Você está na página 1de 48

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 4

2. INSTITUCIONALIZAÇÃO OU INSTITUCIONALISMO? ............................................................................. 5

3. DISTINÇÃO CLÁSSICA ENTRE A IGREJA INVISÍVEL E VISÍVEL ................................................................ 5

4. ATRIBUTOS DA IGREJA INVISÍVEL ......................................................................................................... 5

5. ATRIBUTOS DA IGREJA VISÍVEL ............................................................................................................ 6

6. ORGANIZAÇÃO DA IGREJA VISÍVEL ...................................................................................................... 6

6.1.Propósitos da igreja visível (local) ................................................................................................. 7

7. O QUE SIGNIFICA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA? ............................................................................ 7

7.1 . Administração Eclesiástica Sob o Ponto de Vista Bíblico ............................................................ 8

8. OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................. 9

9. A ADMINISTRAÇÃO GERAL ................................................................................................................... 9

9.1 . Administração secular .................................................................................................................. 10

9.2 . Administração Cientifica (Taylor) ................................................................................................ 11

9.3 . Administração Clássica (Fayol) ..................................................................................................... 12

9.4 . Considerações acerca da Teoria Clássica ..................................................................................... 14

9.5 . Administração Eclesiástica ........................................................................................................... 14

9.6 . A Administração Eclesiástica Sob o Ponto de Vista Bíblico ......................................................... 15

10. OS PILARES DA ADMINISTRAÇÃO ....................................................................................................... 16

10.1 . O que é o planejamento .............................................................................................................. 17

10.2 . O que é organizar ......................................................................................................................... 18

10.3 . O que é direção (liderar) .............................................................................................................. 18

10.4 . O que é controle ........................................................................................................................... 19

10.5 . O que é equilíbrio ......................................................................................................................... 20

11. O QUE É ADMINISTRAR? ......................................................................................................................21

12.ADMINISTRAR É A UM SÓ TEMPO: PREVER, ORGANIZAR, COMANDAR, COORDENAR E


CONTROLAR,PREVER .................................................................................................................................21

13.DEFINIÇÕES DE IGREJA .........................................................................................................................22

14.A NATUREZA DA IGREJA .......................................................................................................................23

15. TERMOS BÍBLICOS APLICADOS À IGREJA ............................................................................................23

16. ORGANISMO OU ORGANIZAÇÃO? ......................................................................................................23

17. SISTEMA DE GOVERNO DA IGREJA LOCAL ..........................................................................................24


18. DOUTRINAS BÍBLICAS ..........................................................................................................................25

19. O BATISMO É ADMINISTRADO SÓ A CRENTES ....................................................................................26

20. DEPARTAMENTO FINANCEIRO DA IGREJA ..........................................................................................27

21. REQUISITOS PARA SER MEMBRO DE UMA IGREJA LOCAL .................................................................29


22. OUTRAS MANEIRAS DE SER MEMBRO DE UMA IGREJA LOCAL..........................................................30

23. MANEIRAS DE DEIXAR DE SER MEMBRO DE UMA IGREJA LOCAL ......................................................30

24. FUNÇÕES DO GOVERNO DA IGREJA LOCAL .........................................................................................30

25. TIPOS DE DISCIPLINAS..........................................................................................................................31

26. COMO ORGANIZAR UMA IGREJA LOCAL .............................................................................................32

27. A IGREJA E SUAS ORDENANÇAS ..........................................................................................................33

28. MINISTÉRIO ..........................................................................................................................................35

29. TRABALHO MINISTERIAL EM EQUIPE ..................................................................................................41

CONCLUSÃO ...............................................................................................................................................46

BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................47
4

1. INTRODUÇÃO

Alguns animais vivem totalmente isolados. Não se associam nem com outros da sua
própria espécie, exceto, com a mãe no primeiro período da vida e com a companheira
durante o cio. O ser humano, ao contrário, é gregário. Vive em grupos. Tal associação é
necessária a fim de alcançar objetivos que, individualmente, não seriam possíveis.
Além disso, a própria natureza humana sente necessidade do companheirismo e do
amor. Depois de haver criado Adão, Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só.”
Quem insiste em se isolar luta contra o bom senso e torna-se infeliz. Como disse
Salomão, aquele que se separa insurge-se contra a verdadeira sabedoria. (PV. 18:1).
Contudo, viver em grupo tem também seus problemas e cria novas necessidades. O
primeiro problema é a direção a ser tomada. Se forem muitos os componentes do
grupo, muitas são as cabeças e diversas as opiniões. Por isso, são necessários os
líderes. Não para fazer a sua própria vontade, mas para interpretar a vontade do grupo
e viabilizar sua execução. Esta é uma dura tarefa. Exige sabedoria e bom senso, porque
pode ser que o grupo esteja enganado quanto aos seus propósitos. Por isso, o líder
precisa ter capacidade e preparação superior a média do grupo, a fim de poder
conduzi-lo de modo eficaz. Outra necessidade que surge com o grupo é divisão de
tarefas. É preciso identificar habilidades, talentos e atribuir responsabilidades. A
liderança é necessária em qualquer empreendimento coletivo. A igreja não é uma
exceção. O líder da igreja é, em última instância, o Senhor Jesus. Ele é a cabeça da
igreja. (Ef. 1:20-23). Entretanto, os homens ainda precisam de líderes visíveis; precisam
de modelos humanos e direção humana, uma vez que nem sempre estão aptos a ouvir
a ordem direta de Deus. Por isso, Deus instituiu ministérios na igreja. O que é um
ministério? Quais são os ministérios estabelecidos por Deus? Tal liderança é ainda
necessária nos nossos dias? Como está a realidade das igrejas em relação a tudo isso?
Neste estudo procuraremos respostas a essas questões. Precisamos obtê-las
urgentemente, pois a indefinição nesse assunto tem causado problemas diversos na
obra de Deus e dificultado a expansão do seu Reino.
5

2. INSTITUCIONALIZAÇÃO OU INSTITUCIONALISMO?
Não é errado que a igreja tenha virado uma instituição, cedo ou tarde qualquer
organismo tem que se institucionalizar. Quem critica a igreja não percebe que sua
institucionalização se fez necessária, visto que, a sociedade evoluiu e com ela aqueles
que haviam de salvar “e todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se
haviam de salvar” (At. 2:47b). A igreja cresceu e automaticamente gerou uma
necessidade de maior e melhor organização. O problema não reside na
institucionalização da igreja, e sim, no institucional ismo, quando a máquina
administrativa passa ser prioridade e detrimento da missão da igreja. Nosso alvo não é
negar as imperfeições da igreja instituição, mas conhecer, em profundidade sua razão
e motivação de existência. No que passamos a conhecer, nos tornamos um defensor, e
sobre tudo, passamos amá-la profundamente e a servi-la melhor no mundo.

3. DISTINÇÃO CLÁSSICA ENTRE A IGREJA INVISÍVEL E VISÍVEL


A INVISÍVEL– Ela é o corpo de Cristo, Sua noiva, Sua plenitude, etc.. A Bíblia, no Novo
Testamento, se refere a ela de várias maneiras:
B. Corpo: “Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular”. 1 Co 12:27.

C. Noiva: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos e demos-lhe glória porque vindas são as


bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se aprontou”. Ap. 19:7

D. Plenitude: “E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu
cabeça da Igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos”.
Ef. 1:22-23 Esta Igreja é composta de todos verdadeiros crentes, vivos ou mortos, e
que ainda vão nascer. É a Igreja vista do ponto de vista de Deus. Temos uma visão um
tanto turva dessa Igreja. Ela de fato só pode ser visualizada na integra por Deus.

4. ATRIBUTOS DA IGREJA INVISÍVEL

A. UNA – Só existe uma. Deus não tem duas Igrejas. Assim como Cristo só tem uma
noiva. Só tem um corpo de Cristo. Embora essa Igreja se expresse através de uma
pluralidade de igrejas locais no mundo inteiro, na verdade ela constitui uma única
Igreja;
6

B. INDIVISÍVEL - As divisões só existem na esfera das igrejas locais, as múltiplas


denominações.
C. UNIVERSAL – Ela está presente no mundo inteiro. Não está restrita a uma raça, país
ou etnia.

D. TRIUNFANTE – Ela é vitoriosa, uma vez que Cristo triunfou sobre a morte e o
pecado e tornou possível a todos que nEle crerem triunfarem sobre o mal, sobre o
pecado, sobre o inferno e sobre Satanás

E. PERFEITA – Ela não tem mancha, não tem mácula tampouco ruga. Ela é glorificada.

5. ATRIBUTOS DA IGREJA VISÍVEL

VISÍVEL – A Igreja visível é a expressão no presente da Igreja invisível. É composta de


todos aqueles, que em todo lugar professam a verdadeira religião, que é a fé em Jesus
Cristo; é a casa e a família de Deus neste mundo. Nem todos que fazem parte dessa
igreja fazem parte da outra primeira. O fato de estarem congregando numa
determinada comunidade cristã, de terem os seus nomes arrolados no rol de membros
de uma determinada igreja local não faz destes tais membros da Igreja Invisível de
Deus. Necessário é nascer de novo: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na
verdade te digo que aquele que não nascer de novo,nãopode ver o reino de
Deus(Jo.3:3)
IMPORTANTE: Todo crente verdadeiro que faz parte da Igreja Invisível vai querer fazer
parte da igreja Visível. Você poderá ser questionado: Não seria possível alguém fazer
parte da Igreja Invisível e não fazer parte da Visível. Olha o exemplo do ladrão da cruz,
ele não fez parte de nenhuma igreja? (as exceções justificam as regras).

6. ORGANIZAÇÃO DA IGREJA VISÍVEL

Ela se organiza através de igrejas locais. Estas igrejas geralmente se ligam entre si pelos
laços da mesma religião verdadeira. Ainda que existam algumas divergências, há uma
unidade fundamental entre elas.
7

6.1 Propósitos da Igreja visível (LOCAL)

A. CULTUAR A DEUS (ADORAÇÃO)

Um dos propósitos da existência da igreja visível é organizar os que crêem em Deus


em comunidade para que estes possam exercer a função mais nobre da igreja: Prestar
culto/adoração a Deus.

B. EDIFICAR SEUS MEMBROS (EDUCAÇÃO)

A igreja é composta de pessoas e suas famílias que se converteram a Jesus. Elas


precisam de orientação e de edificação para que estes possam viver como cristãos no
mundo e darem bom testemunho de sua fé em Cristo.

C. EVANGELIZAR O MUNDO (EVANGELIZAÇÃO) Como decorrência do culto


verdadeiro, a missão precípua da Igreja é evangelizar. Através da Igreja Deus chamará
outros para o seu aprisco. Igreja que não evangeliza está TRAINDO a sua missão. É
verdade que quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo é o Espírito
Santo, mas é através da instrumentalidade da Igreja que isto virá acontecer:
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do
Filho, e do Espírito Santo”( Mt. 28:19.)

D .ATENDER AOS POBRES (BENEFICÊNCIA)

A Igreja tem uma missão de ação social. Primeiro os da fé, ainda que não lhe seja
impossibilitado atender a todos. Não praticamos boas obras para a salvação mas sim
porque somos salvos devemos praticá-las para a honra e glória de Deus e para o
bem de nosso próximo.

7. O QUE SIGNIFICA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA?

Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do


pastor no que tange a sua função de líder ou administrador principal da igreja á que
serve. Lembremo-nos de que a igreja é, simultaneamente, ORGANISMO e
ORGANIZAÇÃO. É o povo de Deus organizado num tríplice aspecto: espiritual, social e
econômico, para atender à missão para a qual Deus a constituiu.
8

7.1 Administração Eclesiástica Sob o Ponto de Vista Bíblico

Em muitos casos, a Bíblia tem sido citada por sua demonstração de princípios
administrativos. Um dos exemplos mais notórios é a linha de autoridade
estabelecida por Moisés em atenção ao conselho de Jetro, seu sogro, cerca de mil e
quinhentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo.

Outros exemplos são vistos como no sacerdócio araônico, que foi instituído como um
sumo sacerdote e ordens de sacerdotes sob sua direção, numa variação de categorias.
Davi divide os sacerdotes em vinte e quatro turnos – maiorais do santuário e maiorais
da casa de Deus – 1 Cr. 24.

Segundo o plano de Deus, a autoridade vem dos níveis mais altos para os inferiores.
Ela traz consigo grande responsabilidade, e as pessoas investidas de autoridade são
divinamente ordenadas a usá-la responsavelmente, para os propósitos celestiais.

Assim, a organização é bíblica, é universal; é tão antiga quanto a própria humanidade.


A Arqueologia o tem comprovado. Desde o princípio, os homens sentiram
necessidade de se organizarem em sociedades ou grupos, a fim de proverem os meios
de subsistência e sobrevivência.

No A.T., há ainda muitos outros exemplos de organização e técnica administrativa,


como a gestão de José no Egito, a reconstrução de Jerusalém por Esdras e Neemias,
etc. Salomão recebeu do Senhor todos os dados necessários para a construção do
primeiro templo e para a organização do seu reinado, conforme se observa em 2 Cr. 3.
No período neotestamentário, encontramos Jesus ao iniciar o seu Ministério terreno,
convocando os seus discípulos e auxiliares. Após instruí-los cuidadosamente,
outorgou-lhes autoridade e poder, e os enviou ao campo. Primeiramente, os doze, "às
ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 10.1). Depois, mais setenta, "de dois em dois",
a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir"(Lc 10.1). Antes de multiplicar os
cinco pães, ordenou a seus discípulos que mandassem a multidão assentar-se em
grupos de cem e de cinquenta, naturalmente para lhes facilitar o trabalho.

Na igreja apostólica, os líderes propuseram à "multidão dos discípulos" a instituição


dos diáconos, para "servirem às mesas", a fim de que os apóstolos tivessem tempo
para se dedicarem "à oração e ao ministério da Palavra" (At 6.1-4).

Em certa ocasião, Jesus censurou um homem que iniciou a construção de uma torre
sem verificar se possuía recursos para concluí-la (Lc. 14:30). Isso aponta falta de
9

planejamento. Outro fez grandes planos para encher os seus celeiros (entende-se por
obras seculares)e esqueceu-se da salvação de sua alma (entende-se por trabalho
espiritual). É importante planejar e realizar a primeira, mas não podemos nos esquecer
da principal, a segunda. O apóstolo Paulo, por onde passava, em suas viagens
missionárias, organizava novas igrejas e a cada uma enviava um obreiro capaz e cheio
do Espírito Santo. Escrevendo aos Coríntios disse que "o nosso Deus não é Deus de
confusão", ou de desorganização (1 Co 14.33), e recomendou: "Faça-se tudo
decentemente e com ordem" (1 Co 14.40).

8. OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO

A. Simplificar o trabalho – Há muitas maneiras de se fazer uma coisa, porém devemos


procurar aquela que seja mais prática e eficiente, que melhor corresponda à realidade.

B. Facilitar a produção – Através da simplificação do trabalho conseguimos facilitar a


sua produção e, consequentemente, produzir mais e melhor.

9. A ADMINISTRAÇÃO GERAL

A administração é o ato de governar, exercer autoridade e dispor de um conjunto de


bens, de uma instituição ou uma nação. O termo é amplo e pode fazer referência
tanto ao uso que alguém faz de suas propriedades e bens (ou inclusive das alheias)
até a administração política e econômica de um Estado, passando pela administração
organizacional de uma empresa ou entidade.
A administração deve ocorrer no marco de regras pautadas e no consenso, em geral,
de forma democrática, já que costuma tratar de uma prática de regulação em prol do
progresso comum. No entanto, quando se fala de administrações corruptas ou
fraudulentas se refere a casos que ocorrem em determinado lugar por parte de um
indivíduo ou organização que faz uso de bens ou recursos alheios na contramão da
vontade de seu proprietário.
10

Existem diversas ciências ou disciplinas derivadas deste conceito, por exemplo, a


administração de empresas, que estuda a organização destas instituições e a forma
em que se gerenciam seus recursos e processos, a administração pública, referindo-se
ao gerenciamento de um Estado ou conjunto político a nível comum, regional,
nacional, etc., a administração militar, a financeira, a judicial, a eclesiástica e outras.
Recentemente, tem surgido o conceito de ‘management’ para falar das práticas que
têm lugar, com frequência, em instituições privadas por parte da direção para seus
empregados, isto inclui: capacidades de liderança, de administração de recursos e
finanças, de estruturação organizacional de desenvolvimento de recursos humanos,
de trabalho em equipe, unidade de comando e de direção, de investigação e
avaliação, e de resolução de conflitos, entre outras coisas. O estudo destas práticas
tem a ver com um fim fundamentalmente estratégico em prol da satisfação das
necessidades e desejos dos envolvidos em uma entidade a favor do progresso
econômico da mesma.

9.1 Administração secular

Administração é um processo que consiste nas atividades de planejamento,


organização, direção e controle para alcançar os objetivos utilizando recursos
humanos, materiais e técnicos através de ferramentas técnicas sistematizadas. A
importância da administração se nota em que esta consolida efetividade aos esforços
humanos. A administração ajuda a obter melhorias pessoais, de grupo, de materiais,
econômicas e de relações humanas. Mantém-se a frente das condições de mudanças
e proporciona previsão e também criatividade. O melhoramento na administração é o
seu objetivo constante. Esses aspectos da administração se dão aonde queira que
exista um organismo social, é o processo global de tomada de decisões orientadas a
conseguir os objetivos organizativos de forma eficaz e eficiente, mediante o
planejamento, organização, integração das pessoas envolvidas, direção e controle.
A administração se baseia em técnicas prevendo o futuro, coordenando coisas,
pessoas e sistemas para poder conseguir, por meio da comparação e da hierarquia
um objetivo com eficiência. As decisões tomadas em uma administração é a principal
fonte para lograr boas inversões e resultados ainda melhores.
Para que exista um sentido de satisfação também deve existir um objetivo, o que dá
um propósito ao esforço. O objetivo deve ter um significado e possuir valor, dessa

11
forma o objetivo é um objetivo administrativo é uma mera que se fixa que requer um
campo de ação definido e que sugira a orientação para os esforços de um
administrador.
Na administração os objetivos são de suma importância para chegar aos resultados
que se requer, e a falta de objetivos faz com que a administração seja totalmente
desnecessária. Os objetivos básicos da administração são requisitos prévios para
determinar qualquer curso de ação e devem ser definidos com clareza para que sejam
compreendidos por todos os membros de uma empresa, neste caso específico.
A administração não somente nasceu com a humanidade senão que se estende ao
mesmo tempo a todos os âmbitos geográficos e pelo seu caráter universal, a
encontramos presente em todas as partes, ou seja, aonde exista um organismo social,
ali também estará presente à administração.
Administração é imprescindível num organismo que queira se desenvolver e crescer.
Baseados na organização os resultados desses organismos estão dados ao sucesso.

9.2 Administração Científica (Taylor)

A administração científica é um modelo de administração criado pelo americano


Frederick Winslow Taylor, aproximadamente em 1880, e que se baseava na aplicação
de um método cientifico, procurando garantir o melhor custo/beneficio dos sistemas
produtivos.
Grande parte das corporações mundiais que conhecemos hoje foi impulsionada ou
transformada pela Revolução Industrial.
Na virada do século XIX, Taylor desenvolveu estudos a respeito de técnicas de
racionalização do trabalho do operário.
A característica mais marcante do estudo de Taylor é a busca de uma organização
científica do trabalho, enfatizando tempos e métodos e por isso é visto como o
precursor da Teoria da Administração Científica.
Taylor defendia os seguintes princípios:
 Seleção Cientifica do Trabalhador – O trabalhador deve desempenhar a tarefa
mais compatível com suas aptidões.
 Tempo-padrão – O trabalhador deve atingir no mínimo a produção - padrão
estabelecido pela gerência.

12
 Plano de Incentivo salarial – A remuneração dos funcionários deve ser proporcional
ao número de unidades produzidas.
 Trabalho em conjunto – Os interesses dos funcionários (altos salários) e da
administração (baixo custo de produção) podem ser conciliados, pois quando o
trabalhador produz muito, sua remuneração aumenta e a produtividade da
empresa também.
 Gerentes Planejam Operários Executam – o planejamento deve ser de
responsabilidade exclusiva da gerencia, enquanto a execução cabe aos operários
e seus supervisores.
 Divisão do Trabalho – Uma tarefa deve ser dividida no maior número possível de
subtarefas. Quanto menor e mais simples a tarefa, maior será a habilidade do
operário em executar a tarefa.
 Supervisão – Também deve ser funcional, ou seja, especializada por área. A
função básica do supervisor, como o próprio nome indica, é controlar o trabalho
dos funcionários.
 Ênfase na eficiência – Existe uma única maneira certa de executar uma tarefa (the
Best way). Para descobrir-la, a administração deve empreender um estudo de
tempos e métodos, decompondo os movimentos das tarefas executadas pelos
trabalhadores.
 Enfoque mecanicista do ser humano – A visão da organização como uma máquina.
A partir dessa concepção, cada funcionário é considerado uma mera engrenagem
no corpo da empresa, tendo desrespeitada sua condição de ser humano.
 Homo economicus – o incentivo monetário, apesar de importante, não se revela
suficiente para promover a satisfação dos trabalhadores. O reconhecimento do
trabalho, os incentivos morais e a auto – realização são aspectos fundamentais.
 Superespecialização do operário – com a fragmentação das tarefas, a qualificação
do funcionário passa a ser supérflua. Ele passa a desenvolver tarefas cada vez
mais repetitivas, monótonas e desarticuladas do processo como um todo.
 Exploração dos empregados – A administração Cientifica legitima a exploração dos
operários, em prol dos interesses patronais.

9.3 Administração Clássica (Fayol)

Em 1910, surgia na França e espraiando-se pela Europa a Teoria Clássica da


Administração com o engenheiro francês Henry Fayol que defendia princípios
semelhantes na Europa da teoria científica.

13
Fayol relacionou quatorze princípios básicos, que podem ser estudados de forma
complementar a de Taylor.
 Divisão do Trabalho – a especialização dos funcionários, dos executivos da
administração aos operários da fábrica, favorece a eficiência na produção,
aumentando a produtividade.
Autoridade e Responsabilidade – autoridade é o direito dos superiores hierárquicos
de dar ordens que serão supostamente obedecidas; responsabilidade é a
contrapartida da autoridade.
 Unidade de Direção – o controle único é possibilitado com a aplicação de um plano
para o grupos de atividades com os mesmos objetivos.
 Unidade de Comando – um empregado deve receber ordens de apenas um
supervisor, evitando contra-ordens.
 Disciplina – necessidade de se estabelecer normas de conduta e de trabalho,
válidas para todos os funcionários. A ausência de disciplina joga a organização no
caos.
 Prevalência dos interesses Gerais – os interesses gerais da corporação devem
prevalecer sobre os interesses individuais.
 Remuneração – deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da
organização.
 Centralização – as atividades cruciais da organização e a autoridade para a sua
adoção devem ser centralizadas.
 Hierarquia (cadeia Escalar) – defesa incondicional da estrutura hierárquica,
respeitando á risca uma linha de autoridade fixa.
 Ordem – deve ser mantida em toda a organização, preservando um lugar para
cada coisa (pessoa) e cada coisa (pessoa)em seu lugar.
 Equidade – a justiça deve prevalecer também no ambiente de trabalho, justificando
a lealdade e a devoção dos funcionários a empresa.
 Estabilidade dos funcionários – a alta rotatividade do pessoal tem conseqüências
negativas sobre o desempenho da organização e o moral dos trabalhadores.
 Iniciativa – deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e
cumpri-lo.
 Espírito de Corpo – (“Sprit de corps”) – O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela
comunicação dentro das equipes.Os componentes de um mesmo grupo precisam
ter consciência consciências de classe, para com isso defender seus propósitos.

14
Ao lado dos princípios gerais, Fayol enunciou as funções precípuas da gerência
administrativa. O conjunto das funções administrativas forma o processo
administrativo. São elas: Planejar, Comandar, Organizar, Controlar.

9.4 Considerações acerca da Teoria Clássica

Obsessão pelo comando - Fayol centrou seus estudos na unidade do comando, na


autoridade e na responsabilidade.
A empresa como sistema fechado – outra crítica freqüentemente endereçada à
administração clássica é que considerava a empresa como um sistema fechado.
Não é raro encontrarmos a utilização indistinta dos termos administração cientifica e
administração clássica. Entretanto, as diferenças entre as duas são patentes.
 A administração cientifica surgiu no chão da fábrica. Conforme o próprio nome
indica, preconizava a adoção de métodos racionais e padronizados, a máxima
divisão de tarefas e o enfoque centrado na produção.
 A administração clássica, que teve origem na alta administração, enfatiza a
estrutura formal da organização e a adoção de princípios e funções administrativas
necessárias à realização do trabalho.

9.5 Administração Eclesiástica

Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do


pastor no que tange a sua função de líder ou administrador principal da igreja á que
serve. Lembremo-nos de que a igreja é, simultaneamente, ORGANISMO e
ORGANIZAÇÃO. É o povo de Deus organizado num tríplice aspecto: espiritual, social e
econômico, para atender à missão para a qual Deus a constituiu. Em toda a Palavra de
Deus percebe-se a ordem e a organização, de fato, tanto no Antigo Testamento como
no Novo, percebe-se uma estrutura organizacional e administrativa regendo e
conduzindo Seu povo e Sua Igreja.
Desde o início dos primeiros grupos sociais, a fim de conduzir bem os trabalhos, criou
se a necessidade de estabelecer uma escala de comando cuja função seria dirigir e
gerir esses trabalhos coletivos. Diga se de passagem, que a Igreja é um agrupamento
humano com um objetivo a ser alcançado, um propósito a ser atingido, um alvo para

15
cumprir. A administração é necessária, pois desde muito cedo se verificou que é
impossível ao homem realizar a maioria das atividades que a própria sobrevivência
lhe exigia, sem o auxílio de outras pessoas. Mas esse auxílio só poderia ser eficaz em
determinadas circunstâncias, que pouco a pouco passou a conhecer. Como resultado
imediato, surgiu um conjunto de atividades e de atitudes que tomaria o nome de
administração e que, com o decorrer do tempo, se transformou num campo definido
de conhecimentos científicos. Muitos autores têm negado que a administração
constitua uma ciência na exata expressão da palavra. Na verdade, toda ciência se
caracteriza pelo conhecimento metodizado da verdade em relação a um conjunto
definido de fenômenos ou fatos. Se bem que, como todas as ciências sociais, a
administração apresente uma grande complexidade, devido aos inúmeros fatores
integrantes de seus fenômenos.

9.6 A Administração Eclesiástica Sob o Ponto de Vista Bíblico

Em muitos casos, a Bíblia tem sido citada por sua demonstração de princípios
administrativos. Um dos exemplos mais notórios é a linha de autoridade estabelecida por
Moisés em atenção ao conselho de Jetro, seu sogro, cerca de mil e quinhentos anos antes
do nascimento de Jesus Cristo. Outros exemplos são vistos como no sacerdócio araônico,
que foi instituído como um sumo sacerdote e ordens de sacerdotes sob sua direção, numa
variação de categorias. Davi divide os sacerdotes em vinte e quatro turnos – maiorais do
santuário e maiorais da casa de Deus – 1 Cr. 24.
Segundo o plano de Deus, a autoridade vem dos níveis mais altos para os inferiores. Ela
traz consigo grande responsabilidade, e as pessoas investidas de autoridade são
divinamente ordenadas a usá-la responsavelmente, para os propósitos celestiais. Assim, a
organização é bíblica, é universal; é tão antiga quanto a própria humanidade. A
Arqueologia o tem comprovado. Desde o princípio, os homens sentiram necessidade de
se organizarem em sociedades ou grupos, a fim de proverem os meios de subsistência e
sobrevivência.
No A.T., há ainda muitos outros exemplos de organização e técnica administrativa, como a
gestão de José no Egito, a reconstrução de Jerusalém por Esdras e Neemias, etc. Salomão
recebeu do Senhor todos os dados necessários para a construção do primeiro templo e
para a organização do seu reinado, conforme se observa em 2 Cr 3.

16
No período neotestamentário, encontramos Jesus ao iniciar o seu Ministério terreno,
convocando os seus discípulos e auxiliares. Após instruí-los cuidadosamente, outorgou-
lhes autoridade e poder, e os enviou ao campo. Primeiramente, os doze, "às ovelhas
perdidas da casa de Israel" (Mt 10.1). Depois, mais setenta, "de dois em dois", a todas as
cidades e lugares aonde Ele havia de ir"(Lc 10.1). Antes de multiplicar os cinco pães,
ordenou a seus discípulos que mandassem a multidão assentar-se em grupos de cem e de
cinqüenta, naturalmente para lhes facilitar o trabalho.
Na igreja apostólica, os líderes propuseram à "multidão dos discípulos" a instituição dos
diáconos, para "servirem às mesas", a fim de que os apóstolos tivessem tempo para se
dedicarem "à oração e ao ministério da Palavra" (At 6.1-4).
Em certa ocasião, Jesus censurou um homem que iniciou a construção de uma torre sem
verificar se possuía recursos para concluí-la (Lc. 14:30). Isso aponta falta de
planejamento. Outro fez grandes planos para encher os seus celeiros (entende-se por
obras seculares)e esqueceu-se da salvação de sua alma (entende-se por trabalho
espiritual). É importante planejar e realizar a primeira, mas não podemos nos esquecer
da principal, a segunda.
O apóstolo Paulo, por onde passava, em suas viagens missionárias, organizava novas
igrejas e a cada uma enviava um obreiro capaz e cheio do Espírito Santo. Escrevendo aos
Coríntios disse que "o nosso Deus não é Deus de confusão", ou de desorganização (1 Co
14.33), e recomendou: "Faça-se tudo decentemente e com ordem" (1 Co 14.40).

10. OS PILARES DA ADMINISTRAÇÃO

Henri Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador: planejar,


organizar, coordenar, comandar e controlar (POCCC). Além de Fayol, Frederick Taylor,
Henry Ford e Max Weber contribuíram, com teorias, nos primórdios da Administração.
Atualmente, sobretudo, com as contribuições da Abordagem Neoclássica da
Administração, em que um dos maiores nomes é Peter Drucker, os princípios foram
retrabalhados e são conhecidos como Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar (PODC).
Ressalta-se, então, que, destas funções, as que sofreram transformações na forma
de abordar foram "comandar e coordenar" que, atualmente, são chamadas apenas
de "dirigir" (Liderança).

17

10.1 O que é o planejamento


É preparar-se para o futuro com a necessária antecedência através de programas
de ação. É predeterminar um curso de ação. Jesus ensinou que é melhor construir
sobre uma rocha que sobre a areia (Mt 7.24-27), por isso a necessidade de
planejar.
Algumas ações, muito simples até, podem ser o grande diferencial do resultado
obtido. Podemos observar que muitos problemas poderiam ser evitados se
pequenas intervenções fossem adotadas.

Planejar não é apenas pensar em fazer algo, isso é uma ideia. A essência do
planejamento perpassa pela execução de tarefas simples como definir quem,
como, quando e quanto custa por a ideia em prática. Em um dos diversos
entendimentos do planejar, destaco o que infere que quem planeja delibera de
forma prévia, ou seja, toma decisões antes das situações acontecerem. Planejar é
um ato simples, mas, requer um minucioso cuidado com os detalhes, é um esforço
que vale muito a pena. Deixar de planejar é viver sempre apagando incêndios,
resolvendo tudo em cima da hora, ou como vemos corriqueiramente, não tendo
tempo para resolver.

Planejamento é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto


de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade
um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões
antecipadamente. Essas ações devem ser identificadas de moda a permitir que
elas sejam executadas de forma adequada e considerando aspectos como o prazo,
custos, qualidade, segurança, desempenho e outras condicionantes. Um
planejamento bem realizado oferece inúmeras vantagens à equipe de projetos.
Tais como:
 Permite controle apropriado;
 Produtos e serviços entregues conforme requisitos exigidos pelo cliente;
 Melhor coordenação das interfaces do projeto;
 Possibilita resolução antecipada de problemas e conflitos; e
 Propicia um grau mais elevado de assertividade nas tomadas de decisão.
 “Praparar-se para o inevitável, prevenindo o indesejável e controlando o que for
controlável” (Peter Drucker).

18
É em resumo, o tempo dedicado ao planejamento é vital para evitar problemas na
fase de execução. O objetivo central do planejamento é minimizar a necessidade
de revisões durante a execução.

10.2 O que é organizar

Organizar é algo que nem todos tem o dom de fazer, mas, todos nascem com um
senso mínimo de organização. Utilizo o termo dom, por que algumas pessoas
parecem alcançar uma virtude magistral em organizar, tornam tal ação
semelhante a obras de intrínseca inspiração artística. Além destes artistas, ter um
mínimo de organização em qualquer atividade a ser desenvolvida conduz ao que
denominamos ponto satisfatório de resultado. Organizar é determinar os pontos
quem faz e quando faz, por isso, estruturar uma ordem para as ações a serem
implementadas estipula, dentro de um processo, quais atribuições e
responsabilidades cada elemento tem. Organizar é também dar forma ao conjunto
das ações construindo um itinerário a ser percorrido levando em consideração o
ponto de partida e o destino estipulado pelo planejamento.
Organizar é colocar em prática tudo aquilo que foi planejado. Organizando os
recursos da empresa. Ou seja, definir de que maneira o projeto será feito e
distribuí-lo entre os departamentos e profissionais correspondentes. Aí, entra em
jogo a produtividade e eficiência, isto é, fazer o trabalho no menor tempo e com o
menor desperdício possível – sem prejudicar a qualidade de entrega, é claro.
É Para essa função, obviamente, o administrador precisa de uma ótima capacidade
de organização – individual e coletiva. Visão sistêmica e um bom conhecimento
sobre os processos produtivos do setor da empresa também são características
essenciais.

10.3 O que é direção (liderar)

É Dirigir é sem dúvida uma das tarefas mais meticulosas dentro de um processo,
pois é exatamente a definição de como as atividades serão desenvolvidas. Dirigir é
determinar a cadência, o ritmo, à velocidade em que será percorrido o caminho
que leva ao alcance do objetivo estipulado. Dirigir é dar identidade ao processo,
pois é o fazer acontecer, é a ação sendo de fato realizada. E por isso não se podem

19
pular as etapas anteriores, pois, para agir se faz necessário saber quem faz e
quando se dará tal ação.
É dirigir significa liderar. Ou seja, a capacidade de mobilizar os recursos humanos
para que os resultados desejados sejam alcançados. Aqui, não estamos falando
apenas de distribuir as tarefas, mas sim de influenciar e motivar os funcionários da
empresa de maneira positiva.
Muitos administradores que são brilhantes nas outras três funções deixam a
desejar nessa. É por isso que você já deve ter ouvido falar que nem todo
administrador é um líder. Para liderar, você vai precisar, sobretudo, de muita
inteligência emocional, que é a capacidade de perceber as emoções dos outros e
comunicar as suas. É uma questão de fazer o possível para manter os funcionários
satisfeitos coletivamente, sem prejudicar as finanças da empresa.

10.4 O que é controle

Controlar é inspecionar, medir, avaliar, mensurar, é observar se todo o processo


está de fato conduzindo ao sucesso. Sempre é necessário analisar, um processo
que não é inspecionado tende a desenvolver defeitos que o tornarão
completamente infrutífero, ou pior, gerará frutos completamente daníficos. O que
é avaliado pode ser corrigido, tendo por base as premissas do que foi planejado,
todavia, o que não é inspecionado tende a auferir um grau de soberba dada a sua
autossuficiência de gerenciamento. Independente do processo quer seja físico,
humano, mecânico ou sistêmico, todos adquirem vícios ao longo de suas
repetições e são estes vícios que precisam ser prostrados ante as diretrizes do
controle. Tudo que não é controlado tende a ruir.

Você planejou, organizou e delegou as tarefas. Isso tudo não é garantia de que, na
prática, o trabalho será bem executado e dará os resultados previstos. Para isso,
existe o controle. Ele envolve a criação de padrões de desempenho, medição do
desempenho atual, a comparação entre o desempenho padrão e o atual e as
possíveis ações corretivas para redirecionar os esforços no caminho dos objetivos
inicialmente traçados.
Para controlar a organização, ajuda muito ter uma boa capacidade de análise, mas,
assim como no planejamento, é fundamental se basear em números. Quanto mais

20

indicadores técnicos você tiver, melhores condições terá de fazer uma avaliação
fidedigna da situação da organização.
Mas lembre-se que a frieza dos números também pode enganar – use a sua
capacidade de observação para interpretar as planilhas.

10.5 Equilíbrio

Assim como há administradores que não têm perfil de liderança, como falamos
anteriormente, há aqueles que sabem liderar e cativar como poucos, mas não têm
organização o suficiente para colocar os projetos planejados em prática. Ou então
sabem organizar muito bem, mas sofrem no controle, pois não sabem estabelecer
e comparar parâmetros para saber se está tudo certo. O que isso quer dizer é que
não adianta ser um gênio em uma função e um fracasso na outra. Portanto,
procure trabalhar cada uma dessas capacidades para dar à sua comunidade
religiosa a estabilidade que ela precisa.
21

11. O QUE É ADMINISTRAR?

Administrar não é fazer "mil coisas". É a "ciência de gerar um organismo retirando-o da


inércia, levando-o a melhor funcionalização dos recursos que justificaram sua criação,
com o menor dispêndio (gasto) e sem lhe comprometer o futuro".

É distribuir as responsabilidades e não "executar todas as tarefas". É fazer com que


todos participem do trabalho. O bom administrador leva as pessoas a realizar suas
tarefas cada vez melhor e a se realizarem no trabalho.

Muitos pretendem tratar pessoalmente dos detalhes mínimos da organização da


igreja, e, diante do total insucesso, passam a expressar sua frustração dizendo: “esta
não é a minha missão, meu trabalho é ganhar almas, abandonarei tudo e me dedicarei
inteiramente às coisas espirituais”.

Jesus sempre procurou obter a ajuda de outras pessoas. Quando as talhas estavam
vazias, Ele disse: “Enchei as talhas” (Jo. 2:7). Quando a pedra cobria o túmulo de
Lázaro, disse: “Tirai a pedra” (Lc. 11:39). Quando alimentou cinco mil pessoas,
pediu aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobejaram” (Jo. 6:12).

A realidade do trabalho do administrador é ajudar as pessoas a crescer, auxiliá-las


a fazer o trabalho, em vez de executá-lo ele mesmo. Muitas vezes pensamos que o
administrador trabalha muito, mas a sua missão principal é motivar outras pessoas
para o trabalho.

12. ADMINISTRAR É A UM SÓ TEMPO: PREVER, ORGANIZAR,


COMANDAR, COORDENAR E CONTROLAR,PREVER

É preparar-se para o futuro com a necessária antecedência através de programas de


ação. É predeterminar um curso de ação. Jesus ensinou que é melhor construir sobre
uma rocha que sobre a areia (Mt 7.24-27). Dentro do planejamento temos as seguintes
atividades:

A.Organizar
É reunir meios e recursos materiais e humanos, distribuídos racionalmente e de tal
forma harmonizados que possam funcionar como um todo, e sem dissolução de
continuidade.
22

B.Comandar

É determinar as providências a fim de que toda a organização funcione de acordo com


as normas vigentes.

C.Coordenar

É manter o organismo em funcionamento homogêneo e integrado em suas diversas


atividades. É proporcionar o desenvolvimento de cada órgão, procurando manter o
equilíbrio do sistema operacional. Dessa forma evitar-se-ão atritos, perda de tempo e
complicações indesejáveis.

D.Controlar
Avaliar e regular o trabalho em andamento e acabado.

13. DEFINIÇÕES DE IGREJA

O Antigo Testamento emprega duas palavras para designar a Igreja: "qahal" (chamar)

e "edhah" (indicar, encontrar-se ou reunir-se num lugar indicado). Na Septuaginta a


palavra "qahal" é traduzida mais de cem vezes por "ekklêsia". Isto pode ser visto
em Nm. 16.3; Dt. 9.10.

O Novo Testamento também emprega duas palavras para Igreja: "ekklêsia" (chamar,
chamar para fora, convocar) e "sunagoge" (reunir-se ou reunir). Isto pode ser
comprovado em Mt. 4.23; At. 13.43; Ap. 2.9; 3.9; Ef. 2.19.

Quer nos refiramos aos termos hebraicos ou gregos, o significado essencial continua
sendo o mesmo: A Igreja consiste naqueles que foram chamados para fora do
mundo, do pecado e da vida alienada de Deus, os quais mediante a obra de Cristo na
sua Redenção foi reunida como uma comunidade de fé que compartilha das bênçãos
e responsabilidades de servir ao Senhor.

A palavra grega "kuriakos" (pertencentes ao Senhor), que aparece apenas duas vezes
no Novo Testamento (1 Co. 11.20; Ap. 1.10), deu origem a palavra church (igreja em
inglês), kirche (alemão) e kirk (escocês).
23

14. A NATUREZA DA IGREJA

A natureza da igreja é por demais extensivas para ser englobada em poucas palavras e
simples definições. A Bíblia emprega numerosas descrições metafóricas da Igreja,
sendo que cada uma delas retrata um aspecto diferente do que ela é e do que é
chamada a fazer.

15. TERMOS BÍBLICOS APLICADOS À IGREJA

A. Povo de Deus. Paulo aproveita a descrição de Israel como povo de Deus aplicando a
Igreja (2 Co 6.16; cf. Lv 26.12; 1 Pd 2.9,10; cf. Dt 10.15; Os 1.10). Alude-se ao povo de
Deus de outras maneiras. Algumas delas merecem ser mencionadas: Santos (1 Co 1.2);
Crentes, Irmãos e Discípulos (Jo 8.31).
B Corpo de Cristo. Figura bíblica da máxima relevância para representar a Igreja (1 Co
12.12, 27-33; Rm 12.4). A maior lição desta figura da Igreja é a da diversidade na
unidade.
C. Templo do Espírito. Uma figura muito significativa da Igreja onde Cristo é a pedra de
esquina (1 Co 3.11,16,17; 6.19; Ef 2.20,21; cf. 1 Pd 2.6,7).
D. Outras figuras. Além das mencionadas podemos encontrar figuras da Igreja no N.T:
Sacerdócio dos crentes (1 Pd 2.5,9); Noiva de Cristo (Ef 5. 23-32); Rebanho (Jo 10.1-18)
e Videira (Jo 15.1-8).

16. ORGANISMO OU ORGANIZAÇÃO?


A igreja deve ser considerada um organismo, algo que possui e gera vida, ou uma
organização, caracterizada pela estrutura e pela forma? O exame da igreja do Novo
Testamento revelará certamente aspectos que favorecem o conceito de “organismo”.
Por outro lado, o mesmo exame revelará que a igreja, desde o seu início, se
apresentava com certo grau de estrutura operacional. Os dois conceitos se completam
mutuamente.

24
17. SISTEMA DE GOVERNO DA IGREJA LOCAL

Durante os séculos surgiram várias formas de governo de uma igreja, mas todas elas
carecem de base bíblica. Temos 4 mais utilizados:
A.O TIPO MONÁRQUICO

Entende-se que só um governa. A Igreja Romana segue esse tipo de governo. Seu chefe
supremo é o Papa. Segundo a Igreja ele é infalível. As decisões são tomadas pela
hierarquia e o povo só tem que ouvir e obedecer. É famosa a frase: “Roma locuta est,
causa finita est” – “Roma falou, está falado”.
B.O TIPO EPISCOPAL

Episcopal se origina de epíscopos, de origem grega que significa bispo. Usada para
designar a pessoa que superintendia.

Nesse sistema a igreja é governada pelos bispos. Ela não é autônoma nem soberana, mas
depende dos bispos que formam o Colégio Episcopal. Várias denominações adotam esse
tipo de governo, das quais as principais são a Episcopal e a Metodista, a primeira com
fortes desvios doutrinários, como por exemplo: a união afetiva de homossexuais e a
ordenação destes para o exercício do ministério.
C.O TIPO OLIGÁRQUICO

O termo é derivado do composto oligos – pouco – e archê – governo. Oligarquia é o


governo exercido por poucas pessoas. Um pequeno grupo, uma elite controla toda a
congregação. Temos como exemplo os nossos irmãos presbiterianos, em que aos
presbíteros é entregue o governo da igreja.

D.O TIPO CONGREGACIONAL

Todos os membros têm direitos iguais. Os oficiais eleitos pela igreja apresentam-lhe
relatórios de suas atividades quando solicitados e todos podem opinar sobre eles. Os
Batistas adotam esse tipo de governo, que é encontrado na Bíblia. A congregação cabe o
direito de gerir os seus negócios dentro da pura democracia. São os crentes que decidem,
em assembleia, respeitam decisão da maioria e aceitam a decisão da igreja como a ação
final.

A igreja na sua relação para com Deus fica sob a égide do governo teocrático, mas em sua
relação para com seus membros exerce o governo democrático.
25

E.Texto que fundamentam o governo congregacional:


VT – A escolha dos homens sábios e experimentados – Dt. 1:15;
NT – A escolha do sucessor de Judas – At. 1:23-26;
NT - O primeiro concílio da igreja – At. 15: 1-33;
NT – A escolha dos diáconos – At. 6: 1-6.

18. DOUTRINAS BÍBLICAS

A. A soberania de Cristo – Ainda que reconheçamos o valor dos credos, nos


fundamentamos na absoluta autoridade de Cristo. Nossa base é: “Jesus Cristo é o
Senhor” (Fl.2:10-11). Ele é o cabeça da Igreja. A Igreja é o seu corpo, se subordina a
Cristo; a mais ninguém.

B. A autoridade e a suficiência da Palavra de Deus – É o nosso único manual de regra,


fé e prática. Nos baseamos no que a Bíblia ensina. Conhecer a Bíblia, encará-la e aplicá-
la à vida pessoal é o dever de cada crente.

C. A competência de cada alma – Cada pessoa é competente para aproximar-se de


Deus, não necessitando de intermédios humanos, uma vez que a Bíblia diz: “Porque há
(...) um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem” (1 Tm. 2:5). O
batismo infantil, a crença por procuração ou transferência e outros são condenados
por essa doutrina por apontar para o que a Bíblia diz: “(...) cada um de nós dará conta
de si mesmo a Deus” (Rm. 14:12). Cada crente é, perante a Deus, o seu próprio
sacerdote, não necessitando de intermediário.

D. A igreja se compõe de pessoas convertidas – A essência da igreja é de ser composta


por aquele que creem no Senhor Jesus, os salvos. Somente deverão constar no rol de
Membros aqueles que dão pública confissão de fé pelo batismo: “E cada dia
acrescentava-lhes 0 Senhor os que iam sendo salvos” (At. 2:47).

E. A igreja é uma democracia – Todos os membros da igreja têm os mesmos


privilégios, os mesmos direitos e as mesmas responsabilidades. A igreja é que julga
os seus próprios atos, estando sujeita unicamente a Cristo.

F. O simbolismo das ordenanças – O batismo e a ceia não são sacramentos, mas


apenas ordenanças. Estas ordenanças não conferem graça. Não há virtude neles.
26

Entende-se a luz da Bíblia que o batismo simboliza o início da vida cristã, a


inauguração pública, a ceia simboliza a sua continuação.

Nota – Os Sacramentos da Igreja Católica - Ritual destinada aos fiéis, para receberem a
graça de Deus, e destinado também a conferir sacralidade a certos momentos e
situações da vida cristã. Segundo os romancistas, eles foram instituídos por Jesus
Cristo como: "sinais sensíveis e eficazes da graça [...] mediante os quais nos é
concedida a vida divina ou a salvação e foram confiados à Igreja *...+” (Compêndio do
Catecismo, Vaticano: Igreja Católica Romana, 2005, p. 229). São eles:
Batismo;

Confirmação (crisma);
Eucaristia (ceia);

Reconciliação (penitência);
Unção dos Enfermos;

Ordem (Episcopado, Presbiterado e


Diaconato); Matrimônio.
Refutação: Ef. 2:8-9

19. O BATISMO É ADMINISTRADO SÓ A CRENTES

Sós aquelas pessoas que nasceram de novo têm direito ao batismo. De acordo com a
Bíblia, só eram batizados os que criam e confessavam os seus pecados. Diz Atos 8:12
que os homens e mulheres quando criam eram batizados. Percebe-se sem profunda
exegese que crianças não são relatadas, visto que, elas não têm capacidade plena
para tomarem decisões, neste caso, de se arrependerem, até porque, elas ainda não
entendem em sua plenitude o que é certo ou errado aos olhos de Deus.

A. O Batismo por imersão – Sendo coerente com o que a Bíblia ensina, o batismo tem
que ser por imersão. Vários textos do NT dão exemplos: Jesus foi batizado em água “e,
sendo Jesus batizado, saiu logo da água...” (Mt. 3:16). O eunuco foi batizado em água
(At. 8:38). João Batista, apelidado “o Mergulhador”, dizia: “... vim batizando em água”
(Jo. 1:31). João também batizava “... em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas
27

águas; e o povo ia e se batizava” (Jo. 3:23). Batismo é um símbolo que aponta para a
morte e ressurreição (Rm.6:4-5; Cl 2:12).

B. A Ceia do Senhor – Base bíblia fundamenta que a ceia é um Memorial. Jesus Cristo
disse: “... fazei isto em memória de mim”. (1 Co 11:25). De modo algum ela é
eucaristia ou sacramento. As teorias da TRANSUBSTANCIAÇÃO (o pão e o vinho
transformados na substância do corpo e do sangue de Jesus), da CONSUBSTANCIAÇÃO
(o corpo e o sangue se unindo a substância do pão e do vinho) e a PRESENÇA MÍSTICA
(união espiritual onde o sacramento é recebido com fé, promovendo a graça de Deus),
não encontram base bíblica.

C. Perseverança e preservação – Certos de que em Cristo estão guardados pelo poder


de Deus os verdadeiros crentes perseverarão. “... porque eu sei em quem tenho
crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia”.
(2tm.1;12). 11

20. DEPARTAMENTO FINANCEIRO DA IGREJA

A.O controle financeiro das empresas em geral é muito importante, certo?


Pois com as igrejas não poderia ser diferente! A congregação que adota relatórios
financeiros para prestar contas a seus membros e para o próprio fisco, além de ter
informações para um melhor gerenciamento de seus recursos, acaba tendo maior
transparência em suas operações. Mas quando a administração de uma igreja inicia
um processo de implantação de relatórios financeiros, pode encontrar algumas
dificuldades pelo caminho, principalmente no que se refere aos aspectos
organizacionais e à forma de apresentação desses relatórios, para que sejam
compreensíveis até aos mais leigos.

28
B.Planeje e acompanhe
A partir do momento que a administração da igreja decide implantar relatórios
financeiros, é importante realizar um planejamento minucioso, a fim de organizar
direitinhos os processos, já que será necessário implantar uma nova cultura no
departamento financeiro. Lembre-se de que é exatamente desse setor que virão as
informações necessárias para a implantação dos relatórios. Além disso, é importante
criar rotinas para acompanhar e controlar se o planejamento realizado está sendo
executado de forma adequada, identificando possíveis falhas desde o princípio para
que sejam logo solucionadas.

C. Analise as informações
Antes de efetivamente implantar o processo de relatórios financeiros na igreja,
importante que sejam analisadas as informações já existentes para o planejamento
ser executado e os objetivos atingidos. Essa análise de dados deve ser feita com muito
cuidado, pois é a partir do detalhamento das informações que os relatórios
financeiros serão gerados e, posteriormente, apresentados aos membros da
congregação. Assim,
quanto melhor for a avaliação, com o devido detalhamento das informações, melhor
será a qualidade dos pareceres apresentados. Além disso, a análise dos dados
auxiliará na verificação tanto das melhores como das piores situações administrativas
e financeiras que possam ocorrer na igreja.

D.Adote um sistema de gestão


Nesse cenário, é de suma importância que a igreja implante um sistema de gestão de
informações financeiras, facilitando a implantação dos relatórios e transformando a
administração dos dados financeiros em um processo muito mais eficiente. Dessa
forma, acaba-se elevando o nível de segurança dos dados da igreja trabalhando as
informações bem mais agilmente, já que um bom sistema de gestão auxiliará no
desenvolvimento mais célere dos relatórios, fazendo com que a administração ganhe
tempo e qualidade na compilação e na análise das informações e dos próprios
relatórios. Existem até sistemas de gestão que já possuem relatórios previamente
desenvolvidos, que podem ser simplesmente aperfeiçoados, adequando-se à
realidade e à necessidade da igreja.
29

E. Escolha os dados certos Depois de seguir os demais passos e colocar ordem na casa
para a implantação adequada do processo de elaboração de relatórios financeiros, a
parte mais complexa do serviço já está feita. Agora é chegado o momento de
efetivamente criar os relatórios! Assim, separe as informações vitais da igreja,
priorizando áreas onde deve haver algum tipo de melhoria e crescimento, para, dessa
forma, mostrar resultados realmente relevantes aos membros da congregação.
Mostrando as informações por áreas, a administração consegue tirar a mecanicidade
do relatório, que passa a ser um aliado da igreja para a obtenção de melhores frutos.

21. REQUISITOS PARA SER MEMBRO DE UMA IGREJA LOCAL

A. Requisito espiritual – O candidato deve dar prova de que é realmente regenerado


pelo poder de Deus. Precisa ser convertido. A mensagem do NT é: “arrependei-vos”
(Mt. 3.2), mudar de mente, de pensar (metanóia).

B. Requisito social – É preciso que o candidato à membresia se apresente perante esta


se mostrando desejoso de entrar no seu rol. Esse candidato deve ter um modo de vida
social de acordo com os padrões éticos estabelecidos pela sociedade, como por
exemplo: solteiro (a) ou casado (a). Após o exame, que será feito publicamente,
concernente a sua crença e fé, a igreja decidirá sobre sua aceitação ou não.

Toda pessoa é livre para pertencer ou não à igreja, como a igreja é livre também
para aceitá-la ou não.

Precisa haver unanimidade na aceitação. Se houver um voto contrário (desde que
racional), o candidato não será aceito.

C. Requisito formal - Apesar dos perigos das ritual idades existem duas ordenanças
que precisam ser atendidas à luz da Bíblia: o batismo e a ceia do Senhor. O
neoconverso deverá cumpri-las.
30

22. OUTRAS MANEIRAS DE SER MEMBRO DE UMA IGREJA LOCAL

A. Carta de transferência – Qualquer membro, em plena comunhão com a igreja, tem


o direito de solicitar sua transferência para outra igreja da mesma fé e ordem quando
julgar conveniente. A Igreja tem o dever de enviar à igreja a qual o membro deseja se
unir a carta de transferência. A carta de transferência não passa de uma
recomendação, de um atestado de idoneidade moral e espiritual, para que o crente
seja aceito noutra igreja da mesma fé e ordem.

B. Reconciliação – Uma igreja aceita por reconciliação a pessoa excluída quando se


verifica que de fato está plenamente restaurada e que nada há que a impeça de voltar
à comunhão.

C. Declaração ou Aclamação – Essa é feita em dois momentos: crentes de uma igreja


da mesma fé e ordem (denominação) que a igreja se dissolveu ou quando, após
solicitar, por mais ou menos um ano, a carta de transferência por algum motivo não
foi atendida. Crentes de uma igreja que não faz parte da mesma denominação.

B, Batismo nas Águas – Não existe um tempo determinado para o novo convertido
poder ser batizado. Ao eunuco do capítulo 8 de Atos dos Apóstolos, que queria ser
batizado, foi orientado: “é lícito, se crês”. Todavia, é de bom parecer que este participe
da classe de novos crentes na E.B.D. Após a devida preparação, o mesmo é
encaminhado para a Assembleia Ordinária, onde dará profissão de fé.

23. MANEIRAS DE DEIXAR DE SER MEMBRO DE UMA IGREJA


LOCAL

A. Por exclusão – A exclusão demonstra que a igreja zela pelo seu corpo e tem uma
disciplina bíblica.

B. Por morte. Ao morrer, o crente deixa de pertencer à igreja visível, mas mantém- se
na Invisível. C. Por Carta de transferência da mesma fé e ordem.

C. BÔNUS E ÔNUS DA IGREJA E DE SEUS MEMBROS Da igreja:

D. Amor – Todos os membros da igreja devem se amar mutuamente;


E. Oração – Todos os crentes devem se aplicar à oração intercessora;
31

F. Instrução – A igreja compete ensinar e doutrinar aqueles que dela fazem parte. Sobre
os ombros do pastor presidente está este maior ofício;

G. Fortalecimento e compreensão – A igreja deve tratar os irmãos com brandura e nos


casos dos faltosos ajudá-los a fortalecer-se na fé;

H. Auxílio – Os crentes da igreja devem se auxiliar mutuamente nas doenças, nas


dificuldades financeiras, etc.;

I. Laços de fraternidade – A Igreja deve se preocupar em manter e desenvolver os


laços da unidade entre seus membros (Rm. 12:16; 14:19; Ef. 4:3; 1Ts. 5:13).

j. Lealdade dos membros O membro da Igreja deve ser leal a Deus, à igreja a que
pertence e ao seu pastor, não deixando de cooperar com seus trabalhos (ex. dízimo e
departamentos), (Gl. 6:10);

L. Generosidade – Deve ser um contribuinte generoso, indo além do dízimo (2 Co. 8:1-
m.Serviço – O membro de igreja deve ser laborioso e infatigável, pois, deve estar
empenhado na realização do maior e melhor serviço deste mundo: “Não servindo à vista,
como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a
vontade de Deus” (Ef. 6:6); N.. Amor – Eis a chave do sucesso da vida do crente e da
igreja. Impulsionado pelo legítimo amor, o crente ajudará a compor uma igreja poderosa;
O. Oração – O crente para manter-se forte na fé deverá manter uma vida de oração em
favor da igreja, dos necessitados, dos perdidos e por si mesmo.

24. FUNÇÕES DO GOVERNO DA IGREJA LOCAL

A. Legislativa – Essa função compete somente a Jesus Cristo;

B. Executiva – Essa função é exercida pelo o ministro, que investido da autoridade que
a igreja lhe outorga, com a imposição de mãos, realiza todos os atos oficiais e preside
os trabalhos em geral. Quando a igreja toma deliberações congregacionais, ela ETA
também exercendo a autoridade executiva.

C. Judicial – À igreja compete a função judicial. É ela quem admite e demite membros,
quem julga falta dos membros e quem reconcilia os eliminados que se restauram.
32

25. TIPOS DE DISCIPLINAS

Disciplina vem do latim que significa “ação de instruir, educação, ensino”. A função da
igreja é ensinar. Uma igreja que disciplina é uma igreja instruída, educada, ensinada.
Três são os tipos de disciplinas:

A. Disciplina Formativa / Normativa – Os crentes recebem a disciplina formativa através


das pregações, das exortações, dos estudos, através da EBD, e de outros encontros
ordinários ou extraordinários da membresia. Essa disciplina tem a finalidade de formar
caráter e a consciência dos crentes.

B. Disciplina Corretiva – Essa disciplina visa corrigir aquele que incide em alguma falta. O
intuito é de sempre recuperar o faltoso e não simplesmente excluí-lo. Ao aplicar a
disciplina, a igreja deve fazê-lo com mansidão e brandura. Paulo recomenda que aquele
que foi surpreendido nalguma falta seja encaminhado pelos “espirituais” com espírito de
mansidão: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós,
que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo,
para que não sejas também tentado”. Gl. 6:1.

C. Disciplina Cirúrgica – Quando os pecados trazem escândalo e ofensas públicas à


moral, a igreja não deve mostrar complacência. Excluir é o caminho. Aplicando a
disciplina, a igreja demonstra que ama o irmão e não pactua com o pecado.

26. COMO ORGANIZAR UMA IGREJA LOCAL

 Evitar, o quanto possível, organizar em igreja grupos facciosos;


 Evitar insinuar ou mesmo orientar a se organizar em igreja congregações, pontos de
pregação, membros esparsos de outras igrejas;
 Evitar estabelecer o templo próximo de outras igrejas da mesma ordem e fé ou de
outras denominações por questão ética;
 Igrejas sem pastor e que desejam promover a organização em igreja de alguma
congregação sua devem convidar um obreiro experimentado para orientá-las;
 A organização de uma igreja pode se verificar quando uma congregação já se acha
bem doutrinada e tem capacidade administrativa e econômica para se dirigir.
33

27. A IGREJA E SUAS ORDENANÇAS

No ponto Doutrinas Bíblicas abordamos a questão do batismo e da ceia do Senhor.

Vamos agora amiúde explorar um pouco mais.

A. Batismo Por que realizar? – O batismo não é visto como sacramento e sim uma
ordenança. A base bíblica está em Mt. 28:19: “Portanto ide...batizando-os...”.

B. Graça ou Virtude? – Nenhum dos dois. O batismo não confere graça ou virtude. Daí
não batizarmos as crianças. O mais notável texto da Bíblia que nos garante essa verdade é
o que fala do “ladrão da cruz”: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E
disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc. 23:42-43).

C. Quando batizar? – A todos os que crêem que Jesus Cristo é o Senhor e o confessam
como o Seu único e eterno Salvador. Pelo batismo também se faz a inserção no rol de
membros da igreja local, depois do candidato haver passado pela classe de instruções
(novos catecúmenos), ou se preferir classe de novos.

D. Como realizar?Local: Tanque batismal, piscina, rio, praia. Em qualquer lugar que tenha
água em abundância: “...em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas; e o
povo ia e se batizava” (Jo. 3:23).

Vestimenta: Beca de preferência branca. Há de se ter cuidado com a roupa íntima que o
candidato usará neste dia. Molhada a beca, agarra-se ao corpo, desenhando sua forma, o
que não deixa de trazer constrangimento para todos.

Ato: O ministro (a) celebrante deverá orientar os candidatos (batizando) antes de entrar
nas águas, tornando claro o procedimento que deverá ser adotado;

Com uma das mãos o ministro deverá segurar as mãos do batizando que estarão junto ao
peito unidas (espalmadas);

O ministro perguntará publicamente se o batizando crê que Jesus Cristo é o Senhor e se
ele o confessa como seu único e eterno salvador. Feito isto, deverá aguardar o batizando
responder em alto e bom som (pública confissão de fé). Note que duas perguntas devem
ser feitas: Se crê e se confessa, visto que dizer que crê não contribui muito, uma vez que
até os demônios creem, conforme Tg. 2:19; logo, se faz necessário também confessá-lo
como único e eterno salvador;
34

Uma vez confirmado que o batizando crê e confessa, o ministro fará imposição de
uma das mãos sobre a cabeça do batizando e falará: Meu irmão (ã) perante a sua
pública confissão de fé, eu ministro do evangelho te batizo em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo;

Com uma das mãos nas costas do batizando e segurando ainda com a outra as
mãos deste leva-o às águas de forma a submergi-lo completamente.

E. Ceia: “Ceia” ou “Ceia do Senhor” são os nomes usados para a cerimônia instituída
por Cristo quando estava, por poucas horas, neste mundo com os seus discípulos.
Não se deve denominá-la de “Santa Ceia”, a exemplo da Igreja Romana e outras.
Uma vez que ela é uma ordenança e que também não confere graça, chamá-la assim
é um tanto desnecessário.

F. Quando realizá-la? – Não temos determinação. A Bíblia não diz às vezes em que
pode ser realizada a não ser: “todas as vezes que beberdes, em memória de mim”
(1Co 11;25b). Nós batistas normalmente realizamos em todos os primeiros domingos
do mês.

G. Por que realizá-la? – A celebração da Ceia do Senhor traz alguns benefícios:


Traz a memória o sacrifício de Cristo;

Contribui para despertar nos assistentes ao culto de celebração um sentimento de
submissão;

Aumenta o sentimento de irmandade dos membros da igreja a ponto de ser possível
a troca dos elementos entre eles num ato de comunhão.

H. Quem pode realizá-la? – A igreja foi pelo Senhor autorizada a fazer através
de seus oficiais. Ao pastor presidente compete essa missão, mas em casos
necessários pode ser realizada por qual outro oficial (pastor assistente, diácono
ou até por um irmão bem conceituado pela congregação).

I. Quais são os elementos? – Pão de qualquer tipo ou formato e o suco de uva.


Cuidado em colocar vinho com teor alcoólico buscando a pretexto cumprir toda a
escritura: “Um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gl. 5:9).

35
J. Como realizá-la? – Diversas são as maneiras adotadas pelas igrejas. Vamos
aqui tentar simplificar dando exemplo:
 Uma mesa disposta no altar contendo os elementos em bandejas de inox, pão de
forma cortado em pequenos cubos e suco de uva em cálice de vidro ou de plástico
descartável;
 O pastor presidente distribui as bandejas com os elementos (pão e suco de uva) ao
corpo diáconal, e a seu comando este sai para distribuir para a igreja;
 O pastor serve ao corpo diáconal e aos demais pastores. O último a ser servido
tomará a bandeja em suas mãos e servirá ao pastor presidente;
 Enquanto forem servidos os elementos, uma música poderá ser tocada e ou cantada;
 O pastor da igreja lerá o texto de 1 Co. 11:23-24, ao término da leitura o pastor dirá:
Em memória de Jesus comamos;
 pastor poderá fazer uma pequena reflexão ou simplesmente ficar em silêncio para
que a congregação tenha um momento com Deus. Feito isto, voltará ao texto supra e
lerá o verso 25. Ao término da leitura dirá: Em memória de Jesus Bebamos;
 Feito a reflexão ou um período curto de silêncio, o pastor poderá ler o texto de Lucas
22:39. Com esta leitura dará encerramento ao cerimonial.

L. Quais os tipos de ceia? – Tem havido, através dos séculos, três posições entre os
evangélicos, no que tange à participação da ceia:

Ceia livre – Advogam algumas denominações que a Ceia deve ser dada a membros de
qualquer seita. Opinam, também, que ela pode ser dada fora da igreja, em casos
particulares, aos enfermos nos leitos, em reuniões sociais, etc.;

Ceia restrita – É o tipo em que somente os membros de uma determinada denominação


podem participar. Os batistas, por exemplo, adotam esse tipo;

Ceia ultra-restrita – Só participam os membros da igreja local.

28. MINISTÉRIO

Entre outras informações, o dicionário da língua portuguesa nos diz que ministério é
“trabalho ou serviço na igreja”. Biblicamente, entendemos que todo serviço cristão que se
desempenha de modo contínuo é um ministério. Desde a liderança até tarefas

36
operacionais permanentes. Um trabalho eventual não pode ser assim considerado. Eis aí
um fator que serve até para diferenciar ministérios e dons espirituais. Existem quatro
termos gregos que se relacionam ao vocábulo “ministro” e “ministério”. São eles:
− ηυπερεται huperetai
− λειτουργοσ leitourgos
−συνεργον sunergon
− διακονοσ diakonos

Paulo emprega quase que invariavelmente, diakonos. O termo aparece, nas quatro
formas, 25 vezes no Novo Testamento.

A forma “diakonia” aparece 24 vezes, sendo traduzida por :

Distribuição de serviço, socorro, serviço, ministério ou administração. Os ministérios de


liderança apresentados no Novo Testamento são :
- Apóstolos
- Profetas
- Evangelistas
- Pastores (bispos, presbítero (Efésios 4:11)
- Mestres

Os diáconos são apresentados como auxiliares. Eles não dirigem a igreja local, mas são
responsáveis por algumas áreas. (At.6).Ministério é serviço. Logo, o ministro é um servo.
Algumas vezes, o apóstolo Paulo usou o termo δουλοσ (doutos), que significa escravo.
“Onde está, pois a jactância ?” O Verdadeiro espírito do ministro, não deve ser a ambição
carnal de mandar ou ser servido, mas encarnar o que Jesus sempre fez no seu ministério
terreno, que foi “não ser servido, mas servir”. (Mc.10:45).Quando os discípulos
disputavam entre si para saber quem era o maior, Jesus “os chamou para junto de si e
disse-lhes : sabeis que os que são considerados governadores dos povos, têm-nos sob seu
domínio, e sobre eles seus maiores exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo
contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; quem quiser
ser o primeiro entre vós, será servo de todos.” (Mc.10:41-44). Apesar das especificações
bíblicas, as igrejas e denominações estabelecem alguns ministros e desprezam ou ignoram
os demais. Os Metodistas têm bispos e pastores. Os Presbiterianos, Assembleia de Deus e
outras igrejas pentecostais têm pastores, diáconos e presbíteros. Os Batistas têm
somente pastores e diáconos. Na sequencia, procuraremos explicitar alguns detalhes de
cada um dos ministérios supracitados.

A.APÓSTOLOS

O nome que designa o primeiro ministério estabelecido na igreja (I Cor.12:28) é de origem


grega (αποστολοσ) e significa “enviado”, ou seja, um indivíduo que executa
37

serviço especial, agindo em nome e pela autoridade de quem o enviou maior de todos os
apóstolos é o próprio Senhor Jesus, que foi enviado pelo Pai para executar sua obra na
terra. (Heb.3:1 Jo.4:34). Para que essa obra fosse continuada após sua ascensão, Jesus
escolheu doze homens. (Mt.10:1-2 Jo.20:21).

Um deles, Judas Iscariotes, o traiu e foi substituído por Matias. (At.1:16-26). Tais homens
foram equipados pelo Senhor com autoridade, poder para operar milhares, ousadia para
pregar, etc. Tudo isso, mediante a operação do Espírito Santo que lhes fora dado (At.1:8).
toda essa “munição” tinha por objetivo capacitá-los a desbravar todas as frentes por onde
iam e aí estabelecerem a igreja de Jesus Cristo. Muitos cristãos afirmam que o ministério
apostólico não existe mais. Entretanto, observamos que, além dos doze, o Senhor
levantou outros apóstolos no período do Novo Testamento, como, por exemplo, Paulo e
Barnabé. (At.14:14). Por que ele não o faria ainda hoje, quando muitos povos estão ainda
por serem alcançados pelo evangelho? O apóstolo não é um cacique ou um papa. Donald
Gee diz: “Esse ministério exigia praticamente que um apóstolo reunisse quase todos os
outros ministérios num só homem. Assim, ele participava da inspiração do profeta, fazia a
obra de um evangelista, conhecia o pastoral “cuidado de todas as igrejas”, devia ser apto
para ensinar, ao passo que, atendendo `a administração de negócio, seguia o exemplo do
Senhor em não se esquivar dos deveres de um diácono, quando fosse
necessário.”Possivelmente, muitos dos missionários da atualidade sejam, de fato,
apóstolos de Jesus. Outros há que, por não terem ido a terras distantes, não são assim
reconhecidos, mas estão desempenhando esse ministério em sua própria “Jerusalém”
(At.1:8), e receberão do Senhor o devido galardão.

B.PROFETAS

O profeta é a pessoa que recebe a mensagem diretamente de Deus e a transmite ao povo.


Esse anúncio pode ser uma revelação, uma admoestação, ou uma predição. Muitos
profetas existiram na história de Israel. Sua presença é constante no Velho Testamento,
apontando o caminho para o povo de Deus. Sua importância era grande, pois, como
afirmou Salomão, “Sem profecia o povo se corrompe”. (Pv.29:18). No Novo Testamento,
Deus continuou levantando profetas. O primeiro foi João Batista, que veio no estilo dos
profetas antigos, assemelhando-se, sobretudo, a Elias. (Lc.1:76 Mt.11:9- Mc.11:32). Seu
papel foi preparar o caminho para o profeta maior - Jesus, que, por sua vez, levantou
outros profetas para orientar a igreja que surgia. No Novo Testamento, existem menções
a esse ministério, havendo muitos deles em Jerusalém, Antioquia, Corinto, e outras
cidades. (At.13:1 At.11:27 I Cor.14:29).O profeta não é um mero pregador da palavra, um
mestre da Bíblia, nem um predito de futuro. O profeta é um ministro de Cristo. Não apela
para os poderes da lógica, erudição, oratória, psicologia, ignorância ou misticismo. Sua
mensagem pode vir através de uma pregação, mas não necessariamente.

38
C. EVANGELISTAS

É uma pessoa dotada de capacidade especial para pregar o evangelho. Alguns usam esse
título apenas em relação aos escritores dos quatro evangelhos. A Bíblia, no entanto, cita
ainda Filipe e Timóteo como evangelistas. (At.21:8 II Tm.4:5).
Todos os cristãos podem e devem anunciar o evangelho. Todavia, a maioria não é capaz
de fazer uma pregação propriamente dita. O evangelista é um pregador, e faz isso com
maestria, habilidade, e poder que lhe são conferidos pelo Espírito Santo especialmente
para esse fim. Evidentemente, nem todo pregador evangelista. É bom frisarmos também
que o trabalho do evangelista não se restringe à pregação, mas abrange também o
evangelismo pessoal.Consideramos que todo apóstolo é um evangelista, mas nem todo
evangelista é apóstolo. O ministério apostólico é mais abrangente e extrapola os limites
da igreja local

D.PASTORES

Voltando à origem do termo, um pastor é a pessoa que cuida de um rebanho de ovelhas.


Seu trabalho vai desde a procura do melhor alimento para elas, até a defesa contra
ladrões ou animais selvagens que possam atacá-las. Abel foi o primeiro pastor de ovelhas.
Os patriarcas - Abraão, Isaque e Jacó - foram pastores. Esse trabalho era muito comum no
meio dos israelitas e outros povos antigos. O próprio Davi, que veio a ser rei de Israel,
cuidava de ovelhas quando era jovem, e percebeu que, da mesma forma, Deus cuidava
dele e de seu povo. Ao reconhecer esse fato, Davi escreveu o conhecido Salmo 23: “O
Senhor é o meu pastor e nada me faltará”.Em muitos outros textos da Bíblia, o termo
“pastor” é utilizado em referência a Deus e aos líderes do seu povo. (Sl.100:3 Jr.23:1-2).
No Novo Testamento, esse título já era usado normalmente como o usamos hoje. Jesus
disse de si mesmo: “Eu sou o bom pastor”. (Jo.10:11). O termo grego para pastor é
(poimén). O ministério do pastor na igreja tem as atribuições que vimos no início:
alimentar, cuidar, proteger, defender, conduzir. Esse é um ministério lindo. Dos cinco
ministérios de Efésios 4:11, o pastor é o que está mais próximo da ovelha, mais
comprometido e mais atencioso para com ela. Nos nossos dias, constatamos que existem
pastores demais. Quando, porém, conhecemos muitos desses ministros, percebemos que
não são, de fato, pastores. Podem até ter um dos outros ministérios bíblicos, mas, por
uma distorção tradicional e histórica da igreja, receberam o título de pastor. Isto é,
algumas vezes, prejudicial, pois muitos líderes vivem se esforçando para serem o que não
são e deixam de fazer aquilo para que foram chamados.O trabalho do pastor na igreja,
não é somente batizar, celebrar casamentos , funerais, pregar sermões, mas, de acordo
com Ef.4:11-16 : Aperfeiçoar os santos para o desempenho do serviço de cada membro
do Corpo de Cristo. Edificar o corpo de cristo que é a igreja. Outros títulos utilizados para
o pastor no Novo Testamento são: bispo e presbítero.
39

E.BISPO

Vem do grego ( επισκοποσ) e significa “epíscopos”.Indica não ofício, mas função, o


trabalho específico de um pastor dotado de visão administrativa, um superintendente. Ele
não faz todo o trabalho, mas organiza, providencia tudo e depois supervisiona.
O termo epíscopos era dado àquele que tinha a função de vigiar, fiscalizar,
principalmente as embarcações. Os gregos e os romanos usavam este termo para
designar superintendentes de obras profanas ou sagradas. O bispo como pastor tem a
responsabilidade de ver que o serviço seja bem feito. Não se encontra no Novo
Testamento o uso do vocábulo bispo no sentido de um oficial eclesiástico que tem
autoridade sobre os outros ministros do evangelho.

F.PRESBÍTERO

As funções dos presbíteros

As funções atribuídas aos presbíteros aqui descritas não são exaustivas. Elas
mencionam o que o presbítero deve ser e fazer, mas ele não pode se limitar a elas.
Todos os presbíteros devem exercer o seu ofício em conformidade com a diversidade
dos dons de cada um, e discernindo segundo a necessidade da Igreja. A vitalidade da
igreja muito depende da operosidade dos presbíteros.

Uma palavra grega usada para se referir ao ofício de presbítero epíscopos. Sabemos
que “o uso no N.T., em referência aos líderes, parece ser menos técnica do que uma
tradução como ‘bispo’ sugeriria; daí, superintendente, ou supervisor At 20:28; Fp 1:1;
1 Tm 3:2; Tt 1:7.”[1] O presbítero tem a responsabilidade de supervisionar a igreja que
o escolheu para ser o seu líder. Louis Berkhof afirma que “claramente se vê que estes
oficiais detinham a superintendência do rebanho que fora entregue aos seus cuidados.
Eles tinham que abastecê-lo, governá-lo e protegê-lo, como sendo a própria família de
Deus.”[2]

A responsabilidade dos presbíteros de supervisão não se limita aos membros da igreja.


Os presbíteros devem supervisionar o seu pastor. R.B. Kuiper observa que "um dos
seus mais solenes deveres é vigiar a vida e o trabalho do pastor. Se o pastor não leva
uma vida exemplar os presbíteros regentes da igreja devem chamar-lhe a atenção, e
corrigi-lo. Se não é tão diligente em sua obra pastoral como deveria sê-lo, devem
estimulá-lo para que tenha maior zelo. Se a falta de paixão que deve caracterizar a
pregação da Palavra de Deus, os presbíteros regentes devem dar os passos necessários
para ajudá-lo a superar tal defeito. E, se a pregação do pastor, em qualquer assunto de
maior ou menor importância, não está de acordo com a Escritura, os presbíteros não
devem descansar até que o mal tenha sido resolvido." [3] Entretanto, os presbíteros
devem oferecer liberdade e recursos para que o seu pastor desenvolva-se e possa
oferecer mais ao rebanho.

40
G.A autoridade do presbítero

A autoridade dos governadores é puramente ministerial e declarativa.


Cada função do Conselho, como o ensino, a admoestação, governo e o exercício da
disciplina, devem fundamentar-se na Palavra de Deus. Os presbíteros não possuem
autoridade inerente. Não possuem o direito de impor as suas opiniões pessoais,
preferências, filosofias sobre o culto, a doutrina, ou o governo da igreja, antes,
devem examinar e extrair das Escrituras os padrões e princípios estabelecidos por
Deus.
A autoridade do presbítero procede de:
1. A autoridade de Cristo como cabeça da Igreja.
2. Submissão à Cristo como o Senhor da Igreja.
3. A obediência e fidelidade à Escritura Sagrada como única regra de fé e prática.
4. Uma vida de santidade pessoal e familiar.
5. O exercício responsável da sua vocação e dos seus dons segundo o seu chamado.

H.As funções pastorais

1. Visitar os membros menos assíduos às reuniões da igreja;


2. Resolver os desentendimentos entre os membros;
3. Instar os disciplinados ao sincero arrependimento;
4. Orar por/com todas as famílias da igreja;
5. Consolar os aflitos e necessitados;
6. Supervisionar o bom andamento das atividades da igreja;
7. Exortar aos pais que tragam os seus filhos ao batismo;
8. Ser um pacificador em assuntos controversos;
9. Lembrar aos membros da sua fidelidade com os dízimos e ofertas;
10. Dar assistência e/ou liderar as congregações (quando houver);
11. Auxiliar na distribuição da Ceia do Senhor.

I.As funções doutrinárias

Os presbíteros em nosso sistema de governo têm a responsabilidade de guardarem a


doutrina da corrupção. (1 Tm 3:16; Tt 2:7-8). Entretanto, para isto é necessário:
1. Conhecer o sistema e doutrinas presbiterianas;
2. Zelar pela fidelidade e pureza doutrinária da igreja;
3. Avaliar a qualificação doutrinária do pastor;
4. Examinar os candidatos ao rol de membros da igreja;
5. Discernir os novos “movimentos” que os membros estejam se envolvendo;

J.As funções administrativas (indivíduo)

1. Representar as necessidades dos membros nas reuniões do Conselho;


2. Zelar para que as decisões do Conselho sejam cumpridas pela igreja;
3. Lembrar os membros dos seus deveres e privilégios;
4. Acompanhar o funcionamento das sociedades e ministérios da igreja;
5. Elaborar propostas e projetos para a edificação da igreja.

41

L.As funções administrativas (concílio)


1. Reunir periodicamente para decidir sobre o bem estar da igreja;
2. Divulgar na igreja local as decisões dos concílios superiores (presbitérios, sínodo, SC);
3. Avaliar candidatos ao batismo e profissão de fé;
4. Participar na aplicação da disciplina bíblica para que atinja a sua finalidade;
5. Analisar se a Junta Diaconal está realizando as suas atribuições;
6. Acompanhar o bom andamento das sociedades internas e ministérios da igreja;
7. Avaliar para o envio ao presbitério os candidatos ao sagrado ministério pastoral;
8. Participar da ordenação e instalação de novos pastores e presbíteros;
9. Representar a igreja local nos concílios superiores.

M.MESTRES

Deus disse: “O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento”. (Os.4:6).
Essa afirmação nos mostra claramente a importância do ensino da Palavra de Deus. O
apóstolo Paulo disse que não queria que os coríntios fossem ignorantes a respeito
dos dons espirituais (I Cor.12:1). Certamente, Deus não quer que sejamos ignorantes
acerca de nenhuma das doutrinas bíblicas, pois isso poderia significar a nossa
destruição. Por esse motivo, ele estabeleceu mestres, ou doutores, na igreja. Estes,
são pessoas que possuem o dom da palavra do conhecimento e da sabedoria.
(I Cor.12:8). Além disso, possuem capacidade intelectual e facilidade de
comunicação. Atualmente, o nome que damos a quem exerce esta função é o de
“professor”. Entretanto, o professor não é tratado com a mesma importância, honra
e respeito que o mestre recebia nos tempos bíblicos. Provavelmente, trata-se de um
problema ligado à conjuntura político-social do nosso tempo, ou, especificamente, da
nossa nação, onde a educação é relegada a último plano. A Bíblia valoriza o mestre,
como acontecia na comunidade judaica. Acima de tudo, vemos que Deus os valoriza
e os estabeleceu na igreja. Esse homens desempenham uma nobre função, carregam
uma grande responsabilidade (Tg.3:1), que só não é maior do que o galardão que os
aguarda na eternidade . (Dn.12:3).

29. TRABALHO MINISTERIAL EM EQUIPE

Os apóstolos e profetas são os alicerces da igreja, sendo Jesus a principal pedra de


esquina. (Ef.2:20-22). Os evangelistas são aqueles que buscam o material para a
construção. (Mat.22:9). Os mestres são os edificadores. Os pastores são os que zelam
pelo “Edifício de Deus”. (Hb.13:17 I Cor.3:5-17).Essa ilustração nos dá uma ideia
Aproximada de como é a integração do trabalho dos cinco ministérios.
42

A. DIÁCONOS

Outro ministério que figura no Novo Testamento é o dos diáconos. Sua primeira
menção se encontra em Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, quando, devido às
murmurações dos cristãos helenistas, foram escolhidos sete homens para a direção do
trabalho social da igreja de Jerusalém. Hoje em dia, há pessoas que questionam a
utilidade dos diáconos em nossas igrejas. Conta-nos o autor de uma de nossas fontes
bibliográficas o seguint “Depois duma semana passada no Estado de Virgínia, onde
falara numa reunião de diáconos, recebi uma carta da esposa dum diácono que exercia
esse ofício numa igreja batista rural. Lera uma reportagem daquela escola de diáconos
no jornal da localidade e queria saber se ainda havia razão plausível para a
continuação de tal ofício. Haverá algum serviço particular que o diácono possa prestar
numa igreja rural com um número reduzido de membros? Dizia ela que o marido era
fiel cristão no serviço da igreja, mas que o ser ele diácono não significava coisa alguma.
Na resposta, assegurei-lhe que o ofício de diácono é escriturístico e , quando bem
compreendido, oferece uma oportunidade real de servir à igreja.” Que significa para a
igreja o ofício de diácono? Em que afetaria o seu programa, se , por deliberação geral e
por amor à paz esse ofício fosse abolido ? Em muitas igrejas batistas a cessação desse
ofício seria mera formalidade. E mui possivelmente, algumas igrejas até recebessem
com entusiasmo essa mudança. Bom número de diáconos e pastores acham mesmo
que nossas igrejas seriam melhor servidas por outros oficiais e comissões eclesiásticas.
E tais irmãos não são hereges, nem reacionários; em sua maior parte, estão
sinceramente procurando fazer progredir o reino de Deus. Temos, portanto, que pesar
cuidadosamente as situações que vêm provocando esse questionamento. E devemos
dar-lhe uma resposta sincera, inteligente e escriturística. Por isso, vamos analisar
algumas questões que se formam sobre o assinto Primeiro: O mundo em que vivemos
é diferente. Quais as condições que levaram o povo pensante a levantar a questão da
necessidade de diáconos? Antes de tudo, temos que reconhecer o desconcertante
contraste entre o mundo do primeiro século e o do século XX. Enorme distância separa
o mundo em que a Igreja Primitiva deliberou sobre a necessidade de homens para
servirem às mesas deste nosso mundo em que as igrejas hoje lutam por Cristo. O ritmo
de hoje é muitíssimo mais acelerado. Nas nossas igrejas atuais vemos refletida a
complexidade da vida hodierna. O crescimento das grandes cidades, o
desenvolvimento das igrejas em tamanho e número, a multiplicidade das organizações
eclesiásticas, bem como as vastas beneficências que as igrejas desejam oferecer ao
povo. Tudo isso exige novos métodos de trabalho, organizações modernas e de
crescente eficácia. Num mundo como este em que vivemos mui facilmente nos
confundimos no que respeita ao lugar do diácono na igreja. Segundo: O ofício do
diácono tem sido mal interpretado. Em muitas igrejas está mal definido e mal
43

compreendido o ofício do diácono e o serviço que ele deve prestar. Boa parte dos
batistas têm uma ideia errônea acerca do que o diácono deve fazer. Que significa para
a igreja o ofício do diácono? Qual a responsabilidade do diácono? que função exerce
ele ? Precisou-se de diáconos em nossas igrejas hoje, certamente precisamos também
reestimar, reapreciar e reapreender o serviço que eles devem prestar. Terceiro: muitos
choques têm acontecido entre pastores e diáconos. Às vezes assumem a feição de
verdadeiros conflitos, e com isso muito se prejudica a influência e a obra dessas
igrejas. Alguns pastores acham que não podem trabalhar com seus diáconos. Então, às
vezes, ouvimo-los dizer: “Sei muito bem o que devo fazer. Se meus diáconos não
concordarem comigo, levarei o caso à congregação, e a assembleia que resolva.” Uma
situação dessas é, de fato, bem desagradável, e denota enfermidade espiritual. Em
algumas igrejas, o diaconato já foi abolido devido a essas desavenças. Existem igrejas
cujos diáconos se apropriaram duma autoridade muito contrária aos ensinos do Novo
Testamento. Existe um complexo de “junta”, e um pensamento generalizado de que os
diáconos é que são os “diretores” da igreja. Nada mais distanciado da índole batista. e
do esquema neo-testamentário que esta ideia. Onde prevalecer este errôneo conceito,
inevitavelmente surgirão aqueles que afirmam não haver necessidade alguma de
diáconos. Sim, a verdade é esta - não precisamos, nas nossas igrejas, de tais diáconos,
nem de juntas diaconais dessa espécie. Quarto: há muitos outros que servem na igreja.
Nas nossas igrejas de hoje há muita gente que ocupa posições de responsabilidade.
São professores de Escola Dominical, diretores de departamentos, presidentes de
uniões, presidentes de organizações missionárias, membros de corais, e outras
atividades afins. Muitas vezes essas pessoas dão muito mais tempo de serviço à igreja
do que mesmo os diáconos. Nas igrejas grandes das cidades, o número de irmãos
eleitos excede, às vezes, de quinhentos, ou mais, além dos eleitos por classe, ou
unidades, e dos que servem por nomeação. E nessas igrejas, o número de diáconos
muitas vezes não chega a cinquenta. Haverá necessidade de um ofício que dê honra a
uns poucos, quando a vasta maioria do povo que realiza a obra das igrejas não está
incluída nesse ofício? Certamente os diáconos não fazem mais jus a essa honra do que
os outros, e, no entanto, se lhes confere honra especial por um serviço não específico.
Acresce notar que certa revista aconselha que se continue em diácono a todo aquele
que exerce algum ofício na igreja, seja homem, seja mulher. Tal ideia, para muitos
batistas, toca às rais do ridículo, mas é certo o raciocínio que a sustenta. Fazem-se até

Comparações nada aconselháveis entre o grupo chamado dos diáconos e o dos outros
obreiros ativos da igreja. De fato, as dificuldades são reais, e o problema não pode ser
esquecido. Muita gente está perguntando qual a necessidade desse ofício. O bem-
estar espiritual da igreja exige uma resposta. A maioria dos batistas sente que o
diaconato é parte inseparável da vida batista. Mas, as razões da sua existência devem
ser claras, concisas, escriturísticas e práticas.
44

B. PRECISAMOS AINDA DOS DIÁCONOS ?

Sim! É a resposta mais adequada. Precisamos dos diáconos em nossas igrejas atuais
tanto quanto deles precisaram os da primitiva igreja de Jerusalém. A compreensão
exata e o emprego adequado do diaconato constitui resposta clara para os problemas
vitais que hoje desafiam as igrejas e, às vezes, emperram o seu glorioso avanço.O
diaconato é um modelo neo-testamentário. O motivo principal que nos faz reconhecer
a necessidade da existência do diaconato em nossas igrejas hoje deve ser apresentado
em primeiro lugar, pois que todo o resto se relaciona com ele. Precisamos dos
diáconos hoje, porque esse ofício é parte inseparável do modelo da igreja neo-
testamentária. “Modelo Neo-Testamentário” é uma frase mui significativa para nós,
batistas, que gostamos de chamar nossas igrejas de igrejas do Novo Testamento e que
não nos filiamos a nenhuma outra sorte de igreja. Estamos perfeitamente convictos de
que a igreja precisa derivar suas doutrinas, organização e métodos, e sua comissão
igualmente, das páginas do Novo Testamento. Assim, o programa da igreja deve ser
organizado em plena harmonia e inteira consonância com os ensinos do Livro Sagrado.
Foi a direção do Espírito Santo que levou as igrejas do Novo Testamento a criar o
diaconato. A sabedoria divina trouxe à luz o diaconato, dando-lhe existência, e ele
tem, assim, uma finalidade divina. Será que admitimos o diaconato por mera tradição?
Absolutamente, não. No estudo deste ofício, três coisas são verdadeiras e mui
significativas quanto à igreja neo-testamentária. Primeira - aquela igreja estava
fundada sobre uma relação íntima, a de pecadores salvos, com um Deus santo, por
meio de Jesus Cristo. Assim, a igreja não é primeiramente um companheirismo, e sim
uma afinidade, cuja pedra fundamental é a confissão duma fé pessoal em Jesus. Em
segundo lugar, a igreja é uma organização que salienta a grande responsabilidade que
temos para com Deus. E, finalmente, a sua origem divina torna eternos tanto o seu
significado como a sua utilidade. Os programas, os planos e a estratégia de Deus nunca
ficam fora de tempo ou da moda Quais os fatos históricos que devemos considerar
aqui? Relembremos as tormentas que davam contra a igreja primitiva em Jerusalém.
Os judeus parecia estarem convencidos de que a morte de Jesus poria fim aos seus
problemas teológicos. Achavam que uma vez morto o Chefe dos nazarenos, seus
seguidores logo se dispersariam. Algum tempo depois, no entanto, perceberam que
eles ganhavam vida nova, vida esta , oriunda da certeza de haverem estado com Jesus,
pois testemunhavam que Jesus ressuscitara. Veio o pentecoste, e , com este o poder
de Deus e o crescerem Da igreja. Uma das questões que foram levantadas contra a
igreja foi em relação ao tratamento que davam às viúvas, aos órfãos e aos
necessitados. Os crentes helenistas da congregação reclamavam, dizendo que as
viúvas hebreias estavam sendo melhor contempladas que as outras. Foi nesse impasse
que o Espírito Santo apresentou aos doze uma solução: separariam sete homens de
certas habilidades e lhes confiariam os problemas da distribuição. E assim, por
sugestão do Espírito Santo, foram eleitos pela congregação os sete, para acudir a
quaisquer outras necessidades da igreja. “Então os doze convocaram a multidão dos
45

discípulos e lhes disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e
sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação...
aos quais constituamos sobre este importante negócio. Nós, porém, perseveraremos
na oração e no ministério da palavra. (Atos 6:2-4).No livro de Atos aqueles homens não
recebem o nome de diáconos. São quase sempre chamados de “os sete”. Contudo, há
acordo geral em que a eleição daqueles sete varões qualificados significa realmente o
início do diaconato como um cargo na igreja. É no terceiro capítulo da primeira carta a
Timóteo que aparecem cuidadosamente esboçadas por Paulo as qualificações dos que
deveriam servir à igreja como diáconos. Também no início de sua carta aos Filipenses,
lemos isto : “Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus
que estão em Filipos, com os bispos e diáconos”. (Filipenses 1:1). Temos aqui forte
base escriturística para afirmar que, começando na igreja de Jerusalém, o ofício do
diaconato se desenvolvera com a aprovação e a bênção do Espírito Santo.Deve-se
distinguir entre a obra que o diácono realiza e o ofício em que é investido. O
esquecimento desta distinção tem acarretado muitos mal-entendidos acerca do
diaconato, porque não existe uma obra que seja feita exclusivamente pelos diáconos,
isto é, não há nenhum serviço que ele faça de que outros não possam participar. Essa
distinção entre a obra e a posição que ele ocupa origina-se do Novo Testamento, onde
encontramos a palavra grega “διαχονοσ” empregada tanto para significar “ministro”
como para significar “servo”. Tal palavra é usada na maior parte das vezes não para
determinar aquele que tem uma posição ou exerce um ofício na igreja, ainda que
vejamos claramente, pelas cartas paulinas, existir esse ofício. (Fp.1:1 I Tm.3:8 e 3:12).
O Novo Testamento emprega a mesma palavra para se referir em geral a cristãos,
como servos, e também a oficiais Particularmente separados para um determinado
serviço. O diácono tem uma responsabilidade toda especial para com o serviço, mas
serve à igreja na mesma base em que são chamados a servir todos os mais cristãos.
Dado que o ofício apareceu pela orientação da sabedoria de Deus, claro está que só
deve desaparecer quando dele nos vierem instruções bem claras. O que se faz
necessário é uma redescoberta do ofício, um novo estudo das Escrituras a esse
respeito, e uma reconsagração no sentido de melhor se avaliar esta criação da vontade
divina. O Novo Testamento, de fato, oferece a resposta certa à pergunta sobre a
necessidade de diáconos em nossos dias. Os diáconos foram instituídos com os
seguintes objetivos: Deixar desembaraçados os ministros para se dedicarem à oração e
ao estudo e ensino da palavra de Deus. Promover a paz na igreja ao preencher uma
carência que estava gerando conflitos. Promover o bem-estar dos crentes que seriam
beneficiados com o seu serviço. - Reforçar a liderança da igreja.
46

CONCLUSÃO

A Bíblia nos apresenta diversos ministérios eclesiásticos. Se Deus os estabeleceu, é


porque eles são necessários e indispensáveis. O que se vê, entretanto, é que apenas o
ministério pastoral é valorizado atualmente. Creio que os outros ministérios existem,
mas não são reconhecidos. Quando são, parecem estar em um nível bem abaixo do
pastorado, e talvez até abaixo do diaconato. As igrejas, em geral, não investem na
formação nem na remuneração de outros ministros. Por exemplo: os evangelistas,
exceto os grandes vultos internacionais, não são vistos como ministros, a não ser que
sejam também pastores. Quem perde com tudo isso? A própria igreja. O que vemos
em muitas delas? A liderança está centralizada nas mãos de um homem - o pastor. A
igreja torna-se então um retrato desse líder. Limita-se aos seus limites e se especializa
em suas especialidades e dons. Daí o fato de existirem igrejas “especializadas” em
cura, ou expulsão de demônios, ou profecias, ou libertação de viciados, etc. Isto não é
ruim. O mal está do outro lado da moeda. Uma igreja “especializada” em curas
normalmente é deficiente no ensino da Palavra de Deus. Aí começam os problemas e
surgem as heresias. Para evitar esse tipo de situação Deus estabeleceu ministérios
vários e distintos na igreja. Precisamos valorizar cada um deles. É necessário descobrir
aqueles que os possuem, investir na formação e na remuneração desses ministros. A
liderança deve ser praticada pela equipe ministerial. A igreja que assim fizer, será
equilibrada, crescerá naturalmente e terá saúde espiritual
47

BIBLIOGRAFIA

BOYER, O.S. - Pequena Enciclopédia Bíblica - Editora Vida.

HURST, D.V. - E Ele Concedeu Uns Para Mestres - Editora Vida.

NORMAN, HUSSEL - O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo -


Milenium Distribuidora Cultural Ltda.

BÍBLIA SAGRADA - Versão Revista e Corrigida de João Ferreira de Almeida -


Sociedade Bíblica do Brasil

BORN, A.VAN DEN - Dicionário Enciclopédico da Bíblia -

Editoras Vozes Ltda.

NAYLOR, ROBERT - O Diácono Batista - Casa Publicadora Batista. FERREIRA, AURÉLIO

BUARQUE DE HOLANDA - Novo Dicionário da Língua Portuguesa - Editora Nova


Fronteira.

TOGNINI, ENÉAS - Eclesiologia - Edições Convenção Batista Nacional Teológica

Sites
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/principios-da-administracao-o-
conceito-da-administracao-e-suas-funcoes/57654/

http://queconceito.com.br/administracao

https://www.faculdadeteologicanacional.com.br/portal/aluno/livros/MATERIA_ADMINI
STRACAO_ECLESIASTICA.pdf

http://www.pibpavuna.com.br/arquivos/downloads/Apostila_Adm._Eclesistica_1.pdf
http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/planejar-organizar-dirigir-e-
controlar/95241/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o

http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/o-que-e-planejamento/39381/

https://blog.contaazul.com/planejar-organizar-dirigir-e-controlar-na-administracao-de-
uma-pequena-empresa

Você também pode gostar