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COMUNICAÇÃO SOCIAL - PÚBLICIDADE E PROPAGANDA

MAYKE CEZAR GOMES DE OLIVEIRA

A TELEVISÃO NA ERA DIGITAL


RESENHA

LONDRINA
2018
Newton Cannito, ex-presidente da Associação de roteiristas (2013-2016), é um
cineasta, roteirista e escritor brasileiro. Formado pela USP é doutor em Cinema e TV.
Dentre os trabalhos que julgo mais conhecidos são o de roteirista da série Cidade dos
Homens (Globo) e também é um dos criadores e roteirista-chefe do seriado 9mm. O texto
de sua autoria, que abordaremos é “A televisão na Era Digital” (2010), que visa mostrar a
visão do autor a respeito do que a televisão significa nos dias de hoje e qual é o seu
papel.
A principio o autor fala sobre a dificuldade em se esperar da televisão algo
educativo, pois não é este seu papel principal, de igual modo não podemos esperar da TV
o que o cinema nos trás, pois mesmo sendo parecidos em tese, o cinema e a televisão
tem focos distintos, levantando assim o questionamento de o que podemos definir como
uma programação de qualidade, sendo que, se nos basearmos em nossas próprias
ideologias para definir sua competência, estaremos usando de nosso próprio juízo falho,
em detrimento de algo mais concreto.
O artigo proposto é dividido em temas relevantes, sempre visando que todas as
mídias tem limitações, o autor retrata que analisar a TV a partir de conceitos como
inovação, transgressão, interatividade e dialogismo são pontos chaves pra medirmos sua
qualidade, levando em conta a liberdade de expressão e a diversidade cultural, pois
segundo o autor a TV é uma arte, e como arte é necessária esta liberdade até para se
passar informações que são contrarias a educação comum.
Utilizar-se do cinema para medir a qualidade da televisão é um erro que ainda
muitos cometem por ainda não ter entendido a proposta da TV, sendo eu no cinema a
busca é pela imersão, já na televisão o foco seria na repetição de informações, pois seus
usuários muitas vezes não estão focados em seu conteúdo, fazendo uma comparação
rasa, o cinema poderia ser comparado a historias em quadrinhos que prendem a atenção
do seu alvo e a TV estaria mais para um radio, onde seu uso é mais descompromissado e
o receptor pode fazer varias coisas ao mesmo tempo em que a programação é
transmitida.
Uma parte interessante do texto é quando Canitto descreve como o ser humano
organiza suas experiências: Narrativa, enciclopédia e jogo; O modo de narrativa organiza
os pensamentos de forma ordenada, sendo de fácil acesso ao seu proprietário os
conteúdos assim organizados, já no modo enciclopédia os pensamentos são organizados
por conceitos (e palavras) de forma não linear, e o modo jogo é quando os pensamentos
são organizados de maneira interativa, permitindo o usuário à interação dentro dos limites
definidos pelo autor.
O cinema estaria organizado de forma narrativa, onde os acontecimentos e fatos
acontecem de forma ordenada. Os modelos digitais de multimídia trabalham com a
organização de enciclopédia onde você procura por palavras e conceitos e tem acesso ao
que procura. O conteúdo televisivo fica dentro de dois modelos de organização o narrativo
e o de jogo, onde existe uma interação do público porem os conteúdos são trazidos
(geralmente de forma linear).
Ela estra na categoria jogo não especificamente pelos Gameshows que ela possui
mas também pelos debates interativos, tanto com o publico quanto com quem está
fazendo parte da programação. Além disso podemos classifica-la através do “fluxo versus
arquivo”, onde uma mídia de fluxo tem como característica a produção incessante de
conteúdo, independente do expectador, já as mídias de arquivo é aquele que mantém
tudo em provedores que podem ser acessados dependendo do que o usuário deseja.
Vendo desta maneira não tem como julgar qual é melhor, o fluxo ou o arquivo porque os
dois tem propósitos diferentes.
Pra encerrar Canitto fala sobre a “serialidade” da TV, mostrando que raramente a
TV irá transmitir algum conteúdo sem ser por partes, fragmentando o conteúdo e usando
da repetição para se assemelhar a rotina de organização mental do público.
Entendo que a televisão tem um papel importante na informação e na democracia
da sociedade, mas como o autor mesmo expõem, temos uma cosmovisão baseada em
nossas ideologias, e segundo a minha, percebo a influencia da revolução cultural marxista
que toda mídia e todo meio cultural vem sofrendo desde muito tempo atrás fazendo com
que esta plataforma que poderia ser tão rica em conteúdo, informação e entretenimento
perdesse seu brilho e visasse nos dias de hoje apenas servir como propagadora de
ideologias contrarias aos valores que creio. Vejo que uma pátria sem educação de
qualidade vai buscar a mesma na TV, e acaba encontrando apenas desinformação. O
proposito principal da TV não é informar, o proposito principal da TV não é entreter, o
proposito principal da TV não é trazer educação formal, então fica meu questionamento
sobre qual é seu proposito real, sua atual relevância no sociedade e sua verdadeira
finalidade, pois se não pensarmos sobre isso, ela continuará sendo palanque pra qualquer
um que desejar tomar posse de seu designo.

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