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Graduação 2023
Os Macabeus e a firmação
Identitária dos judeus
A resistência de um povo pela tradição, religião e cultura
Sumário:
"A história é o palco em que Deus revela Sua soberania e graça. Ele trabalha através
de eventos e circunstâncias, guiando a humanidade em direção ao cumprimento de
Seus planos redentores."
- Charles Spurgeon
2
Introdução: O exílio e a desolação de Israel
“Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te
multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais.” 1
Deuteronômio 6.3
1
Deuteronômio 6.3, Almeida Revista e Atualizada(ARA)
2
Batalha de Karkemish (605 a. C.), JOSEFO, Flávio. Antiguidades Judaicas, XI, 419. São Paulo:
CPAD, 2004.
3
Ibid, XI, 425.
3
Em 334 a.C., Alexandre, o Grande, liderou uma campanha militar contra o
Império Persa com o objetivo de conquistar seu território. Após uma série de batalhas
decisivas, incluindo as famosas batalhas de Granico, Isso e Gaugamela, Alexandre
derrotou o exército persa liderado por Dario III. Após a morte de Dario III em 330 a.C.,
Alexandre continuou sua campanha e conquistou rapidamente as principais cidades e
territórios persas, incluindo Persépolis, a capital imperial. O Império Aquemênida
colapsou e Alexandre tornou-se o governante das terras anteriormente sob o domínio
persa.4
Embora Alexandre tenha estabelecido uma nova administração nas regiões
conquistadas(satrapias), sua morte prematura em 323 a.C. desencadeou uma luta
pelo poder entre seus generais, conhecidos como os Diádocos. Dentre essas
disputas, surgiu o Império Selêucida, fundado por um dos generais de Alexandre,
Seleuco I, que controlou grande parte do território persa até o século II a.C, incluindo
o território da Israel pós-exílica.5 Santiago Colombo Reghin, sobre esse período,
afirma:
A formação do Império Selêucida se dá na conjuntura do violento período de guerra
entre os generais de Alexandre, que buscavam estabelecer-se como sucessores desse
último(...) As diversas satrapias que compunham esse território foram divididas entre
seus generais e indivíduos mais próximos6.
4
BADIAN, E. Alexander the Great and the Greeks. The Journal of Hellenic Studies, 101, 1-19. 1981
5
WILL, É . Histoire politique du monde hellénistique (323-30 av. J.-C.). Lantosque: Seuil, 2012
6
REGHIN, Santiago Colombo. A elite babilônica durante a formação dos selêucida: dinâmicas da
integração imperial a partir dos diários astronômicos.Rio de Janeiro: ANPUH-Brasil, 31° Simpósio
Nacional de História, 2021, p.1-2.
4
outras culturas, muitas delas partilhavam de uma religião panteísta, menos rigorosa e
mais aberta. Essa realidade religiosa, definitivamente, não era a realidade do povo
habitante em Israel. Os judeus eram exclusivistas, monoteístas e carregavam o título
de “Povo de Deus” com muita veemência, principalmente após a punição exílica.
Isso implicou em uma grande revolta, liderada por uma família sacerdotal, a
dos Macabeus.
Sobre esse período existem duas fontes primárias essenciais, os dois livros
dos Macabeus e a obra “Antiguidades Judaicas”, de Flávio Josefo. Ambas as obras
relatam a revolta dos Macabeus e demonstram esse período onde a religião em Israel
e a cultura judaica se firmaram de maneira soberana.
7
I Macabeus 1.54, Bíblia Ave Maria (BAM)
8
JOSEFO, Flávio. Antiguidades Judaicas, XII, 476. São Paulo: CPAD, 2004.
5
Os macabeus fortaleceram sua posição política e militar para garantir a
estabilidade e a independência de Israel. Eles estabeleceram uma dinastia hereditária
e procuraram expandir seu território. Na ofensiva contra os macedônios, lideraram
campanhas militares bem-sucedidas para expulsar os selêucidas de Israel e
recuperar o controle sobre várias cidades e regiões. Conseguiram expandir o território
de Israel, estendendo sua influência além das fronteiras originais.
9
Mateus 16.18, Tradução Brasileira(TB)
6
Referências Bibliográficas:
BADIAN, E. Alexander the Great and the Greeks. The Journal of Hellenic Studies,
101, 1-19. 1981
JOSEFO, Flávio. Antiguidades Judaicas, XI, 419. São Paulo: CPAD, 2004
Versões bíblicas: