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A COMUNIDADE JUDAICA
NO SÉCULO QUINTO – Cap. 10
(História de Israel - John Bright)
São Paulo
2022
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A COMUNIDADE JUDAICA
NO SÉCULO QUINTO – Cap. 10
(História de Israel - John Bright)
Sumário
Introdução ___________________________________________________ 03
As reformas de Neemias e Esdras ________________________________ 04
A. Da conclusão do templo à metade do século quinto ________________ 04
1. O Império Persa até aproximadamente 450 _______________________ 04
a. Dario 1 Histaspes (522-486) ___________________________________ 04
2. A sorte dos judeus em aproximadamente 515-450 _________________ 04
a. As comunidades judaicas no Império Persa no século quinto _________ 05
b. A comunidade em Judá: sua sorte externa _______________________ 05
c. A comunidade judaica: sua situação espiritual _____________________ 06
B. A reorganização da comunidade judaica sob Neemias e Esdras ______ 06
1. Neemias e sua obra _________________________________________ 06
a. A relação entre as obras de Esdras e Neemias ____________________ 06
b. A missão de Neemias ________________________________________ 07
c. Reconstrução das muralhas de Jerusalém ________________________ 08
d. A administração de Neemias: primeiro período _____________________ 09
e. O segundo período de Neemias: suas medidas de reforma ___________ 09
2. Esdras, “o escriba” ___________________________________________ 09
a. A natureza da missão de Esdras ________________________________ 10
b. O começo da reforma de Esdras ________________________________ 10
c. A conclusão da reforma de Esdras: a reconstituição da comunidade à base
da lei _______________________________________________________ 11
d. A significação da Obra de Esdras _______________________________ 11
Conclusão ___________________________________________________ 13
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INTRODUÇÃO
424) não começou bem, logo que assumiu sofreu com os ataques gregos
contra Chipre, por volta de 460 ele teve que enfrentar uma rebelião no Egito.
Dificuldades internas, somadas a novos sucessos dos gregos, levaram
finalmente Artaxerxes a consentir na paz de Callias (449). As cidades gregas
da Ásia Menor, aliadas de Atenas, receberam sua liberdade. Embora o seu fim
ainda estivesse longe, já começavam a aparecer as debilidades da maciça
estrutura do império.
2. A sorte dos judeus em aproximadamente 515-450
Não sabemos muito sobre a nação judaica neste período, mas é notável
a desesperança da população, visto que não foi concretizada a instauração de
um Estado dravídico, levando-os a permanecerem onde se encontravam.
Mesmo a comunidade judaica crescendo não houve um regresso a pátria como
Isaías, Zacarias e outros previram.
a. As comunidades judaicas no Império Persa no século quinto.
No século quinto a comunidade judaica estava espalhada por todo o
império Persa. Sua religião era altamente sincrética, totalmente em oposição à
lei deuteronômica, estes judeus tinham um templo dedicado a Iahweh, com um
altar sobre o qual queimavam oferendas e faziam sacrifícios a ele, porém
outras divindades também eram adoradas neste mesmo lugar. Tendo raízes
onde se encontrava, certamente não sentiam nenhuma necessidade de
regressar a sua pátria e reestabelecer uma comunidade na terra de seus pais.
b. A comunidade em Judá: sua sorte externa.
Todavia um remanescente não abandonou a aventura da restauração,
muito pelo contrário, como nos declara Esdras 4.12, muitos regressaram. As
listas do capítulo 2 de Esdras e do capítulo 7 de Neemias, que são
provavelmente listas de recenseamento da época de Neemias que enumeram
os exilados retornados, os seus descendentes e os judeus já estabelecidos na
província, tendo como população total da época como de pouco menos de
cinquenta mil pessoas. Provavelmente não houve nenhum governador nativo
em Judá depois de Zorobabel.
Levando em consideração que durante todos esses anos a nação não
teve proteção militar ou meios de defesa, os judeus estiveram sujeitos a
repetidos ataques, represálias e opressões, tanto de Samaria como de seus
outros vizinhos, sentindo-se profundamente indefesos. Foi por esta razão que,
no reinado de Artaxerxes I (Esdras 4.7-23), eles dominaram a situação e
começaram a reconstruir as fortificações de Jerusalém. Não podemos dizer
exatamente quando isto se deu; sabemos apenas que foi antes de 445 (Esdras
4.23; Neemias 1.3).
Seus profetas esperavam pelo Dia de lahweh, quando Israel
reconquistaria sua terra e os seus inimigos, especialmente os edomitas, seriam
destruídos. Os edomitas e árabes, sem dúvida, respondiam na mesma
linguagem, com ódio e com toda espécie de provocação que podiam.
Neste ínterim os nobres de Samaria, com justiça ou não, apresentaram
novamente acusação de revolta e conseguiram uma ordem do rei para
interromper a obra, ordem que eles executaram então a poder das armas. Sua
intenção era que Judá permanecesse constantemente sem defesa.
c. A comunidade judaica: sua situação espiritual.
A conclusão do templo havia dado aos judeus um lugar de reunião e, ao
mesmo tempo, o status de uma comunidade de culto. Os líderes judeus
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governador de Judá (Ne 5.14; 10.1), que ficou sendo uma província
independente, separada da Samaria.
c. Reconstrução das muralhas de Jerusalém.
Talvez o problema mais urgente a ser solucionado era a segurança
física da comunidade, assim, Neemias entregou-se imediatamente à
reconstrução das muralhas da cidade, agindo com rapidez e destemor, pois, de
outro modo, seus planos seriam contrariados antes mesmo de iniciada sua
execução. Três dias depois de sua chegada, ele fez uma inspeção secreta nas
muralhas da cidade durante a noite, para avaliar a grandeza da tarefa que tinha
diante de si; e somente ali divulgou seus planos aos líderes judeus (Ne 2.11-
18). Então, assim que recolheu a mão de obra, começou o trabalho e dentro de
cinquenta e dois dias, ficou concluído um muro.
Josephus (Ant XI, V, 8) está quase certo quando afirma que a conclusão
efetiva (reforço, acabamento das ameias, portões e revestimento) exigiu dois
anos e quatro meses (até dezembro de 437, de acordo com suas datas) 16.
Tudo isso foi realizado com incríveis dificuldades.
O principal dentre seus inimigos era Sanabalat, que era governador da
província de Samaria. Apesar de seu nome babilônio (Sinuballit), era javista
como indicam os nomes de seus filhos (Dalaias e Selemias). Sua família aliou-
se depois, por casamento, com sumos sacerdotes de Jerusalém (Ne 13.28).
Com ele estava Tobias, governador da província de Amon igualmente javista
como indicam seu próprio nome e o de seu filho Jocanan (Ne 6.18), e tinha
contatos em Jerusalém.
Tanto Sanabalat quanto Tobias, que se consideravam israelitas e eram
aceitos como tais pelas famílias importantes de Jerusalém, irritaram-se com o
fato de que os judeus mais ortodoxos, como Neemias, achassem que a religião
deles (certamente um tanto sincrética) era inaceitável e os considerassem
como pagãos, por este motivo intentavam várias investidas para frustrar os
planos de Neemias.
Em primeiro lugar, tentaram a zombaria, esperando com ela minar o
moral dos judeus (Ne 2.19;4.3). Vendo que este recurso não produzia nenhum
efeito, um bandos de árabes, amonitas e filisteus (Ne 4.7-12) a realizar
incursões contra Judá. Jerusalém foi atormentada, e as cidades mais
afastadas, aterrorizadas. De acordo com Josephus (Ant. XI, V, 8), não poucos
judeus perderam a vida. Neemias reagiu (Ne 4,13-23), dividindo seus homens
em dois turnos: enquanto uns combatiam, outros trabalhavam.
Como as investidas foram vãs, os inimigos de Neemias tentaram (Ne 6.1-4)
atraí-lo para fora da cidade, formalmente para uma conferência com a intenção
de assassiná-lo porém Neemias recusou o convite. Sendo assim ameaçaram
de acusá-lo de sedição junto aos persas, (vv. 5 a 9) e ele desafiou-os a fazê-lo.
Os inimigos da reestruturação de Israel não estavam apenas fora das
muralhas, mas em meio ao povo que se dizia israelita também, afinal Tobias e
seu filho, tendo contraído matrimônio com mulheres de famílias ilustres de
Jerusalém (vv. 17 a 19), possuíam amigos que os mantinham informados de
tudo o que Neemias estava fazendo e enviavam cartas a ele com a finalidade
de abalar o seu moral. Em sua última tentativa (vv. 10 a 14), contrataram um
profeta para amedrontar Neemias com notícias de um atentado contra sua
vida, na esperança de que ele fugisse para o templo, procurando refúgio, e
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CONCLUSÃO