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AO ESTUDO BÍBLICO
(Colégio Nossa Senhora da
Anunciação)
8ª CLASSE
MANUAL DE INTRODUÇÃO
AO ESTUDO BÍBLICO
(Colégio Nossa Senhora da
Anunciação)
8ª CLASSE
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FICHA TÉCNICA
EDIÇÃO:
IMPRESSÃO:
1ª EDIÇÃO:
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TEMA 1
A HISTÓRIA DO POVO DA BÍBLIA
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O povo de Israel tem uma história violenta e cheia de sofrimento, mas também
com muitos milagres de Deus.
Abraão teve um neto chamado Jacó, que teve seu nome mudado por Deus para
Israel, que significa “ele luta com Deus”. Israel teve 12 filhos que deram origem às 12
tribos de Israel. Muito tempo depois, a terra de Canaã também teve seu nome mudado
para Israel.
A família de Jacó passou 400 anos no Egipto e se tornou um grande povo, apesar
de ser escravizado. Pela mão de Moisés, Deus tirou os israelitas do Egipto e os levou
através do deserto para a terra prometida. Nesse tempo, Deus deu sua Lei aos israelitas,
ensinando-os a viver de maneira diferente de outros povos.
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ANTES DE CRISTO
c. Séc. XVII
Abraão, Isaac e Jacó, os patriarcas do povo judeu, se estabelecem
na Terra de Israel. A fome força os israelitas a emigrar para o Egito.
c.Séc. XIII Moisés lidera os israelitas na saída do Egito, seguido por 40 anos
de peregrinação no deserto; a Torá, incluindo os dez
mandamentos, é recebida no Monte Sinai
c.Séc. XIII a XII Os israelitas se estabelecem na Terra de Israel
c.1020 A monarquia judaica é estabelecida; Saul é o primeiro rei
c.1000 Jerusalém torna-se a capital do reino de Davi
Primeiro templo, centro nacional e espiritual do povo judeu, é
c.960
construído em Jerusalém pelo rei Salomão
c. 930 Reino dividido: Judá e Israel
722-720 Israel é destruído pelos assírios; 10 tribos exiladas (Dez Tribos
Perdidas)
587 Judá é conquistado pela Babilônia
Jerusalém e o Primeiro Templo são destruídos; a maioria dos
judeus é exilada.
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63 AC a 70
DC Domínio romano
63-4 AC Herodes, rei vassalo romano, governa a Terra de Israel
Templo de Jerusalém é reformado
(DEPOIS DE CRISTO)
c. 20 a 33 Ministério de Jesus de Nazaré
66 Revolta judaica contra os romanos
70 Destruição de Jerusalém e do Segundo Templo
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A época dos juízes e da vida tribal representou um grande passo nas relações
comunitárias e na vivencia do projeto igualitário da Javé. As tribos não tinham uma
centralização política, a economia era de subsistência e partilhada, não havia tributação,
trabalhos forçados e nem escravidão. Não havia exército permanente e o culto a Javé
era descentralizado baseado na experiência do êxodo e da aliança. Mas com a
corrupção dos juízes e dos sacerdotes (1Sm 1-3) e os ataques dos reis das nações
vizinhas, principalmente os filisteus, que queriam aumentar o seu domínio, sua
economia, controlar as rotas comerciais, acabar com o culto a Javé e promover a
escravidão, fez-se com que as tribos de Israel desejassem uma nova forma de vida, a
monarquia.
Há três relatos sobre sua eleição (1Sm 10,1 – conta que Samuel ungiu Saul; 1Sm 10,
20-25 – conta que foi escolhido por sorteio; 1Sm 11, 12-15 – conta que foi proclamado
rei pelas tribos no santuário de Guilgal). Saul foi ungido como chefe militar,
representado os donos de bois (latifundiários). Ele não tinha uma máquina
administrativa. A estrutura do seu reinado limitava-se a:
Mas Saul não foi fiel ao projeto das tribos e não inovou. Ele tomou para si a
condição de sacerdote (1Sm 13, 7b-14), não cumpre o projeto de Javé (1Sm 15), passa a
ter momentos de crise (depressão aguda) e fixa sua atenção sobre seu rival Davi (1Sm
16,14-23), mata os sacerdotes de Nob (1Sm 22, 6-23), consulta os mortos (1Sm 28) e
comete a insanidade do suicídio quando está no campo de batalha lutando contra o
inimigo (1Sm 31). No lugar de Saul fica seu filho Isbaal ou Isboset. Ele assume a realeza
(2Sm 2,8-11) mas não tem consistência e forças que lhe apóie. Desse modo, entra em
cena o figura de David.
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Na vida de David podemos distinguir duas fazes: na primeira ele foi um líder
popular, solidários com os excluídos, músico e escudeiro de Saul, chefe militar do
exército do rei e casado com Micol (1Sm 18, 20.28) filha do rei; na segunda faze, lutou
pelo poder, consolidado seu reinado primeiro em Hebron, depois em Jerusalém. Davi
foi ungido por Samuel e o espírito de Deus estava com ele (1Sm 16, 1-13). Quando os
filisteus ameaçaram a Israel, Davi mata Golias (1Sm 17, 1-18,5). Saul com ciúmes tentou
matá-los muitas vezes e gastou muito tempo com essa investida fracassada (1Sm 18,7 e
21,12. [18,6 até 30,31];31).
David consolidou seu reino e poder trazendo a Arca da Aliança para Jerusalém.
Ela era sinal da presença de Deus no meio do povo. É como se ele manipulas se a religião
ao seu favor (Cf. 1Sm 16, 13. 18; 17,37; 18, 14.28 2Sm 5, 10; 7,3; 2Sm 6) esses textos nos
mostram como Deus legítima a Davi e a cidade de Jerusalém como eleita por Javé. O
mesmo se dá no tempo de Salomão.
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Davi é considerado um grande rei, porque não exigia das tribos de Judá soldados
para o serviço militar, pois boa parte deles eram estrangeiros e mercenários. Não cobrou
tributo dos judaítas porque os estrangeiros que ele dominava os abastecia. Ele
favoreceu mas a Judá do que ao Norte e por fim ele conteve os filisteus. Morreu sendo
aclamado como um grande rei e passou para a história como o modelo do rei justo,
mesmo que isso custasse para o povo nortista o silencio de sua tradição.
No fim do mandato de David havia nas intrigas palacianas dois projetos para o
reino: Adonias e Salomão. Pois, o sucessor de David deveria ser o filho mais velho. No
entanto, Amnon, seu primogênito havia sido morto por Absalão (2Sm 13, 23-29). O
terceiro filho, Absalão, foi morto pelo exército de David (2Sm 18, 9-18). Adonias que era
o quarto filho estava vivo. David tinha ainda mais cinco filhos de outros casamentos
(2Sm 3, 4-5; 5, 14-15), contudo Adonias era o legitimo herdeiro do trono. Porém
ganharia o trono quem tivesse mais apoio na corte e nisso Salomão foi vitorioso.
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As dez tribos do norte se unirão a Jeroboão e fizeram dele seu rei, dando início
ao Reino do Norte que frequentemente é chamado de Reino de Israel. Durante o reino
dividido a primeira capital do Reino do Norte foi a cidade de Tirza, mas depois passou a
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ser Samaria. Foi justamente nesse período que tiveram início a tensão que com o tempo
se tornou numa grande rivalidade entre judeus e samaritanos.
Ao longo de sua breve história, o Reino do Norte teve nove dinastias, totalizando
dezenove reis. No geral os reis do Reino do Norte fizeram muitas coisas que
desagradaram ao Senhor. Inclusive, muitos desses reis chegaram ao trono por meios
violentos e perversos.
Politicamente o Reino do Norte foi marcado por muita conspiração, e
religiosamente foi marcado por muita idolatria. O próprio Jeroboão, o primeiro rei do
Reino do Norte, tão logo já esteve envolvido em idolatria e chegou a criar centros de
adoração ilícitos em seu território. Apesar de a divisão política ter sido legítima, a divisão
religiosa era errada. Os israelitas deveriam ter continuado adorando no Templo em
Jerusalém.
Talvez o auge da idolatria no Reino do Norte aconteceu durante o reinado do rei
Acabe que foi profundamente influenciado por Jezabel. Nesse período Deus levantou
o profeta Elias e o profeta Eliseu para denunciar a idolatria em Israel.
A corrupção política, social e religiosa do Reino do Norte também são claramente
percebidas na profecia do profeta Amós. Outro profeta levantado por Deus para
profetizar ao Reino do Norte foi Oseias. Inclusive, através das próprias experiências
pessoais do profeta Oseias com sua esposa adúltera, Deus exemplificou o adultério
religioso do Reino do Norte.
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Sul foi avisado pelo Senhor através dos profetas acerca do juízo iminente que seria
derramado por causa do pecado.
Joel, Isaías, Miqueias, Sofonias, Jeremias e Habacuque foram os profetas do
Reino do Sul antes de sua queda. Durante o tempo do exílio, Deus também levantou os
profetas Daniel e Ezequiel, e após o exílio, Ageu, Zacarias e Malaquias.
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Com o fim do reino do norte (Israel) em 722 e do reino do sul (Judá) em 587
chega ao fim a monarquia em Israel.
Boa parte do povo se encontra no exílio, onde, sem templo, sem rei e sem terra,
tenta se adaptar a novas formas de vida e de compromisso com seu Deus.
No exílio babilônico, floresce uma literatura que retrata certa desolação, mostra
a saudade pela terra que ficou distante, mas também tira, dessa experiência, certas
lições de vida e incentiva o povo a não desanimar. Refaz a compreensão de Deus e
reconstrói sua imagem a partir dessa experiência de vida. Há grande reflexão em torno
desses fatos trágicos e o porquê disso.
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1.6. A ALIANÇA
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Da aliança feita com Abraão, Deus faz de Israel seu povo e estabelece com ele
uma aliança. Por isso, a história do Povo de Israel é diferente da história dos outros
povos daquele tempo. A diferença é que esses povos não descobriram o que Israel,
ajudado por Deus, percebeu: "Não estamos sós. Deus caminha connosco. Estamos na
sua mão. Existe uma relação toda especial entre Deus e nós!"
Esta descoberta da relação profunda entre Deus e seu Povo, nós a chamamos de
Revelação. Claro que o Povo não poderia descobrir isto, se o próprio Deus não tivesse
dado à luz para entender.
De volta à terra de Canaã, liderados pelos juízes, e, mais tarde, pelos primeiros
reis, o Povo vai se unindo mais. Começa a formar uma nação mais bem organizada, com
uma certa liderança no mundo daquele tempo. E começam a escrever já então no tempo
de Salomão, suas lutas, suas reflexões, suas orações, seus cantos. Assim, a Bíblia começa
a ser escrita.
Assim, a Bíblia é o reflexo de uma vivência do Povo com seu Deus, de Deus com
o seu Povo. Deus está na história do Povo, e, por isto, está na Bíblia. Por sua vez, a Bíblia
vai ajudar o Povo a viver. É Deus, através da Bíblia, que anima e orienta seu Povo para
continuar a lutar e viver e nunca desanimar. É por tudo isto que dizemos que a Bíblia é
palavra de Deus, Revelação de Deus.
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1.9. OS PROFETAS
Apesar de saber a vontade de Deus estabelecido com Ele na aliança, O povo foi,
muitas vezes, infiel à Deus e à Aliança, mas são sobretudo os chefes do povo, levados
por desejos ambiciosos, desobedeceram à Lei de Deus introduzindo a idolatria, a
opressão e a injustiça. Caem no Pecado. Correm atrás de outros amores (Os. 2, 7.15-4,)
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Os profetas lêem a história e o presente, com outros olhos, fazendo assim, uma
leitura crítica dos factos.
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TEMA 2
O ANÚNCIO DA BOA NOVA
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«Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de
uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus
filhos adoptivos» (Gl 4, 4-5). Deus visitou o seu povo e cumpriu as promessas feitas a
Abraão e à sua descendência fê-lo para além de toda a expectativa: enviou o seu «Filho
muito-amado». Por isso, Jesus é a Boa Nova por excelência. Jesus veio para que Deus
ficasse mais perto de nós. Ele é Emanuel, Deus conosco (Mt1, 23).
Esta “boa nova” é que Deus se tornou nosso próximo, através de Cristo, que reina
no meio de nós, como demonstrou com seus milagres e curas. Deus reina no mundo
através de seu Filho, que se fez homem, e com a força do Espírito Santo”.
Jesus revela a verdadeira face de Deus, um Deus presente e cheio de misericórdia
para com o ser humano; um Deus que nos deu a vida em abundância. Enfim, o Reino de
Deus, portanto, é a vida que vence a morte, a luz da verdade, que dissipa as trevas, a
ignorância e a mentira.
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A missão de Jesus foi anunciar o Reino de Deus. Missão esta deixada à Igreja, “ide
pelo mundo inteiro e anunciem a boa nova para toda a humanidade” (Mc. 16,15). Em
Mateus, diz Jesus: “… vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos,
(…) ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês” (Mt. 28,19-20).
Quando se anuncia o Reino, quando se observa o que Jesus nos ensinou, forma-
se comunidade: “Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na
comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações” (At. 2,42). E a comunidade reflete
a realidade da partilha, “todos os que abraçaram a fé eram unidos e colocavam em
comum todas as coisas” (At. 2,44). O Reino de Deus se realiza na medida em que
aceitamos a proposta de Jesus.
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Jesus, em sua vida, realizava actos de poder: dava vista aos cegos, curava os
coxos, expulsava demônios, alimentava os famintos, tal como nos mostram os
evangelhos. Tudo isso era sinal do Reino que ele anunciava. Socorrendo os
empobrecidos, em suas dificuldades, trazia o Reino para perto. “[...] Entre tantas
expectativas, Jesus anuncia um reino diferente. É Universal, para todos.
É justamente aquilo que fazia e falava que revelava sua missão: era, de facto, o
Cristo, isto é, o Ungido enviado por Deus, para realizar no mundo o seu Reino. Os
chamados milagres, então, nunca estão fora do contexto do Reino, que é situação de
graça na vida de homens e mulheres, sobretudo na vida dos empobrecidos. Os sinais,
que despertavam a admiração dos homens e mulheres contemporâneos a Jesus,
estavam a serviço da evangelização, isto é: inserir os sujeitos históricos na dinâmica do
Reino.
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Os actos de poder realizados por Jesus, e também por seus discípulos, eram
convite à fé. Fé nesse Reino que traz vida nova e condições de dignificação da pessoa.
Jesus não precisava provar nada a ninguém, isso não fazia parte de sua missão.
Revelando o Reino, inseria as pessoas nele, convidando-as a fiarem-se no Deus que dá
esse Reino. É por isso que Jesus inverteu a lógica da multidão, quando ela pediu a ele
sinais, para que pudesse crer nele, isso logo depois de ter multiplicado os pães (cf. Jo
6,30-35). Uma fé que se sustenta apenas pelos sinais, não é uma fé autêntica. É preciso
crer naquilo que Jesus diz e faz, confiando a vida no Reino que ele anuncia. Isso porque
ele foi enviado pelo próprio Deus. Milagres, insisto, são convite à fé e não condição para
que haja a fé.
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A pregação de Jesus era simples, mas carregada de sentido. Trazia para o povo
uma grande expectativa. Aceitar a pregação de Jesus e se converter à essa mensagem
de salvação exige viver um novo estilo de vida a partir de seus ensinamentos, tomando
Jesus como modelo. Porém, muitos de seus contemporâneos não compreenderam
assim. Para muitos ele era apenas mais um profeta que poderia pôr a vida da nação em
perigo diante dos romanos (cf. Mt 26,59-68; 27,25; Lc 23, 2s; Jo 18,12-14) e por isso
passivo de morte.
Entretanto, Jesus lançou a semente com sua pregação. Lutou contra todos os que
queriam impedir a Palavra de agir nos corações; que queriam impedir a palavra de criar
um tempo novo; o tempo de Deus passando no meio do povo.
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Chegou até nós uma nova maneira de nos relacionarmos. Apareceu a força de
Deus para transformar todas as coisas. Acabou de se aproximar de nós o Reino de Deus
na pessoa de Jesus! E este poder real manifesta-se basicamente no cuidado e na defesa
dos pequenos e dos pobres. E esta revolução criou muitas tensões: com os doutores da
lei, com os dirigentes do governo, com os chefes do templo.
Jesus vive e prega um Deus diferente e também uma prática diferente que eles
não são capazes de aceitar. Por isso decidem mata-lo. Jesus é condenado à morte na
cruz. A morte mais escandalosa e humilhante que um judeu podia imaginar. Jesus aceita
esta morte por amor. E por essa grande prova de amor e de fidelidade, o Pai não o deixa
na morte, ressuscita-o e glorifica-o de modo muito especial (cf. Fl 2, 6-11).
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Cristo Jesus, nosso Senhor, durante a sua vida terena, ensinou quem era Ele,
quem tinha sido desde sempre, qual era a vontade do Pai que vinha cumprir e qual devia
ser o comportamento do homem. Ensinava estas coisas ora em público, diante de todo
o povo, ora em particular, aos seus discípulos. Dentre estes escolheu doze para estarem
a seu lado, e que destinou para serem os principais mestres das nações.
Quando, depois da sua ressurreição, estava prestes a voltar para o Pai, ordenou aos
onze – pois um deles se havia perdido – que fossem ensinar a todos os povos, batizando-
os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
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TEMA 3
SANTIDADE NA FAMÍLIA
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2. A santidade na família é nada mais do que procurar viver como filho de Deus
e irmão de Jesus, procurando tornar a santidade como um propósito da família, em viver
sem pecado, no amor e na alegria, confiando absolutamente em Deus, como seu
Protector e Guia, mesmo na dificuldade e no sacrifício. Uma família que vive tendo como
exemplo José, Maria e Jesus, tendo sempre como alegria a obtenção da salvação eterna,
no trabalho diário de tornar outras famílias em bons cristãos, que vivem as virtudes e os
valores cristãos, com a benção de Deus como Senhor, Protetor e Criador.
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7. A família, para que ela seja uma graça divina, uma benção do Criador, em
abundância e prosperidade cristã, o esposo e a esposa, devem:
Deus para levar o homem a viver a sua plenitude, como filho, imagem e
semelhança Sua, atribuiu-lhe o poder de constituir um lar e multiplicar-se, a partir do
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matrimónio, para que o mundo tivesse um núcleo fundamental como pilar, para que
seja sempre sustentado por Deus.
Deus quando ordenou o homem para encher a terra e para deixar pai e mãe para criar
um lar, fez com a consciência de o homem criar uma família abençoada por Ele e que
seria o suporte da sociedade, para que o mundo vivesse, segundo as Suas ordens e a Sua
imagem e semelhança.
Por isso, a família tem de ser, antes da sua constituição, consagrada a Deus, através do
santo Sacramento do matrimónio, que é uma aliança entre Deus, os Anjos, os Santos e
os esposos, para que a família alcance a prosperidade espiritual, mental e
comportamental, através de uma vida virtuosa, na fé, na caridade, na esperança.
Trata-se, pois, de consagrar e oferecer o casal, o lar, a família e os filhos a Deus, para
receber a graça divina da benção e da proteção, para a caminhada neste mundo, visto
que Deus é o criador e o protector, quer no mundo espiritual quer no material. O
matrimónio é, também, uma vocação onde o casal consagra a fecundidade do lar, para
a procriação dos filhos; consagra o amor, a paz, a saúde e a prosperidade da família;
consagra os filhos, como doação de Deus, pois, são seus filhos, pela criação e pelo
sacramento do baptismo.
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Como dizia São Paulo, o matrimónio é o “grande sacramento”, pois, o casal, decide viver
a sua vida consagrada ao matrimónio, na união santa de castidade conjugal, na criação
dos filhos de Deus e na obrigação de alimentá-los dignamente. Grande sacramento,
porque dedica os filhos a Deus e toda a sua descendência, abrindo as mãos ao Senhor
para superabundar a graça da sua benção e da sua protecção, para sempre.
Muitas famílias, não vivem a graça das virtudes, da santidade e da abundância, porque
não consagraram o seu lar ao Criador, visto que o lar é, somente, uma continuidade da
obra da criação, quando Deus disse: ide multiplicai e enchei a terra (Gn 1, 28). É preciso
ter a noção que o lar é uma continuidade da obra da criação e da salvação, por isso, deve
ser oferecida ao Criador, como Sua obra, sendo os cônjuges, meros cooperadores na
obra de Deus, como diz São João Paulo II. As vezes os seus filhos, netos ou bisnetos,
vivem depois, desgraças, porque, não foram consagrados, entregues , oferecidos,
doados e abençoados por Deus e pela Igreja, para que as suas vidas, neste mundo,
fossem consagradas nas bem-aventuranças e no caminho, verdade e vida que é Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Assim, consagrar o matrimónio é garantir uma vida de graça, repleta das virtudes da fé,
da caridade e da esperança, para o casal, o lar e a família, como filhos de Deus e irmãos
de Jesus, pois, se esforçam em todos os momentos simples da vida, viver a plenitude de
vida cristã, consagrando suas vidas para santificar a família, santificar-se na família e
santificar os outros (especialmente os filhos), através da família.
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3. Educar os filhos nos valores e virtudes cristãs com o seu bom exemplo, o
testemunho de vida, o bom conselho, anunciando a eles, com simplicidade,
como viver segundo os mandamentos, as virtudes e as bem-aventuranças.
Os conflitos e divergências no lar, existirão sempre, por serem pessoas diferentes, por
isso, devem ser sempre resolvidos, mantendo uma vida matrimonial de santidade que
requer no momento de tais conflitos entre ambos, o seguinte:
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b) Ter paciência, esperar um pouco antes de discutir, de falar, para não magoar;
c) Procurar discutir no quarto, onde está a vossa cama, que é o vosso altar,
consagrado a Deus, para que ninguém ouça, muito menos os filhos;
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A família é o melhor e o primeiro meio para a pessoa se santificar, quer como pai ou
mãe, quer como filho, pois, é a primeira Igreja, onde o casal consagra a sua e a vida dos
seus filhos a Deus, num hábito diário, de oração, meditação e catequese, nas cois as mais
simples do dia.
Santificar-se na família é, também, manter uma vida de oração e partilhar com o cônjuge
e os filhos, a oração e o diálogo com Deus, como Pai e Amigo, aproveitando, como
momento de catequese para com os filhos, quer nos momentos de alegria, quer nos
momentos de tristeza. A oração em família é um grande meio de salvação e de
santificação.
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g) Educar os filhos na fé, na Igreja, nas virtudes, nos valores, para que vivam,
plenamente, o Evangelho, os mandamentos e as bem-aventuranças.
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A família é uma comunidade de pessoas, unidas na relação de parentesco e não só, mas
ela precisa de relações profundas de amizade, respeito e cordialidade, que só se
consegue devidamente, quando todos comungam uma mesma fé e mesma
religiosidade.
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Daqui que a missão da família na Igreja não é a soma das missões dos membros que a
compõem. A Exortação apostólica Familiaris consortio esclarece que «a família cristã
está chamada a tomar parte viva e responsável na missão da Igreja de modo próprio e
original, colocando-se ao serviço da Igreja e da sociedade no seu ser e agir, enquanto
comunidade íntima de vida e de amor».
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A FÉ
A fé «é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos
disse e revelou, e que a santa Igreja nos propõe para acreditarmos» (Catecismo, 1814).
Pela fé «o homem entrega-se completa e livremente a Deus» [16], e esforça-se por
conhecer e fazer a vontade de Deus (cf. Rm 1, 17) [17].
«O discípulo de Cristo, não somente deve guardar a fé e viver dela, como também
professá-la, dar testemunho dela e propagá-la» (Catecismo, 1816; cf. Mt 10, 32-33).
A fé teologal é muito mais segura do que a fé natural que temos nas pessoas,
por exemplo. Pelo dom da fé, cremos na Revelação divina manifestada a nós ao longo
da trajetória da criação e da humanidade: pelos Profetas, pelo Filho de Deus que é a
Palavra Eterna, pelo testemunho dos Apóstolos, pelo Magistério confiado à Igreja.
A ESPERANÇA
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apesar dos sofrimentos, dos silêncios, da cruz e da morte, Deus jamais falharia. Ela
esperou em Deus e não se viu defraudada.
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PERGUNTAS DOUTRINAIS
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PERGUNTAS DOUTRINAIS
R: São chamadas de virtudes teologais porque têm como objecto imediato a Deus.
FÉ
4. O que é fé?
R: Fé é um dom sobrenatural de Deus, que nos permite crer sem duvidar em tudo
o que Deus revelou.
R: Eu devo de crer em tudo o que Deus revelou porque Deus é a própria verdade,
e não nos pode enganar nem enganar-Se.
ESPERANÇA
R: Não nos podemos salvar pela fé somente sem boas obras; temos de ter
também Esperança e Caridade.
8. O que é Esperança?
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10. Podemos por nós mesmos realizar alguma boa obra para a nossa própria
salvação?
R: Não podemos por nós mesmos realizar boas obras para a nossa salvação;
necessitamos do auxílio da Graça de Deus.
CARIDADE
R: Caridade é um dom sobrenatural de Deus pelo qual nós amamos Deus sobre
todas as coisas, e ao nosso próximo como a nós mesmos por amor a Deus.
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1) «Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças».
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19 . Quem é Jesus Cristo?
R: Jesus Cristo foi sempre Deus, nascido do Pai por toda a eternidade.
R: Jesus Cristo não foi sempre homem. Ele passou a ser homem apenas depois da
Sua Encarnação.
R: Por Encarnação quero dizer que Deus Filho tomou para Si a natureza
humana: «o Verbo se fez carne» (Jo 1, 14).
R: Como Deus, Jesus está em todo o lado. Como Deus feito homem, Ele está no
céu, e no Santíssimo Sacramento do Altar.
R: Jesus Cristo não teve pai na terra: São José foi apenas o Seu Protector e
pai adoptivo.
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45. De que forma nos lembramos que Cristo morreu por nós na Cruz ao fazermos
o Sinal da Cruz?
R: Ao fazermos o Sinal da Cruz nós nos lembramos que por nós Cristo morreu na
cruz pela própria forma da cruz que fazemos em nós mesmos.
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46. O que queres dizer com: «Ao terceiro dia ressuscitou de entre os
mortos»?
R: Pelas palavras «Ao terceiro dia ressuscitou de entre os mortos» quero dizer que,
depois de estar morto e sepultado por três dias, Ele ressuscitou à vida o Seu Santo Corpo
ao terceiro dia.
R: Pelas palavras « Jesus Subiu aos céus» quero dizer que o nosso Salvador
ascendeu em corpo e alma ao Céu no dia da Ascensão, quarenta dias após a Sua
Ressurreição.
49. O que queres dizer por «Cristo está sentado à mão direita de Deus
Pai Todo-poderoso»?
R: Pelas palavras «Jesus está sentado à mão direita de Deus Pai Todo-poderoso, »
não quero dizer que Deus Pai tem mãos, pois Ele é um espírito; o que quero dizer é que
Cristo, como Deus, é igual ao Pai; e como homem está no lugar mais alto do Céu.
R: Cristo virá novamente do Céu no último dia, para julgar toda a humanidade.
R: Cristo dirá aos maus: «Apartai-vos de mim malditos, para o fogo eterno, que
está aparelhado para o diabo, e para os seus Anjos» (Mt 25, 41).
R: Cristo dirá aos justos: «Vinde benditos de meu Pai, possui o Reino que vos está
preparado» (Mt 25, 34).
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54. Serão todos julgados após a morte, assim como no último dia?
R: Todos irão ser julgados após a morte, assim como no último dia: «Está decretado
aos homens, que morram uma só vez, e que depois disto se siga o juízo» (Heb 9, 27).
SACRAMENTOS
R: Um carácter é uma marca ou selo na alma que não pode ser apagado, e
portanto o sacramento que o confere não pode ser repetido.
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BAPTISMO
R: O Baptismo é necessário para nos salvarmos, porque Cristo disse que «Quem
não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus» (Jo.
3:5).
SANTA EUCARISTIA
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71. Por que Cristo deu a Si próprio para nós na Santa Eucaristia?
R: Cristo deu a si próprio para nós na Santa Eucaristia para ser vida e alimento
às nossas almas. «Assim o que me come a mim, esse mesmo também viverá por
mim»; «O que come deste pão viverá eternamente» (Jo. 6:58, 59).
72. É Cristo recebido por inteiro sob cada uma das espécies?
R: Estar em estado de graça significa estar livre de pecado mortal, e ser agradável
a Deus.
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R: A Santa Missa é o mesmo sacrifício que o da Cruz, na medida em que Cristo, que
ofereceu a Si próprio, como vítima sangrenta, na Cruz ao Seu Pai Celeste, continua a
oferecer a Si próprio de forma não-sangrenta no altar, através do ministério dos Seus
sacerdotes.
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PENITÊNCIA
88. Há alguma condição requerida ao penitente para que haja perdão dos
pecados?
R: Contrição é uma profunda dor pelos nossos pecados, que sentimos por termos
ofendido a um Deus tão bom, e que é acompanhada por um firme propósito de emenda.
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91. De que modo obtemos uma profunda dor pelos nosso pecados?
R: Nós podemos obter uma profunda dor pelos nossos pecados pedindo-a
sinceramente por meio de oração, e meditando sobre considerações tais que nos
possam levar a esta dor.
92. Que considerações acerca de Deus podem levar-nos à dor pelos nossos
pecados?
R: Esta consideração acerca de Deus pode levar-nos à dor pelos nossos pecados:
que pelos nossos pecados nós ofendemos a Deus, que é infinitamente bom em Si mesmo
e infinitamente bom para nós.
R: Esta consideração acerca do nosso Salvador pode levar-nos à dor pelos nossos
pecados: o nosso Senhor morreu pelos nossos pecados, e aqueles que pecam
gravemente «crucificam de novo o Filho de Deus, em si mesmos, e o expõem à
ignomínia» (Heb. 6, 6).
94. A dor pelos nossos pecados causada pela perca do Céu e merecimento do
Inferno é suficiente em para irmos à confissão?
R: Perfeita contrição é uma dor pelo pecado que surge puramente do amor
a Deus.
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R: A perfeita contrição tem este valor especial: que os nossos pecados são-nos
perdoados imediatamente, mesmo antes de nos confessarmos; mas, no entanto, se
forem mortais, estamos estritamente obrigados a confessá-los posteriormente.
R: Nós temos quatro coisas a fazer para nos prepararmos para a confissão,
nomeadamente: rezar sinceramente a Deus para fazermos uma boa confissão; examinar
diligentemente a nossa consciência; tomar tempo e cuidado em fazer um bom acto
de contrição; e resolver-se, pelo auxílio de Deus, a renunciar os nossos pecados e a
iniciar uma nova vida para o futuro.
R: A penitência dada pelo sacerdote nem sempre satisfaz por completo pelos
nossos pecados. Nós devemos, portanto, acrescentar outras boas obras e
penitências, e tentar ganhar Indulgências.
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