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IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE FAMÍLIA DA IEADPE


Pastor Presidente: Ailton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP 50.040-000 – Fone: 3084 1526

TEMA CENTRAL: PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA UMA FAMÍLIA ABENÇOADA

O PRINCÍPIO DA ADORAÇÃO E DO SERVIÇO NA FAMÍLIA – PALESTRA IV


Texto: Josué 24.15

INTRODUÇÃO

Desde a criação, Deus estabeleceu a família como sua representante aqui na terra, para dar continuidade ao seu
plano de povoar o planeta e para que a família interagisse com Ele na administração da criação (Gn 1.26,28; 2.19).
De acordo com o projeto divino, toda a família deve estar envolvida no serviço e adoração ao Criador (Gn 4.1-4).
No livro de Gênesis, podemos ver que o Senhor deu atribuições bem claras a cada membro da família (Gn 2.15;
3.16,19,20). Ao homem, Deus deu a dupla missão de provedor e protetor (Gn 2.15); a mulher, além de auxiliar o
homem em suas atribuições, recebeu a honrosa dádiva de gerar filhos (Gn 1.28; 2.18; 3.16; Sl 113.9; Sl 128.1-3).
De acordo com o apóstolo Paulo, por meio do dom de gerar filhos, a mulher é uma colaboradora ativa na obra do
Criador. Toda mãe é chamada a transmitir a vida física, bem como a formação moral, ética e espiritual a sua prole.
Isto seria, por assim dizer, como exercer um tipo de sacerdócio (1Tm 2.15; Pv 31.10-31); aos filhos, foi-lhes dado
a incumbência de ajudarem os pais em suas atribuições (Gn 4.2). Ou seja, a família é o núcleo estabelecido por
Deus como baldrame de sustentação para a sociedade, e não um experimento qualquer da divindade. Por isso, é
imprescindível estudarmos sobre um tema que é tão relevante para os nossos dias.

I – A FAMÍLIA COMO A PRIMEIRA INSTITUIÇÃO ONDE DEUS DEVE SER ADORADO

Cientes de que a família é obra do Criador, não podemos esquecer de que a adoração a Deus deve ser a atividade
precípua da família cristã. Reconhecer a soberania divina e adorar a Deus por aquilo que Ele é e representa para o
ser humano, é dever de toda a família, mas, acima de tudo, um privilégio. Portanto, sendo a família a primeira
instituição humana criada por Deus na terra, jamais deve ser negligente quanto a adoração. Cada membro da família
precisa estar consciente dessa verdade. Vejamos qual deve ser a participação de cada componente da família no ato
de adoração a Deus em família:

1.1 O marido. Este membro da família foi colocado por Deus como cabeça da família e acumula algumas das
principais funções no âmbito familiar (Ef 5.23). Ao marido/pai, compete: a aquisição e manutenção do local de
residência; a manutenção e sustento do lar; a proteção a família, bem como a promoção da moral e da ética na
ambiência do lar (Gn 3.19; 18.19; Ef 5.23; Js 24.15). Entretanto, para além de todas as atribuições acima citadas, o
marido tem a função de sacerdote do lar. Em Abrão, temos um exemplo claro dessa verdade. O patriarca conhecido
como pai de todos os que creem, não descuidava da adoração em família. Durante a sua peregrinação rumo a terra
prometida, aonde chegava com a sua família, cuidava logo de erguer um altar para adorar ao Deus do céu (Gn
12.6-8; 13.18; Rm 4.16). Como marido e pai, você tem sido um promotor da adoração a Deus em teu lar?

1.2 A esposa. Como já vimos em texto anteriormente citado (Gn 2.18), a mulher foi criada por Deus para auxiliar
o seu marido no cumprimento de suas atribuições, e, ao mesmo tempo, dar conta das tarefas atribuídas por Deus,
exclusivamente a ela, como por exemplo, gestar filhos (Gn 3.16). Na ausência do marido/pai, a esposa/mãe, tem
a missão de assumir o controle da condução do lar. Para efeito de ilustração, podemos dizer que a esposa deve
interagir no lar com o marido, como o copiloto interage com o piloto numa aeronave durante o voo. Ambos são
imprescindíveis ao comando da aeronave. Na ausência temporária de qualquer um deles na cabine de comando, o
outro assume o controle. A expressão “adjutora idônea” encontrada em Gn 2.18, denota alguém capaz de prestar
auxílio. Assim, quando da ausência do marido/pai, a esposa/mãe, deve assume a responsabilidade de guiar a família,
inclusive, no que concerne a adoração. Além disso, assim como é atribuição específica do marido/pai a missão de
prover a manutenção e proteção da família, recai sobre a esposa/mãe, não apenas a missão de gestar e criar a prole,
como também de ensinar as primeiras lições aos filhos, educando-os para o exercício da cidadania, mas,
principalmente, ensinando-os a serem tementes a Deus e verdadeiros adoradores (Ex 2.9; Pv 22.6; 2 Tm 1.5). Mãe,
qual tem sido o teu empenho em levar a tua família à prática da adoração a Deus?

1.3 Os filhos. Em Gênesis, também encontramos que os filhos devem ser colaborativos nas tarefas cotidianas do
lar, auxiliando os pais (Gn 4.2). No entanto, devem, também, reservar tempo para participarem ativamente dos
momentos de adoração a Deus. A partir do que nos revela a Bíblia, podemos inferir que Adão e Eva ensinaram a
seus filhos, Caim e Abel, a adoração a Deus. Em que pese o triste episódio que ocorrera envolvendo esses dois
irmãos, podemos ver que eles aprenderam com os seus pais a adorar a Deus e a oferecer-lhe sacrifícios. A Bíblia
diz que Abel, levou o melhor dos rebanhos ao Senhor, e Caim, o melhor das colheita de sua lavoura. Assim,
depreendemos que aquela primeira família não descuidava da adoração (Gn 4.1-7). Filhos, vocês têm contribuído
para o bem-estar de sua família, auxiliando os seus pais nas tarefas diárias, e adorando a Deus em família?

II – A FAMÍLIA COMO O PRIMEIRO LUGAR DE ENSINAMENTO

Antes de os Hebreus entrarem na terra prometida, Deus os instruiu a ensinarem os seus filhos os mandamentos
do Senhor (Dt 6.4-7). É na ambiência do lar que os filhos devem ser instruídos a temer o Criador. Filhos tementes
a Deus, sem dúvida, serão pessoas bem-sucedidas na vida, tanto material quanto espiritualmente!

2.1 Aprendendo os bons comportamentos na família. Em geral, filhos de pais bem-educados aprendem as
virtudes da boa educação com os pais. É no convívio familiar, no dia a dia, que os filhos são treinados para a vida.
Dificilmente, um filho criado num lar desajustado, será uma pessoa bem ajustada. Na escola, a criança recebe o
letramento, aprende a matemática e outras disciplinas escolares, necessárias ao seu futuro profissional, mas é no
lar, que os filhos devem receber os princípios balizadores de sua conduta. A ambiência do lar, é o lugar onde os
pais têm a oportunidade singular de moldar o caráter dos seus filhos. Uma vez perdida essa oportunidade, ela
jamais voltará, e o prejuízo será para toda a vida! Um detalhe muito importante é que, nós, pais, ensinamos muito
mais com nosso exemplo, do que com nossas palavras. Pai, mãe, o que você tem ensinado a teus filhos com o teu
exemplo? Que tipo de pessoas eles serão na vida adulta, se imitarem o teu exemplo? (2 Tm 1.5). O bom exemplo
é o maior legado que os pais podem deixar para os filhos!

2.2 Aplicando os princípios bíblicos na família. Um princípio bíblico é uma verdade absoluta e atemporal,
válida para todas as pessoas em todos os lugares e épocas. Ou seja, são verdades eternas! Por isso, a família que
desejar prosperar, deve pautar a sua conduta por esses princípios. Vivemos numa era denominada de pós-verdade,
onde o relativismo tomou conta da sociedade. As pessoas, elaboram, cada uma, a sua própria “verdade”. Neste
contexto, urge que busquemos ancorar a nossa família nos princípios da palavra de Deus, pois, só assim, estaremos
seguros. Quanto a família, a Bíblia prescreve que o marido deve amar a sua esposa (Ef 5.25; Cl 3.29; 1 Pe 3.7); a
esposa deve sujeitar-se ao seu marido (Ef 5.22; 1 Pe 3.1); e aos filhos, a Bíblia manda honrar e obedecer aos pais
(Ex 20.12; Ef 6.2; Cl 3.20). Se cada membro da família seguir os ditames da palavra de Deus, essa família será
enormemente abençoada (Sl 128).

2.3 Aplicando a disciplina na família. A ausência de disciplina preventiva e corretiva por parte dos pais em
relação aos filhos, tem sido o motivo de tanto sofrimento que tem atingido as famílias em nossos dias. Quem não
se lembra dos filhos do sacerdote Eli, Hofni e Finéias, que não foram corrigidos pelo mau comportamento desde
cedo; não aprenderam a temer o Senhor; e por isso profanaram as coisas sagradas sem nenhum temor, fazendo
com que o juízo divino caísse sobre toda a família (1Sm 2.12-36). Em Pv 29.15, lemos: “...a criança entregue a si mesma,
envergonha a sua mãe.” Por isso mesmo, a palavra exorta dizendo: “Disciplina o teu filho enquanto há esperança...” (Pv
19.18). Quando aplicamos a disciplina preventiva, dificilmente será necessária a corretiva. Portanto, tenhamos
cuidado para não negligenciarmos a disciplina em nossa família, pois, se assim agirmos, poderemos ser
surpreendidos por situações extremamente desagradáveis.
III – A FAMÍLIA SERVINDO AO SENHOR

A família recebeu o privilégio de adorar a Deus e também de servi-lo. Há lugar na obra de Deus para toda
família. É plano de Deus que todos os membros da família estejam envolvidos em sua obra. No Antigo Testamento,
podemos citar as família do patriarcas: Abraão, Isaac e Jacó; a família de Noé; a família de Anrão; a família de
Moisés; a família de Josué e outras que deixaram importantes exemplos, tanto de adoração, como de serviço. No
Novo Testamento, não é diferente, podemos citar a família do sacerdote Zacarias; a família de José; a família de
Lázaro; a família de Jairo; a família de Áquila e muitas outras que serviram ao Senhor com prazer. E a nossa família
está servindo ao Senhor?

3.1 O papel do marido/pai na obra de Deus. O pai de família inevitavelmente prestará contas de sua mordomia
no que concerne a sua Família. Ou seja, a Bíblia declara, que um dia haveremos de prestar contas de todos os dons
que recebemos da parte de Deus (Mt 25.19; 2 Co 5.10). Assim sendo, cada pai de família deve manter-se ocupado
em administrar com fidelidade, os bens que o Senhor lhe outorgou, levando toda a sua família a servir ao Senhor.
A indiferença daquele que é o cabeça da família, no que tange ao serviço cristão, pode prejudicar a vida espiritual
de sua família, desencadeando a negligência generalizada em toda a família. Caro marido/pai, temos governado o
nosso lar com amor, sendo exemplo de fidelidade e serviço a Deus? Seguindo o nosso exemplo, a nossa família
tem sido uma família de verdadeiros adoradores? São perguntas que merecem uma reflexão sincera!

3.2 O papel da esposa/mãe na obra de Deus. Assim como fez Joquebede, Deus espera que cada esposa/mãe
cristã se posicione no sentido de proteger a sua prole das influências maléficas que querem destruir a vida dos
pequeninos, criando-os no temor do Senhor (Ex 2.1-10). A esposa/mãe, detentora de todos os atributos a ela
conferidos por Deus, deve exercer um papel fundamental na formação do caráter e personalidade dos filhos (1 Sm
2.21). Como adjutora do marido, a esposa não pode descuidar de incutir nos pequeninos o princípio do serviço a
Deus. Urge que os lares cristãos voltem a realizar o culto doméstico, pois é uma oportunidade singular para
imprimir na criança os princípios da palavra de Deus (Dt 6.5-9). Enquanto o marido/pai tem a responsabilidade
de suprir todas as necessidades materiais da família, e por isso mesmo estará boa parte do tempo ausente do lar, a
esposa/mãe deve acompanhar o desenvolvimento dos filhos, ensinando-os a fidelidade e o amor pela obra de Deus.
Infelizmente, um número expressivo de mães, dificilmente acompanha os filhos aos cultos infantis, a Escola
Dominical, ao Círculo de Oração Infantil e a outros trabalhos promovidos pela Igreja e que envolve os pequeninos.

3.3 A importância de se encaminhar os filhos à obra de Deus. Alguns olham para os trabalhos com o público
infantil na Igreja como algo de menor importância, até utilizam o diminutivo chamando de “cultinho” infantil,
todavia, constitui-se um grande equívoco pensar assim. O pastor Antônio Gilberto escreveu no seu livro
Evangelismo pessoal: “Quem ganha um ancião para Jesus, ganhou o final de uma vida. Quem ganha um
adulto para Jesus, ganhou a metade de uma vida. Mas quem ganha uma criança para Jesus, ganhou uma
vida inteira.” Portanto, manter as crianças envolvidas com a obra de Deus desde cedo, é uma atitude que produzirá
verdadeiros adoradores e futuros cooperadores à serviço do Reino de Deus (Pv 22.6).

CONCLUSÃO

Que o Eterno Deus nos ajude compreender a importância de mantermos toda a nossa família adorando e
servindo ao Senhor. Que cada membro da nossa família esteja integrado na obra de Deus. Pois o sacrifício vicário
de Cristo foi realizado por todos os homens, mulheres e crianças.

Departamento de Família – Culto para Casais – 2022

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