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“Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este
poder extraordinário provém de Deus e não de nós” (II Cor 4, 7).
Coordenação não é profissão a ser buscada como carreira. Há quem busque auto-
promoção na Renovação, pessoas com objetivos levianos, com finalidades alheias
àquelas esperadas deste ministério. Acaba-se por instrumentalizar um cargo ou função
na RCC, buscando favorecer interesses pessoais, financeiros e até mesmo interesses
políticos de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. São muitos os grupos, que beiraram
o desaparecimento devido à instrumentalização do poder.
Existem auto-promoções, mas percebemos a sutileza do Espírito Santo ao escolher
coordenadores dentro do movimento. Veja este texto de São Paulo aos Coríntios:
“Vede irmãos, o vosso grupo de eleitos: não há entre vós muitos sábios, humanamente
falando, nem muitos poderosos, nem muitos nobres. O que é estulto no mundo, Deus o
escolheu para confundir os sábios; e o que é fraco no mundo, Deus o escolheu para
confundir os fortes; e o que é vil e desprezível no mundo, Deus o escolheu, como
também aquelas coisas que nada são, para destruir as que são. Assim, nenhuma criatura
se vangloriará diante de Deus” (I Cor 1, 26-28).
Conscientes de “sermos frágeis como o vaso de barro”, é preciso estar preparado para os
momentos difíceis no ministério, em que ficarão evidentes nossas limitações. Muitos
sonhos, desejos e planejamentos podem não acontecer durante o mandato de
coordenação e isto pode trazer um sentimento de frustração muito grande ao coração do
coordenador. Ninguém quer fracassar em sua missão. Não se trata de vaidade ou de
desejar ser visto como a ‘melhor coordenação que o Grupo já teve’. É uma questão de
querer corresponder de forma eficaz ao chamado de Deus. Mas na missão de coordenar
sempre ficarão marcas de nossa imperfeição, pois somos limitados vasos de barro.
Os nossos limites são garantias de que nunca estaremos desamparados, pois nossa
fraqueza atrai o auxílio do alto, do Espírito. A escolha de Deus não depende de nosso
estado de perfeição, mas de Sua livre e soberana vontade. Se nossos limites não são
empecilhos para a missão assumida, também não podem ser usados como ‘desculpas’
para justificar atos. Esta limitação explica nossa impotência diante de muitas situações,
mas não justificam a acomodação ou a falta de busca pelo crescimento.
Há quem busque justificar esta inanição alegando os mais variados motivos, que prefiro
nem citá-los agora. Ao invés de nos determos nos motivos de tal esfriamento, prefiro a
resposta dada por Frei Raniero Cantalamessa: “Se descobrimos que estamos apagados,
frios, apáticos, insatisfeitos com Deus e com nós mesmos, existe remédio, e é infalível:
precisamos de um belo e santo Pentecostes!”²
¹ Fala de D. Francisco Manuel Vieira, bispo emérito da diocese de Osasco, SP, durante
uma Assembléia diocesana. Dizia que “aquele que se isola, dilacera o Corpo de Cristo”.