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PREFÁCIO

“Companheiros integrados num mesmo propósito, unidos não somente


por fora, mas também entrelaçados por dentro, confiantes em Deus e em
si mesmos, são a força magnífica que vence as agitações externas, por
maiores que sejam.”
(Do livro Conviver e Melhorar, mensagem 31 – Trabalho em equipe, pelos
Espíritos Lourdes Catherine e Batuíra, psicografado por Francisco do Espírito
Santo Neto no ano de 2005.)

A abertura das atividades na instituição espírita representa um momento de singular


importância para o bom desempenho da tarefa. Por tal razão, a Fundação Allan Kardec instituiu
um conjunto de orientações para esse momento, assim como para o estágio final das tarefas de
um dia, denominado encerramento.
Desse documento, intitulado Diretrizes de Orientação – Reunião de Abertura e
Encerramento das Atividades, destacamos os seguintes trechos:

“Em face de tais circunstâncias, faz-se necessário que o trabalhador do


bem invista esforços de maneira permanente, na superação das
dificuldades com as quais se vê envolvido e das quais nem sempre
consegue se desvencilhar, comprometendo sua preparação para o
trabalho doutrinário. É claro que os benfeitores espirituais, responsáveis
maiores por essas atividades, redobram-se em nos apoiar quando
estamos imbuídos de propósitos no bem. Na verdade, o pouco de boa
vontade e esforço que apresentemos é por eles multiplicado, aumentando
assim as nossas possibilidades.”
“Mesmo assim, precisamos de um mínimo de providências propiciadoras
das ações deles em nosso favor, sem as quais, apesar de todo o empenho
e desejo que tenham, não poderão nos ajudar. Então, com vistas a
contribuir com essa preparação, a Instituição considera necessário que,
ao menos na hora que antecede nossas atividades, possamos dedicar
atenção exclusiva ao preparo de nossas mentes e corações, a fim de
permitir que eles venham nos auxiliar nas lides em prol de nossa
evolução e da construção do Reino de Deus na Terra.”

Integram esse conjunto de providências a leitura de uma mensagem doutrinária, breves


reflexões sobre seu conteúdo e a prece. Muitas vezes, no entanto, não há uma preocupação mais
atenta para a escolha da mensagem lida. Quando, por exemplo, inicia-se a leitura seriada de
determinada obra, corre-se o risco de se utilizar um tema não adequado para aquele momento,
por mais profundo e esclarecedor que ele seja.
O ideal, para os propósitos da abertura, é que se fale da importância do trabalho em equipe;
da necessidade do trabalho no bem; de nossas possibilidades de servir, não obstante as muitas
imperfeições que carregamos; do valor da união e da comunhão de objetivos; da multiplicidade
de tarefas à nossa disposição e conforme nossas aptidões; do auxílio espiritual que recebemos
quando nos dispomos a servir, dentre vários outros aspectos relevantes.
Atenta a essa necessidade, a Diretoria de Apoio à Melhoria Interior – DAMI formou, no
ano de 2015, uma equipe de trabalhadores que realizou, durante um ano, um trabalho metódico
de análise da produção mediúnica de Francisco Cândido Xavier, buscando identificar mensagens
com os propósitos acima descritos. O volume apresentado em 2016 reuniu o resultado desse
profícuo esforço para o aprimoramento das atividades na Fundação Allan Kardec.
Aberturas de atividades numa Casa Espírita, bem o sabemos, não são o momento
adequado para revolvermos nossas feridas morais por meio da leitura de mensagens
contundentes, muito embora seja altamente necessário que todos as leiamos e analisemos
atentamente a sós, ou em grupos menores e homogêneos, destacou o grupo de trabalhadores
quando da conclusão de seu trabalho.
Decorridos dois anos de seu lançamento, temos a grata alegria de apresentar a primeira
atualização desse volume, agora com setenta mensagens, todas indicadas para a reflexão coletiva
nos momentos de abertura das atividades da Casa Espírita, rogando a Deus que continue a nos
ofertar a oportunidade de progredir e aprender com os abençoados labores espíritas.

Conselho Diretor da Fundação Allan Kardec


SUMÁRIO

Vamos, amigo .............................................................................................................................. 1


Migalha e multidão ...................................................................................................................... 2
Cada qual ..................................................................................................................................... 3
A retribuição ................................................................................................................................ 4
Alguma coisa ............................................................................................................................... 5
Procuremos com zelo ................................................................................................................... 6
Sementeira e construção .............................................................................................................. 7
Administração .............................................................................................................................. 8
Recebeste a luz? ........................................................................................................................... 9
Ajudemos a vida mental ............................................................................................................... 10
Imperfeições ................................................................................................................................. 11
Na tarefa de equipe ...................................................................................................................... 12
Cada servidor em sua tarefa ......................................................................................................... 13
Deus te abençoa ........................................................................................................................... 14
Tende fé em Deus ........................................................................................................................ 15
Socorro e concurso ....................................................................................................................... 16
Cresçamos para o bem ................................................................................................................. 17
Fé e obras ..................................................................................................................................... 18
Ajudemos também ....................................................................................................................... 19
Melhorando sempre ...................................................................................................................... 20
Todos podemos ............................................................................................................................ 21
Tua prosperidade .......................................................................................................................... 22
Anotação em serviço .................................................................................................................... 23
Teu serviço ................................................................................................................................... 24
Confiança recíproca ..................................................................................................................... 25
Neste exato momento .................................................................................................................. 26
Imperfeitos, mas úteis .................................................................................................................. 27
A caminho do alto ........................................................................................................................ 28
Em equipe .................................................................................................................................... 29
Trabalha e espera ......................................................................................................................... 30
Rogativa e cooperação ................................................................................................................. 31
Trabalho e evolução ..................................................................................................................... 32
Em oração .................................................................................................................................... 33
Em equipe espírita ........................................................................................................................ 34
Teu concurso ................................................................................................................................ 35
O assistido .................................................................................................................................... 36
Em nossas mãos ........................................................................................................................... 37
Encargos ....................................................................................................................................... 38
Serve e confia ............................................................................................................................... 39
Esperança e trabalho .................................................................................................................... 40
Trabalho em nós ........................................................................................................................... 41
Cooperação encadeada ................................................................................................................. 42
Nossa parte ................................................................................................................................... 43
Questão de valor ........................................................................................................................... 44
Em serviço .................................................................................................................................... 45
Remuneração espiritual ................................................................................................................ 46
Em ação espírita ........................................................................................................................... 47
Sejamos bons ................................................................................................................................. 48
Trabalho e nós ............................................................................................................................... 49
No trabalho-oração ........................................................................................................................ 50
Bondade ........................................................................................................................................ 51
Com a bênção do Cristo ................................................................................................................ 52
Partilha ..............................................................................................................................................
53
Contribuir ...................................................................................................................................... 54
Em nosso trabalho ......................................................................................................................... 55
Exortados a batalhar ..................................................................................................................... 56
Pelos frutos ................................................................................................................................... 57
Nos dons do Cristo ....................................................................................................................... 58
Devagar, mas sempre .................................................................................................................... 59
Aproveita ...................................................................................................................................... 60
Possuímos o que damos ................................................................................................................ 61
Em nossas tarefas ......................................................................................................................... 62
Que tendes? ................................................................................................................................... 63
No esforço comum ....................................................................................................................... 64
União ............................................................................................................................................ 65
Servindo sempre ........................................................................................................................... 66
Paz e segurança ............................................................................................................................. 67
Na gleba do mundo ....................................................................................................................... 68
Recursos ....................................................................................................................................... 69
Doação e nós ................................................................................................................................. 70
01

VAMOS, AMIGO

O mundo é uma escola vasta, cujos portais atravessamos para a colheita de lições
necessárias ao nosso aprimoramento.
Dentro desse educandário milagroso, encontramos todos os recursos imprescindíveis à
nossa habilitação para a divina luz, articulados pelos mestres da sabedoria e do amor e pelos
lidadores e estudantes que nos antecederam.
A ordem, o ensinamento, a oportunidade, valores inapreciáveis que desfrutamos na
condição de encarnados, constituem vantagens que herdamos de nossos predecessores.
Se você deseja uma Terra aperfeiçoada ou uma escola mais eficiente, que faz por auxiliá-
la?
Recorde aqueles que morreram nos cárceres, nos obstáculos e nas experiências para que
você disponha de liberdade, esclarecimento e saúde e não perca o seu glorioso ensejo de
cooperar.
A sua hora de contribuir, no engrandecimento humano, não está marcada em relógios
celestiais.
Soa aqui mesmo, onde nossos corações estão aprendendo a soletrar os regulamentos da
Boa Lei.
Não espere uma auréola de santidade para ser útil ainda hoje.
Você ainda não é um conviva no banquete dos heróis.
É irmão dos homens, que esperam a sua colaboração à mesa da fraternidade.
Somos imperfeitos, sim, mas não inúteis.
O diamante na pedra bruta é incompleto, mas resplandece depois, quando se confia à lição
do lapidador.
Vamos, amigo!
O tempo é a sua riqueza, a oportunidade de servir é a nossa glória sublime.
Você, em verdade, ainda não pode criar um paraíso na Terra, mas pode dar alguma cousa
de você mesmo, em favor da conformidade, a fim de que o homem de amanhã, em lhe tomando
o lugar, possa engrandecer o seu nome, encontrando, com o seu auxílio, um mundo renovado e
melhor.

José de Castro

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Nosso Livro, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1950.
02

MIGALHA E MULTIDÃO

“E tendo mandado que a multidão se assentasse


sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e,
erguendo os olhos ao céu, os abençoou e, partindo
os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à
multidão.” (Mateus, 14:19.)

Ante o quadro da legião de famintos, qualquer homem experimentaria invencível


desânimo, considerando a migalha de cinco pães e dois peixes. Mas Jesus emprega o imenso
poder da bondade e consegue alimentar a todos, sobejamente.
Observemos, contudo, que para isso toma os discípulos por intermediários.
O ensinamento do Mestre, nesse passo do Evangelho, é altamente simbólico.
Quem identifica a aluvião de males criados por nós mesmos, pelos desvios da vontade,
na sucessão de nossas existências sobre a Terra, custa a crer na migalha de bem que possuímos
em nós próprios.
Aqui, corrói a enfermidade, além, surge o fracasso, acolá, manifestam-se expressões
múltiplas do crime.
Como atender às necessidades complexas?
Muitos aprendizes recuam ante a extensão da tarefa.
Entretanto, se o servidor fiel caminha para o Senhor, a migalha de suas luzes é
imediatamente suprida pelo milagre da multiplicação, de vez que Jesus, considerando a oferta
espontânea, abençoar-lhe-á o patrimônio pequenino, permitindo-lhe nutrir verdadeiras
multidões de necessitados.
A massa de nossas imperfeições ainda é inaquilatável.
Em toda parte, há moléstias, deficiências, ruínas...
É imprescindível, no entanto, não duvidar de nossas possibilidades mínimas no bem.
Nossas migalhas de boa-vontade na disposição de servir santamente, quando conduzidas
ao Cristo, valem mais que toda a multidão de males do mundo.

Emmanuel

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Do livro Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1952.
03
CADA QUAL

“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o


mesmo.” – Paulo. (1.ª Epístola aos Coríntios, 12:4.)

Em todos os lugares e posições, cada qual pode revelar qualidades divinas para a
edificação de quantos com ele convivem.
Aprender e ensinar constituem tarefas de cada hora, para que colaboremos no
engrandecimento do tesouro comum de sabedoria e de amor.
Quem administra, mais frequentemente pode expressar a justiça e a magnanimidade.
Quem obedece, dispõe de recursos mais amplos para demonstrar o dever bem cumprido.
O rico, mais que os outros, pode multiplicar o trabalho e dividir as bênçãos.
O pobre, com mais largueza, pode amealhar a fortuna da esperança e da dignidade.
O forte, mais facilmente, pode ser generoso, a todo instante.
O fraco, sem maiores embaraços, pode mostrar-se humilde, em quaisquer ocasiões.
O sábio, com dilatados cabedais, pode ajudar a todos, renovando o pensamento geral para
o bem.
O aprendiz, com oportunidades multiplicadas, pode distribuir sempre a riqueza da boa-
vontade.
O são, comumente, pode projetar a caridade em todas as direções.
O doente, com mais segurança, pode plasmar as lições da paciência no ânimo geral.
Os dons diferem, a inteligência se caracteriza por diversos graus, o merecimento apresenta
valores múltiplos, a capacidade é fruto do esforço de cada um, mas o Espírito Divino que
sustenta as criaturas é substancialmente o mesmo.
Todos somos suscetíveis de realizar muito, na esfera de trabalho em que nos encontramos.
Repara a posição em que te situas e atende aos imperativos do Infinito Bem. Coloca a
Vontade Divina acima de teus desejos, e a Vontade Divina te aproveitará.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1956.
04
A RETRIBUIÇÃO

“Pedro disse-lhe: e nós que deixamos tudo e te


seguimos, que receberemos?” (Mateus, 19:27.)

A pergunta do apóstolo exprime a atitude de muitos corações nos templos religiosos.


Consagra-se o homem a determinado círculo de fé e clama, de imediato: – “Que
receberei?”
A resposta, porém, se derrama silenciosa, através da própria vida.
Que recebe o grão maduro, após a colheita? O triturador que o ajuda a purificar-se.
Que prêmio se reserva à farinha alva e nobre? O fermento que a transforma para a utilidade
geral.
Que privilégio caracteriza o pão, depois do forno? A graça de servir.
Não se formam cristãos para adornos vivos do mundo, e sim para a ação regeneradora e
santificante da existência.
Outrora, os servidores da realeza humana recebiam o espólio dos vencidos e, com eles, se
rodeavam de gratificações de natureza física, com as quais abreviavam a própria morte.
Em Cristo, contudo, o quadro é diverso.
Vencemos, em companhia dEle, para nos fazermos irmãos de quantos nos partilham a
experiência, guardando a obrigação de ampará-los e ser-lhes úteis.
Simão Pedro, que desejou saber qual lhe seria a recompensa pela adesão à Boa Nova, viu,
de perto, a necessidade da renúncia. Quanto mais se lhe acendrou a fé, maiores testemunhos de
amor à Humanidade lhe foram requeridos. Quanto mais conhecimento adquiriu, a mais ampla
caridade foi constrangido, até o sacrifício extremo.
Se deixaste, pois, por devoção a Jesus, os laços que te prendiam às zonas inferiores da
vida, recorda que, por felicidade tua, recebeste do Céu a honra de ajudar, a prerrogativa de
entender e a glória de servir.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1956.
05
ALGUMA COISA

“Não necessitam de médico os que estão sãos, mas


sim os que estão enfermos.” – Jesus. (Lucas, 5:31.)

Quem sabe ler não se esqueça de amparar o que ainda não se alfabetizou.
Quem dispõe de palavra esclarecida ajude ao companheiro, ensinando-lhe a ciência da
frase correta e expressiva.
Quem desfruta o equilíbrio orgânico não despreze a possibilidade de auxiliar o doente.
Quem conseguiu acender alguma luz de fé no próprio espírito suporte com paciência o
infeliz que ainda não se abriu à mínima noção de responsabilidade perante o Senhor, auxiliando-
o a desvencilhar-se das trevas.
Quem possua recursos para trabalhar não olvide o irmão menos ajustado ao serviço,
conduzindo-o, sempre que possível, a atividade digna.
Quem estime a prática da caridade compadeça-se das almas endurecidas, beneficiando-as
com as vibrações da prece.
Quem já esteja entesourando a humildade não se afaste do orgulhoso, conferindo-lhe, com
o exemplo, os elementos indispensáveis ao reajuste.
Quem seja detentor da bondade não recuse assistência aos maus, de vez que a maldade
resulta invariavelmente da revolta ou da ignorância.
Quem estiver em companhia da paz ajude aos desesperados.
Quem guarde alegria divida a graça do contentamento com os tristes.
Asseverou o Senhor que os sãos não precisam de médico, mas, sim, os enfermos.
Lembra-te dos que transitam no mundo entre dificuldades maiores que as tuas.
A vida não reclama o teu sacrifício integral em favor dos outros, mas, a benefício de ti
mesmo, não desdenhes fazer alguma coisa na extensão da felicidade comum.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1956.
06
PROCUREMOS COM ZELO

“Procurai com zelo os melhores dons e eu vos


mostrarei um caminho ainda mais excelente.” –
Paulo. (1.ª Epístola aos Coríntios, 12:31.)

A ideia de que ninguém deve procurar aprender e melhorar-se para ser mais útil à
Revelação Divina é muito mais uma tentativa de consagração à ociosidade que um ensaio de
humildade incipiente.
A vida é curso avançado de aprimoramento, através do esforço e da luta, e se a própria
pedra deve sofrer o burilamento para refletir a luz, que dizer de nós mesmos, chamados, desde
agora, a exteriorizar os recursos divinos?
Ninguém interrompa o serviço abençoado da sua educação, a pretexto de cooperar com o
Céu, porque o progresso é um comboio de rodas infatigáveis que relega para trás os que se
rebelam contra os imperativos da frente.
É indispensável avançar com a melhoria consequente de tudo o que nos rodeia.
E o Evangelho não endossa qualquer atitude de expectativa displicente.
A palavra de Paulo é demasiado significativa.
Dirigindo-se aos Coríntios, o apóstolo da gentilidade exorta-os a procurarem com fervor os
melhores dons.
É imprescindível nos disponhamos a adquirir as qualidades mais nobres de inteligência e
coração, sublimando a individualidade imperecível.
Cultura e santificação, através do trabalho e da fraternidade, constituem dever para todas as
criaturas.
Autoaperfeiçoamento é obrigação comum.
Busquemos, zelosos, a elevação de nós mesmos, assinalando a nossa presença, seja onde
for, com as bênçãos do serviço a todos, e tão logo estejamos integrados no esforço digno, dentro
da ação pessoal e incessante no bem, o Alto nos descortinará mais iluminados caminhos para a
ascensão.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1956.
07
SEMENTEIRA E CONSTRUÇÃO

“Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois


lavoura de Deus e edifício de Deus.” – Paulo.
(1.ª Epístola aos Coríntios, 3:9.)

Asseverando Paulo a sua condição de cooperador de Deus e designando a lavoura e o


edifício do Senhor nos seguidores e beneficiários do Evangelho que o cercavam, traçou o quadro
espiritual que sempre existirá na Terra em aperfeiçoamento, entre os que conhecem e os que
ignoram a Verdade Divina.
Se já recebemos da Boa Nova a lâmpada acesa para a nossa jornada, somos
compulsoriamente considerados colaboradores do ministério de Jesus, competindo-nos a
sementeira e a construção dele em todas as criaturas que nos partilham a estrada.
Conhecemos, pois, na essência, qual o serviço que a Revelação nos indica, logo nos
aproximemos da luz cristã.
Se já guardamos a bênção do Mestre, cabe-nos restaurar o equilíbrio das correntes da vida,
onde permanecemos, ajudando aos que se desajudam, enxergando algo para os que jazem cegos
e ouvindo alguma coisa em proveito dos que permanecem surdos, a fim de que a obra do Reino
Divino cresça, progrida e santifique toda a Terra.
O serviço é de plantação e edificação, reclamando esforço pessoal e boa-vontade para com
todos, porquanto, de conformidade com a própria simbologia do apóstolo, o vegetal pede tempo
e carinho para desenvolver-se e a casa sólida não se ergue num dia.
Em toda parte, porém, vemos pedreiros que clamam contra o peso do tijolo e da areia e
cultivadores que detestam as exigências de adubo e proteção à planta frágil.
O ensinamento do Evangelho, contudo, não deixa margem a qualquer dúvida.
Se já conheces os benefícios de Jesus, és colaborador dele, na vinha do mundo e na
edificação do espírito humano para a Eternidade.
Avança na tarefa que te foi confiada e não temas. Se a fé representa a nossa coroa de luz, o
trabalho em favor de todos é a nossa bênção de cada dia.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1956.
08
ADMINISTRAÇÃO

“Dá conta de tua administração.” – Jesus. (Lucas,


16:2.)

Na essência, cada homem é servidor pelo trabalho que realiza na obra do Supremo Pai e,
simultaneamente, é administrador, porquanto cada criatura humana detém possibilidades
enormes no plano em que moureja.
Mordomo do mundo não é somente aquele que encanece os cabelos, à frente dos interesses
coletivos, nas empresas públicas ou particulares, combatendo tricas mil, a fim de cumprir a
missão a que se dedica.
Cada inteligência da Terra dará conta dos recursos que lhe foram confiados.
A fortuna e a autoridade não são valores únicos de que devemos dar conta hoje e amanhã.
O corpo é um templo sagrado.
A saúde física é um tesouro.
A oportunidade de trabalhar é uma bênção.
A possibilidade de servir é um obséquio divino.
O ensejo de aprender é uma porta libertadora.
O tempo é um patrimônio inestimável.
O lar é uma dádiva do Céu.
O amigo é um benfeitor.
A experiência benéfica é uma grande conquista. A ocasião de viver em harmonia com o
Senhor, com os semelhantes e com a Natureza é uma glória comum a todos.
A hora de ajudar os menos favorecidos de recursos ou entendimento é valiosa.
O chão para semear, a ignorância para ser instruída e a dor para ser consolada são apelos
que o Céu envia sem palavras ao mundo inteiro.
Que fazes, portanto, dos talentos preciosos que repousam em teu coração, em tuas mãos e
no teu caminho? Vela por tua própria tarefa no bem, diante do Eterno, porque chegará o
momento em que o Poder Divino te pedirá: – “Dá conta de tua administração.”

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1956.
09
RECEBESTE A LUZ?

“Recebeste o Espírito Santo quando creste?” (Atos,


19:2.)

O católico recolhe o sacramento do batismo e ganha um selo para identificação pessoal na


estatística da Igreja a que pertence.
O reformista das letras evangélicas entra no mesmo cerimonial e conquista um número no
cadastro religioso do templo a que se filia.
O espiritista incorpora-se a essa ou àquela entidade consagrada à nossa Doutrina
Consoladora e participa verbalmente do trabalho renovador.
Todos esses aprendizes da escola cristã se reconfortam e se rejubilam.
Uns partilham o contentamento da mesa eucarística que lhes aviva a esperança no Céu;
outros cantam, em conjunto, exaltando a Divina Bondade, aliciando largo material de estímulo
na jornada santificante; outros, ainda, se reúnem, ao redor da prece ardente, e recebem
mensagens luminosas e reveladoras de emissários celestiais, que lhes consolidam a convicção na
imortalidade, além...
Todas essas posições, contudo, são de proveito, consolação e vantagem.
É imperioso reconhecer, porém, que se a semente é auxiliada pela adubação, pela água e
pelo Sol, é obrigada a trabalhar, dentro de si mesma, a fim de produzir.
Medita, pois, na sublimidade da indagação apostólica: “Recebeste o Espírito Santo quando
creste?”
Vale-te da revelação com que a fé te beneficia e santifica o teu caminho, espalhando o
bem.
Tua vida pode converter-se num manancial de bênçãos para os outros e para tua alma, se te
aplicares, em verdade, ao Mestre do Amor. Lembra-te de que não és tu quem espera pela Divina
Luz. É a Divina Luz, força do Céu ao teu lado, que permanece esperando por ti.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1956.
10
AJUDEMOS A VIDA MENTAL

“E seguia-o uma grande multidão da Galileia, de


Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e de além do
Jordão.” (Mateus, 4:25.)

A multidão continua seguindo Jesus na ânsia de encontrá-lo, mobilizando todos os recursos


ao seu alcance.
Procede de todos os lugares, sequiosa de conforto e revelação.
Inútil a interferência de quantos se interpõem entre ela e o Senhor, porque, de século a
século, a busca e a esperança se intensificam.
Não nos esqueçamos, pois, de que abençoada será sempre toda colaboração que pudermos
prestar ao povo, em nossa condição de aprendizes.
Ninguém precisa ser estadista ou administrador para ajudá-lo a engrandecer-se.
Boa-vontade e cooperação representam as duas colunas mestras no edifício da fraternidade
humana. E contribuir para que a coletividade aprenda a pensar na extensão do bem é colaborar
para que se efetive a sintonia da mente terrestre com a Mente Divina.
Descerra-se à nossa frente precioso programa nesse particular.
Alfabetização.
Leitura edificante.
Palestra educativa.
Exemplo contagiante na prática da bondade simples.
Divulgação de páginas consoladoras e instrutivas.
Exercício da meditação.
Seja a nossa tarefa primordial o despertamento dos valores íntimos e pessoais.
Auxiliemos o companheiro a produzir quanto possa dar de melhor ao progresso comum, no
plano, no ideal e na atividade em que se encontra.
Orientar o pensamento, esclarecê-lo e sublimá-lo é garantir a redenção do mundo,
descortinando novos e ricos horizontes para nós mesmos.
Ajudemos a vida mental da multidão e o povo conosco encontrará Jesus, mais facilmente,
para a vitória da Vida Eterna.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1956.
11
IMPERFEIÇÕES

Ante o serviço a fazer, evitemos a escuridão das horas frustradas.


Nós que alongamos os braços, a cada instante, para recolher sustento e proteção, consolo e
carinho, saibamos estender igualmente as mãos para auxiliar.
Declaras-te inabilitado a servir.
Entretanto, é buscando servir que te promoves à galeria da confiança.
Afirmas-te em padrão muito baixo para a feitura das boas obras.
Entretanto, é nas boas obras que fulge o caminho da elevação.
Asseveras-te espírito devedor e, por esse motivo, desertas do culto à fraternidade.
Entretanto, é no culto à fraternidade que encontramos recursos ao resgate dos próprios
débitos.
Acusas-te entediado e, por isso, renuncias às lutas edificantes.
Entretanto, é nas lutas edificantes que recuperarás a tua alegria.
Haja o que houver, não te proclames inútil.
Há muita gente que se lastima da falta de virtude para fugir-lhe ao ensinamento, olvidando
que, se já fôssemos consciências aprimoradas, ninguém recorreria na Terra ao merecimento da
escola.
O vaso simples, se necessário, é mandado ao conserto.
O carro em desajuste recupera-se na oficina.
O móvel quebrado encontra refazimento.
A roupa manchada alimpa-se na água pura.
É impossível, desse modo, que a Divina Sabedoria não dispusesse de meios, a fim de
reabilitar-nos.
E, a fim de reabilitar-nos, deu-nos a cada um a possibilidade de auxílio aos outros.
Todos temos, portanto, no trabalho do bem, nosso grande remédio.
Se caíste, surgirá ele como apoio em que te levantes.
Se amargurado, ser-te-á reconforto.
Se erraste, dar-te-á corrigenda.
Se ignoras, abençoar-te-á por lição.
Deus sabe que todos nós, encarnados e desencarnados em serviço na Terra, somos ainda
espíritos imperfeitos, mas concedeu-nos o trabalho do bem, que podemos desenvolver e
sublimar, segundo a nossa vontade, para que a nossa vida se aperfeiçoe.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Seara dos Médiuns, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1961.
12
NA TAREFA DE EQUIPE

Meu amigo:
Não tema, nem receie.
O timoneiro do barco é o Senhor. Coloquemos sobre o leme as nossas mãos e esperemos,
nEle.
O trabalho é delicado na administração, mas se a glória humana pertence àqueles que a
procuram, a humildade divina é dos corações que a buscam.
Despreocupados do império do “eu”, alcançaremos o Reino de Deus.
O discípulo fiel não pede, nem rejeita. Aceita as determinações do Senhor, com
deliberação ardente de obedecer para maior exaltação de quem tudo nos deu.
Continuemos, assim, de esperanças entrelaçadas.
O amor do amigo verdadeiro desce abaixo das raízes ou se eleva acima das estrelas. Por
isso, o Mestre chamou “amigo” aos aprendizes da hora primeira.
Nossa união tem imperativos a que não poderemos fugir. Subiremos com a graça celeste.
Não descansaremos, até que todos respirem no cimo do monte.
O cascalho do personalismo excessivo ainda é o grande impedimento da jornada. Demora-
se nas bases da senda e por isso mesmo nos dilacera.
Contudo, ainda que nossos pés sangrem na estrada, recordar-nos-emos de que Jesus lavou
os pés dos discípulos e purificou-os.
Haja mais amor nos corações para que o rio das dádivas transite no santuário, sem prejuízo
do bem coletivo. Até mesmo para receber a felicidade é preciso preparação. Sem vaso adequado,
os bens do Alto se contaminam com as perturbações do campo inferior, qual acontece à gota
diamantina que se converte em lama quando cai na poeira da Terra.
Grande é a missão do templo do bem; e os irmãos que oficiam em seus altares não lhe
podem esquecer as finalidades sublimes.
“Muito se pedirá àquele que muito recebeu”.
E o mesmo grupo não se constitui ao acaso.
Trabalhemos servindo ao bem, com esquecimento de todo mal.
Atendemos, ainda e sempre, aos nossos deveres do primeiro instante, com lágrimas de
alegria. Não nos arrependeremos de haver renunciado. E possuiremos conosco, mais tarde, o
supremo júbilo de reconhecer quão leve é o jugo do Senhor, porquanto, em companhia dEle,
muito leve e sublime é o peso de nossos pequeninos trabalhos na Causa da Humanidade.

André Luiz

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Relicário de Luz, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1962.
13
CADA SERVIDOR EM SUA TAREFA

No campo da vida, cada inteligência se caracteriza pelas atribuições que lhe são próprias.
Seja nos recintos da lei, nos laboratórios da ciência, no tanque de limpeza ou à cabeceira de
um doente, toda pessoa tem o lugar de revelar-se.
Não te afirmes, desse modo, inútil ou desprezível.
E, atendendo ao trabalho que o mundo te reservou, não te ausentes da ação, alegando que
todos somos iguais e que, por isso mesmo, não adianta fatigar-se alguém por trazer a nota, em
que se particulariza, à sinfonia do Universo.
Sim, todos somos iguais, na condição de criaturas de Deus, e todos nos identificaremos
harmoniosamente uns com os outros, no dia da suprema integração com a Infinita Bondade, mas,
entre a estaca de partida e o ponto de meta, cada um de nós permanece, em determinado grau
evolutivo, com aquisições especificas por fazer, conquanto estejamos sob o critério imparcial das
leis eternas, que funcionam em regime de absoluta igualdade para nós todos.
Em cada fase de realização do aprimoramento espiritual, como acontece, em cada setor de
construção do progresso físico, preceituam os fundamentos divinos seja concedida a cada
servidor a sua própria tarefa.
Isso é fácil de verificar nos planos mais simples da Natureza.
Num trato de solo, as expressões climáticas são as mesmas para todas as plantas, contudo,
a sarça não oferece laranjas e nem o mamoeiro deita cravos.
Na moradia vulgar, o alicerce é uniforme na contextura, mas o teto não substitui a parede,
e nem a porta desempenha as funções do piso.
Na produção da luz elétrica, a força é idêntica nos condutos diversos, no entanto, o
transformador não serve de fio e nem a tomada efetua a obra da lâmpada.
No corpo humano, embora o sangue circule por seiva única de todas as províncias que o
constituem, olhos e ouvidos, pés e mãos desenvolvem obrigações diferentes.
Certo, podes incentivar o serviço alheio, como é justo adubar-se a lavoura para que a
lavoura produza com segurança, todavia, a obrigação, hoje, é intransferível para cada um, não
obstante a possibilidade dessa mesma obrigação alterar-se amanhã.
Realiza, pois, tão bem quanto possível, a tarefa que te cabe e nunca te digas em tarefa
excessivamente apagada.
Ainda mesmo para o mais exímio dos astronautas a viagem no firmamento principia de um
passo no chão do mundo, e o mais soberbo jequitibá da floresta começou na semente humilde.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Livro da Esperança, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1964.
14

DEUS TE ABENÇOA

“Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de


Deus...” – Paulo. (2.ª Epístola aos Coríntios, 8:1.)

Acreditas-te frágil, mas Deus te suprirá de energias.


Reconheces a própria limitação, mas Deus te conferirá crescimento.
Afirmas-te sem ânimo, mas Deus te propicia coragem.
Declaras-te pobre, mas dispões das riquezas infinitas de Deus.
Entendamos, porém, que o processo de assimilar os recursos divinos será sempre o serviço
prestado aos outros.
Não alegues, assim, fraqueza, inaptidão, desalento ou penúria para desistir do lugar que te
cabe no edifício do bem.
Pela hora do otimismo com que amparas o trabalho dos companheiros, Deus te abençoa.
Pelo gesto silencioso com que escoras o equilíbrio geral, Deus te abençoa.
Pela frase caridosa e esclarecedora com que asseguras o entendimento fraterno, Deus te
abençoa.
Pela migalha de socorro ou de tempo que despendes no apoio aos necessitados, Deus te
abençoa.
Pela atitude de tolerância e serenidade, à frente da incompreensão, Deus te abençoa.
Convivemos, sem dúvida, com almas heroicas, habilitadas aos mais altos testemunhos de
fé em Deus, através do sacrifício pela felicidade dos semelhantes, mas Deus, que abençoa o rio
capaz de garantir as searas do campo, abençoa também a gota de orvalho que ameniza a sede da
rosa.
Se erros e desacertos nos marcaram a estrada até ontem, voltemo-nos para Deus com
sinceridade, refazendo a esperança e suportando sem mágoa, as acusações do caminho.
O homem, às vezes, passa enojado, à frente do charco, sem perceber que Deus alentou no
charco os lírios que lhe encantam a mesa.
À face disso, se alguém te censura ouve com paciência. Se existe sensatez na repreensão,
aproveita o conselho; se for injusto o reproche, conserva a alma tranquila, na limpeza da
consciência.
Em qualquer dificuldade, arrima-te na confiança, trabalhando e servindo com alegria, na
certeza invariável de que Deus te vê e te abençoa.

Emmanuel

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Do livro Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de
1965.
15
TENDE FÉ EM DEUS

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: tende fé em Deus.”


(Marcos, 11:12.)

Bastas vezes, as dificuldades na concretização de um projeto elevado se nos afiguram


inamovíveis.
Começamos por reconhecer-lhes o peso inquietante e estimáveis companheiros acabam por
destacar-nos a importância delas, como a dizer-nos que é preciso renunciar ao bem que
pretendemos fazer.
Tudo, aparentemente, é obstáculo intransponível...
Mas Deus intervém e uma porta aparece.
Há circunstâncias nas quais o problema com que somos defrontados, numa questão
construtiva, é julgado insolúvel.
Passamos a inquietar-nos e, não raro, especialistas no assunto comparecem junto de nós,
apontando-nos a impraticabilidade da solução.
As obscuridades crescem por sombras indevassáveis...
Mas Deus interfere e desponta uma luz.
Em certas ocasiões, uma pessoa querida, ao perturbar-se de chofre, fornece a impressão de
doente irrecuperável.
Afligimo-nos ao vê-la assim em desequilíbrio e, quase sempre, observadores amigos
comentam a inexequibilidade de qualquer melhoria, induzindo-nos a largá-la ao próprio
infortúnio.
Avoluma-se a prova que lembra angústia inarredável...
Mas Deus determina e surge um remédio.
Ocorrem-te no mundo as mesmas perplexidades, em matéria de saúde, família, realizações.
Salientam-se fases de trabalho em que a luta é suposta invencível, com absoluto desânimo
daqueles que te rodeiam, mas Deus providencia e segues, tranquilo, à frente.
Por mais áspera a crise, por maior a consternação, não percas o otimismo e trabalha,
confiante.
Ouçamos, nós todos, a indicação de Jesus: – “Tende fé em Deus”.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de
1965.
16
SOCORRO E CONCURSO

“Quantos pães tendes?” – Jesus. (Marcos, 8:5.)

Observemos que o Senhor, diante da multidão faminta, não pergunta aos companheiros: –
“de quantos pães necessitamos?” mas, sim, “quantos pães tendes?”.
A passagem denota a precaução de Jesus no sentido de alertar os discípulos para a
necessidade de algo apresentar à Providência Divina como base para o socorro que suplicamos.
Em verdade, o Mestre conseguiu alimentar milhares de pessoas, mas não prescindiu das
migalhas que os apóstolos lhe ofereciam.
O ensinamento é precioso para a nossa experiência de oração.
Não vale rogar as concessões do Céu, alongando mãos vazias, com palavras brilhantes e
comoventes, mas sim pedir a proteção de que carecemos, apresentando, em nosso favor, as
possibilidades ainda que diminutas de nosso esforço próprio.
Não adianta solicitar as bênçãos do pão imobilizando os braços no gelo da preguiça, como
é de todo impróprio rogar os talentos do amor, calcinando o coração no fogo do ódio.
Decerto, o Senhor operará maravilhas, no amparo a todos aqueles que te partilham a
marcha...
Dispensará socorro aos que amas, transformará o quadro social em que te situas e exaltará
o templo doméstico em que respiras...
Contudo, para isso, é necessário lhe ofereças os recursos que já conseguiste amontoar em ti
mesmo para a extensão do progresso e para a vitória do bem.
Não te esqueças, pois, de que no auxílio aos outros não prescindirá o Senhor do auxílio,
pequenino embora, que deve encontrar em ti.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de
1965.
17
CRESÇAMOS PARA O BEM

“Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de


Deus, pois não lhe dá Deus o Espírito por medida.” –
Jesus. (João, 3:34.)

Observa a munificência das concessões divinas por toda a parte.


Enquanto o homem raciona a distribuição desse ou daquele recurso, Deus não altera as
Suas leis de abundância.
Anota na Terra em torno de ti:
O Sol magnificente nutrindo a vida em todas as direções...
O ar puro e sem medida...
A fonte que se dá sem reservas...
Tudo infinitamente doado a todos.
Tudo liberalmente repartido.
Qual ocorre às concessões do Senhor na ordem material, acontece no Reino do Espírito.
As portas da sabedoria e do amor jazem constantemente abertas. Os tesouros da ciência e
as alegrias da compreensão humana, as glórias da arte e as luzes da sublimação interior são
acessíveis a todas as criaturas.
No entanto, do rio de graças da vida, cada alma somente retira a porção de riquezas que
possa perceber e utilizar proveitosamente.
Estuda, observa, trabalha e renova-te para o bem.
Amplia a visão que te é própria e auxilia os outros, ajudando a ti mesmo.
Recorda que Deus a ninguém dá seus dons por medida, contudo, cada alma traz consigo a
medida que instalou no próprio íntimo para recepção dos dons de Deus.

Emmanuel

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Do livro Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de
1965.
18
FÉ E OBRAS

“A fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.”


(Tiago, 2:17.)

Imaginemos o mundo transformado num templo vasto, respeitável sem dúvida, mas
plenamente superlotado de criaturas em perene adoração ao Céu.
Por dentro, a fé reinando sublime: orações primorosas...
Discursos admiráveis... Louvores e cânticos...
Mas, por fora, o trabalho esquecido: campos ao desamparo...
Enxadas ao abandono... Lareiras em cinza...
De que teria valido a exaltação exclusiva da fé, senão para estender a morte no mundo que
o Senhor nos confiou para a glória da vida ?
Não te creias, desse modo, em comunhão com a Divina Majestade, simplesmente porque te
faças cuidadoso no culto externo da religião a que te afeiçoas.
Conhecimento nobre exige atividade nobre.
Elevação espiritual é também dever de servir ao Eterno Pai na pessoa dos semelhantes.
É por isso que fé e obras se completam no sistema de nossas relações com a vida superior.
Prece e trabalho.
Santuário e oficina.
Cultura e caridade.
Ideal e realização.
Nesse sentido, Jesus é o nosso exemplo indiscutível.
Não se limitou o Senhor a simples glorificação de Deus nos Paços Divinos, quanto à
edificação dos homens. Por amar infinitamente a Deus, na sublime tarefa que lhe foi cometida,
desceu à esfera dos homens e entregou-se à obra do amor infatigável, levantando-nos da sombra
terrestre para a luz espiritual.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de
1965.
19
AJUDEMOS TAMBÉM

“Ele respondeu e disse: Dai-lhes vós, de comer...”


(Marcos, 6:37.)

Em muitas ocasiões propomos a Benfeitores Espirituais determinados serviços que, acima


de tudo, são oportunidades de trabalho que o Senhor, abnegado e vigilante, nos oferece.
Enunciamos rogativas e relacionamos diversos quadros de ação para a caridade.
O doente de certa rua.
O parente necessitado.
O obsesso que sofre não distante.
A casa conflagrada do vizinho.
O companheiro algemado ao leito.
O amigo em prova inquietante.
Os obreiros da Espiritualidade movimentam-se e ajudam, devotados e operosos; contudo,
em suplicando o socorro alheio, não nos cabe olvidar o socorro que podemos prestar por nós
mesmos.
É indispensável acionar as possibilidades da nossa cooperação fraterna, os recursos ainda
que reduzidos de nossa bolsa, o nosso concurso pessoal, o nosso suor e as nossas horas, a
benefício daqueles que a Sabedoria Divina situou em nossa estrada para testemunharmos a
própria fé.
Diante da turba faminta, ouvindo as alegações dos discípulos que lhe solicitavam a atenção
para as necessidades do povo, disse-lhes o Senhor:
– “Dai-lhes vós, de comer...”.
E os discípulos angariaram diminuta porção de alimentos, antes que o Mestre a convertesse
em pão para milhares.
A lição é expressiva.
Não basta rogar a intervenção do Céu, em favor dos outros, com frases bem feitas, a fim de
que venhamos a cumprir o nosso dever cristão. Antes de tudo, é necessário fazer a nossa parte,
quanto nos seja possível, para que o bem se realize, de modo a entrarmos em sintonia com os
poderes do Bem Eterno.

Emmanuel

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Do livro Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de
1965.
20
MELHORANDO SEMPRE

“Estamos orando a Deus para que não façais mal


algum, não para que simplesmente pareçamos
aprovados, mas para que façais o bem...” – Paulo.
(2.ª Epístola aos Coríntios, 13:7.)

Evidentemente, não podes garantir a felicidade do mundo que se encontra, de maneira


constante, sob o impacto das lutas evolutivas que lhe orientam a marcha, no entanto, ninguém
está impedido de cultivar o trato de terra em que vive, amparando uma árvore amiga ou
alentando uma flor.
Certo, não podes curar as chamadas chagas sociais, indesejáveis mas compreensíveis numa
coletividade de espíritos imperfeitos quais somos ainda todos nós, em regime de correção e
aperfeiçoamento, contudo, ninguém está impossibilitado de proceder honestamente e apoiar os
semelhantes com a força moral do bom exemplo.
Sem dúvida, não podes socorrer a todos os enfermos que choram na Terra, entretanto,
ninguém está proibido de atenuar a provação de um amigo ou de um vizinho, propiciando-lhe a
certeza de que o amor não desapareceu dos caminhos humanos.
Indiscutivelmente, não podes sanar as dificuldades totais da família em que nasceste,
todavia, ninguém está interditado, no sentido de ajudar a um parente menos feliz ou cooperar na
tranquilidade que se deve manter em casa.
Não te afastes da cultura do bem, sob o pretexto de nada conseguires realizar contra o
domínio das atribulações que lavram no Planeta.
O Senhor nunca nos solicitou o impossível e nem nunca exigiu da criatura falível
espetáculos de grandeza compulsória.
Conquanto existam numerosos desertos, a fonte pequenina corre, confiante, fecundando a
gleba em que transita.
Não nos é facultado corrigir todos os erros e extinguir todas as aflições que campeiam nas
trilhas da existência, mas todos podemos atravessar o cotidiano melhorando a vida e
dignificando-a, em nós e em torno de nós.

Emmanuel

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Do livro Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de
1965.
21
TODOS PODEMOS

Nem todos revelamos grandezas, mas todos podemos cultivar humildade.


Nem todos demonstramos conhecimentos superiores, mas todos podemos estudar.
Nem todos conseguimos sustentar, economicamente, as boas obras, mas todos podemos
efetuar essa ou aquela prestação de serviço.
Nem todos guardamos a competência ou o dom de curar, mas todos podemos, de um modo
ou de outro, auxiliar aos nossos irmãos enfermos.
Nem todos estamos habilitados para mandar, mas todos podemos servir.
Nem todos somos heróis, mas todos podemos ser sinceros, justos e bons.
Nem todos nos achamos em condições de realizar muito no socorro aos que sofrem, mas
todos podemos oferecer algo de nós, em favor deles.
Espíritas, irmãos! Não alegueis indigências, pequenez, fraqueza, incapacidade ou
ignorância para desertar do trabalho a que somos chamados. Comecemos, desde agora, a
edificação do Reino de Deus, em nós e em torno de nós, através do serviço que já possamos
fazer.

Albino Teixeira

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Do livro Caminho Espírita, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1967.
22
TUA PROSPERIDADE

Tua prosperidade não transparece unicamente da face material do teu dinheiro, das tuas
posses, da tua casa, dos teus bens.
Ela se compõe das experiências que ajuntaste, de alma transida, ante as incompreensões
que te cercaram as horas, com as quais saberás esquecer amarguras e ofensas.
Forma-se dos conhecimentos nobilitantes que amealhaste pelo estudo perseverante, com
que te habilitas ao privilégio de minorar as fadigas e o sofrimento dos irmãos que te
acompanham à retaguarda, sem luz que os norteie...
Ergue-se das palavras temperadas de prudência e de amor que as provações atravessadas
com paciência te acumularam no escrínio da alma, transfigurando-te em socorro aos caídos...
Eleva-se dos gestos de compaixão, que amontoaste à custa das disciplinas a que te
submeteste em favor dos que amas, pelas quais adquiriste o tato capaz de arredar a discórdia no
nascedouro...
Avoluma-se nas migalhas de tempo, que sabes extrair das obrigações retamente cumpridas,
para que te não falte a oportunidade de trabalhar no amparo aos menos felizes...
Tua prosperidade brilha nos exemplos de fraternidade com que dignificas a vida, nas
demonstrações de altruísmo com que suprimes a crueldade, nos testemunhos de fé renovadora
com que levantas os tíbios ou nos atos de humildade com que desarmas a delinquência.
Reparte com o próximo os valores que transportas no espírito...
Aquele que verdadeiramente serve distribui sem nunca se empobrecer.
Quem mais deu e quem mais dá sobre a Terra é Jesus-Cristo, cuja riqueza verte, infinita,
dos tesouros do coração.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Caminho Espírita, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1967.
23

ANOTAÇÃO EM SERVIÇO

Corrigir-nos, sim, e sempre.


Condenar-nos, não.
Valorizemos a vida pelo que a vida nos apresente de útil e belo, nobre e grande.
Mero dever melhorar-nos, melhorando o próprio caminho, em regime de urgência, todavia,
abstermo-nos do hábito de remexer inutilmente as próprias feridas, alargando-lhes a extensão.
Somos Espíritos endividados de outras eras e, evidentemente, ainda não nos empenhamos,
como é preciso, ao resgate de nossos débitos, no entanto, já reconhecemos as próprias contas
com a disposição de extingui-las.
Virtudes não possuímos, contudo, já não mais descambamos, conscientemente, para
criminalidade e vingança, violência e crueldade.
Não damos aos outros toda felicidade que lhes poderíamos propiciar, entretanto,
voluntariamente, não mais cultivamos o gosto de perseguir ou injuriar seja a quem seja.
Indiscutivelmente, não nos dedicamos, de todo, por enquanto, à prática do bem, como seria
de desejar, todavia, já sabemos orar, solicitando à Divina Providência nos sustente o coração
contra a queda no mal.
Não conseguimos infundir confiança nos irmãos carecentes de fé, no entanto, já
aprendemos a usar algum entendimento no auxílio a eles.
Por agora, não logramos romper integralmente com as tendências infelizes que trazemos de
existências passadas, mas já nos identificamos na condição de Espíritos inferiores, aceitando a
obrigação de reeducar-nos.
Servos dos servos que se vinculam aos obreiros do Senhor, na Seara do Senhor, busquemos
esquecer-nos, a fim de trabalhar e servir. Para isso, recordemos as palavras do apóstolo Paulo,
nos versículos 9 e 10, do capítulo 15, de sua Primeira Carta aos Coríntios: – “Não sou digno de
ser chamado apóstolo, mas pela graça de Deus, já sou o que sou.”

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Paz e Renovação, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1970.
24

TEU SERVIÇO

Não te afirmes sem o chamado divino para colaborar na Seara do Bem, porquanto o Senhor
espera em ti uma bênção a mais na construção do Reino de Deus.
“Como me certificarei de que isso ocorre?” – é provável perguntes.
Detém-te, todavia, na acústica da alma, onde se te sensibiliza o espírito ante as dores
alheias.
O Céu te alcança através da luz com que te clareia o caminho.
O Senhor te fala pelo amor com que se te enternece o coração.
Dirás talvez que existem milhares de encargos iguais uns aos outros e que os dias são
semelhantes entre si. Entretanto, se analisares os valores do trabalho e as surpresas do tempo,
para logo descobres que, com as oportunidades originais de cada dia, tens serviço sob tua
responsabilidade pessoal que os teus amigos, por mais íntimos e afins, não conseguiriam realizar.
Observa cada acontecimento que te envolve e cada irmão que te cruza o caminho e
verificarás em que lado da questão e em que problema do próximo espera o Senhor venhas a
funcionar por peça de luz e consolação, paz e vida.
Onde estejas, serás o ouvido que escuta, filtrando os materiais do cotidiano para encontrar
o bem, de modo a endereçá-lo, impoluto, para diante; o apoio dos olhos que enxergam para
ajudar e edificar; a palavra que balsamiza e enobrece, e o socorro das mãos que operam em
louvor da fraternidade e do benefício.
É possível que o Senhor te aguarde o concurso ainda hoje para erguer alto pilar, nas
realizações da beneficência, ou a fim de assumires, por Ele, compromisso importante no auxílio
à comunidade; talvez, porém, tão-só te peça, ainda agora, para ouvir o companheiro que a
provação desconsola, restaurando-lhe as forças, ou para sorrir na direção de alguém que te roga
apenas um gesto silencioso de simpatia para desvencilhar-se do erro.
Ergue-te cada manhã para servir e deixa que teu coração compreenda e ampare, reconforte
e auxilie... Perceberás, desse modo, que o Senhor te chamou como és, com o que tens, onde te
encontras e como te encontras para seres uma bênção entre Ele e os outros – traço de união entre
a Terra e os Céus.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Correio Fraterno, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1970.
25
CONFIANÇA RECÍPROCA

Muitos companheiros na Terra se declaram indignos de trabalhar na Seara do Bem,


alegando que não merecem a confiança do Senhor, quando a lógica patenteia outra coisa.
Se o Senhor não te observasse o devotamento afetivo, não te entregaria a formação da
família, em cuja intimidade criaturas diversas te aguardam carinho e cooperação; se não te
apreciasse o espírito de responsabilidade, não te permitiria desenvolver tarefas de inteligência,
através das quais influencias grande número de pessoas; se não acreditasse em tua nobreza de
sentimentos, não te induziria a sublimar princípios e atitudes, na realização das boas obras, com
as quais aprendes a estender-Lhe, no mundo, o Reino de Amor, e se não te reconhecesse o senso
de escolha, não te levaria a examinar teorias do bem e do mal, para que abraces livremente o
próprio caminho; se não te aceitasse o discernimento, não te facultaria a obtenção desse ou
daquele título de competência, com o qual consegues aliviar, melhorar, instruir ou elevar a vida
dos semelhantes.
Se o Senhor não confiasse em ti, não te emprestaria o filho que educas, a afeição que
abençoas, o solo que cultivas, a moeda que dás.
“Não cai uma folha de árvore sem que o Pai o queira”, ensinou-nos Jesus.
Toda possibilidade da criatura, na edificação do bem, é concessão do Criador. O crédito
vem do Pai Supremo; a aplicação com as responsabilidades consequentes diz respeito a nós.
Sempre que te refiras aos problemas da fé, não te fixes tão-somente na fé que depositas em
Deus. Recorda que Deus, igualmente, confia em ti.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Coragem, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1971.
26
NESTE EXATO MOMENTO

Neste exato momento, você está na situação mais apropriada ao exercício da compreensão
e do auxílio:
na circunstância mais favorável para fazer o bem;
de coração ligado às criaturas certas, junto das quais precisa trabalhar e harmonizar-se;
com a tarefa mais adequada às suas necessidades;
nas responsabilidades justas de que deve desincumbir-se;
no ponto mais importante para dar o testemunho de sua aplicação à fraternidade;
de reconhecer que a nossa felicidade é medida pela felicidade que fizermos para os outros;
de observar que, muitas vezes, vale mais perder para conquistar do que conquistar para
perder;
de ajustar-se à paciência e à esperança para consolidar o próprio êxito no instante
oportuno;
de não esmorecer com a dificuldade, a fim de merecer o benefício;
de sorrir e abençoar para receber simpatia e cooperação.
E, por isso mesmo, você agora está no momento exato de trabalhar para servir. E,
trabalhando e servindo, você adquirirá a certeza de que toda pessoa que trabalha e serve caminha
para a frente e, quem caminha para a frente, com o bem de todos, encontrará sempre o melhor.

André Luiz

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Coragem, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1971.
27
IMPERFEITOS, MAS ÚTEIS

“Busca e acharás” – prometeu nosso Divino Mestre.


Insistamos no esforço e com apoio no esforço alcançaremos a bênção da realização.
Em todos os lugares somos defrontados por irmãos que se afirmam inúteis ou demasiado
inferiores, e que, por isso, se declaram inabilitados a servir.
Entretanto, que tarefeiro crescido em experiência terá fugido ao rude labor da iniciação?
Onde o artista exímio que não haverá de repetir, detalhe a detalhe, as atividades criadoras a
que se afeiçoa e em que se aperfeiçoa, a fim de senhorear os recursos da mente e da Natureza?
Se ainda perguntas pela ação que te compete na seara do bem, toma lugar na caravana do
serviço, consagrando alma e tempo ao concurso que lhe possamos prestar, e, sustentando o
devido respeito aos missionários de cúpula no levantamento do Mundo Melhor, abracemos com
alegria os nossos deveres nos alicerces.
Para isso, no entanto, para que te desincumbas das próprias obrigações, não requisites
nomeação particular.
Apresenta-te simplesmente no campo das boas obras e começa fazendo algo em favor de
alguém.
A construção do bem comum é obra de todos.
Todos necessitamos trabalhar no sentido de aprender e construir, auxiliando os
companheiros esclarecidos para que se tornem cada vez mais fiéis à execução dos compromissos
nobilitantes que abraçam: os valorosos, para não descerem ao desânimo; os retos, para que não
se transviem; os fracos, para que se robusteçam; os tristes, para que se consolem; os caídos, para
que se reergam; os desequilibrados, para que se recomponham; os grandes devedores, para que
descubram a trilha da solução aos problemas em que se oneram.
Todos nós, espíritos em evolução no Planeta, somos ainda imperfeitos, mas úteis.
É certo que não nos é lícito alardear virtudes que não temos e nem fantasiar talentos que
nos achamos ainda muito longe de conquistar, mas todos somos chamados a contribuir no bem
geral, porquanto, assim como o minério bruto se separa da ganga, ao calor de alta tensão, de
modo a converter-se em coluna da civilização e nervo de progresso, também nossa alma,
depurada na forja acesa do serviço ao próximo, transforma-se, a pouco e pouco, em veículo de
amor e canal de sublimação.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Rumo Certo, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1971.
28
A CAMINHO DO ALTO

“Porque eu sou o menor dos apóstolos...” – Paulo.


(1.ª Epístola aos Coríntios, 15:9.)

Decididamente, muitos defeitos nos caracterizam ainda o progresso moral deficitário. Não
nos será lícito, porém, esquecer algumas das bênçãos que já conseguimos amealhar com o
amparo do Mestre Divino.
Não temos a santidade; no entanto, já nos matriculamos na escola do bem, aprendendo a
evitar as arremetidas do mal.
Não dispomos de sabedoria, mas já percebemos a importância do estudo, diligenciando
entesourar-lhe os valores imperecíveis.
Não possuímos a inexpugnabilidade moral; todavia, já sabemos orar, organizando a própria
resistência contra o assédio das tentações.
Não nos galardoamos ainda com o total desprendimento de nós mesmos, notadamente no
capítulo do perdão incondicional; contudo, já aceitamos a necessidade de abandonar a concha do
egoísmo, exercitando-nos em diminutivos gestos de entendimento e fraternidade para alcançar a
vivência da grande abnegação.
Não atingimos o sentimento imaculado; entretanto, pelo esforço na disciplina de nossas
inclinações e desejos, já nos adestramos, a pouco e pouco, para a aquisição do amor puro.
Não entremostramos, de leve, o heroísmo da fé absoluta, mas já assimilamos grau relativo
de confiança na Divina Providência, buscando agradecer-lhe a paz dos dias serenos, tanto quanto
invocando-lhe a proteção para a travessia das horas difíceis.
Sem dúvida, estamos muito longe, infinitamente muito longe da perfeição. Cabe, porém, a
nós, aprendizes do Evangelho, a obrigação de confrontar-nos hoje com o que éramos ontem e, a
nosso ver, feito isso, cada um de nós pode, sem pretensão, parafrasear as palavras do apóstolo
Paulo, nos versículos 9 e 10, do capítulo 15, de sua Primeira Epístola aos Coríntios: – “Dos
servidores do Senhor, sei que sou o menor e o mais endividado perante a Lei, mas com a graça
de Deus sou o que sou”...

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Bênção da Paz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1971.
29
EM EQUIPE

“Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria


o corpo?” – Paulo. (1.ª Epístola aos Coríntios, 12:19.)

Na edificação espírita-cristã, auxiliemos cada companheiro a perceber o valor do esforço


que se lhe atribui.
Nunca será demais repetir que todos, encarnados e desencarnados, atendendo aos
interesses da própria evolução, na obra da Doutrina Espírita, funcionamos em equipe, visando a
um fim – a consolidação do bem geral.
Cada tarefeiro é situado no lugar certo, para a cooperação exata.
Este retém a palavra vibrante, aquele conserva com mais segurança o senso da direção,
outro escreve de modo convincente, outro ainda, com mais propriedade, fornece a energia
curadora... Há quem se responsabilize pela escola, pelo conforto moral, pela assistência aos
necessitados, pela enfermagem da alma...
Todo trabalho a fazer, quanto ocorre a cada peça de determinado engenho, é de suma
importância. Em razão disso, não existem privilégios ou distinções na construção da
Espiritualidade Superior.
O colaborador requestado à produção de fenômenos espetaculares ou aos efeitos brilhantes
da inteligência, não é maior que o obreiro encarregado de lenir feridas ou suprimir aflições na
retaguarda.
O apóstolo Paulo, em se reportando ao assunto, articulou esta feliz expressão: – “Se todos,
porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo?”
Os olhos não substituem os ouvidos e nem as mãos tomam para si os deveres dos pés;
contudo, trabalham todos, interligados, em proveito da personalidade real.
Aprendamos com a Natureza e, sustentando-nos na posição que nos é própria,
aprimoremos, quanto possível, a nossa capacidade de servir, reconhecendo sempre que a seara
do bem pertence ao Senhor.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Bênção da Paz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1971.
30
TRABALHA E ESPERA

Nunca te suponhas a sós, em servindo à Seara do Bem.


Os Mensageiros do Senhor estão sempre abençoando, secundando, apoiando e
complementando-te o trabalho.
E não precisam trombetas para se anunciarem e nem requisitam dispositivos de alarme
para te entregarem o amparo de que se fazem portadores.
Em silêncio, sabem escolher oportunidades, processos, maneiras e pessoas para isso.
Observa.
Abeirava-te da exaustão, no capítulo das disponibilidades materiais para o sustento das
boas obras, entretanto, no ápice da necessidade, alguém apareceu, estendendo-te o concurso
preciso.
Impedimentos domésticos passaram a obstar-te a cooperação no auxílio aos semelhantes,
todavia, quando tudo se te afigurava entrave indissolúvel, algo sucedeu quebrando-te as amarras
e desanuviando-te o caminho.
Doenças ameaçavam-te com a paralisação das possibilidades de servir e até mesmo com a
desencarnação, contudo, no instante mais grave, do mecanismo das circunstâncias repontaram o
remédio providencial e a medida justa de que carecias para continuares em ação.
Provações do círculo íntimo te impuseram grande sobrecarga de tarefas, induzindo-te à
inquietação e ao sacrifício, no entanto, quando a situação te parecia insustentável, providências
surgiram, de inesperado, em teu auxílio.
Problemas diversos te afligiam a alma, acenando-te com a ruptura de tuas nobres
realizações em andamento, mas quando as tuas melhores esperanças se apresentavam como
sendo claramente frustradas, acontecimentos imprevistos liquidaram com eles e a estrada se te
clareou novamente.
Confia nos Mensageiros do Senhor, cujo amparo nunca falha.
No entanto, seja qual seja o obstáculo, não te dês à rebeldia ou lamentação e sim continua
trabalhando e oferecendo à vida o melhor que possas fazer.
Os Mensageiros do Senhor estão junto de nós e por nós, e jamais nos abandonam. Ainda
assim, mesmo quando o auxílio de que careças se te afigure tardar, continua fiel ao dever de
servir, porque o barulho da queixa ou a gritaria da revolta podem talvez dificultar o socorro que
vem vindo.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Mãos Unidas, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1972.
31
ROGATIVA E COOPERAÇÃO

Rogamos a assistência e o poder de Deus, em nosso benefício; entretanto, é forçoso


lembrar que Deus igualmente espera por nosso apoio e cooperação.
Deus é a sabedoria infinita.
Guardas a inteligência capaz de discernir.
Deus é paz.
Consegues, em qualquer situação, colaborar claramente na edificação da concórdia.
Deus é amor.
Podes ser, em todas as circunstâncias, uma parcela de bondade.
Deus é a luz da vida.
Seja qual seja o lance do caminho, conservas a prerrogativa de acender a chama da
esperança.
Em Deus, todas as doenças se extinguem.
Em ti, a possibilidade de socorrer aos enfermos.
Em Deus, a força de sustentar a todos.
Em ti, os recursos de amparar alguns ou de ajudar em favor de alguém.
Em Deus, a alegria perfeita.
Em ti, o privilégio de sorrir encorajando os outros.
Em Deus, a tolerância.
Em ti, o perdão.
Deus é a providência da humanidade.
Onde estiveres, podes ser, se o desejas, a bênção e o apoio na família ou no grupo de
trabalho a que pertences.
Deus pode tudo.
Cada criatura pode algo.
Sempre que nos dirijamos a Deus, pedindo auxílio – e sempre solicitamos de Deus o
auxílio máximo –, não nos esqueçamos, pelo menos, do mínimo de bem que todos nós já
podemos fazer.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Taça de Luz, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1972.
32
TRABALHO E EVOLUÇÃO

Sempre que tentados a desertar de servir, alegando falhas e imperfeições, convém observar
as lições lógicas da Natureza, que encontra no trabalho o seu próprio caminho de evolução e
aprimoramento.
Se a semente desistisse de germinar, à face do claustro de barro que a constrange, não
forneceria o fruto que alimenta o homem e, tanto melhor produz, mais atenção recebe do
pomicultor.
Se a roseira deliberasse reter as próprias flores em virtude dos espinhos que se lhe
encravam no corpo, não daria as rosas que embelezam a vida e, tanto melhor produz, mais amplo
cuidado recebe do jardineiro.
Se a fonte recusasse beneficiar o solo, porque seja obrigada a transitar sobre o leito de
pedra e lama...
Se o metal resolvesse frustrar a própria utilidade para não suportar o cadinho ardente...
Se o animal teimasse indefinidamente em recusar a própria domesticação, alegando a
extrema agressividade em que ainda se vê...
E assim por diante, todos nós, os espíritos encarnados e desencarnados em
desenvolvimento na Terra, nos achamos, por agora, muito longe da condição de angelitude,
enquanto que os elementos outros da Natureza se encontram ainda infinitamente distantes da
condição humana.
Sem dúvida, por dispormos da razão, temos o dever de melhorar-nos constantemente, mas
não nos será lícito alegar defeitos e insipiência para fugir à colaboração no levantamento do bem
de todos, de vez que é justamente pelo proveito de nossa vida que somos observados ou
valorizados na Vida Superior.
Amemos, assim, em nosso próprio trabalho, o dissolvente de toda sombra que ainda se nos
agregue aos domínios da alma. E estejamos convencidos de que, em todos os distritos do
Universo, a perfeição é a finalidade para todas as criaturas e para todas as coisas. Entretanto,
para a necessária consecução disso, o trabalho é o processo imprescindível.

Irmão Saulo

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Chico Xavier Pede Licença, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de
1972.
33
EM ORAÇÃO

Senhor Jesus!
Esta é a casa em que nos honorificas a confiança, permitindo-nos cooperar contigo no
serviço aos semelhantes, em favor de nós mesmos.
Faze-nos sentir que nos concedes aqui um educandário da alma, em função de nosso
próprio burilamento para a imortalidade vitoriosa.
Ilumina-nos o entendimento, a fim de que possamos discernir os teus desígnios de nossos
desejos.
Ensina-nos a receber todos aqueles que nos batam às portas, na condição de mensageiros
da tua bondade, capazes de instruir-nos no amor que nos legaste.
Ajuda-nos, para que venhamos a ser bálsamo aos que sofrem, escora aos que esmorecem,
coragem aos abatidos e paz aos que jazem no desespero.
Nos dias obscuros ou intranquilos, quando as nossas imperfeições não nos consintam
perceber-te as diretrizes, sê, por misericórdia, a luz que nos oriente em rumo certo.
Nas horas de incerteza ou perturbação, sê o equilíbrio que nos reajuste sentimentos e
raciocínios.
Induze-nos a reconhecer que os mais fortes de nós são o apoio dos mais fracos; os mais
cultos, o auxílio dos menos cultos; os sãos, o socorro devido aos doentes, e que todos quantos já
puderam entesourar as luzes do caráter cristão devem ser, diante de ti, o amparo de quantos ainda
não conseguem apresentar o padrão de vida espiritual elevado e nobre tanto quanto desejam.
Senhor!
Abençoa-nos e que, junto ao benemérito patrono deste lar da paz e da bênção, possamos
nós também aprender a servir-te, servindo o próximo, hoje e sempre.
Assim seja.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Encontro de Paz, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1973.
34
EM EQUIPE ESPÍRITA

“Em verdade vos digo que se dois dentre vós, sobre a


Terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que
porventura pedirem, ser-lhes-á concedida por meu
Pai que está nos Céus.” – Jesus. (Mateus, 18:19.)

Aceitar-nos na condição de obreiros, chamados por Jesus a servir e servir.


Compreendermo-nos em lide como sendo uma só família na intimidade do lar,
esquecendo-nos pelo rendimento da obra.
Acreditar – mas acreditar mesmo – que nada conseguiremos de bom, perante o Senhor,
sem humildade e paciência, tolerância e compreensão, uns diante dos outros.
Situar a mente e o coração na lavoura do bem comum.
Fazer o que se deve, mas prestar apoio discreto e desinteressado aos companheiros, na
desincumbência das responsabilidades que lhes competem.
Associarmo-nos ao esforço geral do grupo, no cumprimento do programa de ação, traçado
em benefício do próximo, sem esperar pedidos ou requisições de concurso fraterno.
Observarmos, todos nós, que nos achamos na Seara de Jesus, não porque aí estejam laços
queridos ou almas abençoadas de nosso tesouro afetivo, a quem desejamos agradar e a quem
realmente devemos ajudar quanto nos seja possível, mas, acima de tudo, para trabalhar por nós e
para nós mesmos, aproveitando as novas concessões que o Senhor nos fez, por acréscimo de
misericórdia, a fim de que se nos melhore o gabarito espiritual, nos empreendimentos de resgate
e elevação.
Caminhar para a frente, desculpando-nos com entendimento mútuo, quanto às próprias
fraquezas, sem melindres e sem queixas que apenas redundam em complicações e perda de
tempo.
Agir e servir, sem menosprezar as tarefas aparentemente pequeninas, como sejam:
colaborar na limpeza, transmitir um recado, ouvir atenciosamente os irmãos mais necessitados
que nós mesmos, ou socorrer uma criança.
Cada um de nós, na equipe de ação espírita, é peça importante nos mecanismos do bem.
Jamais esquecer-nos de que o maior gênio não consegue realizar-se sozinho e que, por isso
mesmo, Jesus nos trouxe à edificação do Reino de Deus, valorizando o princípio da
interdependência e a lei da cooperação.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Segue-me, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1973.
35
TEU CONCURSO

“Como livres e não tendo a liberdade por cobertura


de malícia, mas como servos de Deus.” – Pedro.
(1.ª Epístola de Pedro, 2:16.)

Observa o amparo de Deus, constantemente ao redor de teus passos, mas, muito


especialmente, quando a inibição ou o esgotamento te espreitam.
Supunhas-te incapaz de suportar, valorosamente, determinada mudança na própria vida;
entretanto, acolheste com paciência o impositivo da transformação necessária, e uma força
imponderável te restituiu a paz, com o desejo de tarefas mais amplas na edificação da própria
felicidade.
Julgavas-te sem recursos para resolver certo problema; no entanto, permaneceste firme no
exato desempenho dos compromissos que o mundo te deu e, sem que percebesses, agentes
invisíveis te apagaram as preocupações, afastando a questão que te apoquentava.
Temias a impossibilidade de atender a obrigações que inesperados acontecimentos te
impuseram e que se te figuraram sumamente difíceis; todavia, foste fiel ao trabalho que a
existência te confiou e escoras intangíveis te sustentaram para desempenhá-las, investindo-te na
alegria da consciência que preside as vitórias do coração.
Receavas versar esse ou aquele tema edificante em público, acreditando-te sem
possibilidades para tanto; contudo, aceitaste o dever de falar por amor aos companheiros da
Humanidade e o auxílio espiritual te brilhou no pensamento e no verbo, facultando-te o conforto
de transmitir esperança e paz, a benefício do próximo, pelos fios da inspiração.
Certifica-te, desse modo, quão importante se faz a tua parte nessa ou naquela realização,
perante a vida.
A Providência Divina te concede meios, acima de tuas forças, a fim de que colabores na
construção do bem de todos por livre vontade, e não de espírito escravizado ao jugo das
circunstâncias.
Em síntese, Deus te ajuda para que te ajudes, e dar-te-á sempre o auxílio máximo, desde
que não faltes com o teu concurso no desenvolvimento e no aperfeiçoamento da Obra da
Criação, pelo menos com o mínimo do que sabes, podes e deves fazer.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Segue-me, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1973.
36
O ASSISTIDO

Diante daqueles a quem socorres, não admitas que a caridade seja prerrogativa unicamente
de tua parte.
Enumera os bens que recolhes daqueles a quem amparas.
Habitualmente, doamos aos companheiros necessitados algo do que nos sobra, deles
recebendo muito do que nos falta.
É preciso não esquecer que, da pessoa a quem assistimos, obtemos benefícios substanciais,
como sejam:
a verificação de nossas próprias vantagens;
o conhecimento das responsabilidades que nos competem, à frente dos outros:
o aviso salutar, com relação aos deveres que nos cabem, na preservação dos bens da vida;
a paciência com os nossos obstáculos e males menores;
o ensinamento da provação com que somos defrontados;
a aquisição de experiência;
as vibrações de simpatia;
o auxílio que recebemos para sustentar mais amplo auxílio aos outros;
o consolo nos sofrimentos que, porventura, nos fustiguem;
o crédito moral que se registra, a nosso favor, na memória dos espíritos encarnados e
desencarnados que amparam a criatura em crise e empeços maiores que os nossos.
Serve a beneficio dos semelhantes, tanto quanto possas e como possas, em bases da
consciência tranquila, sempre que encontres o próximo baldo do equilíbrio, espoliado de
esperança, sedento de paz ou cansado de angústia, nas trilhas do cotidiano, porque a caridade é
sempre maior nos dividendos para aquele que dá. Por isso mesmo, temos no Evangelho do
Senhor a advertência inesquecível: “mais vale dar que receber”.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Caridade, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1978.
37
EM NOSSAS MÃOS

“Venha a nós o teu reino; seja feita a tua vontade,


assim na Terra como nos céus.” – Jesus. (Mateus,
6:10.)

Convence-te de que as Leis da Divina Sabedoria não se enganariam.


Situando-te na Terra, por tempo determinado, com vistas ao próprio burilamento que te
cabe realizar, trazes contigo as faculdades que o Senhor te concedeu por instrumentos de
trabalho.
Encontras-te no lugar certo em que te habilitas a desempenhar os encargos próprios.
Tens contigo as criaturas mais adequadas a te impulsionarem nos caminhos à frente.
Passas pelas experiências de que não prescindes para a conquista da sublimação que
demandas.
Recebes os parentes e afeições de que mais necessitas para resgatar as dívidas do passado
ou renovar-te nos impulsos de elevação.
Vives na condição certa na qual te compete efetuar as melhores aquisições de espírito.
Sofres lutas compatíveis com as tuas necessidades de conhecimento superior, vários
acontecimentos dos quais não se te faz possível a desejada liberação, a fim de que adquiras
autocontrole.
Atravessas circunstâncias por vezes difíceis, de modo a conheceres o sabor da vitória sobre
ti mesmo.
E, em qualquer posição na qual te vejas, dispões sempre de certa faixa de tempo a fim de
fazer o bem aos outros, tanto quanto queiras, como julgues melhor, da maneira que te pareça
mais justa e na extensão que desejas, para que, auxiliando aos outros, recebas dos outros mais
amplo auxílio, no instante oportuno.
Segundo é fácil de observar, estás na Terra de alma condicionada às leis de espaço e
tempo, conforme o impositivo de autoaperfeiçoamento em que todos nos achamos, no mundo
físico ou fora dele, mas sempre com vastas possibilidades de exercer o bem e estendê-lo aos
semelhantes, porque melhorar-nos e elevar-nos, educar-nos e, sobretudo, servir, são sempre
medidas preciosas, invariavelmente em nossas próprias mãos.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Ceifa de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1979.
38
ENCARGOS

“A manifestação do Espírito é concedida a cada um,


visando a um fim proveitoso.” – Paulo. (1.ª Epístola
aos Coríntios, 12:7.)

Cada individualidade encontra na reencarnação um quadro de valores potenciais de


trabalho, análogos àqueles que a pessoa recebe quando é favorecida por um cargo determinado.
Assim como o obreiro é indicado para integrar a tabela nominativa de certa repartição, com
atribuições específicas, também nós, quando nos dirigimos para a esfera física, recolhemos
semelhante designação; somos como que nomeados para servir em determinado setor de
atividade e, consequentemente, colocados na equipe de familiares e companheiros que nos
possibilitam a execução da tarefa. Mas, se a obtenção do cargo resulta de concessão ou de ordem
do Plano Superior, o aproveitamento do encargo depende do interesse em desenvolver ou
consolidar os próprios méritos. À face disso precisamos considerar que todos possuímos o
talento da capacidade para investir na edificação do bem, onde estivermos.
Ninguém está órfão de oportunidade.
Em toda parte, há serviço que prestar e o melhor que fazer.
Observa em torno de ti e ouvirás múltiplos chamamentos à obra do progresso geral.
Ninguém está privado do ensejo de auxiliar o próximo, elevar, consolar, instruir, renovar.
Não te detenhas.
O amparo do Senhor é concedido a cada ser humano, visando ao proveito de todos.
Considera a indicação que recebeste para servir, segundo as possibilidades que te
enriquecem o coração e as mãos.
O cargo vem à nossa esfera de ação, por efeito da Providencia Divina, mas a valorização
do encargo parte de nós.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Ceifa de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1979.
39
SERVE E CONFIA

“Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados...” – Paulo.


(1.ª Epístola aos Coríntios, 1:9.)

Frequentemente, aparecem os companheiros que se dizem inabilitados para a tarefa que se


lhes conferiu.
Assumiram compromissos de que se afastam nas primeiras dificuldades, alegando
incompetência; iniciam empreendimentos de que se retiram, logo surjam certos empeços,
declarando-se frágeis para o trabalho a fazer.
E retardam a execução de serviços que lhes carreariam paz e felicidade sem delonga maior.
Se te sentes na órbita de semelhante problema, persevera no dever que abraçaste e não
temas.
As Leis Divinas jamais falham.
A Natureza não espera frutos de laranjeira nascente.
A vida não senta a criança na cátedra do professor.
Se repontam horas de crise nos encargos que te competem, mantém-te firme no lugar de
trabalho em que o mundo te colocou, e cultiva a certeza de que não te faltará auxílio para a
concretização do bem a que te dedicas.
Rememoremos as palavras do apóstolo Paulo, quando nos assevera: – “Fiel é Deus pelo
qual fostes chamados”, conscientizando-nos de que Deus não nos deixará tentar empresa alguma,
acima das forças de que possamos dispor. Com semelhante dedução, prossigamos nas tarefas em
que fomos engajados, com vistas ao bem de todos, agindo e aprendendo, trabalhando e servindo,
ante a bênção de Deus.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Ceifa de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1979.
40
ESPERANÇA E TRABALHO

Esperar, sim, conservar a fé, mas cooperando sempre com todos os que se empenham na
edificação do bem que aspiramos a atingir.
Nessa forma de intercâmbio, permanece o trabalho entre os obreiros domiciliados na
Espiritualidade e aqueles que ainda se encontram no Plano Físico.
Os mensageiros do Mais Além auxiliam positivamente nas realizações construtivas e
enobrecedoras do mundo, entretanto, precisam apoiar-se no esforço de base dos companheiros da
Terra.
O professor ministrará o ensinamento.
O aprendiz trará os valores da atenção para fixá-lo.
O musicista transmite a melodia.
O instrumento lhe propiciará condições para isso.
O arquiteto traçará o plano do edifício.
O construtor ajustará os agentes adequados à concretização que lhe corresponde.
O inventor formará o carro que facilite a condução.
O usuário saberá maneja-lo, segundo os princípios que lhe regem a estrutura.
Isso igualmente ocorre nas áreas da Natureza.
O lavrador recebe a semente pronta destinada à germinação, mas é chamado a oferecer-lhe
refúgio e cuidados no solo.
A força elétrica espalha facilidade e reconforto no mundo, entretanto, quem lhe quiser os
benefícios, necessitará resguardá-la com disciplina e proteção.
A esperança é luz nos caminhos da alma, força para as melhores realizações, ânimo para a
aquisição do progresso e alavanca na sustentação da paz. Entretanto, para alcançar os fins que se
destina, é imperioso que a criatura não a deixe sozinha em sua função de apoio, e sim que
também colabore com ela na execução do melhor a realizar, atendendo à parte de serviço que lhe
compete fazer.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Linha Duzentos, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1981.
41
TRABALHO EM NÓS

Cada vez mais predominante na Terra a necessidade do trabalho com o entendimento da


importância de semelhante ingrediente na evolução.
A sabedoria da vida estabelece o serviço profissional, seja na administração ou na
subalternidade, quase que por látego indispensável à preservação da saúde e da harmonia mental
das criaturas, no entanto, existe a sublimação do trabalho, nas atividades do bem ao próximo, nas
quais o servidor comparece voluntariamente, sem qualquer ideia de remuneração; altruísmo
enfatizado no mundo pelas religiões ou fora delas.
É, sobretudo, para esse tipo de ação que a Espiritualidade Maior convida as criaturas da
Terra, em benefício delas mesmas.
Caridade, beneficência, filantropia ou assistência social: sob qualquer dessas legendas, os
companheiros domiciliados no Plano Físico encontram oportunidades valiosas para a aquisição
de valores da alma, com expressão definitiva e substancial em qualquer sistema de vida.
Muitos amigos menosprezam o ensejo que se lhes oferece, pronunciando recusas quais
estas:
– “Quem sou eu para servir?”
– “Sou um feixe de imperfeições...”
– “Conheço o meu atraso moral.”
– “Meus defeitos são meus impedimentos...”
Entretanto, os convites dos Orientadores Espirituais – realmente orientadores – falam em
serviço, e não em santidade. Eles sabem que somos ainda consciências endividadas em evolução.
Temos conosco refulgências de estrelas e sombras de abismos, tranquilidade e tumulto,
fontes de amor e desertos de incompreensão, e não seria justo exigir perfeição nos seres em
aperfeiçoamento...
Fugir do trabalho de auxílio aos outros, sob esse ou aquele pretexto, é mera desculpa de
quantos preferem retardar a melhoria própria.
E afirmamos isso, porque estamos muito longe do clima dos anjos e, se quisermos caminho
de elevação para o reencontro com aqueles que nos esperam nas vanguardas da luz, a única
opção será sempre: – servir.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Agora É o Tempo, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1984.
42
COOPERAÇÃO ENCADEADA

No tema do aperfeiçoamento, imaginai a Terra na condição de grande pirâmide.


Os conhecimentos edificantes descem do ápice para a base, espalhando-se a benefício de
todos.
Se já aceitastes a imortalidade da vida e se percebeis a Presença Divina, em todos os
recantos da Natureza, propiciando-vos os ingredientes que se vos fazem necessários à evolução,
sois chamados a disseminar os valores espirituais a que nos referimos.
Nomeados para auxiliar aos nossos companheiros que ainda se desorientam nas sombras da
retaguarda, aceitai os vossos encargos com alegria.
Sendo nós – amigos desencarnados – os trabalhadores que recolhem do Mais Alto os
ensinamentos que nos são confiados, sois naturalmente os intérpretes da nossa tarefa, com a
obrigação de comunicar aos outros, especialmente aos irmãos que se demoram em cegueira
espiritual, os conhecimentos que nos impulsionarão para os cimos da vida.
Somos filtros das ideias e lições dos missionários de revelações maiores, enquanto sois os
filtros, ao nosso dispor, na obra do auxílio espiritual a milhões de criaturas.
Não vos surpreendais, nem vos assusteis, porque o servidor fiel será sempre digno da
assistência que necessite receber.
Iniciai a vossa realização alijando da própria alma os resquícios de quaisquer sentimentos
que vos desunam, entendendo que a união ser-vos-á de harmonia e força.
Não se vos pede sacrifícios para os quais já se sabe que não sois capazes.
Sobretudo, compreendei e amai sempre, transmitindo os vossos recursos de amor a todos
os seres da Criação.
Inútil esperar milagres que a lei de sequência não sanciona.
Tanto quanto nós, os companheiros desencarnados que vos assistem, estamos encarregados
de abrir caminho para a sublimação, todos estais convocados para o serviço de auxílio aos
irmãos que nos acompanham a trajetória à busca do conhecimento libertador.
Convencei-vos quanto a isso e trabalhai amando, quanto puderdes, sabendo sempre que os
anjos não virão ao mundo para servirem em nosso lugar.

Batuíra

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Escultores de Almas, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1987.
43
NOSSA PARTE

No Universo, em magnificente expansão, vibra a esfera da Eterna Sabedoria, em


expressões e condições, por agora, inabordáveis às nossas humildes possibilidades de
entendimento. Dentro dessa esfera de ação infinita, cada inteligência se caracteriza por
determinada função.
Toda individualidade humana é peça importante na engrenagem da Obra Divina. Em face
de tal impositivo, cada criatura é um centro de ligação com todas as criaturas e coisas que a
rodeiam.
Temos, desse modo, os contatos da família e do campo social, do dever e da profissão, do
ideal e da afinidade, nos círculos variados das manifestações particulares e coletivas.
Influenciamos e somos influenciados.
O ambiente que nos é próprio reage segundo as nossas ações, e cada força do caminho
responde na pauta dos nossos desejos.
A Doutrina Espírita acorda-nos, por isso, para o sentido de missão que a existência assume
para nós, compelindo-nos a governar as rédeas dos nossos próprios destinos, conscientes, qual
nos coloca, no trato das responsabilidades que nos dizem respeito, de vez que a pessoa é situada
no âmbito das obrigações a que foi convocada pela Direção da Vida ou que atraiu para si mesma,
perante a Lei.
Diariamente, estamos localizados no âmago das circunstâncias que nos compõem na tela
de trabalho, para a execução do qual a Providência Divina nos favorece com os tesouros do
tempo e com as bênçãos multiformes da Natureza.
Fujamos, pois, de exigir, incessantemente, que Deus nos substitua nas tarefas a que somos
chamados.
O Sol é o glorioso gerador da vitalidade terrestre, mas não atende às atribuições do raio de
luz que lhe nasce do seio.
O mar é dos mais amplos reservatórios de energias do mundo, mas não toma o papel da
gota d’água que lhe verte da imensidão.
Deus nos concede tudo aquilo de que necessitamos para realizar o melhor, onde
estivermos, no entanto, de nossa parte, é imperioso abraçar voluntariamente, o serviço que nos
cabe fazer.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Plantão da Paz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1987.
44
QUESTÃO DE VALOR

Ninguém pode alegar insignificância ou desvalia para fugir aos deveres que lhe competem
na obra de elevação do mundo.
A pedra quase impermeável serve aos alicerces.
A areia áspera é valioso elemento na construção.
O remédio amargo é instrumento da cura.
O mal de agora pode ser simplesmente um véu de sombra ocultando o bem de amanhã.
Há pessoas que se confessam inaptas ou imperfeitas para qualquer serviço do Evangelho,
entretanto, apenas se esquecem de que a direção, entre os filhos da fé, não pertence à vontade
humana.
O bloco de mármore perdido no matagal é simples calhau sem valor, mas nas mãos do
artista é a fonte de que sairá a obra-prima.
Uma enxada ao abandono é traste inútil, mas nos braços do bom lavrador é precioso
instrumento do nosso pão.
O pântano em si é pestilência e ruína, mas se recebe a assistência do pomicultor dá lugar a
vegetais que nos enriquecem a vida.
Um fio de cobre perdido na via pública é resíduo destinado à lata de lixo, mas se for ligado
entre a usina e a lâmpada é o condutor imponente da luz e da energia que sustenta o progresso.
Se contarmos exclusivamente conosco, na realidade, somos meros átomos pensantes, mas
se aceitarmos a direção de Jesus perante a nossa vida, a nossa experiência será indubitavelmente
rica de bênçãos do Divino Mestre.
Pelo nosso passado, somos simples sombras, mas se o nosso presente procura imantar-se
com o Cristo, nossa bússola indicará os horizontes da verdadeira luz em nosso favor.
Não te consideres tão-somente pelo que és. Vejamo-nos em companhia do Cristo para que
o Cristo esteja em nós.
O zero à esquerda do número será sempre nada, mas à direita do algarismo é valor
substancial, em ascensão crescente para o infinito.
Lembremo-nos de que Jesus é a Divina Unidade e situemos nossa existência à direita do
Nosso Senhor e Mestre.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Servidores no Além, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1989.
45
EM SERVIÇO

Na extensão do Cristianismo Evangélico, as tarefas, em verdade, são a cópia das atividades


na lavoura do bom grão.
Há quem prepare o solo, quem dirija o arado, quem proteja os animais, quem lance a
sementeira.
Agora, alguém cuida de amparar a germinação.
Em seguida, outros combatem a erva daninha e os insetos malignos.
Depois, outros agem, para que as flores apareçam felizes.
Mais tarde, mãos diversas colhem os frutos, enquanto braços diligentes atendem ao celeiro,
a fim de que outros, ainda, possam cozer a sopa e oferecê-la ao faminto.
Nas obras da fé puramente cristã, há lugar para colaboradores de todas as procedências.
Há quem alfabetize, quem doutrine, quem eduque, quem administre, quem obedeça, quem
movimente, quem proteja a infância, quem abrigue a velhice, quem socorra o corpo enfermo e
quem reconforte o coração desesperado.
O essencial, em nossas tarefas de renovação, é trabalhar, fazer, auxiliar e produzir para o
bem, fugindo à posição de espectadores indolentes.
Quem renuncia com o Cristo, em qualquer situação da vida, não se subtrai ao quadro da
luta em que se lhe atormentam as fibras mais íntimas da alma, e sim continua a servir, com amor,
doando a si mesmo pela felicidade daqueles que as circunstâncias – expressando a Divina
Vontade – lhe situaram no caminho.
Renunciar, portanto, não é abandonar.
É servir com mais fervor e mais devotamento.
Quando o Mestre renunciou à própria defesa na cruz, não desprezou a Humanidade, de vez
que, decorridas algumas horas, achava-se de novo entre os companheiros para consolidar o
serviço de socorro eficiente às criaturas.
Busquemos trabalhar, auxiliando para o bem, através de qualquer ângulo da luta humana
onde estejamos colocados, e aprenderemos, indubitavelmente, a arte de renunciar como Jesus
renunciou.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Refúgio, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1989.
46
REMUNERAÇÃO ESPIRITUAL

“O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar


dos frutos.” – Paulo. (2.ª Epístola a Timóteo, 2:6.)

Além do salário amoedado, o trabalho se faz, invariavelmente, seguido de remuneração


espiritual respectiva, da qual salientamos alguns dos itens mais significativos:
acende a luz da experiência;
ensina-nos a conhecer as dificuldades e problemas do próximo, induzindo-nos, por isso
mesmo, a respeitá-lo;
promove a autoeducação;
desenvolve a criatividade e a noção de valor do tempo;
imuniza contra os perigos da aventura e do tédio;
estabelece apreço em nossa área de ação;
dilata o entendimento;
amplia-nos o campo das relações afetivas;
atrai simpatia e colaboração;
extingue, a pouco e pouco, as tendências inferiores que ainda estejamos trazendo de
existências passadas.
Quando o trabalho, no entanto, se transforma em prazer de servir, surge o ponto mais
importante da remuneração espiritual: toda vez que a Justiça Divina nos procura no endereço
exato para execução das sentenças que lavramos contra nós próprios, segundo as leis de causa e
efeito, se nos encontra em serviço ao próximo, manda a Divina Misericórdia que a execução seja
suspensa, por tempo indeterminado.
E, quando ocorre, em momento oportuno, o nosso contato indispensável com os
mecanismos da Justiça Terrena, eis que a influência de todos aqueles a quem, porventura,
tenhamos prestado algum benefício aparece em nosso auxílio, já que semelhantes companheiros
se convertem espontaneamente em advogados naturais de nossa causa, amenizando as
penalidades em que estejamos incursos ou suprimindo-as, de todo, se já tivermos resgatado em
amor aquilo que devíamos em provação ou sofrimento, para a retificação e tranquilidade em nós
mesmos.
Reflitamos nisso e concluamos que trabalhar e servir, em qualquer parte, ser-nos-ão
sempre apoio constante e promoção à Vida Melhor.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Perante Jesus, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1990.
47

EM AÇÃO ESPÍRITA

A Doutrina Espírita, patrocinando-nos melhoria e aprimoramento, convida-nos a todos, na


ordem espiritual de nossas atividades, à realização de serviços indispensáveis ao socorro de nós
mesmos, tais quais sejam:
Procurar tanto a paz, na seara da fraternidade e da luz, que não encontremos quaisquer
meios de cultivar a perturbação e a discórdia.
Selecionar tanto as palavras de encorajamento e otimismo, auxílio e esperança, que não
achemos em nosso dicionário pessoal aquelas outras que se fazem capazes de conturbar ou ferir.
Estimar tanto as oportunidades de auxiliar alguém, que não venhamos a interpretar esse ou
aquele encontro por obra do acaso, e sim por bendito ensejo que a Direção da Vida nos faculta, a
fim de colaborarmos na felicidade dos semelhantes.
Resguardar tanto a confiança na Divina Providência que não vejamos em nossas
dificuldades senão bênçãos, através das quais ser-nos-á possível demonstrar a própria fé.
Compreender tanto a importância do estudo e do trabalho que não disputemos essa ou
aquela hora de repouso, senão por terapêutica de reajuste ou refazimento.
Respeitar tanto a liberdade dos outros que nunca nos lembremos de lhes impor os nossos
pontos de vista, em circunstância alguma.
Anotar tanto os graus diferentes de evolução e de experiência dos nossos irmãos na jornada
terrestre, que jamais nos recordemos de lhes exigir o mínimo tributo de carinho ou de gratidão
por serviço que, porventura, lhes tenhamos prestado.
Admitir tanto a necessidade do bem, para que se garanta a felicidade geral, que não
tenhamos o menor interesse em pensar ou falar isso ou aquilo que favoreça a extensão do mal.
Crer tanto no imperativo do próprio aperfeiçoamento que não disponhamos de ocasião para
ver as faltas ou defeitos do próximo.
Preservar tanto a tranquilidade de consciência que não hesitemos em repelir a obtenção de
vantagens ou a realização de caprichos capazes de arremessar-nos em remorso ou inutilidade,
desânimo ou obsessão.
Permaneçamos convencidos de que os planos do Reino de Deus procedem dos Céus, mas,
a construção do Reino de Deus é serviço que se realiza na Terra mesmo, começando na vida e na
área de cada um.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Doutrina de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1990.
48
SEJAMOS BONS

Não te aflijas com a perspectiva da perfeição de um dia para outro.


As tarefas redentoras desconhecem o improviso.
Ergue-se a casa, tijolo a tijolo.
Forma-se o rio, gota a gota.
Constitui-se o tecido, fio a fio.
O Mestre, por isso mesmo, não espera do discípulo prodígios de santidade, num simples
momento, de vez que a virtude não é flor ilusória no jardim sublimado da alma.
Entretanto, se não podemos realizar o aprimoramento numa hora, devemos aprender a lição
da bondade, dia a dia.
Sejamos bons para com aqueles que a Divina Bondade situou em nossos próprios passos,
auxiliando-os na senda de elevação.
Sejamos bons para com os que caíram na margem de nossa própria estrada, oferecendo-
lhes o toque da nossa amizade ou encorajando-lhes o reerguimento com o sorriso de nossa
compreensão.
Sejamos bons para com as vítimas da maldade, amparando-as sem ruído para que a
maledicência emudeça e para que a calúnia imobilize as garras de treva.
Sejamos bons para com os fracos que não podem ainda caminhar sem a neurastenia, sem a
queixa e sem a lágrima, sustentando-lhes o coração com os nossos braços fraternos.
Por onde passamos há sempre alguém que espera um pouco de carinho a fim de restaurar-
se.
Na harmonia da Natureza a flor estende o perfume, a ave carreia a música, a fonte desliza
servindo e a árvore produz reconforto e alegria, exaltando o Sol que mergulha na Terra em ondas
ilimitadas de luz.
Por nossa vez, ofereçamos a bondade a quem passa por nós ou a quem respira conosco e
estaremos louvando a Infinita Bondade do Pai Celestial que, em todos os ângulos da vida, nos
envolve em Suas Bênçãos de Amor.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Trilha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1990.
49
TRABALHO E NÓS

Comum perguntarmos em que lugar estaria o Senhor esperando por nós, a fim de que lhe
venhamos executar os desígnios.
No entanto, a resposta será sempre a mais simples – decerto que Ele nos aguarda o
concurso precisamente onde nos achamos.
E, entendendo-se que o Amigo Sublime conta conosco, disponhamo-nos a atendê-lo,
desincumbindo-nos da melhor maneira do dever que se nos atribui.
Principalmente, em lhe obedecendo às determinações, nada reclamar, de vez que isso nos
colocaria na posição de quem estivesse acolhendo a vida como um fardo, ao invés de uma
bênção.
Reconheçamo-nos na condição do servidor a quem se confiam várias empreitadas na
estância do tempo, e despendamos maior atenção a fim de penetrar o sentido destes dois
advérbios de profunda significação espiritual: aqui e agora.
Aqui, é sempre o local a que o Senhor nos trouxe para a execução desse ou daquele
serviço, neste justo momento.
Se aprendermos semelhante realidade, perceberemos, de pronto, a importância
fundamental de uma opinião, de uma frase, de uma conversação, ainda mesmo a mais singela e a
mais apagada.
E, compreendendo-se que acima daquilo que damos ou fazemos, importa saber como
fazemos ou damos, é imperioso arredar de nós qualquer postura que pressuponha reprovação,
cansaço, desânimo ou desprazer.
Guardemos naturalidade e lhaneza à frente dos outros. Caridade é também não constranger
ou impressionar negativamente.
Sobretudo, não esperar que o Senhor esteja aguardando a nossa contribuição na galeria dos
heróis ou na assembleia dos santos, quando provavelmente estará solicitando, aqui e agora, de
nós outros, alguma tarefa aparentemente insignificante ou a prestação de pequenino favor ao
próximo.
Não crer que Ele, o Benfeitor Excelso, estivesse a chamar-nos para falar em Seu nome,
tão-somente, a personalidades famosas ou respeitáveis, e, se vemos pela frente um malfeitor ou
um mendigo, compreender que esses irmãos menos felizes são as pessoas com as quais devemos
tratar dos Interesses Divinos na mais elevada expressão de nossos recursos.
Ninguém existe órfão de serviço e ninguém é esquecido nas tabelas de nomeação do
Governo do Universo para o levantamento das boas obras, necessárias no distrito da existência
em que nos encontramos.
Para nós todos haverá salário pelo orçamento da Lei de Causa e Efeito, e para cada obreiro
fiel haverá segurança pelas dotações do Instituto da Providência Divina.
Observemos o nosso lugar de ação e saibamos aceitar sem relutância as obrigações que as
circunstâncias nos determinem.
Então, compreenderemos, se soubermos obedecer, que o Senhor nos situa hoje na posição
ideal para cooperar com Ele; no lugar próprio, com os trabalhos mais adequados às nossas
capacidades, e ao lado dos amigos e companheiros absolutamente certos, com os quais
conquistaremos, por fim, a certeza de que estamos recolhendo pela Sabedoria e pela Bondade da
Vida o melhor de que somos capazes, quanto a compreender e construir, aproveitar e fazer.

Emmanuel

____________________________________________________________________________________________
Do livro Vereda de luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1990.
50
NO TRABALHO-ORAÇÃO

Não olvides que o Criador atende igualmente à Criação por intermédio das criaturas!...
Por isso mesmo, a oração de alma para alma é serviço que não nos cabe esquecer.
Tudo na vida reage segundo o nosso modo de agir.
Cada qual de nós, em razão disso, vive cercado pelo retorno das vibrações que emitiu, na
mecânica ondulatória de nossa exteriorização espiritual.
Recordemo-nos de que todos os nossos pensamentos e atitudes, na força das palavras e dos
atos de cada dia, constituem apelos que endereçamos aos que nos cercam.
A prestação de um serviço por mais humilde, sem a expectativa de retribuição, é reserva de
simpatia.
A frase que estimula o bem gera alegrias imorredouras.
O sorriso espontâneo recebe a confiança e o carinho.
O esquecimento das faltas alheias enriquece a compreensão ao redor de nós.
O otimismo invoca, em nosso auxílio, as energias invisíveis da renovação e da paz.
O fiel cumprimento dos nossos deveres estabelece, ao nosso lado, a prosperidade e a
segurança.
O trabalho desinteressado e constante é o melhor tipo de oração, de espírito para espírito e,
sem dúvida, representa uma escada viva pela qual o socorro divino pode descer facilmente da
Vida Mais Alta, em nosso favor.
Ninguém conseguirá testemunhar amor a Deus sem amor para com os outros.
Entre nosso Pai e nós, permanece ele, nosso irmão.
O próximo é o degrau de acesso ao Senhor da Vida.
Não nos despreocupemos de nossa comunhão espiritual com os Gênios Divinos que nos
regem a evolução, mas estejamos atentos ao serviço que devemos aos nossos semelhantes, de
vez que somente pela paz da reta consciência é que poderemos entesourar em nós a Paz
Celestial.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro A Verdade Responde, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier
no ano de 1990.
51
BONDADE

Ao apelo do Divino Mestre, recomendando-nos: “sede perfeitos”, evitemos a indesejável


resposta da aflição.
Ninguém pode trair os princípios de sequência que governam a Natureza, e o tempo será
sempre o patrimônio divino em cujas bênçãos alcançaremos as realizações que a vida espera de
nós.
Antes de cogitar da colheita, atendamos à sementeira.
Antecipando a construção do teto de nossa casa espiritual, no aprimoramento que nos cabe
atingir, edifiquemos pilares humildes, erguendo sobre eles as paredes de nossa renovação, a fim
de não nos perdemos no movimento vazio.
Iniciemos a perfeição de amanhã com a bondade de hoje.
Ninguém é tão deserdado no mundo que não possa começar com êxito necessário.
Não intentes curar o enfermo de um momento para o outro. Cede-lhe algumas gotas de
remédio salutar.
Não busques regenerar o delinquente a rudes golpes verbais. Auxilia-o, de algum modo,
oferecendo-lhe algumas frases de fraternidade e compreensão.
Não procures estabelecer a verdade num gesto impetuoso de esclarecimento espetacular,
acreditando desfazer as ilusões de muitos anos em um só dia. Enceta a obra do reajustamento
moral com os teus pequeninos gestos de sinceridade à frente de todos.
Não suponhas seja possível à milagrosa transformação de alguém, no caminho empedrado
da crueldade ou da ignorância. Faze algo que possa servir de plantação inicial de luz no espírito
que te propões reformar.
E ainda, em se tratando de nós, não julgues seja fácil converter nossa própria alma para
Deus, num instante rápido. Trazemos conosco vasto acervo de sombras e precisamos serenidade
e diligência para desintegrá-las, pouco a pouco, ao preço de nossa própria submissão à Lei do
Senhor que nos rege os destinos.
Se realmente nos dispomos à aceitação do ensinamento do Divino Mestre, usemos de
bondade, em todos os momentos da vida. Bondade para com o próximo, bondade para com os
ausentes, bondade para com os nossos opositores, bondade para com todas as criaturas que nos
cercam...
A bondade é chave de simpatia e conhecimento com que descerraremos a passagem para as
Esferas Superiores.
Com ela, seremos mais humanos, mais amigos e mais irmãos.
Avancemos, assim, com a bondade por norma de ação, retificando em nossa estrada os
aspectos e experiências que nos desagradam na estrada dos outros e, desse modo, estejamos
convictos de que o sonho sublime de nosso aperfeiçoamento encontrará, em breve futuro, plena
concretização na Vida Eterna.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Abençoa Sempre, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1993.
52
COM A BÊNÇÃO DO CRISTO

Com a bênção do Cristo na própria alma, tens contigo a luz que extingue a sombra e o
amor que mitiga o sofrimento.
Assim, à frente dos que te rogam socorro, exilados nas trevas da ignorância ou nas aflições
da miséria, descerra o coração e ampara sempre.
Não lastimes: – “sou nada”. Não digas: – “esmoreci”.
Sabes que possuís no altar do próprio espírito o celeiro de bênçãos do Grande Doador e
que a harmonia do Céu dilatar-se-á, em teus dias, à medida que lhe estendas os áureos dons.
Não procures o Mestre tão-somente para pedir...
Não lhe recordes a generosidade apenas no escuro instante do pessimismo, quando o Sol se
te afigura apagado e a vida te parece envolta em cinza e fumo!...
Jesus espera-te o coração todos os dias para vazar, através de teu sentimento, de tua
palavra e de tuas mãos, o tesouro da Boa Nova, que é consolo e entendimento, harmonia e
esperança...
Lembra que o Senhor te solicita os braços na construção do Reino de Deus na Terra e, por
essa razão, podes ser com Ele, desde hoje, o sagrado instrumento do Eterno Bem...
Pensa nisso e jamais te sintas cansado ou inútil para auxiliar...
Sabes que a morte é ressurreição na Vida Imperecível para os que souberam fazer luz em si
mesmos e não ignoras que o amor cobre a multidão de nossas próprias faltas...
Compreendendo, assim, o Evangelho, em termos de trabalho e renovação, sê com Jesus o
servidor da fraternidade, para que a fraternidade, como anjo celeste, se faça a guardiã de tua
alegria.
Ide e pregai: – disse-nos o Senhor.
Sigamos exemplificando, acrescentamos nós, porque somente pela cartilha de nossos
próprios testemunhos de fé o irmão do caminho poderá contemplar a bondade do Cristo e sentir-
lhe a Infinita Grandeza.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Abençoa Sempre, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1993.
53
PARTILHA

Observa a Divina Sabedoria na esfera da Natureza e encontrarás, em toda parte, o regime


de partilha por base de todo o progresso na Criação.
Deus estrutura o campo.
O homem verte o suor.
Por decorrência, temos o pão suprindo a mesa.
Deus fornece os recursos do solo.
O homem entrega o braço à construção.
Por resposta, surge o lar que protege a existência.
Deus concede o metal.
O homem faz o cadinho.
Por solução, purifica-se o ouro que estimula o trabalho.
Deus institui o bloco de pedra.
O homem maneja o buril.
Em consequência, revela-se a obra-prima.
Não há realização alguma sem alicerce na Bondade Divina, como não há civilização no
Globo sem o concurso humano.
Os seres mais humildes da Terra ajustam-se em ordem a semelhantes princípios de
concessão e cooperação.
A árvore recebe o adubo e espalha a própria seiva na seara de que não se aproveita.
A abelha recolhe a essência e fabrica o mel com que regala os outros.
Cada animal absorve certa percentagem de elementos do meio que lhe é próprio,
devolvendo-a transfigurada em utilidade.
Rogando algo do Céu, não olvides que a Terra espera também por ti e, recordando que o
sistema de dádiva e compromisso é alicerce nas relações do Criador com todas as criaturas,
peçamos socorro e melhoria, socorrendo e melhorando aqueles que nos cercam, a fim de que a
vida nos encontre fiéis à Lei de Deus, na bênção de cada dia.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Abençoa Sempre, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1993.
54

CONTRIBUIR

“Cada um contribua, segundo propôs em seu


coração; não com tristeza ou por necessidade, porque
Deus ama o que dá com alegria.” – Paulo. (2.ª
Epístola aos Coríntios, 9:7.)

Quando se divulgou a afirmativa de Paulo de que Deus ama o que dá com alegria, muita
gente apenas lembrou a esmola material.
O louvor, todavia, não se circunscreve às mãos generosas que espalham óbolos de bondade
entre os necessitados e sofredores.
Naturalmente, todos os gestos de amor entram em linha de conta no reconhecimento
divino, mas devemos considerar que o verbo contribuir, na presente lição, aparece em toda a sua
grandiosa excelsitude.
A cooperação no bem é questão palpitante de todo lugar e de todo dia.
Qualquer homem é suscetível de fornecê-la. Não é somente o mendigo que a espera, mas
também o berço de onde se renova a experiência, a família em que acrisolamos as conquistas de
virtude, o vizinho, nosso irmão em humanidade, e a oficina de trabalho, que nos assinala o
aproveitamento individual, no esforço de cada dia.
Sobrevindo o momento de repouso diuturno, cada coração pode interrogar a si próprio,
quanto à qualidade de sua colaboração no serviço, nas palestras, nas relações afetivas, nessa ou
naquela preocupação da vida comum.
Tenhamos cuidado contra as tristezas e sombras esterilizadoras. Má vontade, queixas,
insatisfação, leviandades, não integram o quadro dos trabalhos que o Senhor espera de nossas
atividades no mundo. Mobilizemos nossos recursos com otimismo e não nos esqueçamos de que
o Pai ama o filho que contribui com alegria.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Pão Nosso, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1950.
55
EM NOSSO TRABALHO

“Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que


edificou todas as coisas é Deus.” – Paulo. (Hebreus,
3:4.)

O Supremo Senhor criou o Universo, entretanto, cada criatura organiza o seu mundo
particular.
O Arquiteto Divino é o possuidor de todas as edificações, todavia, cada Espírito constrói a
habitação que lhe é própria.
O Doador dos Infinitos Bens espalha valores ilimitados na Criação, contudo, cada um de
nós outros deverá criar valores que nos sejam inerentes à personalidade.
A natureza maternal, rica de bênçãos, em toda parte constitui a representação do
patrimônio imensurável do Poder Divino e, em todo lugar, onde exista alguém, aí palpita a
vontade igualmente criadora do homem, que é o herdeiro de Deus.
O Pai levanta fundamentos e estabelece leis.
Os filhos contribuem na construção das obras e operam interferências.
É compreensível, portanto, que empenhemos todo o cuidado em nosso esforço
individualista, nas edificações do mundo, convictos de que responderemos pela nossa atuação
pessoal, em todos os quadros da vida.
Colaboremos no bem com o entusiasmo de quem reconhece a utilidade da própria ação,
nos círculos do serviço, mas sem paixões destruidoras que nos amarrem às ilhas do
isolacionismo.
Apresentemos nosso trabalho ao Senhor, diariamente, e peçamos a Ele destrua as
particularidades em desacordo com os seus propósitos soberanos e justos, rogando-Lhe visão e
entendimento.
Seremos compelidos a formar o campo mental de nós mesmos, a erguer a casa de nossa
elevação e a construir o santuário que nos seja próprio.
No desdobramento desse serviço, porém, jamais nos esqueçamos de que todos os
patrimônios da vida pertencem a Deus.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1952.
56
EXORTADOS A BATALHAR

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a


diligência acerca da salvação comum, tive por
necessidade dirigir-vos esta carta, exortando-vos a
batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.”
(Judas, 3.)

O Cristianismo é campo imenso de vida espiritual, a que o trabalhador é chamado para a


sublime renovação.
O sedento encontra nele as fontes da “água viva”, o faminto, os celeiros do “eterno pão”.
Os cegos de entendimento nele recebem a visão do caminho; os leprosos da alma, o alívio e a
cura.
Todos os viajores da vida, porém, são felicitados pelos recursos indispensáveis à jornada
terrestre, com a finalidade de se erguerem, de fato, nAquele que é a Luz dos Séculos. Desde
então, restaurados em suas energias espirituais, são exortados a batalhar na grande causa do bem.
Ninguém se engane, pois, na oficina generosa e ativa da fé.
No serviço cristão, lembre-se cada aprendiz de que não foi chamado a repousar, mas à
peleja árdua, em que a demonstração do esforço individual é imperativo divino.
Jesus iniciou, no círculo das inteligências encarnadas, o maior movimento de libertação do
espírito humano, no primeiro dia da Manjedoura.
Não se equivoquem, pois, os que buscam o Mestre dos mestres... Receberão, certamente, a
esperada iluminação, o consolo edificante e o ensinamento eficaz, mas penetrarão a linha de
batalha, em que lhes constitui obrigação o combate permanente pela vitória do amor e da
verdade, na Terra, através de ásperos testemunhos, porque todos nós, encarnados e
desencarnados, oscilantes ainda entre a animalidade e a espiritualidade, entre o vale do homem e
a culminância do Cristo, estamos constrangidos a batalhar até o definitivo triunfo sobre nós
mesmos pela posse da Vida Imortal.

Emmanuel

_____________________________________________________________________________________________
Do livro Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1952.
57
PELOS FRUTOS

“Por seus frutos os conhecereis.” – Jesus.


(Mateus, 7:16.)

Nem pelo tamanho.


Nem pela configuração.
Nem pelas ramagens.
Nem pela imponência da copa.
Nem pelos rebentos verdes.
Nem pelas pontas ressequidas.
Nem pelo aspecto brilhante.
Nem pela apresentação desagradável.
Nem pela vetustez do tronco.
Nem pela fragilidade das folhas.
Nem pela casca rústica ou delicada.
Nem pelas flores perfumadas ou inodoras.
Nem pelo aroma atraente.
Nem pelas emanações repulsivas.
Árvore alguma será conhecida ou amada pelas aparências exteriores, mas sim pelos frutos,
pela utilidade, pela produção.
Assim também nosso espírito em plena jornada...
Ninguém que se consagre realmente à verdade dará testemunho de nós pelo que
parecemos, pela superficialidade de nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expressões
individuais percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substância de nossa colaboração
no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem geral.
– “Pelos frutos os conhecereis” – disse o Mestre.
– “Pelas nossas ações seremos conhecidos” – repetiremos nós.

Emmanuel

_______________________________________________________________________________________________________
Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1958.
58
NOS DONS DO CRISTO

“Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a


medida do dom do Cristo.” – Paulo. (Efésios, 4:7.)

A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela
razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.
O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima.
Animalidade versus espiritualidade.
Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.
E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e
retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades sublimes,
indispensáveis à ascensão, e que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em
cada um de nós.
Daí a razão de a graça divina ocupar a existência humana ou crescer dentro dela, à medida
que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos, regulares ou enormes nela se possam expressar.
Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades cristãs em ti mesmo, com
a vigilante atenção dispensada à cultura das plantas preciosas, ao pé do lar.
Quanto à Terra, todos somos suscetíveis de produzir para o bem ou para o mal.
Ofereçamos ao Divino Cultivador o vaso do coração, recordando que se o “solo
consciente” do nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada migalha de nossa
boa-vontade será convertida em canal milagroso para a exteriorização do bem, com a
multiplicação permanente das graças do Senhor, ao redor de nós.
Observa a tua “boa parte” e lembra que podes dilatá-la ao Infinito.
Não intentes destruir milênios de treva de um momento para outro.
Vale-te do esforço de autoaperfeiçoamento cada dia.
Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia.
Não nos esqueçamos de que a Graça Divina ocupará o nosso espaço individual, na medida
de nosso crescimento real nos dons do Cristo.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1958.
59
DEVAGAR, MAS SEMPRE

“Mas, ainda que o nosso homem exterior se


corrompa, o interior, contudo, se renova, de dia em
dia.” – Paulo. (2.ª Epístola aos Coríntios, 4:16.)

Observa o espírito de sequência e gradação que prevalece nos mínimos setores da


Natureza.
Nada se realiza aos saltos e, na pauta da Lei Divina, não existe privilégio em parte alguma.
Enche-se a espiga de grão em grão.
Desenvolve-se a árvore, milímetro a milímetro.
Nasce a floresta de sementes insignificantes.
Levanta-se a construção, peça por peça.
Começa o tecido nos fios.
As mais famosas páginas foram produzidas, letra a letra.
A cidade mais rica é edificada, palmo a palmo.
As maiores fortunas de ouro e pedras foram extraídas do solo, fragmento a fragmento.
A estrada mais longa é pavimentada, metro a metro.
O grande rio que se despeja no mar é conjunto de filetes líquidos.
Não abandones o teu grande sonho de conhecer e fazer, nos domínios superiores da
inteligência e do sentimento, mas não te esqueças do trabalho pequenino, dia a dia.
A vida é processo renovador, em toda parte, e, segundo a palavra sublime de Paulo, ainda
que a carne se corrompa, a individualidade imperecível se reforma, incessantemente.
Para que não nos modifiquemos, todavia, em sentido oposto à expectativa do Alto, é
indispensável saibamos perseverar com o esforço de autoaperfeiçoamento, em vigilância
constante, na atividade que nos ajude e enobreça.
Se algum ideal divino te habita o espírito, não olvides o servicinho diário, para que se
concretize em momento oportuno.
Há ensejo favorável à realização?
Age com regularidade, de alma voltada para a meta.
Há percalços e lutas, espinhos e pedrouços na senda?
Prossegue mesmo assim.
O tempo, implacável dominador de civilizações e homens, marcha apenas com sessenta
minutos por hora, mas nunca se detém.
Guardemos a lição e caminhemos para diante, com a melhoria de nós mesmos.
Devagar, mas sempre.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1958.
60
APROVEITA

“Se alguém diz: – eu amo a Deus, e aborrece a seu


irmão, é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão,
ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não
viu?” – Paulo. (1.ª Epístola a João, 4:20.)

A vida é processo de crescimento da alma ao encontro da Grandeza Divina.


Aproveita as lutas e dificuldades da senda para a expansão de ti mesmo, dilatando o teu
círculo de relações e de ação.
Aprendamos para esclarecer.
Entesouremos para ajudar.
Engrandeçamo-nos para proteger.
Eduquemo-nos para servir.
Com o ato de fazer e dar alguma coisa, a alma se estende sempre mais além...
Guardando a bênção recebida para si somente, o espírito, muitas vezes, apenas se adorna,
mas, espalhando a riqueza de que é portador, cresce constantemente.
Na prestação de serviço aos semelhantes, incorpora-se, naturalmente, ao coro das alegrias
que provoca.
No ensinamento ao aprendiz, liga-se aos benefícios da lição.
Na criação das boas obras, no trabalho, na virtude ou na arte, vive no progresso, na
santificação ou na beleza com que a experiência individual e coletiva se alarga e aperfeiçoa.
Na distribuição de pensamentos sadios e elevados, converte-se em fonte viva de graça e
contentamento para todos.
No concurso espontâneo, dentro do ministério do bem, une-se à prosperidade comum.
Dá, pois, de ti mesmo, de tuas forças e recursos, agindo sem cessar, na instituição de
valores novos, auxiliando os outros, a benefício de ti mesmo.
O mundo é caminho vasto de evolução e aprimoramento, onde transitam, ao teu lado, a
ignorância e a fraqueza.
Aproveita a gloriosa oportunidade de expansão que a esfera física te confere e ajuda a
quem passa, sem cogitar de pagamento de qualquer natureza.
Se buscas o Pai, ajuda ao teu irmão, amparando-vos reciprocamente, porque, segundo a
palavra iluminada do evangelista, “se alguém diz: – eu amo a Deus, e aborrece o semelhante, é
mentiroso, pois quem não ama o companheiro com quem convive, como pode amar a Deus, a
quem ainda não conhece?”

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1958.
61
POSSUÍMOS O QUE DAMOS

“É mais bem-aventurado dar do que receber.” –


Paulo. (Atos, 20:35.)

Quando alguém se refere à passagem evangélica que considera a ação de dar mais alta
bem-aventurança que a ação de receber, quase todos os aprendizes da Boa Nova se recordam da
palavra “dinheiro”.
Sem dúvida, em nos reportando aos bens materiais, há sempre mais alegria em ajudar que
em ser ajudado, contudo, é imperioso não esquecer os bens espirituais que, irradiados de nós
mesmos, aumentam o teor e a intensidade da alegria em torno de nossos passos.
Quem dá recolhe a felicidade de ver a multiplicação daquilo que deu.
Oferece a gentileza e encorajarás a plantação da fraternidade.
Estende a bênção do perdão e fortalecerás a justiça.
Administra a bondade e terás o crescimento da confiança.
Dá o teu bom exemplo e garantirás a nobreza do caráter.
Os recursos da Criação são distribuídos pelo Criador com as Criaturas, a fim de que em
doação permanente se multipliquem ao Infinito.
Serás ajudado pelo Céu, conforme estiveres ajudando na Terra.
Possuímos aquilo que damos.
Não te esqueças, pois, de que és mordomo da vida em que te encontras.
Cede ao próximo algo mais que o dinheiro de que possas dispor. Dá também teu interesse
afetivo, tua saúde, tua alegria e teu tempo e, em verdade, entrarás na posse dos sublimes dons do
amor, do equilíbrio, da felicidade e da paz, hoje e amanhã, neste mundo e na vida eterna.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1958.
62
EM NOSSAS TAREFAS

“... não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos


às humildes.” – Paulo. (Romanos, 12:16.)

“Não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes” – recomenda o apóstolo,


sensatamente.
Muitos aprendizes do Evangelho almejam as grandes realizações de um dia para outro...
A coroa da santidade.
O poder da cura...
A glória do conhecimento superior...
As edificações de grande alcance...
Entretanto, aspirar só por si não basta à realização.
Tudo, nos círculos da Natureza, obedece ao espírito de sequência.
A árvore vitoriosa na colheita passou pela condição do arbusto frágil.
A catarata que move poderosas turbinas é um conjunto de fios d’água no nascedouro.
Imponente é o projeto para a construção de uma casa nobre, no entanto, é indispensável o
serviço da picareta e da pá, do tijolo e da pedra, para que a arte e o reconforto se exprimam.
Abracemos os deveres humildes com devoção ao nosso ideal de progresso e triunfo.
Por mais árdua e mais simples a nossa obrigação, atendamo-la com amor.
A palavra de Paulo é sábia e justa, porque, escalando com firmeza as faixas inferiores do
monte, com facilidade lhe conquistamos o cimo e, aceitando de boa-vontade as tarefas
pequeninas, as grandes tarefas virão espontaneamente ao nosso encontro.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1958.
63
QUE TENDES?

“Quantos pães tendes? E disseram-lhe: – Sete.”


(Marcos, 8:5.)

Quando Jesus, à frente da multidão faminta, indagou das possibilidades dos discípulos para
atendê-la, decerto procurava uma base, a fim de materializar o socorro preciso.
“Quantos pães tendes?”
A pergunta denuncia a necessidade de algum concurso para o serviço da multiplicação.
Conta-nos o evangelista Marcos que os companheiros apresentaram-lhe sete pãezinhos,
dos quais se alimentaram mais de quatro mil pessoas, sobrando apreciável quantidade.
Teria o Mestre conseguido tanto se não pudesse contar com recurso algum?
A imagem compele-nos a meditar quanto ao impositivo de nossa cooperação, para que o
Celeste Benfeitor nos felicite com os seus dons de vida abundante.
Poderá o Cristo edificar o santuário da felicidade em nós e para nós, se não puder contar
com os alicerces da boa-vontade em nosso coração?
A usina mais poderosa não prescinde da tomada humilde para iluminar um aposento.
Muitos esperam o milagre da manifestação do Senhor, a fim de que se lhes sacie a fome de
paz e reconforto, mas a voz do Mestre, no monte, continua ressoando, inesquecível:
– Que tendes?
Infinita é a Bondade de Deus, todavia, algo deve surgir de nosso “eu”, em nosso favor.
Em qualquer terreno de nossas realizações para a vida mais alta, apresentemos a Jesus
algumas reduzidas migalhas de esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor fará o
resto.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1958.
64
NO ESFORÇO COMUM

“Não sabeis que um pouco de fermento leveda a


massa toda?” – Paulo. (2.ª Epístola aos Coríntios,
5:6.)

Não nos esqueçamos de que nossos pensamentos, palavras, atitudes e ações constituem
moldes mentais para os que nos acompanham.
Cada dia, por nossa vez, sofremos a influência alheia na construção do próprio destino.
E, como recebemos conforme atraímos, e colhemos segundo plantamos, é imprescindível
saibamos fornecer o melhor de nós, a fim de que os outros nos proporcionem o melhor de si
mesmos.
Todos os teus pensamentos atuam nas mentes que te rodeiam.
Todas as tuas palavras gerarão impulsos nos que te ouvem.
Todas as tuas frases escritas gerarão imagens nos que te leem.
Todos os teus atos são modelos vivos, influenciando os que te cercam.
Por mais que te procures isolar, serás sempre uma peça viva na máquina da existência.
As rodas que pousam no chão garantem o conforto e a segurança do carro.
Somos uma equipe de trabalhadores, agindo em perfeita interdependência.
Da qualidade do nosso esforço nasce o êxito ou surge o fracasso do conjunto.
Nossa vida, em qualquer setor de luta, é uma grande oficina de moldagem.
Escravizar-nos-emos ao cativeiro da sombra ou libertar-nos-emos para a glória da luz, de
conformidade com os moldes vivos que as nossas diretrizes e ações estabelecem.
Lembremo-nos da retidão e da nobreza nos mais obscuros gestos.
Recordemos a lição do Evangelho.
“Um pouco de fermento leveda a massa toda.”
Façamos do próprio caminho abençoado manancial de trabalho e fraternidade, auxílio e
esperança, a fim de que o nosso Hoje Laborioso se converta para nós em Divino Amanhã.

Emmanuel

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Do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1958.
65
UNIÃO

Compadece-te e ajuda, a fim de que possas servir na união para o bem.


Não fosse a bondade do lavrador que ampara a semente seca, não receberias na mesa o conforto
do pão.
Não fosse o trabalho do operário que assenta tijolo por tijolo, não disporias de segurança, no
alicerce do próprio lar.
Isso acontece nos elementos mais simples.
Repara, porém, a atitude da vida para que ninguém falte à comunhão do progresso.
Não malsina os olhos enfermos.
Brune lentes protetoras.
Não relega os mutilados à própria sorte.
Faz recursos mecânicos.
Não se revolta contra os ignorantes que lhe torcem as diretrizes.
Acende a luz da escola.
Não aniquila os loucos que lhe injuriam as leis.
Acolhe-os generosamente no regaço do hospício.
Imitando o sentimento da vida, sejamos, uns para os outros, quando preciso, a muleta e o
remédio.
Olvidemos os defeitos do próximo, na certeza de que todos nos encontramos sob o malho das
horas, na bigorna da experiência.
Tolerância é o cimento da união ideal.
E só a união faz a força.
Entretanto, há força e força.
Reúnem-se milhões de gotas e criam a fonte.
Congregam-se milhões de fagulhas e formam o incêndio.
Pensa um pouco e entenderás que é sempre muito fácil ajuntar os interesses da Terra e fazer a
união para o bem da força, mas apenas entesourando as qualidades do Cristo na própria alma é
que nos será possível, em verdade, fazer a união para a força do bem.

Emmanuel

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Do livro Seara dos Médiuns, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1961.
66
SERVINDO SEMPRE

Na seara da verdade, todos somos chamados a semear. Semear amor e luz que transbordem
nas colheitas de progresso e elevação.
Semeiam todos aqueles que se fazem guardiães da justiça e da cultura, da prosperidade e
da influência, assegurando a proteção da vida comunitária. E semeiam todos aqueles outros que
manejam o buril da palavra ou as letras do alfabeto, a energia do braço ou a força do coração,
sulcando o campo da vida e adubando-lhe os recursos para que a plantação do Mundo Melhor se
arroje do presente ao porvir, de geração a geração.
Onde o Senhor te colocou, nunca te esqueças de que a fidelidade aos teus próprios
encargos é a limpidez de tua fé e a razão de tua própria vida.
O servidor se qualifica no préstimo da ação que executa. Sai, pois, de ti mesmo, na
prodigiosa repetição do dia-a-dia e atende à tarefa que te cumpre, sem que se turbe o teu ânimo,
ante a ventania das opiniões contraditórias, e sem que o calor da esperança se esfrie no teu
espírito, perante o inseto daninho ou o escalracho destruidor.
Age e segue.
Se a garoa da indiferença te procura imobilizar os movimentos, lembra-te do Sol que não
falta a ninguém, nos mecanismos da pontualidade, e, quando apareça o aguaceiro das provas,
encharcando-te a moradia, reflete nas espigas que virão.
Nas bases da consciência tranquila, cede de ti mesmo o melhor que possas, como possas e
tanto quanto possas no auxílio a todos.
Em verdade, o tempo altera todas as construções exteriores da vida, mas conserva,
intocável, com dividendos crescentes e incessantes, todo e qualquer investimento de amor.
Mobiliza os talentos que o Senhor te confiou, faze os depósitos de compreensão e bondade,
paz e bênção que te sejam possíveis, e caminha para diante, trabalhando e servindo sempre.
Sobretudo, nunca te creias incapaz, nem te afirmes inútil. Um dia, certo pequeno feixe de
materiais considerados inferiores aceitou as disciplinas de exigente artesão que lhe cortou as
arestas, imprimindo-lhe nova forma, e, desde então, o mundo conhece a tomada que, em se
sujeitando aos preceitos da usina, se converte em mensageira de luz.

Emmanuel

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Do livro Amanhece, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1975.
67
PAZ E SEGURANÇA

Dentre as boas obras a que nos inclinemos, não nos esqueçamos de uma delas, ao alcance
de todos: asserenar o ânimo daqueles que nos cercam.
Tanto quanto possas, extingue as labaredas da hostilidade e da discórdia, no silêncio da
prece. E dissolve na fonte viva da compreensão o fel do azedume ou o ácido do pessimismo que
te alcancem por resíduos de contatos com as ocorrências infelizes.
Neste mesmo instante de nosso entendimento, milhares de criaturas jazem à beira do
colapso nervoso, aguardando uma frase de otimismo e de esperança da parte de alguém que lhes
apoie o esforço de autossuperação e sobrevivência.
Aproxima-te dos semelhantes a fim de auxiliá-los.
Aqui, temos corações quase sufocados de angústia, ante a falta de seres queridos, contando
com uma palavra de fé viva que lhes restaure a confiança no futuro.
Ali, surpreendemos os quase desanimados, à face das provas que lhes enxameiam na
existência, necessitando de um toque verbal de coragem, de modo a que o desalento não se lhes
transforme em moléstia destruidora.
Além, surgem os quase suicidas, conturbados por tribulações que se afiguram superiores às
próprias forças, na expectativa de uma conversação esclarecedora que lhes suprima o impulso de
autodestruição.
Mais adiante, aparecem os quase delinquentes, vítimas de ideias envenenadas por situações
caluniosas, à espera de algum diálogo amigo, capaz de induzi-los ao reequilíbrio e à serenidade.
Mais adiante ainda, vemos os quase obsessos, entre a insatisfação e a ansiedade, suspirando
por algum apontamento reconfortante que os afaste da queda na insanidade.
Compadeçamo-nos uns dos outros e pratiquemos a campanha do pensamento e da palavra
que auxiliem a vida.
Sustentar a tranquilidade alheia é garantir a nossa própria segurança.
Convençamo-nos de que a paz dos outros é o apoio de nossa paz.

Emmanuel

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Do livro Momentos de Ouro, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1977.
68

NA GLEBA DO MUNDO

“Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a


palavra e a compreende. Este frutifica e produz a
cem, a sessenta e a trinta por um.” – Jesus. (Mateus,
13:23.)

Efetivamente, a vida é comparável ao trato de solo que nos é concedido cultivar.


Ergue-te, cada dia, e ampara o teu campo de serviço, a fim de que te incumbes. O terreno é
o próximo que te propicia colheita.
Lavrar o talhão é dar de nós sem pensar em nós.
Basta plantes o bem para que o bem te responda. Para isso, no entanto, é imperioso agir e
perseverar no trabalho.
Nunca esmorecer.
Qual ocorre na lavoura comum, é preciso contar com aguaceiro e canícula, granizo e vento,
praga e detrito.
Não valem reclamações. Remove a dificuldade e prossegue firme.
Acima de tudo, importa o rendimento da produção para o benefício de todos.
Se alguém te despreza, menoscabando a suposta singeleza do encargo que te coube,
esquece a incompreensão alheia e continua plantando para abastança geral.
Muita gente não se recorda de que o pão alvo sobe à mesa à custa do suor de quantos
mergulham as mãos no barro da gleba, a fim de que a semente possa frutificar.
Quando essa ou aquela pessoa te requisite a descanso, sem que a tua consciência acuse
fadiga, não acredites nessa ilusão.
A ferrugem do ócio consome o arado muito mais que a movimentação no serviço.
Trabalha e confia, na certeza de que o Senhor da Obra te observa e segue vigilante.
Não duvides, nem temas.
Dá o melhor de ti mesmo à Seara da vida, e o Divino Lavrador, sem que percebas,
pendurará nas frondes do teu ideal a floração da esperança e a messe do triunfo.

Emmanuel

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Do livro Ceifa de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1979.
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RECURSOS

“Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer


avareza, porque a vida de um homem não consiste na
abundância dos bens que ele possui.” – Jesus. (Lucas,
12:15.)

Frequentemente, quando nos referimos à propriedade, recordamos, de imediato, posses e


haveres de expressão material e reconstituímos na lembrança a imagem dos nossos amigos que
carregam compromissos com a fortuna terrestre, como se eles fossem os únicos responsáveis
pelo equilíbrio do mundo. Entretanto, assim agindo, escorregamos inconscientemente para a fuga
de nossos próprios deveres, sem que isso nos isente das obrigações assumidas.
Simbolicamente, todos retemos capitais a movimentar, de vez que, em cada estância
regeneradora ou evolutiva em que nos encontraremos, somos acompanhados por valiosos
créditos de tempo, através dos quais a Divina Providência nos considera iguais pela necessidade
e, simultaneamente, nos diferencia uns dos outros pela aplicação individual que fazemos deles.
Somos todos, desse modo, convocados não apenas a empregar dinheiro, mas também
saúde, condição, profissão, habilidade, entendimento, cultura, relações e possibilidades outras de
que sejamos detentores, em favor dos outros, porquanto pelas nossas próprias ações somos
valorizados ou depreciados, enriquecidos ou podados em nossos recursos pela Contabilidade da
Eterna Justiça.
Permaneçamos, assim, atentos às menores oportunidades de ajudar que se nos ofereçam, na
experiência cotidiana, aproveitando-as, quanto possível, porque, se as nossas reservas de tempo
estão sendo realmente depositadas no Fundo de Serviço ao Próximo, no Banco da Vida, a
Carteira do Suprimento Espontâneo nos enviará, estejamos onde estivermos, os dividendos de
auxílio e felicidade a que tenhamos direito, sem que haja, de nossa parte, nem mesmo a
preocupação de sacar.

Emmanuel

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Do livro Ceifa de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1979.
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DOAÇÃO E NÓS

“Dai e dar-se-vos-á...” – Jesus. (Lucas, 6:38.)

Deus te deu a ciência, a fim de que a estendas, em benefício de nossos irmãos, com tal
devotamento que a ignorância jamais consiga entenebrecer os caminhos da humanidade.
Deus te deu o discernimento, para que o teu concurso verbal ajude a compreensão dos que
te ouvem, de tal modo que a tua presença, seja onde for, venha a se constituir em luz que dissipe
a sombra do desequilíbrio e o nevoeiro da discórdia.
Deus te deu a autoridade, a fim de que exerças a justiça com misericórdia, de tal maneira
que a compaixão não desapareça do mundo, sob as rajadas da violência.
Deus te deu a fortuna para que o teu dinheiro se faça coluna do trabalho e da beneficência,
com tal abnegação que a penúria jamais aniquile os nossos companheiros ainda felizes, nas
trilhas da provação e do desespero.
Deus constantemente algo te dá, entretanto só conservarás e multiplicarás os talentos
recebidos através das doações que fizeres.
Todos somos tão-somente usufrutuários dos bens da vida, os quais, no fundo, pertencem
unicamente ao Senhor do Universo, que no-los conserva nas mãos, segundo o proveito e o
rendimento que lhes venhamos a imprimir.
“Dai e dar-se-vos-á” – afirmou Jesus.
Isso, na essência, quer dizer: Deus te dá para que dês.

Emmanuel

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Do livro Ceifa de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier no ano de 1979.

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