 Sm 2.25). É dever dos finlhos:
• Serem obediente aos pais (Ef 6.1; Cl 3.20);
• Honrarem aos pais (Êx 20.12; Dt 5. 16; 27.15);
• Ajudarem aos pais nos afazeres domésticos (Gn 29.9; Êx 2.16; I Sm 17.15).
4.3 Na sociedade. A sociedade e o mundo influuenciados por tudo que se propaga por meio da mídia, sofre
diariamente, influuências relativistas e caminha sorrateiramente para o abismo. A Bíblia chama de mundo o
sistema dos homens em rebelião contra Deus, que é caracterizado por tudo o que está em oposição a Ele.
Envolve os valores do mundo, seus prazeres, suas atividades e aspirações. João diz sobre esse “mundo” que ele
está no maligno (1Jo 5.19), que rejeitou a Jesus quando Ele veio (Jo 1.10), que não O conhece (1Jo 3.1). Na
Bíblia, nossa regra de fé e prática, encontramos princípios divinos que direcionam e guiam a vida do cristão,
independentemente de sua cultura, status, época etc. (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17). Vejamos, então, qual deve ser
nossa atitude neste mundo: não devemos amar o mundo (1Jo 2.15); não devemos nos conformar com o mundo
(Rm 12.2); e, não devemos ser amigos do mundo (Tg 4.4).
V – O ANTÍDOTO CONTRA O RELATIVISMO
Não podemos evitar que nossa família sofra investidas do diabo, mas podemos blindar a nossa família das suas
astutas ciladas (Ef 6.10,11). Vejamos como podemos proteger nossa família:
(a) Santifincando o lar (Lv 20.26; 2 Co 7.1; 1Ts 4.7);
(b) Praticando o culto doméstico (Dt 6.7-9);
(c) Mantendo uma vida de oração e jejum (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17);
(d) Ensinando a Palavra de Deus no lar (Pv 22.6; At 5.42);
(e) Frequentando os cultos no templo assiduamente (2Cr 7.15,16; Sl 122.1); e,
(f) Vigiando em todo tempo (At 20.31; 1Co 16.13; Cl 4.2; 1Ts 5.6.10; 1Pd 5.8).
CONCLUSÃO
O relativismo absoluto é utópico, pois ninguém vive sem regras. No entanto, o relativismo parcial já está em
andamento, como um projeto diabólico, esquematizado para transtornar o ser humano, a sociedade e a família.
Diante de tal proposta, devemos nos esforçar para que sob a direção da Palavra, com a força do Espírito Santo
possamos conservar a nossa vida e da nossa família blindadas pelo Senhor.

REFERÊNCIAS
• COLSON, Charles et. Al. E agora como viveremos? CPAD.
• RENOVATO, A Família Cristã e os ataques do inimigo. CPAD.
• SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.

Depto. de Família – IEADPE – 2023

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